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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O Parlamento Europeu pede a condenação do comunismo



No dia 19 de setembro de 2019, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução sobre a memória histórica europeia que pede uma avaliação moral, uma investigação judicial, condenação e punição dos crimes dos regimes estalinista e comunistas totalitários, como foram os cometidos pelos nazis, nos julgamentos de Nuremberga.

“Os regimes nazi e comunista são responsáveis por massacres, pelo genocídio, por deportações, pela perda de vidas humanas e pela privação da liberdade no século XX numa escala nunca vista na História da humanidade”, afirma a resolução.

E “apela a todas as instituições e intervenientes da UE para que façam tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que os hediondos crimes cometidos por regimes totalitários contra a humanidade e as violações graves e sistemáticas dos direitos humanos sejam recordados e julgados pelos tribunais, e para assegurar que esses crimes não se repitam; salienta a importância de manter viva a memória do passado, uma vez que não pode existir qualquer reconciliação sem memória e reitera a sua posição unida contra todos os regimes totalitários, independentemente do seu contexto ideológico”.

“Considera que a Rússia continua a ser a maior vítima do totalitarismo comunista e que a sua evolução para um Estado democrático será entravada enquanto o governo, a elite política e a propaganda política continuarem a «branquear» os crimes comunistas e a glorificar o regime totalitário soviético; exorta, por isso, a sociedade russa a confrontarse com o seu trágico passado. Está profundamente preocupado com os esforços envidados pela atual liderança russa para distorcer os factos históricos e para «branquear» os crimes cometidos pelo regime totalitário soviético, e considera que estes esforços constituem um elemento perigoso da guerra de informação brandida contra a Europa democrática com o objetivo de dividir a Europa, instando, por conseguinte, a Comissão a contrariar estes esforços de forma decisiva.;

Finalmente, “expressa preocupação com a continuação da utilização de símbolos de regimes totalitários em espaços públicos e para fins comerciais e recorda que vários países europeus proibiram a utilização de símbolos nazis e comunistas”

A resolução sugere, ainda, que o dia 25 de maio seja proclamado Dia Internacional das Heróis da Luta contra o Totalitarismo.

Resolução do Parlamento Europeu sobre a importância da memória europeia para o futuro da Europa (2019/2819(RSP))
O Parlamento Europeu,
– Tendo em conta os princípios universais dos direitos humanos e os princípios fundamentais da União Europeia enquanto comunidade baseada em valores comuns,
– Tendo em conta a declaração proferida em 22 de agosto de 2019 por Frans Timmermans, primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, e pela Comissária Věra Jourová, na véspera do Dia Europeu da Memória das Vítimas de todos os regimes totalitários e autoritários,
– Tendo em conta a Declaração Universal dos Direitos do Homem das Nações Unidas adotada em 10 de dezembro de 1948,
– Tendo em conta a sua Resolução, de 12 de maio de 2005, sobre o 60.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, em 8 de maio de 1945[1],
– Tendo em conta a Resolução 1481 da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, de 26 de janeiro de 2006, sobre a necessidade de condenação internacional dos crimes dos regimes comunistas totalitários,
– Tendo em conta a Decisão-Quadro 2008/913/JAI do Conselho, de 28 de novembro de 2008, relativa à luta contra certas formas e manifestações de racismo e xenofobia por via do direito penal[2],
– Tendo em conta Declaração de Praga, sobre a Consciência Europeia e o Comunismo, adotada em 3 de junho de 2008,
– Tendo em conta a sua declaração sobre a proclamação do dia 23 de Agosto como Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nazismo, aprovada em 23 de setembro de 2008[3],
– Tendo em conta a sua Resolução, de 2 de abril de 2009, sobre a consciência europeia e o totalitarismo[4],
– Tendo em conta o relatório da Comissão, de 22 de dezembro de 2010, sobre a memória dos crimes cometidos pelos regimes totalitários na Europa (COM(2010)0783),
– Tendo em conta as conclusões do Conselho, de 9 e 10 de junho de 2011, sobre a memória dos crimes cometidos pelos regimes totalitários na Europa,
– Tendo em conta a Declaração de Varsóvia proferida em 23 de agosto de 2011 por ocasião do Dia Europeu da Memória das Vítimas dos Regimes Totalitários,
– Tendo em conta a declaração conjunta, de 23 de agosto de 2018, dos representantes dos governos dos Estados-Membros da União Europeia em honra das vítimas do comunismo,
– Tendo em conta a sua Resolução histórica sobre a situação na Estónia, na Letónia e na Lituânia, aprovada em 13 de janeiro de 1983, em reação ao «Apelo báltico» lançado por 45 cidadãos destes países,
– Tendo em conta as resoluções e declarações sobre os crimes cometidos pelos regimes comunistas totalitários adotadas por vários parlamentos nacionais,
– Tendo em conta o artigo 123.º, n.ºs 2 e 4, do seu Regimento,
A. Considerando que no presente ano se assinala o 80.º aniversário do deflagrar da Segunda Guerra Mundial, que provocou sofrimento humano numa escala sem precedentes e a ocupação de países europeus durante muitas décadas;

B. Considerando que há 80 anos, em 23 de agosto de 1939, a União Soviética comunista e a Alemanha nazi assinaram um pacto de não-agressão, conhecido como Pacto MolotovRibbentrop, e os seus protocolos secretos, dividindo a Europa e os territórios de Estados independentes entre os dois regimes totalitários segundo esferas de interesse, preparando assim o caminho para o início da Segunda Guerra Mundial;
C. Considerando que, em consequência direta do Pacto Molotov-Ribbentrop, seguido do tratado de fronteira e amizade entre o regime soviético e nazi de 28 de setembro de 1939, a República Polaca foi primeiro invadida por Hitler e, duas semanas mais tarde, por Estaline – o que privou o país da sua independência e foi uma tragédia sem precedentes para o povo polaco – a União Soviética comunista iniciou uma guerra de agressão contra a Finlândia em 30 de novembro de 1939 e, em junho de 1940, ocupou e anexou partes da Roménia – territórios que nunca foram devolvidos – e procedeu à anexação das repúblicas independentes da Lituânia, da Letónia e da Estónia;
D. Considerando que, após a derrota do regime nazi e do fim da Segunda Guerra Mundial, o pós-guerra foi, para alguns países europeus, sinónimo de reconstrução e de reconciliação, enquanto outros permaneceram sob o jugo de ditaduras – alguns sob a ocupação ou influência direta soviética – durante meio século, e continuaram a ser privados de liberdade, soberania, dignidade, direitos humanos e desenvolvimento socioeconómico;
E. Considerando que, apesar de os crimes do regime nazi terem sido julgados e punidos nos julgamentos de Nuremberga, continua a ser urgente reforçar a sensibilização para os crimes cometidos pelo estalinismo e por outras ditaduras, bem como efetuar uma avaliação moral deste período e uma investigação judicial desses crimes;
F. Considerando que, em alguns Estados-Membros, as ideologias comunistas e nazi são proibidas por lei;
G. Considerando que a integração europeia constituiu, desde o início, uma resposta aos sofrimentos infligidos por duas guerras mundiais e pela tirania nazi que conduziu ao Holocausto, e à expansão de regimes comunistas totalitários e não democráticos na Europa Central e Oriental, e que esta integração permitiu também superar as profundas divisões e hostilidades na Europa mercê da cooperação e da integração, pôr termo à guerra e garantir a democracia na Europa; que para os países europeus que estiveram sujeitos à ocupação soviética e às ditaduras comunistas, o alargamento da UE, com início em 2004, consubstancia a sua reintegração na família europeia à qual pertencem;
H. Considerando que cumpre manter viva a memória do trágico passado da Europa, a fim de honrar as vítimas, condenar os autores dos crimes e estabelecer as bases para uma reconciliação assente na verdade e na memória;
I. Considerando que a evocação das vítimas dos regimes totalitários, bem como o reconhecimento e a tomada de consciência do legado europeu partilhado de crimes cometidos por regimes comunistas, pelos nazis e por outras ditaduras, são de importância crucial para a unidade da Europa e dos seus povos e para a construção de uma Europa capaz de resistir às ameaças externas modernas;
J. Considerando que há 30 anos, em 23 de agosto de 1989, foi assinalado o 50.º aniversário do Pacto Molotov-Ribbentrop e as vítimas dos regimes totalitários foram lembradas durante a Cadeia Báltica, uma manifestação sem precedentes de dois milhões de lituanos, letões e estónios, que deram as mãos para formar uma cadeia humana entre Vílnius e Taline passando por Riga;
K. Considerando que, apesar de, em 24 de dezembro de 1989, o Congresso dos Deputados do Povo da URSS ter condenado a assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop, além de outros acordos celebrados com a Alemanha nazi, as autoridades russas negaram a responsabilidade por este acordo e pelas respetivas consequências em agosto de 2019 e estão atualmente a promover a ideia de que a Polónia, os Estados Bálticos e o Ocidente são os verdadeiros instigadores da Segunda Guerra Mundial;
L. Considerando que a evocação das vítimas dos regimes totalitários e autoritários, bem como o reconhecimento e a tomada de consciência do legado europeu partilhado de crimes cometidos pelas ditaduras estalinista, pelos nazis e por outras ditaduras, são de importância crucial para a unidade da Europa e dos seus povos e para a construção de uma Europa capaz de resistir às ameaças externas modernas;
M. Considerando que vários grupos e partidos políticos abertamente radicais, racistas e xenófobos incitam ao ódio e à violência na sociedade, por exemplo, através da disseminação em linha de discursos de incitação ao ódio, que conduz frequentemente a um aumento da violência, da xenofobia e da intolerância;
1. Relembra que, tal como consagrado no artigo 2.º do TUE, a União se funda nos valores do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da democracia, da igualdade, do Estado de direito e do respeito pelos direitos humanos, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias; relembra que estes valores são comuns a todos os Estados-Membros;
2. Salienta que a Segunda Guerra Mundial, a guerra mais devastadora da história europeia, foi o resultado imediato do infame pacto de não-agressão germano-soviético de 23 de agosto de 1939, também conhecido como Pacto Molotov-Ribbentrop, e dos seus protocolos secretos, através dos quais dois regimes totalitários que partilhavam o objetivo da conquista do mundo dividiam a Europa em duas zonas de influência;
3. Recorda que os regimes nazi e comunista são responsáveis por massacres, pelo genocídio, por deportações, pela perda de vidas humanas e pela privação da liberdade no século XX numa escala nunca vista na História da humanidade, e relembra o hediondo crime do Holocausto perpetrado pelo regime nazi; condena veementemente os atos de agressão, os crimes contra a humanidade e as violações em massa dos direitos humanos perpetrados pelos regimes nazi e comunista e por outros regimes totalitários;
4. Manifesta o seu profundo respeito por todas as vítimas destes regimes totalitários e apela a todas as instituições e intervenientes da UE para que façam tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que os hediondos crimes cometidos por regimes totalitários contra a humanidade e as violações graves e sistemáticas dos direitos humanos sejam recordados e julgados pelos tribunais, e para assegurar que esses crimes não se repitam; salienta a importância de manter viva a memória do passado, uma vez que não pode existir qualquer reconciliação sem memória e reitera a sua posição unida contra todos os regimes totalitários, independentemente do seu contexto ideológico;
5. Exorta todos os Estados-Membros da UE a fazerem uma avaliação clara e assente em princípios sobre os crimes e atos de agressão perpetrados pelos regimes comunistas totalitários e pelo regime nazi;
6. Condena todas as manifestações e a propagação de ideologias totalitárias, tais como o nazismo e o estalinismo, na União;
7. Condena o revisionismo histórico e a glorificação dos colaboradores nazis em alguns Estados-Membros da UE; manifesta profunda preocupação com a crescente aceitação de ideologias radicais e o retorno ao fascismo, ao racismo, à xenofobia e a outras formas de intolerância na União Europeia, e considera perturbadores os relatos de conluio de líderes e partidos políticos e forças da ordem com movimentos radicais, racistas e xenófobos de vários quadrantes políticos em alguns Estados-Membros; insta os Estados-Membros a condenarem veementemente tais atos, na medida em que comprometem os valores da paz, da liberdade e da democracia preconizados pela UE;
8. Exorta todos os Estados-Membros a comemorarem em 23 de agosto o Dia Europeu da Memória das Vítimas de Regimes Totalitários, tanto a nível da UE, como a nível nacional, e a sensibilizarem as novas gerações para essas questões mediante a introdução da história e análise das consequências dos regimes totalitários nos programas e nos manuais escolares de todas as escolas europeias; insta os EstadosMembros a promoverem a documentação do passado conturbado da Europa, nomeadamente através da tradução dos processos dos julgamentos de Nuremberga para todas as línguas da UE;
9. Insta os Estados-Membros a condenarem e a combaterem todas as formas de negação do Holocausto, incluindo a banalização e a minimização dos crimes perpetrados pelos nazis e seus colaboradores, e a evitarem essa banalização no discurso político e nos meios de comunicação social;
10. Apela a uma cultura comum da memória que rejeite os crimes dos regimes fascista e estalinista e de outros regimes totalitários e autoritários do passado como forma de promover a resiliência contra as ameaças modernas à democracia, em particular entre a geração mais jovem; encoraja os Estados-Membros a promoverem, através da corrente cultural dominante, o ensino da diversidade da nossa sociedade e da nossa história comum, incluindo o ensino das atrocidades da Segunda Guerra Mundial, como o Holocausto, e a desumanização sistemática das suas vítimas ao longo de vários anos;
11. Apela, além disso, a que o dia 25 de maio (aniversário da execução do herói de Auschwitz, Witold Pilecki), seja proclamado Dia Internacional das Heróis da Luta contra o Totalitarismo, em sinal de respeito e de homenagem a todos aqueles que, ao combaterem a tirania, deram provas do seu heroísmo e da sua verdadeira estima pela humanidade, dando desse modo às gerações futuras um exemplo claro da atitude correta a assumir face à ameaça da escravidão totalitária;
12. Insta a Comissão a apoiar eficazmente os projetos de promoção da memória e da comemoração históricas nos Estados-Membros e as atividades da Plataforma da Memória e da Consciência Europeias, bem como a afetar recursos financeiros adequados no âmbito do programa «Europa para os Cidadãos», a fim de apoiar a comemoração e a recordação das vítimas do totalitarismo, como estabelecido na posição do Parlamento sobre o programa «Direitos e Valores 2021-2027»;
13. Declara que a integração europeia, enquanto modelo de paz e reconciliação, foi uma escolha livre dos povos da Europa para se comprometerem na via de um futuro partilhado e que cabe à União Europeia a especial responsabilidade de promover e salvaguardar a democracia, o respeito dos direitos humanos e o Estado de Direito, tanto dentro como fora da União Europeia;
14. Salienta que, à luz da sua adesão à UE e à NATO, os países da Europa Central e Oriental não só regressaram à família europeia de países democráticos livres, como também conseguiram obter êxito, com a assistência da UE, na realização de reformas e na promoção do desenvolvimento socioeconómico; salienta, no entanto, que esta opção deve permanecer aberta a outros países europeus, tal como estipulado no artigo 49.º do TUE;
15. Considera que a Rússia continua a ser a maior vítima do totalitarismo comunista e que a sua evolução para um Estado democrático será entravada enquanto o governo, a elite política e a propaganda política continuarem a «branquear» os crimes comunistas e a glorificar o regime totalitário soviético; exorta, por isso, a sociedade russa a confrontarse com o seu trágico passado;
16. Está profundamente preocupado com os esforços envidados pela atual liderança russa para distorcer os factos históricos e para «branquear» os crimes cometidos pelo regime totalitário soviético, e considera que estes esforços constituem um elemento perigoso da guerra de informação brandida contra a Europa democrática com o objetivo de dividir a Europa, instando, por conseguinte, a Comissão a contrariar estes esforços de forma decisiva;
17. Expressa preocupação com a continuação da utilização de símbolos de regimes totalitários em espaços públicos e para fins comerciais e recorda que vários países europeus proibiram a utilização de símbolos nazis e comunistas;
18. Observa a permanência nos espaços públicos de alguns Estados-Membros de monumentos e locais comemorativos (parques, praças, ruas, etc.) que glorificam os caminhos totalitários, o que abre caminho à distorção de factos históricos sobre as consequências da Segunda Guerra Mundial e à propagação do sistema político totalitário;
19. Condena o facto de as forças políticas extremistas e xenófobas na Europa recorrerem cada vez mais à distorção dos factos históricos e empregarem simbolismos e retóricas que lembram aspetos da propaganda totalitária, inclusivamente o racismo, o antissemitismo e o ódio contra as minorias sexuais e outras;
20. Exorta os Estados-Membros a garantirem o cumprimento das disposições da DecisãoQuadro do Conselho, a combaterem as organizações que se dedicam à propagação do discurso de incitação ao ódio e à violência em espaços públicos e em linha;
21. Salienta que o trágico passado da Europa deve continuar a servir de inspiração moral e política para enfrentar os desafios do mundo de hoje, incluindo a luta por um mundo mais justo, a criação de sociedades e comunidades abertas e tolerantes para com as minorias étnicas, religiosas ou sexuais e a promoção dos valores europeus para todos;
22. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, aos governos e parlamentos dos Estados-Membros, à Duma da Rússia e aos parlamentos dos países da Parceria Oriental.
[1] JO C 92 E de 20.4.2006, p. 392.
[2] JO L 328 de 6.12.2008, p. 55.
[3] JO C 8 E de 14.1.2010, p. 57.
[4] JO C 137 E de 27.5.2010, p. 25.
PROPOSTA DE RESOLUÇÃO COMUM
apresentada nos termos do artigo 132.º, n.ºs 2 e 4, do Regimento em substituição das  propostas de resolução seguintes: B90097/2019 (PPE); B9098/2019 (ECR); B90099/2019 (S&D); B90100/2019 (Renew) sobre a importância da memória europeia para o futuro da Europa
(2019/2819(RSP))
Michael Gahler, Andrius Kubilius, Rasa Juknevičienė, Željana Zovko, David McAllister, Antonio Tajani, Sandra Kalniete, Traian Băsescu, Radosław Sikorski, Andrzej Halicki, Andrey Kovatchev, Ewa Kopacz, Lukas Mandl, Alexander Alexandrov Yordanov, Andrea Bocskor, Inese Vaidere, Elżbieta Katarzyna Łukacijewska, Vladimír Bilčík, Ivan Štefanec, Liudas Mažylis, Loránt Vincze, Arba Kolari
em nome do Grupo PPE
Kati Piri, Isabel Santos, Sven Mikser, Marina Kaljurand
em nome do Grupo S&D
Michal Šimečka, Frédérique Ries, Ramona Strugariu, Katalin Cseh, Ondřej Kovařík, VladMarius Botoş, Izaskun Bilbao Barandica, JanChristoph Oetjen, Sheila Ritchie, Olivier Chastel, Petras Auštrevičius
em nome do Grupo Renew
Ryszard Antoni Legutko, Anna Fotyga, Tomasz Piotr Poręba, Dace Melbārde, Witold Jan Waszczykowski, Ryszard Czarnecki, Jadwiga Wiśniewska, Bogdan Rzońca, Anna Zalewska, Jacek SaryuszWolski, Grzegorz Tobiszowski, Joanna Kopcińska, Elżbieta Rafalska, Joachim Stanisław Brudziński, Beata Szydło, Beata Mazurek, Andżelika Anna Możdżanowska, Beata Kempa, Patryk Jaki, Charlie Weimers
em nome do Grupo ECR

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Imagem de Nossa Senhora dos inocentes


Por ocasião da Bienal de Arte Sacra Contemporânea, que decorrerá em Menton na França do dia 1 ao 31 de Outubro de 2019, uma imagem de bronze de Nossa Senhora dos Inocentes, da artista Daphné du Barry foi colocada diante do Grande Hotel dos Embaixadores.

Nela vê-se a Virgem Maria que se debruça sobre sete bebés mortos ou crianças que não nasceram, colocados aos seus pés, algumas ainda com o cordão umbilical, recordando o assassinato dos inocentes, vítimas do abortos.


A artista explica que “uma criança é um dom de Deus. Nossa Senhora chora porque aparentemente estas crianças não chegaram a ver o dia. Quis, simplesmente, dar testemunha da beleza que representa a vida”.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

I quaranta martiri di Sebaste


Quale sazietà può mai generare la celebrazione annuale della memoria dei martiri in chi sia devoto di essi, dal momento che l'onore verso i buoni « con-servi » è dimostrazione di amore al comune Signore?
Ci si aspetta infatti che colui che manifestamente approva gli uomini valorosi non mancherà di imitarli in circostanze similari.
Anche tu proclama con convinzione beato colui che ha affrontato il martirio, affinché tu pure divenga martire della volontà e ti renda degno delle medesime ricompense pur senza ( essere sottoposto alla ) persecuzione, al fuoco, ai flagelli.
Non uno solo è proposto alla nostra ammirazione devota, neppure due e nemmeno fino a dieci soltanto giunge il numero di coloro che proclamiamo beati, ma addirittura quaranta uomini sono coloro che dimostrarono di avere quasi un'anima sola in corpi diversi, di respirare all'unisono e in perfetta concordia di fede, unica anche la forza di sopportazione nei tormenti e la costanza a difesa della verità.
Reciprocamente si somigliavano tutti: uguali nell'intendimento, uguali nella lotta; per questo furono ritenuti degni anche di uguali corone di gloria.
Or dunque quale discorso potrebbe mai giungere a lodarli degnamente?
Neppure quaranta lingue basterebbero a decantarne il valore.
Tuttavia se anche uno solo fosse l'oggetto della nostra ammirata celebrazione, sarebbe sufficiente a soverchiare la forza delle nostre parole; figuriamoci una tale moltitudine, una falange di soldati, una guarnigione inespugnabile, invincibile in battaglia così come inarrivabile nella lode!
Narrazione storica
Orsù dunque, riportiamoli con la memoria in mezzo a noi e ai presenti proponiamo di ricavarne comune utilità ponendo sotto gli occhi di tutti, come in un quadro, le gesta di questi eroi.
Infatti oratori e pittori sono soliti rappresentare eroiche gesta di guerra, gli uni con parola ornata, gli altri con pitture su quadri, ed entrambi con ciò indussero molti al coraggio.
Quel che la narrazione storica presenta attraverso l'udito, la pittura esibisce tacitamente attraverso l'imitazione.
Così pure anche noi ricorderemo ai presenti il valore di tali uomini e, quasi ponendo sotto gli occhi le loro gesta, stimoleremo alla loro imitazione i più generosi e più affini per volontà.
Esortare alla virtù i fedeli convenuti è l'encomio ( più bello ) per i martiri.
I discorsi sui santi non tollerano però di essere asserviti alle leggi ( profane ) degli encomi.
Infatti quanti fanno bei discorsi traggono origine e motivo di lodi da cause mondane; ma per coloro per i quali il mondo è crocifisso come vi si potrebbe trovare motivo alcuno di esaltazione?
Non unica era la patria di questi santi, ma chi veniva dall'una e chi dall'altra.
E che? li diremmo apolidi o piuttosto cittadini dell'ecumene?
Come infatti nelle collette delle associazioni, quel che è stato contribuito dai singoli diventa comune contribuzione di tutti i partecipanti, così anche per questi beati la patria di ciascuno è comune a tutti gli altri e, da qualunque luogo siano essi venuti, tutti partecipano della stessa patria.
Anzi, che bisogno c'è di ricercare quale patria abbiano avuto sulla terra, quando invece è necessario comprendere qual è la loro città attuale?
Città dei martiri è la città di Dio, il cui architetto e costruttore è Dio, la celeste Gerusalemme che è libera ed è madre di Paolo ( Gal 4,26 ) e di quanti gli somigliano.
Diversi l'uno dall'altro per parentela fisica, unica per tutti era la parentela spirituale.
Infatti loro padre comune era Dio e tutti divennero tra loro fratelli, non per generazione terrena da un padre e da una madre, ma per l'adozione dello Spirito, tra loro congiunti nella concordia che deriva dall'amore.
Divennero così coro già pronto ad accrescere il gran numero di coloro che in eterno lodano il Signore, confluiti non ad uno ad uno, bensì tutt'insieme.
In qual maniera avvenne una tale confluenza?
Eccellendo fra tutti i coetanei per prestanza fisica, vigore giovanile e forza, costoro furono iscritti nei ruoli dell'esercito; presto per esperienza bellica e coraggio meritarono le più alte onorificenze dagli imperatori, divenendo famosi dappertutto per il loro valore.
Dopo che fu promulgato l'empio e scellerato editto che proibiva di confessare Cristo sotto pena di tormenti, fu minacciata ogni forma di supplizio e contro i cultori di Dio si mosse tutta l'ira e la ferocia dei giudici d'ingiustizia.
Insidie e tranelli si tendevano d'ogni parte, s'apprestavano tormenti d'ogni genere, nessuna pietà negli aguzzini: pronto il fuoco, affilata la spada, piantata la croce, e ancora fosse, ruote e flagelli.
Chi fuggiva, chi soccombeva, chi esitava: alcuni già prima della prova rimasero atterriti dalle sole minacce; altri, invece, in presenza dei supplizi, ne furono sconvolti, altri ancora, cominciata la lotta e non riuscendo a sopportare fino alla fine il supplizio, nel mezzo della battaglia vennero meno e, non diversamente da chi è travolto in alto mare dalla tempesta, nel naufragio persero anche quanto già guadagnato per mezzo della pazienza.
Fu allora che questi invitti e prodi soldati di Cristo, fattisi innanzi, al governatore che mostrava loro l'editto dell'imperatore esigendo obbedienza, con voce spiegata, coraggiosi e impavidi, per nulla atterriti alla vista dei supplizi e insensibili alle minacce, dichiararono di « essere cristiani ».
O lingue beate che proferirono quelle sacre parole!
Le accolse l'aria e ne fu santificata, le ascoltarono gli angeli e plaudirono, il diavolo ne fu ferito a morte assieme ai démoni, mentre il Signore le iscrisse nei cieli.
4 - Ciascuno di loro si fece innanzi e ad uno ad uno dichiararono: « Io sono cristiano ».
E come negli stadi quanti entrano in gara, dopo aver pronunciato l'uno dopo l'altro il proprio nome, passano al posto di combattimento, così anche costoro, ripudiati i nomi assegnati sin dalla nascita, presero ciascuno quello del comune Salvatore.
E così fecero tutti, l'uno dopo l'altro; sicché unico per tutti fu il nome: non il tale o il tal altro, ma tutti quanti si proclamarono « cristiani ».
Egli era abile e astuto: ora circuiva con lusinghe, ora aggrediva con minacce.
Dapprima li lusingava nel tentativo di snervare ostinazione e fermezza della loro fede: « Non vogliate tradire la vostra giovinezza - diceva - e scambiare questa dolce vita con una morte prematura.
Sarebbe infatti assurdo che voi, abituati a primeggiare per valore in battaglia, moriate della morte dei malfattori ».
Inoltre prometteva ricchezze; prometteva anche onori ed elargizioni di dignità a nome dell'imperatore; s'ingegnava infine in mille modi ad espugnarne l'animo.
Poiché quelli non cedevano minimamente dinanzi a tale prova, egli si volse a un'altra specie di armi, passando a minacciare ferite e morte e intollerabili supplizi.
Così ( si comportava ) il governatore.
« Perché o nemico di Dio - dicono - cerchi di allettarci con promesse di beni affinché, ribellandoci al Dio vivo, diveniamo schiavi di démoni esiziali?
Cosa dài che valga ciò che ti premuri di togliere?
Noi abbiamo in odio i doni che procurano danno; non accettiamo onori che generano disonore.
Tu dài ricchezze che rimangono ( su questa terra ) e una gloria che appassisce.
Vuoi renderci familiari dell'imperatore, ma ci estranei dal vero Re.
Perché ci proponi così poco dei beni di questo mondo?
( Sappi che non solo una parte ma ) tutto ciò che è del mondo è da noi tenuto in disprezzo.
Tutto quel che è sottoposto ai nostri occhi non è pari alla speranza che ardentemente ci spinge ».
« Vedi questo cielo come è bello e quanto è grande?
E la terra quant'è, e quante meraviglie contiene?
Nulla di tutto ciò uguaglia la felicità beata dei giusti: le cose terrene passano, quelle cui noi aspiriamo rimangono.
Un solo dono c'infiamma di desiderio: la corona di giustizia; una sola gloria aspettiamo con animo anelante: quella che è nel Regno dei cieli.
Di onori celesti noi siamo bramosi e temiamo quel solo supplizio che è nella geenna: il fuoco che è là ci spaventa, quello da voi minacciato è nostro « con-servo ».
Esso sa aver riguardo per chi disprezza gli idoli ».
« Colpi da fanciulli stimiamo i vostri tormenti.
Infatti tu colpisci il corpo, che sarà coronato di più fulgido serto se più a lungo saprà resistere al supplizio; se, invece, troppo presto verrà meno, se ne andrà libero da voi, giudici così violenti che, avendo ricevuto il compito di governare i corpi, pretendete anche il dominio sulle anime: poiché non anteporvi al nostro Dio è ritenuta da voi la più grave delle offese che noi potessimo arrecarvi, vi sdegnate e minacciate questi terribili supplizi, imputandoci la fede a delitto.
Però troverete in noi gente non timorosa né attaccata alla vita o che facilmente si abbatta, poiché per amore di Dio siamo pronti ad essere stesi sulla ruota, tormentati con l'aculeo, arsi col fuoco e affrontare ogni specie di tormenti ».
Il Martirio
Udito ciò, quell'uomo orgoglioso e barbaro, non tollerando una tale libertà di parola e ardendo d'ira, cercava come potesse escogitare per loro una morte lunga e straziante.
Infine gli venne in mente quest'idea; quanto feroce, vi prego, osservate attentamente.
Considerato il clima già freddo della regione, attraversata in quel tempo dalla stagione invernale, egli attese quella notte in cui più pungente fosse il freddo per il soffiare della tramontana, e ordinò che tutti ( i 40 soldati ), nudi, a cielo scoperto, in mezzo alla città, morissero per congelamento.
Voi tutti sapete, per avere esperienza dei rigori d'inverno, quanto intollerabile sia questo genere di tormento.
Perché non è possibile farlo capire se non a chi per sua propria esperienza abbia già provato i sintomi che sto per dire.
Il corpo, esposto al gelo, dapprima diventa totalmente livido per il coagularsi del sangue, poi è sconvolto da fremiti e brividi; i denti battono, muscoli e nervi si contraggono per lo spasimo, tutto l'organismo necessariamente si rattrappisce.
Inoltre un dolore acuto e un tormento indicibile, penetrando fin nel midollo delle ossa, cagionano i più terribili spasimi a coloro che subiscono il gelo.
Poi le estremità del corpo risultano tagliate e private di ogni sensibilità come fossero arse dal fuoco.
Il calore, respinto dalle parti periferiche, si rifugia nell'interno: donde si ritira lascia la morte, procura dolorosi strazi dove si raccoglie, man mano che avanza la morte per congelamento.
Furono condannati a trascorrere la notte a cielo scoperto allorquando lo stagno, intorno al quale era stata costruita la città in cui questi santi martiri dovevano affrontare tale prova, appariva trasformato dal ghiaccio in una piana transitabile con cavalli e, fattosi solido e duro, offriva sulla sua superficie sicuro transito agli abitanti.
I fiumi scorrenti giù dai monti, bloccati dal ghiaccio, si erano fermati: la natura molle dell'acqua si era cambiata nella durezza della pietra e violenti venti di tramontana opprimevano fino alla morte ogni essere animato.
Allora udito il comando - considera, ti prego, l'invitto coraggio dei nostri uomini! -, con gioia si spogliarono tutti finanche della tunica e s'avanzarono incontro alla morte per gelo, incoraggiandosi reciprocamente come per far preda di spoglie nemiche.
« Non del vestito - dicono - noi ci spogliamo, ma del vecchio uomo che si corrompe dietro le passioni ingannatrici.
Ti ringraziamo, o Signore, perché con questo vestito noi deponiamo il peccato.
Poiché ci vestimmo a causa del serpente, per Cristo ora noi ci spogliamo.
Lasciamo perdere i vestiti per ( riacquistare ) il paradiso che una volta perdemmo.
Cosa renderemo al Signore in contraccambio?
Anche il Signore nostro fu spogliato.
Quale gran cosa per il servo soffrire i patimenti del padrone?
Per di più proprio noi abbiamo spogliato il Signore.
Infatti quella fu scellerata impresa di soldati, che lo spogliarono e ne divisero le vesti.
Pertanto cancelliamo questa imputazione registrata a nostro carico per causa loro ».
« Duro è l'inverno, ma dolce è il paradiso; doloroso è il gelo, ma dolce è il riposo ( eterno ).
Ancora un poco e il seno del patriarca ( Abramo ) ci riscalderà.
Una sola notte vale bene l'intera eternità.
Bruci ( per il gelo ) il piede perché possa in perpetuo danzare con il coro degli angeli; si stacchi pure ( per insensibilità ) la mano perché possa levarsi ( in preghiera ) a Dio in libertà.
Quanti nostri commilitoni caddero sul campo per mantenere fede a un imperatore mortale, e noi non getteremo via questa vita per la fede nel vero Re?
Quanti delinquenti, sorpresi in flagrante, sopportarono la morte?
Non la sopporteremo noi per la giustizia?
Non cediamo, o commilitoni, non offriamo le spalle al diavolo.
Nessun risparmio per le nostre carni: dal momento che in ogni caso bisogna morire, moriamo almeno per vivere.
Il nostro sacrificio avvenga al tuo cospetto, o Signore, e saremo accolti come sacrificio vivente a te gradito mentre in questo freddo siamo offerti in olocausto: bella l'offerta, nuovo l'olocausto, non dal fuoco ma dal gelo consumato ».
Questi conforti si davano l'un l'altro, esortandosi a vicenda: trascorrevano così la notte come se adempissero ad un servizio di guardia in guerra, eroicamente sopportando le sofferenze presenti e lieti per i beni sperati, infine irridendo l'avversario.
Una preghiera era sulle labbra di tutti: « Quaranta siamo entrati nello stadio, quaranta ne dobbiamo uscire coronati, o Signore.
Neppure uno manchi a quel numero venerando che tu hai onorato con un digiuno di quaranta giorni, attraverso il quale la Legge entrò nel mondo ed Elia nel digiuno di quaranta giorni cercò il Signore e fu fatto degno di vederlo »
Nondimeno uno del numero, soccombendo alla violenza del supplizio, disertò, arrecando ai santi un indicibile dolore.
Però il Signore non permise che le loro suppliche restassero inefficaci.
Infatti colui al quale era stata affidata la guardia dei martiri, mentre si riscaldava nei pressi di un ginnasio, ne osservava la fine, pronto ad accogliere i soldati che avessero voluto sfuggire alla morte.
Era stato provveduto che lì vicino vi fosse un bagno, nel quale offrire pronto soccorso a coloro che avessero mutato proposito.
Un tale luogo di prova fu malvagiamente escogitato e apparecchiato dagli avversari affinché il pronto sollievo offerto valesse a piegare la fermezza dei combattenti: ciò mostrò più insigne la sopportazione dei martiri.
Costante infatti non è colui che manca del necessario, ma chi nell'abbondanza dei beni affronta saldamente le avversità.
7 - Mentre dunque essi combattevano la suprema prova, la guardia ne osservava l'esito.
Or ecco che egli vide uno spettacolo nuovo: milizie che scendevano dal cielo come per distribuire a nome del re splendidi doni ai soldati.
A tutti distribuivano i loro doni fuorché ad uno solo, giudicato indegno degli onori celesti, quello, cioè, che soccombendo al dolore, disertò verso il campo avversario.
Miserando spettacolo per i giusti: un soldato divenuto disertore, uno dei primi e dei più forti fatto prigioniero, una pecorella di Cristo ghermita dal lupo!
E tanto più miserando perché egli fallì il traguardo della vita eterna senza neppure godere di quella presente perché il contatto repentino con il calore ( dell'acqua ) subito dissolse le sue carni.
E mentre per amore della vita, inutilmente resosi colpevole, quello cadde, a sua volta il carnefice, appena lo vide staccarsi dal gruppo e correre verso il bagno, prese egli stesso il posto del disertore e, gettate le vesti, si mescolò agli altri denudati gridando al pari dei santi: « Sono cristiano! ».
Stupendo gli astanti per l'improvvisa conversione, egli finalmente ricompose il numero ( di quaranta ) e con la sua aggregazione lenì il dolore per l'altrui cedimento, in ciò imitando coloro che in battaglia si slanciano a ricoprire il posto lasciato vuoto sulla linea di combattimento dal soldato caduto in prima fila affinché lo schieramento non si rompa.
Altrettanto fece costui.
Vide i prodigi celesti, conobbe la verità, si rifugiò nel Signore, fu annoverato fra i martiri.
Rinnovò le gesta dei discepoli: andò via Giuda, subentrò Mattia.
Divenne imitatore di Paolo: ieri persecutore, oggi evangelizzatore.
Anche lui ricevette dall'alto la chiamata, non dagli uomini, né per mezzo degli uomini.
Credette nel nome di nostro Signore Gesù Cristo, in lui fu battezzato, non da un altro, ma dalla propria fede, non nell'acqua, ma nel proprio sangue.
Così alla prima luce del giorno, mentre ancora respiravano, ( i corpi dei martiri ) furono dati alle fiamme e i resti carbonizzati furono gettati nel fiume, sicché la lotta sostenuta dai beati passasse attraverso tutti gli elementi.
Combatterono sulla terra, a cielo scoperto resistettero alla prova, furono consegnati al fuoco, li accolse infine l'acqua.
A loro appartiene quanto dice la Scrittura: Passammo attraverso il fuoco e l'acqua ma poi ci hai portati al refrigerio.
Essi serbano sotto il loro patrocinio la nostra regione come torri poste l'una accanto all'altra ad offrirci sicura difesa dall'assalto degli avversari, perché non si rinchiusero in un solo luogo, bensì ospitati in molti siti adornarono molte città.
Ed è straordinario che non separati vengono a chi li riceva, ma uniti fra loro insieme tripudiano.
Oh, prodigio! Non diminuiscono di numero, neppure aumentano.
Se tu li dividi in cento parti, non oltrepassano il loro numero; se in uno li raccogli, anche così rimangono in quaranta; similmente alla natura del fuoco.
Anche il fuoco, infatti, passa a chi ne attinge eppure resta tutto intero presso chi lo aveva dapprima; così pure i quaranta stanno tutti insieme e nessuno manca presso il singolo ( fedele che li invochi ): ( è questo ) un beneficio tutt'altro che lesinato, un dono che mai si esaurisce, pronto ausilio per i cristiani è tale accolta di martiri, schiera di trionfatori, coro di lode a Dio.
Quanto t'affaticasti ( o fedele ) per trovare uno che supplicasse per te il Signore?
( Ecco che ) ben quaranta sono coloro che innalzano ( per te ) una preghiera concorde: Dove sono due o tre radunati nel nome del Signore, egli è lì in mezzo a loro.
Dove sono in quaranta, chi potrebbe dubitare della presenza di Dio?
Chi è nell'afflizione ricorre ai quaranta, anche chi è nella letizia a loro accorre: il primo per trovare liberazione dai mali, il secondo perché gli sia conservata la prosperità.
Qui trovi la donna pia pregare per i figli e chiedere il ritorno per il marito lontano, o la salute, se malato.
Unite le vostre preghiere con quelle dei martiri.
I giovani imitino tali coetanei; i padri implorino di essere padri di tali figli, le madri apprendano il comportamento di un'ottima madre.
Infatti la madre di uno di quei beati, avendo visto tutti gli altri già morti per il freddo, mentre il figlio suo respirava ancora ( forse ) perché più robusto e resistente alla sofferenza, e ( temendo che ) i carnefici lasciassero in vita uno che avrebbe potuto ( in simili condizioni ) mutare proposito, sollevatolo con le sue stesse mani, lo depose sul carro, su cui tutti gli altri erano stati adagiati per essere condotti alla pira: vera madre di un martire!
Non una lacrima di paura ella versò, né proruppe in lamenti indegni e inopportuni, ma « vai - disse -, o figlio, per la buona strada assieme ai coetanei, assieme ai compagni: non separarti dal coro né comparire secondo rispetto agli altri dinanzi al Signore! ».
Germoglio buono di radice davvero buona!
Mostrò quella madre generosa di aver allevato il figliuolo molto più con gli insegnamenti della pietà che con il latte.
Come era stato nutrito, così fu avviato dalla pia madre ( all'estremo supplizio ), mentre il diavolo si allontanava umiliato.
Infatti pur avendo egli mosso ogni elemento della natura contro i martiri, trovò che tutti erano stati superati e vinti dalla virtù e dal coraggio di tali uomini: la notte sferzata dal vento ( di tramontana ), il clima freddo del luogo, la stagione invernale, la nudità del corpo.
O coro santo, sacra schiera, serrata e compatta falange, protettori comuni del genere umano, buoni sodali delle nostre quotidiane cure, compagni delle nostre preghiere, intercessori potentissimi, astri dell'ecumene, fiori delle Chiese!
La terra non vi ricoprì, vi accolse il cielo: per voi si aprirono le porte del paradiso.
Spettacolo degno delle milizie angeliche, degno dei patriarchi, dei profeti e dei giusti questi uomini che nel fiore medesimo della giovinezza disprezzarono la vita per poter amare il Signore al di sopra dei genitori e dei figli.
Pur essendo in età la più dolce da vivere, disdegnarono questo temporaneo soggiorno per lodare Dio nelle proprie membra; divenuti spettacolo dinanzi al mondo, agli angeli e agli uomini, risollevarono i caduti, confermarono i dubbiosi, raddoppiarono l'ardore nei seguaci della fede.
Finalmente avendo innalzato tutti un unico trofeo alla pietà, di un'unica corona di giustizia sono stati anche adornati in Cristo Gesù nostro Signore, a cui sia gloria e potenza nei secoli dei secoli. Amen. (San Basilio Magno di Cesarea, I quaranti Martiri di Sebaste)

domingo, 6 de outubro de 2019

A inveja: já pensou nisto?


“A galinha do vizinho é sempre mais gorda do que a minha!”. Este adágio popular exprime a inveja que vai nos corações, quando comparamos a nossa vida com a dos outros.

Hoje em dia, com as redes sociais, facebook, instagram, snapchat, etc., muitas pessoas tendem a ostentar e apresentar o melhor da vida, como se nela só houvesse momentos bons. Ora, ao expormos só um lado da nossa vida, criamos nos outros um enorme sentimento de invídia.

Por um lado, invejamos o que os outros têm e não nos demos conta de tudo aquilo que lhes falta. Por outro lado, consideramos em nós o que não temos e não recordamos e agradecemos a Deus por tudo aquilo o que temos.

Para sermos justos e imunes à inveja, devemos considerar os privilégios que temos, todos os bens espirituais e materiais recebidos, e pensarmos que a ninguém Deus deu a plenitude de dons, que só teremos no Céu.

Não tenho saúde? Procure ver as qualidades e bens que tem e pense nas milhares de pessoas que não têm sequer meios de ir a um médico! Não tem posses ? Veja como a sua saúde é robusta e como existem milhares de pessoas que vivem com muito menos meios e que não possuem o vigor que Deus lhe deu . Não recebe glória e reconhecimento dos amigos e da sociedade ? Mas veja como a sua família o(a) quer bem e o trata com carinho...

Como a vida de um invejoso seria diferente se ele pensasse em como Deus dispôs as coisas de maneira a que cada condição tenha, de um lado, as suas vantagens e benefícios e, de outro lado, as suas carências e inconvenientes. Se ele assim fizesse, agradeceria a Providência divina pela vida que tem, modesta ou mais abastada, e olhando para o Céu poderia sonhar com os dons inexprimíveis que Deus reserva aos seus fiéis adoradores. E esta perspectiva faria com que ele deixasse de ter inveja dos benefícios espirituais e materiais que os outros receberam. 
Já pensou nisto?