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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Tu és Pedro




Neste mundo cada vez mais agitado, em que fugitiva se encontra a verdadeira paz, nascida da tranquilidade na ordem, a figura do Papa Bento XVI é a afirmação categórica da perenidade da Igreja.
Vinte e um séculos já se passaram…
E, a barca de Pedro, assolada por tremendas tempestades, a que força humana jamais poderia resistir, permanece incólume sobre as vagas do mar encapelado deste século XXI agitado furiosamente pelo materialismo, ateísmo, amoralidade, individualismo e indiferentismo religioso.
Vinte e um séculos de luta! Vinte e um séculos de vitória!
Durante dois mil anos, alguns homens têm trabalhado afanosamente para destruir a Igreja de Cristo.
Como nos primeiros tempos do cristianismo, também hoje as potências do inferno, numa luta sem tréguas, procuram aniquilar, se isso fosse possível, a Igreja de Deus.
Perseguem-se os cristãos, matam-se e caluniam sacerdotes, ultrajam-se os religiosos, profanam-se as religiosas, prendem-se bispos e padres, desorientam-se as inteligências mal formadas com falsas teorias, enfraquecem-se as vontades com o indiferentismo ou o relativismo religioso, envenenam-se as consciências com os média, ou com a internet, destroem-se as imagens sagradas, ultraja-se sacrilegamente o divino Prisioneiro do Amor e incendeiam-se templos com o intuito diabólico de destruir a Igreja de Cristo.
E os séculos passam e caem os homens, vencidos pela morte, comparecendo a juízo perante o Senhor que perseguiram. E, enquanto desmoronam-se as suas falsas teorias, os mártires e os santos são glorificados e a Igreja prossegue a sua obra de paz, de amor, de salvação e de bênção.
Primado do Papa
"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18).
Foi esta a promessa feita há vinte e um séculos por Cristo, ao fundar a sua Igreja como sociedade perfeita, com o objetivo único de conduzir os homens para a vida eterna, sobre a rocha inabalável de Pedro.
A Igreja, por vontade de Cristo, é uma casa que deve ser edificada; um reino dos céus que deve ser governado; uma religião que ata ou desliga os laços sociais no próprio Céu” (Joachim Salaverri, Sacrae Theologiae Summa, Madrid, 28, 1952, p. 727).
Pedro, pois, por mandato expresso do Senhor, foi constituído como a pedra angular, o fundamento natural e o princípio de unidade deste maravilhoso edifício, erguido pelas mãos divinas. Ele é o ecónomo, o vice-rei deste reino, cujo soberano é o próprio Deus ou o árbitro supremo, para decidir em todas as questões de religião.
 “Jesus Cristo prometeu a Pedro o sumo pontificado da Sua Igreja” (Leão XIII, Satis congnitum).
Poucos dias depois da sua Ressurreição conferira, direta e imediatamente para toda a sua Igreja, o primado a Pedro ao dar-lhe o poder de apascentar a sua grei: “Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo. Disse-lhe:  Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21, 15-17).
Os cordeiros e ovelhas de Cristo não são outra coisa senão os fiéis, como o próprio Senhor explica na parábola do bom Pastor, onde as ovelhas, são aqueles que O conhecem, seguem e amam apaixonadamente.
“Embora Cristo ~como diz São Cipriano – depois da sua Ressurreição, a todos os apóstolos conferiu igual poder, todavia, para que se manifestasse a unidade, pela sua autoridade, colocou o princípio dessa unidade num, constituindo uma cátedra” (S. Cirpino, De catholicae Ecclesiae unitate, apud Balverri Sacrae Theologiae Summa, Madrid, 1952, p. 567).
São Jerónimo acrescenta que sobre Pedro foi fundada a Igreja; e, embora o que Cristo conferira aqui a Pedro, o mesmo seja dado a todos os apóstolos noutro lugar, todavia elegeu, dentre os doze, um, como cabeça (S. Jerónimo, Adversus Joviniarum, 1, 26, ML,XXIII, col. 247).
E de Santo Efrem este testemunho tão claro e expressivo: “Simão, meu discípulo, eu te constitui fundamento da Santa Igreja. Chamei-te antes pedra, porque susterás todos os edifícios. Tu és o inspetor daqueles que edificam a Igreja na terra. Se algo de mau quiserem edificar, tu, fundamento, reprime-os. Tu és a cabeça da fonte da qual dimana minha doutrina, tu és a cabeça dos meus discípulos” (S. Efrem, Sermones in Hebdomadam sanctum, 41, edit. Lamy, p. 412).
Verdadeiramente, Pedro na Terra é o Vigário de Cristo porque obteve aquele mesmo poder que o Senhor teve na terra por direito próprio.
E ao criar a Igreja tendo Pedro por cabeça, como sociedade hierárquica e monárquica, constituiu-a duradoura até ao fim dos séculos, de tal maneira que na sua essência jamais poderá desfalecer: “Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos” (Mt. 18, 20).
Porque goza de especial assistência de Deus até ao fim do mundo, e porque conta com a promessa de Cristo de que as portas do inferno jamais prevalecerão contra Ela, a sua Igreja durará até ao fim dos séculos.
O Papa, sucessor de São Pedro
Mas se a Igreja é perene, sendo o Primado o seu fundamento, este forçosamente será também perene.
Já dizia São Leão Magno: “Pedro, através dos tempos e sempre, vive nos seus sucessores e exerce o seu juízo”.
Necessário se torna, pois, que exista alguém que, obtendo por direito divino este Primado, o perpetue através dos séculos.
E se não fora o Romano Pontífice, a ninguém mais se atribuiria tal sucessão.
Por isso, o Papa é, realmente, e por direito divino, o sucessor de São Pedro, o doce Cristo na terra, como lhe chamou Santa Catarina de Sena.
Sempre a Igreja o reconheceu como tal e sempre a sua autoridade se exerceu sobre a Igreja universal, como comprovam inúmeros documentos de todos os tempos.
Santa Inácio mártir, na sua carta aos Romanos, saúda a Igreja de Roma com gloriosos epítetos, reconhecendo, assim, implicitamente, a preeminência desta sobre as outras igrejas da cristandade.
Santo Irineu afirma que a suprema autoridade em questões de doutrina, pertence, unicamente, à Sé de Roma.
São Cipriano, combatendo os cismáticos que negavam a unidade da Igreja, diz que “uma única Igreja, e uma única cátedra pela voz do Senhor, foi fundada sobre Pedro”, ao mesmo tempo que chama à Sé de Roma, “Cátedra de Pedro e igreja principal, onde se origina a unidade sacerdotal”.
O Papa é, pois, por direito divino, o sucessor de São Pedro, o chefe supremo da Cristandade, a quem Deus confiou o supremo poder de reger, santificar e governar a sua Igreja.
Por isso, os cristãos o veneram e amam.
Dizia, por exemplo, Mendès France, descendente de uma família portuguesa, Primeiro ministro da França em 1954, após o seu encontro com o Papa Pio XII: “Só hoje conheci a verdadeira grandeza!”
Também o grande estadista Winston Churchill, depois da sua receção pelo Papa, afirmava: “Acabo de me encontrar com o maior homem do mundo”.
Hoje em dia, podemos dizer de Bento XVI que é, de fato, a figura máxima da humanidade.
A sua missão, porque divina, é missão de paz e de concórdia entre os homens, missão de justiça e de amor, num mundo afogado no prazer e no vício.

sábado, 3 de novembro de 2012

A solicitude da Providência Divina para com o homem

O eterno Pai, com inefável benignidade, volveu o seu olhar de clemência para esta alma, dizendo-lhe:

“Filha caríssima, quero usar de misericórdia para com o mundo e exercer a minha providência para com os homens em todas as suas aspirações. Mas o homem, ignorante, orienta para a morte o que Eu dou para vida, e assim se torna cruel para consigo mesmo; apesar disso, continuo sempre a exercer para com ele a minha Providência. Por isso quero que o saibas: tudo o que faço ao homem procede da minha infinita Providência.

Com providência o criei e, ao contemplar-Me nele, fiquei encantado com a beleza da minha criatura, porque foi do meu agrado criar o homem à minha imagem e semelhança com especial providência.

Dotei-o de memória para que recordasse os meus benefícios e tornei-o participante do meu poder de Pai eterno. Dotei-o também de inteligência, a fim de que, na sabedoria de meu Filho, conhecesse a minha vontade e compreendesse a ardente caridade paterna com que distribuo todas as minhas graças. Dotei-o ainda de vontade para amar, fazendo-o participante da clemência do Espírito Santo, para que pudesse amar o que vê e compreende com a sua inteligência.

Tudo isto é obra da minha suave Providência, tendo apenas em vista tornar o homem capaz de Me conhecer e amar na alegria inefável da minha visão eterna. Entretanto, como já te disse outras vezes, as portas do Céu fecharam-se pela desobediência de vosso primeiro Pai, Adão, e por causa desta desobediência vieram ao mundo todos os males.

Para libertar o homem da morte causada pela sua desobediência, providenciei com toda a clemência, dando-vos o meu Filho Unigénito, para remediar por meio d’Ele as vossas necessidades. Exigi-Lhe uma grande obediência para libertar a humanidade daquele veneno, que, pela desobediência do vosso primeiro pai, tinha alastrado pelo mundo. Cheio de amor pelo homem e com verdadeira obediência, Ele entregou-Se generosamente à morte ignominiosa da sacratíssima cruz; e, mediante a sua morte santíssima, deu-vos a vida, não pela eficácia da natureza humana mas pelo poder da sua divindade”.
Do diáologo de Santa Catarina de Sena, sobre a Divina Providência (Cap. 134, ed. Latina, Ingolstad 1583, ff. 215v-216) 2º Leitura do Sábado da XXX semana do Tempo Comum.

A misericórdia e a paciência de Deus


Rei Salomão - Livro da Sabedoria
Tudo dispusestes, Senhor, com número, peso e medida. O vosso grande poder está sempre à vossa disposição. Quem poderá resistir à força do vosso braço? Diante de Vós, o mundo inteiro é como um grão de areia na balança, como a gota de orvalho da manhã caindo sobre a terra.

De todos Vos compadeceis porque sois omnipotente e, a fim de trazer os homens à penitência, não olhais para os seus pecados. Vós amais tudo quanto existe e não odiais nada do que fizestes; porque, se odiásseis alguma coisa, não a teríeis criado. E como poderia subsistir, se Vós não a quisésseis? Vós tratais com indulgência todas as coisas, porque tudo é vosso, Senhor, que amais a vida.

O vosso espírito incorruptível está em todas as coisas. Por isso castigais brandamente aqueles que caem e advertis os que pecam, recordando-lhes os seus pecados, para que se afastem do mal e acreditem em Vós, Senhor. Não é por temor de alguém que tardais em castigar as suas faltas. Quem ousaria perguntar: “Que fizestes?”. Quem se oporia à vossa sentença? Quem poderia acusar-Vos pela destruição de povos que criastes? Ou quem se levantaria contra Vós, para defender homens culpados?

Não há Deus, além de Vós, que tenha cuidado de todas as coisas; a ninguém tendes de mostrar que não julgais injustamente. Não há rei nem soberano que possa enfrentar-Vos em defesa daqueles que castigastes.

Vós sois justo e tudo governais com justiça; e julgais indigno do vosso poder  condenar quem não merece castigo. O vosso poder é o princípio da justiça, e o vosso domínio soberano torna-Vos indulgente para com todos. Mostrais a vossa força aos que não acreditam na vossa omnipotência e confundis a audácia daqueles que a conhecem. Mas Vós, o Senhor da força, julgais com bondade e governais-nos com muita indulgência, porque sempre podeis usar da força quando quiserdes. Agindo deste modo, ensinastes ao vosso povo que o justo deve ser humano, e aos vossos filhos destes a esperança feliz de que, após o pecado, dais tempo para o arrependimento.
Leitura do Livro da Sabedoria 11, 21b – 12, 2.11b-19 - Leitura do Sábado da XXX semana do Tempo Comum