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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Amor Divino

Não me move, meu Deus, para Te querer

A promessa do Céu apetecido,

Nem as penas do inferno, tão temido,

Para deixar por isso de Te ofender.

Tu me moves, Senhor, move-me o ver-Te

Pregado nessa cruz e escarnecido,

Move-me ver o Teu corpo tão ferido,

Ver-Te cheio de afrontas, morto, inerte!

Une-me ao Teu amor tão fundo enlace,

Que se o Céu, que se inferno não houvera,

Não faria com que eu Te não amasse.

Não és o meu devedor. Alma sincera,

Se o que espero de ti, não o esperasse,

Assim como Te quero, Te quisera!

(Poema atribuído a São Francisco Xavier ou a Santa Teresa de Ávila, Almanaque de Santo António para o Ano de 1908, 1907, p. 273, traduzido do espanhol)