Eu via essa obra-prima admirável das mãos de Deus, a Virgem Santíssima, toda cheia do Espírito Santo desde o seu nascimento..., e as operações do Espírito Santo agindo nela, comunicando-se a ela em plenitude. E considerava aquela santa alma de Maria, cumprindo todos os seus deveres para com Deus desde o seu nascimento. Ela aparecia-me oferecendo-se a Deus e oferecendo com ela toda a Igreja, de quem um dia seria Mãe; de tal forma que, nessa vontade, nós já estávamos compreendidos, santificados e consagrados a Deus pela oferenda que Maria tinha feito de si mesma, ao consagrar-se a Deus em tudo o que era e em tudo o que nunca seria. Parecia-me, seguindo esta via, que devíamos ratificar essa oferenda, entregarmo-nos a Deus como ela se entregou e consagrarmo-nos a Ele tão fielmente como ela o fez, por si mesma e por nós. Que alegria no coração de Deus, dizia eu em mim mesmo, por uma oferenda tão santa como a da Virgem Maria! Que doce presente o de um coração tão amoroso e tão vasto que, só ele, contém mais amor e apresenta mais deveres do que todos os anjos juntos! Porque Maria apresenta a Deus a sua alma que contém Jesus e toda a sua Igreja...
Ó Virgem Santa, verdadeira morada de Deus, que conteis em vós toda a Igreja, nós não podemos exprimir a glória e a grandeza da vossa alma! Ela é tão amável diante dos olhos de Deus, que todo aquele que vos conheça... pode esperar misericórdia.
Jean-Jacques Olier (1608-1657), fundador dos padres de S. Sulpício - Carta nº 30
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