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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Perdoar para ser perdoado

Sabeis o que dizemos a Deus na oração antes da comunhão: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Preparai-vos interiormente a perdoar, porque estas palavras, reencontrá-las-eis na oração. Como as ireis dizer? Talvez não as digais? Finalmente, esta é verdadeiramente a questão: direis estas palavras, sim ou não? Tu detestas o teu irmão e pronuncias: “Perdoai-nos como nós perdoamos”?... Eu evito essas palavras, dirás tu. Mas então, o que é que rezas? Prestai muita atenção, meus irmãos. Num momento, ides rezar; perdoai de todo o vosso coração!

Olhai Cristo pregado na cruz; escutai-o a rezar: “Pai, perdoai-lhes, porque eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Dirás, sem dúvida: ele podia fazê-lo, mas eu não. Eu sou um homem, e ele, ele é Deus. Tu não podes imitar Cristo? Então, porque é que o apóstolo Pedro escreveu: “Cristo sofreu por vós, deixou-vos o exemplo, para que sigais os seus passos” (1Ped 2,21)? Porque é que o apóstolo Paulo nos escreveu: “Sede imitadores de Deus como filhos muito amados” (Ef 5,1)? Porque é que o próprio Senhor disse: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29)? Nós usamos rodeios, procuramos desculpas, quando reclamamos impossível o que não queremos fazer… Meus irmãos, não acusemos Cristo por nos ter dado mandamentos tão difíceis, impossíveis de realizar. Com toda a humildade, digamos antes com o salmista: “Tu és justo, Senhor, e o teu mandamento é justo” (Sl 118,137)
S. Cesário de Arles (470-543), monge e bispo - Sermão Morin 35

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