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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

As ervas daninhas

Os pés de vinha são ligados e empados, os sarmentos voltados de cima para baixo, presos a sólidas estacas. É desse modo que podemos compreender a vida santa e doce e a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, que deve ser, em todas as coisas, o sustento do homem de bem. O homem deve ser curvado, o que há nele de mais elevado deve ser abaixado, ele deve afundar-se em verdadeira e humilde submissão, do fundo da sua alma. Todas as nossas faculdades, interiores e exteriores, as da sensibilidade e da avidez, bem como as nossas faculdades racionais, devem estar ligadas, cada qual no seu lugar, numa verdadeira submissão à vontade de Deus.

Em seguida, remexe-se a terra em redor dos pés da vinha e limpam-se as ervas daninhas. Também o homem deve ser limpo, mantendo-se profundamente atento àquilo que ainda possa ter de ser arrancado do fundo do seu ser, para que o Sol divino possa aproximar-se mais dele, e nele brilhar. Se deixares que a força do alto faça a sua obra, o sol aspira a humidade do solo para a força vital escondida na madeira, e surgem cachos magníficos. Depois, o sol age através do calor sobre os cachos, que se desenvolvem
em flores. E estas flores exalam um perfume nobre e benfazejo. […] Então, o fruto torna-se indescritivelmente doce. Que tal nos seja dado a todos.

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo - Sermão 7

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