“A terra está cheia, Senhor, da tua misericórdia; ensina-me as tuas vontades" (Sl 118,64). Como é que a terra está cheia desta misericórdia do Senhor senão pela Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, cuja promessa o Salmista, que a via de longe, de alguma maneira celebra? Está cheia dela porque a remissão dos pecados foi dada a todos. O sol tem ordem para se erguer sobre todos e é isso que acontece todos os dias. Com efeito, foi para todos que se ergueu em sentido místico o Sol de Justiça (Ml 3,20); veio para todos, sofreu por todos, por todos ressuscitou. E, se sofreu, foi certamente para “tirar o pecado do mundo” (Jo 1,29)…
Mas, se alguém não tem fé em Cristo, priva-se a si mesmo deste benefício universal. Se alguém, fechando as suas janelas, impede os raios de sol de entrar, não se pode dizer que o sol não nasceu para todos, pois esta pessoa fugiu do seu calor. No que diz respeito ao sol, não se deixa atingir por ele; quanto ao que tem falta de sabedoria, esse priva-se da graça de uma luz proposta a todos.
Deus faz-se pedagogo; ilumina o espírito de cada um, derramando nele a luz do seu conhecimento, com a condição, todavia, de que abras a porta do teu coração e acolhas a claridade da graça celestial. Quando duvidas, apressa-te a procurar porque “aquele que procura encontra e, àquele que bate, abrir-se-á" (Mt 7,8).
Santo Ambrósio (cerca de 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja - Sermão 8 sobre o salmo 118
O cristianismo não é uma coisa do passado, vivido como se olhássemos sempre para trás, para os tempos evangélicos, mas sempre novo, pois está marcado pela presença constante de Jesus Cristo, que está no meio de nós, e que é de hoje, ontem, amanhã e toda a eternidade. Na história da humanidade, encontramos “pegadas” de Deus. Este blogue procura, humildemente, mostrar alguma delas.
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