Quando as mulheres entram no sepulcro, tomam parte no acto de sepultar Jesus, tornam-se participantes da própria Paixão. Ao saírem do sepulcro, erguem-se na fé antes de ressuscitarem na cerne. "Deixaram o túmulo, trémulas e cheias de alegria"... A Escritura diz: "Servi o Senhor com temor e estremecei de júbilo por ele" (Sl 2,11).
"E Jesus veio ao seu encontro e disse-lhes: "Salve!" Cristo vem ao encontro daquelas que correm com fé, para que reconheçam com os seus olhos Aquele em quem tinham acreditado pela fé. Quer confortar com a sua presença aquelas que tinham ficado a tremer pelo que lhes tinha sido dito... Vem ao seu encontro como um mestre, saúda-as como um familiar, devolve-lhes a vida por amor, guarda-as pelo temor. Saúda-as para que o sirvam amorosamente, para que o receio não as faça fugir. "Salve!" "Elas aproximaram-se e agarraram-lhe os pés"... "Salve!", quer dizer: Toquem-me. Quis ser agarrado, Ele que suportou que o amarrassem...
Diz-lhes: "Não temais". O que o anjo tinha dito, o Senhor di-lo também. O anjo tinha-as confirmado, Cristo vai torná-las mais fortes ainda. "Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá me verão". Erguendo-se de entre os mortos, Cristo tomou consigo o homem, não o abandonou. Chama-lhes, por isso, seus irmãos, àqueles que pelo corpo tinha tornado seus irmãos de sangue; chama-lhes irmãos, àqueles que adoptou como filhos de Seu Pai. Chama-lhes irmãos, àqueles que, como herdeiro pleno de bondade, quis tornar seus co-herdeiros.
S. Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja - Sermão 80
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