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sábado, 27 de abril de 2024

Manipulação, desinformação: Os avanços tecnológicos não conseguem mudar a natureza humana


 

A internet, as redes sociais e as gigantescas organizações de informação, fazem chegar a todos os recantos do mundo, notícias e o relato vivo de acontecimentos das mais diversas áreas da nossa civilização. Com o avanço tecnológico, poder-se-ia pensar que não poderia haver uma opinião pública mais esclarecida do que a nossa e, consequentemente, suporíamos estar imunes a mistificações ou deturpações da verdade dos fatos e das ideias.

A realidade, entretanto, é bem outra, e por uma razão bem simples e evidente. Os avanços tecnológicos, por mais maravilhosos que sejam, não conseguem mudar a natureza humana. Um indivíduo sem escrúpulos, com segundas intenções e enganador, continuará sempre trapaceiro e sem escrúpulos. E do ponto de vista informativo, publicitário ou do marketing, a melhoria dos meios de comunicação vem justamente concorrer para aumentar o raio de ação da maldade dos mal-intencionados e dos manipuladores.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com a máquina publicitária da revolução francesa, com a tomada da Bastilha. Festeja-se no dia 14 de julho, a grande vitória da Revolução Francesa, com uma mentira: não foi um golpe contra a tirania, mas a libertação de sete presos, sendo quatro falsários, que tinham sido transferidos da prisão do Châtelet; dois loucos que deveriam estar no Hospital para doentes mentais de Charenton e o conde de Solages, um nobre acusado de um crime monstruoso, que a família, para não ver o nome desonrado, pagava uma pensão para o manter na prisão.

O que dizer da propaganda ou da constante desinformação da Alemanha nazi? Quem hoje ainda duvida da veracidade dos fatos com relação à perseguição aos católicos no “Terceiro Reich”? Quantos ainda acreditam na mentira da “luta contra o bolchevismo”, que era um dos slogans de Goebbels? Que dizer dos recursos publicitários empregados pela Rússia soviética para encobrir a pobreza do povo, o que realmente se passava nos bastidores do Kremlin ou nos campos de concentração?

Hoje vivemos numa época em plena mutação. Quando os jornais e televisões tinham o monopólio da verdade e a interpretação única dos fatos, ninguém duvidava, repetiam-se certos slogans de propaganda ideológica, aceitavam mudanças radicais de comportamentos e pouquíssimas pessoas contestavam. Agora, a política, a economia e a propaganda continuam a ser dirigidas e manipuladas, mas a diversidade de fontes de informação, de opiniões, de pontos de vista, tornou os povos mais céticos. A conspiração contra a verdade continua, mas o seu efeito sobre os homens parece ser menor.

O que teria acontecido se, durante a campanha de calúnias e desinformação lançada contra Nosso Senhor Jesus Cristo, que levou o povo a pedir a sua morte, tivesse surgido um grupo de pessoas que organizasse o que hoje chamamos de uma campanha publicitária, mostrando os milagres, a bondade e misericórdia do nosso Salvador? Não podemos saber, mas suponho que o povo não teria agido da mesma maneira. Agora uma coisa é certa: se tivesse vivido naquela altura e este grupo existisse, faria certamente parte dele!

quinta-feira, 25 de abril de 2024

25 de abril: São Marcos (Evangelista) e Santo Aniano (Padroeiro dos sapateiros), ligados durante vida e até depois da morte

 



Após a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, os Apóstolos partiram pelo mundo inteiro, pregando a caridade, o amor, a crença num Deus único e a expectativa de uma outra vida eterna.

Como todas as obras boas, em todos os tempos, também sobre os discípulos de Cristo, abateu-se a perseguição.

Em Roma, sob Nero, no dia 29 de junho do ano de 67, São Pedro, tido como judeu, isto é, de condição vil, foi crucificado de cabeça para baixo, no monte Janículo, e São Paulo, como era cidadão romano, teve a cabeça cortada.

Um dos discípulos de São Pedro, São Marcos, que escreveu o Evangelho em Roma, foi para Alexandria, pregar a nova fé. Nesta cidade, durante uma das suas deslocações, uma das tiras da sua sandália rompeu-se. São Marcos entrou na casa de um sapateiro, que se encontrava nas cercanias, e implorou-lhe que consertasse o seu calçado, o que o artesão fez prontamente.

Aniano, esse era o nome do sapateiro, sentiu uma perturbação involuntária ao ver o Evangelista. Esticou a pele, pousou o furador, que escorregou e feriu-lhe as mãos. Pela dor e pela lesão causada, lançou um brado lancinante: “Ó Deus Único!”

O Evangelista perguntou ao sapateiro se ele compreendia o valor da sua invocação. Enquanto cobria a ferida do sapateiro, fez sobre ela um sinal da Cruz que, segundo a tradição, cicatrizou instantaneamente. Diante do enlevo e da enorme admiração de Aniano, São Marcos explicou-lhe em algumas palavras os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. O sapateiro pediu para se tornar cristão e, algum tempo depois do encontro providencial com São Marcos, foi batizado, abraçando com o entusiasmo de um coração ardente a religião cristã; e, graças a uma inteligência privilegiada, foi um grande pregador.

A paciência, a caridade, a coragem e o talento de pobre sapateiro renderam-lhe a estima especial de São Marcos, que fez dele o seu coadjutor no bispado de Alexandria.

Quando o evangelista morreu, segundo alguns autores, ou quando partiu para Pentapolis, segundo outros, Aniano foi ordenado Patriarca e Bispo sendo, durante dezanove anos, para alguns, e vinte dois, para outros, o único chefe da Igreja de Alexandria, até à sua morte, ocorrida no dia 26 de novembro de 86 da nossa era.

O martirológio romano fixou a sua comemoração no dia 25 de abril, juntamente com a memória de São Marco.

Curiosamente a história de São Marco e de Santo Aniano voltou a cruzar-se, muitos séculos depois, e permanece, de certa forma, ligada até hoje. No ano de 828 os restos mortais de Marcos foram levados por alguns mercadores para Veneza, cidade que desde então está indissociavelmente ligada ao evangelista. 
Igreja de São Clemente (Veneza)

Alguns séculos depois, no ano de 1288, o corpo de Aniano também foi levado para Veneza e é, ainda hoje, venerado na igreja de São Clemente.


Em vários países, Santo Aniano é festejado pelas corporações dos sapateiros como seu padroeiro. Em Veneza, existe um edifício chamado “Scoletta dei Calegheri” (Escola dos sapateiros), localizado o bairro de San Polo, no Campo San Tomà, em frente à igreja de San Tomà e a poucos metros da basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari. 

Na sua fachada simples de tijolo, destaca-se o grande portal com o típico arco inclinado veneziano, culminando numa grande flor. Na luneta ogival encontra-se um baixo-relevo atribuído a Antonio Rizzo (1478) que representa São Marcos curando Santo Aniano.

domingo, 21 de abril de 2024

Súplica à Senhora Dona Lucília no seu “dies natalis”

 



Há 56 anos, no dia 21 de abril de 1968, depois de fazer um grande sinal da Cruz, entregou a sua alma a Deus, a Senhora Dona Lucília Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira, uma mãe de família exemplar e grande devota do Sagrado Coração de Jesus.

Desde então, os seguidores do seu filho, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, ao conhecerem a ilibada vida desta santa e bondosa mãe, passaram a admirá-la e até a visitarem o seu túmulo, no Cemitério da Consolação, a fim de rezar e de lhe pedir que interceda junto de Nossa Senhora e de Nosso Senhor Jesus Cristo para superarem os mais variados desafios da vida, especialmente, os relacionados com a luta pela fidelidade aos mandamentos e à vocação.

Com o passar dos anos, Dona Lucília está tornando-se famosa pelo atendimento aos mais diversos pedidos, que a ela são dirigidos através de orações. São cada vez mais numerosas as ajudas da Senhora Dona Lucília em situações de conflito familiar, doenças graves, casamentos difíceis, situações financeiras complicadas, consolidação de vocações sacerdotais e religiosas e muitas conversões.

Vale a pena ressaltar que a Senhora Dona Lucília ainda não foi canonizada pela Santa Igreja e que rezar-lhe é uma afirmação de confiança na misericórdia de Deus. Ao apresentarmos as nossas súplicas à Senhora Dona Lucília, pedindo-lhe que nos ajude, reconhecemos que a resposta às nossas orações está nas mãos de Deus. É Ele quem nos concede as graças solicitadas. Alias, esta confiança na Providência Divina é uma das componentes essenciais da espiritualidade católica.

Neste dia 21 de abril de 2024, como um filho que já foi tantas vezes por ela ajudado, aproximo-me do seu colo materno, apesar de reconhecer a minha fraqueza, infidelidade e ingratidão. Ajoelhado diante dela, peço-lhe, com confiança, que me ajude a nunca me afastar dos ensinamentos da Santa Igreja, de nunca deixar de amar Nossa Senhora e odiar tudo o que no mundo seja contrário ao Sagrado Coração de Jesus, como ensinou o Senhor Doutor Plinio Corrêa de Oliveira. Um último pedido ainda lhe faço: que continue a transformar o meu coração de pedra, em coração de carne, ou melhor ainda, que ela peça ao Sagrado Coração de Jesus que o faça semelhante ao d’Ele!

sábado, 20 de abril de 2024

A grande mentira dos internatos e das crianças desaparecidas, no Canadá

 


Em 2021, uma farsa anticatólica foi fabricada no Canadá que incluía todos os elementos de escândalo e de vitimização característicos da cultura atual. Quem não ouviu falar dos 150.000 menores nativos arrancados dos seus pais e colocados à força em asilos, centenas de crianças desaparecidas, valas comuns...
Depois de três anos, qual é a realidade? Dezenas de igrejas e edifícios católicos foram atacados e queimados como “resposta”, contudo, até hoje não foram encontrados restos mortais, nem um único corpo.
Cristina Gauri conta toda a história e o estado atual das investigações na edição de abril do Il Timone:
A grande mentira dos internatos
Convença um povo a odiar a si mesmo e à sua própria história: exorte-o a demonizar as suas próprias raízes culturais e religiosas, e você o fará acolher com entusiasmo qualquer tipo de manipulação de propaganda. Crie uma categoria que deve ser “vitimizada” e incuta um sentimento de culpa nas pessoas, usando uma história criada para esta finalidade.
Exorte-o a sentir-se coletivamente culpado pelo crime mencionado acima, perseguindo qualquer um que se oponha à lavagem cerebral e chamando-o de “negacionista”: ele rezará de joelhos, como se se rendesse diante de um soberano conquistador e eliminará a sua cultura e reprogramar-se-á. Ele derrubará estátuas, censurará livros, silenciará autores e professores. E ele queimará os locais de culto.
Foi o que aconteceu no Canadá desde 27 de maio de 2021, onde desconhecidos incendiaram 83 igrejas católicas em reação à notícia divulgada por Rosanne Casimir, chefe indígena da tribo Kamloops, segundo a qual um radar de penetração no solo tinha encontrado "algumas anomalias do terreno", classificáveis ​​como "prováveis ​​sepulturas" de 215 "crianças desaparecidas" num pomar de maçãs de um antigo internato (ativo entre 1879 e 1996, esses internatos foram criados para educar indígenas; eram administrados principalmente pela Igreja Católica Igrejas e Anglicana, a fim de assimilar os jovens nativos na cultura canadense e convertê-los ao cristianismo).
O Dr. Beaulieau, o antropólogo que publicou a nota divulgada pelo chefe nativo americano, recomendou cautela, enfatizando que “apenas um exame forense (leia-se: escavação) poderia confirmar a existência das supostas sepulturas”.
O começo da mentira
Tome cuidado! Graças ao trabalho entusiástico dos jornalistas à procura de escândalos, e dos políticos liberais, o carro da culpa coletiva foi imediatamente posto em movimento para crucificar o mau colonizador branco e católico. Estes, seguindo o roteiro habitual, acolheram as declarações do cacique Casimiro como se tivessem caído do céu, e dedicaram-se a divulgar a notícia sem realizar qualquer tipo de verificação.
Pablo Muñoz Iturrieta, professor argentino radicado no Canadá, apresenta os resultados das poucas escavações realizadas no local das supostas valas comuns.
De todos os cantos do país, notícias de supostas “sepulturas sem nome” e “crianças desaparecidas” surgiram como cogumelos. Com base em meras suposições e avisos vagos, o país e a sua história foram reduzidos a um cemitério de crianças nativas arrancadas das suas famílias e encerradas em instituições, despojadas à força da sua cultura, torturadas (sic!), abusadas e assassinadas por algozes perversos, pertencentes ao clero católico canadense.
A história foi corroborada - essa é uma forma de dizê-lo - pelas narrativas sombrias de alguns idosos nativos americanos "detentores do conhecimento", guardiões da cultura nativa transmitida oralmente, que como tal não poderia ser colocada em discussão ou contradita, sob pena de da oportuna acusação de atitude “desrespeitosa” e “racista” em relação à cultura nativa.
O primeiro-ministro Trudeau acrescentou mais peso à escala do "pânico moral" ao elevar as supostas sepulturas ao nível de vítimas com a ordem de hastear bandeiras canadenses a meio mastro em todos os edifícios federais. Chegou ao ponto de definir como “compreensível” a cadeia de incêndios que naqueles meses envolveu dezenas e dezenas de edifícios de culto católicos. Falou-se em "genocídio dos nativos americanos" e foram aprovadas leis punindo aqueles que negavam o propósito intrinsecamente genocida dos internatos canadenses.
Nem mesmo um osso
Três anos depois de 27 de maio, nem uma única vala comum, nem um único corpo, nem mesmo um osso, foi encontrado nos locais indicados. Nestes três anos, parecia que a grande maioria das consciências canadianas residia no limbo da culpa branca. Humilhar-se “com base na confiança”; Além do mais, por um ato de fé.
Contudo, há também um Canadá que se opõe a esta narrativa, orientado por um pequeno grupo de profissionais (juízes, advogados, professores, jornalistas e investigadores), que possuem vasta experiência na avaliação e discussão de provas controversas. Do esforço conjunto nasceu o livro O Erro dos Túmulos. Como a mídia nos enganou (e a verdade sobre os internatos, que reúne alguns dos melhores ensaios que desmascaram as falsidades sobre os internatos e o falso mito das valas comuns.
'O erro dos túmulos': um livro sobre a farsa da mídia sobre os túmulos e a verdade sobre as escolas residenciais no Canadá. O título brinca com o duplo sentido da palavra 'grave' em inglês: 'grave' e 'grave'. Portanto, também poderia ser traduzido como “Erro grave”.
“Grave Error” examina cirurgicamente fatores históricos e desconstrói a falsa narrativa de sepulturas não marcadas, crianças desaparecidas, suposta frequência forçada em internatos, a mentira do "genocídio dos nativos americanos", dividindo-a em três macro áreas de interesse: a fraqueza das afirmações factuais sobre os túmulos e as “crianças desaparecidas”; a conduta indescritível dos meios de comunicação social e dos políticos na criação do caos; e o exagero louco de julgamentos negativos sobre os internatos.
O livro demonstra em detalhes que todos os principais elementos da história de Kamloops são falsos ou muito exagerados. Nem em Kamloops nem em qualquer outro lugar foi encontrada uma vala comum. Nem mesmo uma! Em agosto de 2023, houve vinte avisos de "anomalias" de terreno descobertas pelo “geo-radar” ou radar de penetração no solo perto de internatos em todo o país, mas a maioria deles não foi escavada. Sim, porque o governo canadiano, brandindo um oportuno “respeito pela cultura indígena”, recusa-se a escavar locais de sepultamento, deixando aos nativos americanos a tarefa de realizar investigações independentes de forma arbitrária e amadora. Consequentemente, o que está – ou não está – no subsolo é algo ainda desconhecido. Nas poucas áreas onde houve escavações, não foram encontradas sepulturas.
Ausência de reclamações
Em outras palavras, não existem “crianças desaparecidas”. Pode-se excluir que tenha tido abusos? Os internatos foram uma experiência positiva para todos? Provavelmente não. Em Grave Error é explicado que o mito dos alunos desaparecidos nasceu da incapacidade dos investigadores da Comissão da Verdade e Reconciliação de realizarem cruzamentos de documentos históricos dos internatos e das crianças que os frequentavam. A documentação existe, mas os comissários não a utilizaram. Porquê? E porquê, perguntam os autores de Grave Error, os pais nativos americanos nunca relataram os desaparecimentos ou mortes misteriosas dos seus filhos? Porquê os seus nomes nunca foram relatados na memória oral transmitida pelos “detentores do conhecimento”?
As histórias da mídia sobre internatos são quase sempre acompanhadas pela afirmação muito séria de que 150 mil estudantes foram tirados à força dos seus pais e “forçados a frequentar” esses institutos. No entanto, esta afirmação revelou-se distorcida e o livro explica porquê. A realidade que os meios de comunicação dominantes sempre se esquecem de explicar é que a elite e a alta e média burguesia nativa americana foram formadas nestes internatos.
Que, até 1990, gozava de uma cobertura mediática muito favorável, até que Phil Fontaine, o presidente regional de Manitoba, apareceu num popular programa de televisão da CBC alegando ter sofrido abuso sexual num deles. E tudo, como sempre, sem fornecer detalhes nem especificar quem foram os supostos autores do abuso.
Cinco bilhões de dólares em compensação
Neste momento, como sempre, começaram a surgir relatos de abusos que acabaram em tribunal. Para evitar a obstrução do sistema judicial, em 2005, o governo liberal de Paul Martin negociou um acordo que concedeu 5 mil milhões de dólares em compensação a cerca de 80 mil requerentes. Em 2008, o primeiro-ministro Harper pediu desculpas publicamente pela existência dos internatos e, em 2015, a Comissão da Verdade e Reconciliação, que ele criou, concluiu que os internatos tinham sido contaminados pelo "genocídio cultural".
O próximo passo, a fim de reforçar o crescente sentimento antibranco e anticatólico, poderia ter a ver - na verdade, tinha a ver - com um genocídio físico. Depois, houve as crianças desaparecidas, as valas comuns, até ao outono de 2022, quando a Câmara dos Comuns deu consentimento unânime a uma moção anteriormente rejeitada "de que o que aconteceu nos internatos foi genocídio", apesar de o que se afirma ter ocorrido não corresponde à definição formal e internacionalmente reconhecida de "genocídio".
Hoje, qualquer pessoa que tente esclarecer esta questão, ou questione a narrativa da grande mídia, é tachada de “negacionista” e ameaçada de processo. Por isso a clareza, a honestidade e o rigor expositivo do livro “O Erro dos Túmulos”, como a mídia nos enganou e a verdade sobre as escolas residenciais” acaba sendo ainda mais corajoso e louvável.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Maria Santíssima e a Eucaristia


Como podemos adorar a Sagrada Eucaristia sem pensarmos em Maria Santíssima?

A Carne e o Sangue Divinos, que nos são apresentados no Sacramento do Amor, foram plasmados pelo Espírito Santo em Maria. Antes de estar presente nos nossos altares, Jesus Cristo nasceu de Maria. O seio da Virgem Mãe foi o primeiro a conter o Corpo de Deus. As suas santas mãos foram as primeiras a tocá-l’O. Pode-se dizer que Maria Santíssima foi o primeiro sacerdote e a primeira pessoa a comungar, recebendo Jesus Cristo, dentro de si.

Por outro lado, consideremos como a manjedoura de Belém, onde Maria recostou o Divino Infante, foi o primeiro tabernáculo e as faixas com que Ela O envolveu, foram os primeiros panos sagrados.

Quando tivermos a alegria de receber Jesus na Sagrada Comunhão, peçamos a Maria Santíssima as virtudes e as graças que nos façam semelhantes a Ela, ou melhor ainda, que Ela tome o nosso coração e nos dê o d’Ela.  Assim, adoraremos mais perfeitamente o nosso Deus Eucarístico, que Se imola perenemente por nós!


segunda-feira, 1 de abril de 2024

Oração para proclamar o nome do Senhor e o Reino de Maria

 


A seguinte oração pode ser rezada pela manhã ou antes de qualquer atividade de apostolado realizada por um devoto ou escravo de amor de Maria Santíssima:

Iube domne benedicere !

Dominus sit in corde meum et in labiis meis ut digne et competenter anuntiem Nomem tuum et regnum Mariae.

Dignai-Vos, meu Senhor, abençoar-me!  

Que o Senhor esteja no meu coração e nos meus lábios para que proclame o Seu nome e o Reino de Maria, com dignidade e competência.

A suavidade da Senhora Dona Lucilia envolve, encanta e é uma verdadeira lição de moral

 


"Dona Lucília é a continuação luminosa do mundo que já morreu e um dos primeiros elementos de um mundo que ia chegando.

A suavidade da alma dela, com aqueles olhos castanhos-escuros, que tinham um quê de aveludado, conforme as circunstâncias, e que iam mudando de aveludados e de luzes tão naturalmente, tão lindamente, que para nós era uma lição de viver.

A sua suavidade envolve, encanta e é uma verdadeira lição de moral.

Ela confere, de modo perfeito, com a harmonia entre os vitrais, a música, as imagens e a arquitetura da Igreja do Sagrado Coração de Jesus". 

(Plinio Corrêa de Oliveira, Chá do dia 18 de outubro 1982).

O vinho uma vez "cristianizado" passou a fazer parte da cultura e da civilização europeias

 


O vinho, a cultura, a vida em sociedade e a religião estão ligados desde a antiguidade.

O vinho foi aliás um dos elementos importantes das práticas rituais e sacrificiais, na Grécia antiga. Em Roma, adorava-se o deus do vinho, Bacchus e organizavam-se festas em seu louvor, chamadas de bacanais.

Com a sacralização do vinho, usado primeiro pelos judeus durante o Shabbat e na Páscoa, e posteriormente durante a Missa católica, ele adquiriu um importante valor simbólico, representando, como afirma São Marcos, no Evangelho, o Sangue de Cristo e o seu sacrifício feito por amor infinito a cada um de nós. Com a passagem da Última Ceia, em que Jesus instituiu a Eucaristia, o vinho tornou-se um dos elementos obrigatórios para a celebração da Santa Missa.  Uma vez “cristianizado”, o vinho passou a fazer parte da cultura e da civilização europeias.

Como todos sabemos, o vinho é uma bebida alcoólica, resultante da fermentação do sumo da uva. As evidências arqueológicas sugerem que as mais antigas produções de vinho tenham ocorrido na atual Geórgia, no Irão, na Turquia e na China entre os anos 8000 e 5000 a.C. Na Europa, nos anos 6500 a.C. já encontramos registos dele em sítios arqueológicos.

O vinho foi sempre tido como um verdadeiro alimento que tomado com moderação fortalece, faz bem à saúde e pode até servir de notável agente terapêutico.

Contudo, o excesso de vinho leva à embriaguez, capaz de mudar completamente o ânimo dos homens, transformando o tímido, em audacioso; o taciturno, em alegre e indiscreto; o poltrão, em corajoso e valente; e os mais dóceis, em perigosos desvairados.

Não nos esqueçamos que a Bíblia narra a história de Noé que foi surpreendido pelo excesso do vinho.

Devido aos deploráveis ​​inconvenientes produzidos com demasiada frequência, pelo abuso que dele foi feito, em todos os tempos, filósofos e os legisladores preocuparam-se em mitigar a devastação que pode ocorrer pelo excesso de vinho e de toda a bebida alcoólica.

Na Lacedemónia, na região do Peloponeso, o legislador Licurgo, segundo Plutarco, embebedou os convidados, para inspirar nos verdadeiros cidadãos o desgosto pelo vinho, e que, em Atenas, o legislador Draco puniu com a morte aqueles que fossem surpreendidos bêbados.

A própria Roma, na sua origem, conheceu tão bem os efeitos perturbadores do vinho, que proibiu as mulheres de o beber, a ponto de Mecenius ter sido absolvido do assassinato da sua esposa, surpreendida a consumi-lo de um barril.

Catão, de maneira graciosa, dizia que a liberdade concedida aos romanos de beijarem os seus parentes, não tinha outra razão, senão a de lhes permitir certificarem-se de que não cheiravam a vinho. No entanto, na ilustre República Romana, o excesso desta bebida passou para a história. Lículo, o general que depois tornou-se cônsul, foi o primeiro a fazer com que o povo provasse o “sumo divino” e o famoso ditador César não teve medo de regar os seus triunfos com os mais famosos e requintados vinhos.

Os povos que Roma sujeitou ao seu domínio não eram mais sóbrios; os alemães, em particular, não brilharam pela temperança e os árabes levaram o vício da embriaguez a tal ponto que Maomé, teve de proibir o uso vinho, inserindo a interdição no Alcorão, como um artigo de fé.

Para nós católicos, também os poderes civil e religioso atacaram os abusos. O Papa Inocêncio III, instituiu penas severas aos clérigos que abusavam do vinho. Na época do Imperador Carlos Magno, era proibido beber nos acampamentos dos soldados. O Rei Francisco I, num edital de 1536, enviou muitos bêbados para a prisão e puniu os incorrigíveis com castigos infames.

Com o passar dos anos, a qualidade dos vinhos tornou-se cada vez melhor e a consciência dos excessos fez com que, atualmente, não haja uma verdadeira refeição familiar, ou entre amigos, sem a presença de uma garrafa de vinho branco ou tinto que, como afirmava o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, faz “a ponte de transição entre a comida e a conversa, ajudando até a intelectualizar a comida”.


Oração a São José


 A vós, ó glorioso São José, oprimidos pela tribulação, mas cheios de confiança, depois de ter recorrido à Vossa Santíssima Esposa, invocamos o vosso patrocínio. Por este sagrado vínculo de caridade que vos uniu estreitamente à Santíssima Virgem, Mãe de Deus, e pelo amor paterno que devotastes ao Menino Jesus, resguardai e lançai um olhar benigno à querida herança que Jesus Cristo conquistou com o seu Sangue. Com o vosso poder e ajuda, suplicamos-vos que atendais as nossas necessidades.

Protegei, ó próvido custódio da Divina Família, a eleita prole de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó pai amantíssimo, a peste dos erros e dos vícios que pervadem o mundo. Assisti-nos propício do Céu na luta contra o poder das trevas, ó nosso fortíssimo protetor. Assim como salvastes da morte o Menino Jesus e O protegestes das insídias hostis e de toda a adversidade, estendei a todo o momento sobre cada um de nós o vosso patrocínio, a fim de que, seguindo o vosso exemplo e socorridos por vós, possamos virtuosamente viver, piedosamente morrer e alcançar a eterna Bem-aventurança no Céu. Assim seja.


 Plinio Corrêa de Oliveira

sexta-feira, 29 de março de 2024

A igualdade é um mito!

 


É verdade que todos os homens são iguais pela natureza e têm os mesmos deveres e os mesmos direitos. Contudo, todos são diferentes na força dos corpos e na inteligência. Socialmente, não encontramos duas pessoas que tenham usado da sua liberdade da mesma maneira ou que tenham herdado da situação económica, moral e social criada pelas virtudes e pelos vícios dos seus antepassados. Por isso, existem, existiram e existirão sempre famílias ricas, famílias abastadas e famílias pobres, sendo que algumas ricas estão a tornar-se pobres e algumas humildes estão a ficar ricas pelo trabalho de um, ou de todos os seus membros.

Este é o normal funcionamento de uma sociedade livre!

Jesus carrega a Cruz às costas e faz-nos um convite: "Quem quiser vir após mim, tome sua cruz e siga-me"




«Como então, Senhor? Não Vos era lícito abandonar a vossa Cruz? Pois se a carregastes até que todas as vossas forças se exaurissem, até que o peso insuportável do madeiro Vos lançasse por terra, não estava bem provado que Vos era impossível prosseguir? Estava cumprido o vosso dever. Os Anjos do Céu que levassem agora por Vós a Cruz. Vós havíeis sofrido em toda a medida do possível. Que mais haveríeis de dar?

«Entretanto, agistes de outro modo, e destes à minha covardia uma alta lição. Esgotadas as vossas forças, não renunciastes ao fardo, mas pedistes mais forças ainda, para carregar novamente a Cruz. E as obtivestes.

«É difícil hoje a vida do cristão. Obrigado a lutar sem tréguas contra si, para se manter na linha dos Mandamentos, parece uma exceção extravagante num mundo que estadeia na luxúria e na opulência a alegria de viver. Pesa-nos aos ombros a cruz da fidelidade à vossa Lei, Senhor. E, por vezes, o fôlego parece faltar-nos.

«Nestes instantes de prova, sofismamos. Já fizemos quanto em nós estava. Afinal, é tão limitada a força do homem! Deus terá isto em conta... deixemos cair a cruz à beira do caminho e afundemos suavemente na vida do prazer. Ah, quantas cruzes abandonadas à beira dos nossos caminhos, quiçá à beira dos meus caminhos!

«Dai-me, Jesus, a graça de ficar abraçado à minha cruz, ainda quando eu desfaleça sob o peso dela. Dai-me a graça de me reerguer sempre que tiver desfalecido. Dai-me, Senhor, a graça suprema de nunca sair do caminho por onde devo chegar ao alto do meu próprio calvário». (Plinio Corrêa de Oliveira)

Sou um tíbio ou indiferente diante da Paixão de Cristo?

 


Todo o homem, pelo próprio instinto de sociabilidade, tende a aceitar as opiniões dos outros. Em geral, atualmente, as opiniões dominantes são anticristãs. Pensa-se contrariamente à Igreja em matéria de filosofia, de sociologia, de história, de ciências positivas, de arte, de tudo enfim. Os nossos amigos, seguem a corrente. Temos a coragem de divergir? Resguardamos o nosso espírito de qualquer infiltração de ideias erradas? Pensamos com a Igreja em tudo e por tudo? Ou contentamo-nos negligentemente em ir vivendo, aceitando tudo quanto o espírito do século nos sugere, e simplesmente porque ele no-lo insinua?

É possível que não tenhamos enxotado Nosso Senhor da nossa alma. Mas como tratamos o nosso Salvador, o Divino Hóspede do nosso coração? É Ele o objeto de todas as atenções, o centro da nossa vida intelectual, moral e afetiva? É Ele o Rei? Ou, simplesmente, há para Ele um pequeno espaço onde se O tolera, como hóspede secundário, desinteressante, algum tanto importuno?

Quando o Divino Mestre gemeu, chorou, suou sangue durante a Paixão não O atormentavam apenas as dores físicas, nem sequer os sofrimentos ocasionados pelo ódio dos que no momento O perseguiam. Atormentava-O ainda tudo quanto contra Ele e a Igreja faríamos nos séculos vindouros. Ele chorou não só pelo ódio de todos os maus, como também porque via diante de si o cortejo interminável das almas tíbias, das almas indiferentes, que sem O perseguir não O amavam como deviam.

É a falange incontável dos que passaram a vida sem ódio e sem amor, os quais, segundo Dante Alighieri na “Divina Comédia”, ficavam de fora do inferno porque nem no inferno tinha lugar adequado para eles.

Estamos nós neste cortejo?

Eis a grande pergunta a que, com a graça de Deus, devemos dar resposta nos dias de recolhimento, de piedade e de expiação em que devemos entrar agora.

Plinio Correa de Oliveira

quinta-feira, 28 de março de 2024

O Reino de Deus começa nesta Terra e continua no Céu



Ser cristão ou não ser, esse é o dilema do mundo moderno!
O batizado dos nossos dias, quer ser tratado como cristão, mas deseja viver como pagão, procurando a felicidade na satisfação de todos os prazeres, lícitos e ilícitos. Nosso Senhor Jesus Cristo, no Sermão da Montanha, como relata o Evangelho, revelou uma forma superior de felicidade, ligando o que fazemos hoje com a eternidade: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus; Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra; Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados; Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus; Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”.

O Divino Mestre mudou, assim, a orientação do pensamento e da civilização: o Reino de Deus começa aqui nesta terra e continua no Céu! Pensemos nisso!

terça-feira, 26 de março de 2024

Purifica-te! Quero cumular-te com a minha misericórdia inesgotável!





Meu filho, aqui estou, sozinha, no canto que o teu desprezo me relegou, repleta daquele amor materno que a tua rejeição comprime em Mim e impede que se expanda, mas que se conserva intacto, na sua abundância e intensidade, palpitando de compaixão, à espera de que retornes para te purificar, para te envolver e para te cumular com a minha misericórdia inesgotável!

Plinio Correa de Oliveira

Só nos salvamos com a ajuda dos outros

 


Restrição do uso de redes sociais para as crianças e menores de 15 anos

 
O governador da Flórida, Ron DeSantis, assinou um projeto de lei que proíbe aos menores de 14 anos acessar as plataformas de redes sociais e exige que os jovens de 14 e 15 anos obtenham o consentimento prévio dos pais. A medida visa reduzir os efeitos nocivos  no bem-estar das crianças, que usam essas plataformas excessivamente e podem sofrer, como resultado, de ansiedade, depressão e outras doenças mentais.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Anunciação, a festa dos escravos de Maria

 


No dia 25 de março, nove meses antes do Natal, celebramos a Anunciação do Senhor, quando Nossa Senhora recebeu a visita do Divino Mensageiro, o Arcanjo São Gabriel, e lhe disse “SIM! EIS A ESCRAVA DO SENHOR, FAÇA-SE EM MIM, SEGUNDO A VOSSA PALAVRA!”, dando início à Encarnação do Verbo de Deus, no Seu seio virginal.

Esta é uma festa muito especial para todos os que se consagram a Maria Santíssima, pois foi quando Nosso Senhor Jesus Cristo, que era Deus, infinitamente superior a tudo, quis ser escravo, quis ser filho e quis estar sujeito a uma mera criatura.

Nestes dias em que a humanidade se encontra num extremo de debilidade e decadência, Nossa Senhora deseja ser mais generosa do que nunca para com os seus filhos e, especialmente para com aqueles que se consagram a Ela, como escravos, protegendo-os e derramando sobre eles graças abundantíssimas.Assim, se ainda não é escravo(a) de Nossa Senhora, consagre-se a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria, segundo o método de São Luis Maria Grignion de Montfort e passe a fazer todas as suas ações, interiores e exteriores, por Maria, com Maria, em Maria e para Maria, a fim de mais perfeitamente as fazer por Jesus Cristo, com Jesus Cristo, em Jesus e para Jesus.

domingo, 24 de março de 2024

Le salut viendra par la Vierge Marie


«Si Dieu sauve le monde, et il le sauvera, le salut viendra par la Mère de Dieu. Par Elle, le Seigneur a extirpé les ronces et les épines de la gentilité. Par Elle, il a successivement triomphé de toutes les hérésies. Aujourd’hui, parce que le mal est à son comble, parce que toutes les vérités, tous les devoirs, tous les droits sont menacés d’un naufrage universel, est-ce une raison de croire que Dieu et son Eglise ne triompheront pas encore une dernière fois ? Il faut l’avouer, il y a matière à une grande et solennelle victoire. Et c’est pour cela qu’il nous semble que Notre-Seigneur en a réservé tout l’honneur à Marie. Dieu ne recule pas comme les hommes devant les obstacles. Lorsque les temps seront venus, sereine et pacifique Etoile des mers, Marie, se lèvera sur cette mer orageuse des tempêtes politiques, et les flots tumultueux, étonnés de réfléchir son doux éclat, reviendront calmes et soumis. Alors il n’y aura qu’une voix de reconnaissance montant vers Celle qui, une fois encore, aura apparu comme le signe de paix après un nouveaux déluge ». (Dom Guéranger) 

quarta-feira, 20 de março de 2024

A origem dos “capuchinhos”, os frades menores de vida eremítica


No início do século XVI, Fr. Mateus de Bascio, sacerdote da Ordem dos Frades Menores, teve uma visão em que o próprio São Francisco de Assis apareceu-lhe com vestes rudes e com um capuz pontiagudo costurado à túnica. Para o frade, a Ordem deveria observar a Regra de maneira mais restrita e vestir-se segundo a visão. Os seus superiores não o quiseram ouvir e assim, Fr. Bascio saiu secretamente do convento de Montefalcone em direção a Roma. Na Cidade Eterna, foi recebido por Clemente VII, que o autorizou a observar a Regra segundo seu desejo, a vestir o hábito que já levava e a pregar livremente. Contudo, o Provincial, São João de Fano, mandou encarcerá-lo no Convento de Farano, por ter fugido e vivido como vagabundo. Ali permaneceu por três meses. A notícia da sua detenção chegou a Catarina Cibo, duquesa de Camerino, sobrinha de Clemente VII, que o venerava, porque Fr. Mateus exercera a caridade heroicamente, durante a peste de 1523, ajudando os doentes.

Dois anos depois, o Espírito Santo continuou a tocar os corações. Deus desejava que a Ordem fosse reformada.

Dois irmãos de sangue, Fr. Ludovico e Fr. Rafael de Fossombrone, pediram permissão ao Provincial para se retirarem num convento isolado com outros companheiros, a fim de observar a Regra em toda a sua pureza. Como não foram autorizados, fugiram e refugiaram-se entre os conventuais de Cingoli. O Provincial apressou-se em conseguir um Breve Pontifício, declarando apóstatas Mateus de Bascio e os dois irmãos, que tiveram de se refugiar no Mosteiro dos Camaldulenses, em Massaccio.

Catarina Cibo, apresentou uma petição de Ludovico e Rafael a seu tio, Clemente VII, quando este se encontrava em Viterbo. Depois de prudente exame, o Papa expediu a bula "Religionis Zelus", que reconhecia juridicamente a nova fraternidade. A Ordem “Capuchinha” estava fundada. A duquesa fez publicar imediatamente o documento, na praça pública de Camerino, e em todas as igrejas dos seus domínios. A bula era dirigida a Ludovico e Rafael de Fossombrone e continha os seguintes pontos: “faculdade de levar vida recolhida, eremítica, segundo a Regra de São Francisco; usar barba; portar o hábito com um capuz piramidal; pregar livremente ao povo”. Os reformados ainda ficavam sob a proteção dos superiores conventuais, porém passaram a ter um superior próprio com autoridade semelhante à dos Provinciais. Receberam também a autorização para receber noviços, tanto clérigos como leigos.

Com a bula "Religionis Zelus" um grande número de observantes e alguns noviços uniram-se aos Capuchinhos. Com isso, foi preciso multiplicar os conventos e eremitérios e pensar numa melhor organização.

Em abril de 1529, convocou-se o primeiro Capítulo, em Albacina, formado por doze religiosos, para eleger os superiores e redigir as Constituições, que obrigavam a recitação simples do ofício divino; supressão de toda a função pública para dar mais tempo à oração mental; uma só Missa em cada convento, exceto nas festas; proibição de celebrar Missas cantadas e de receber estipêndios; proibição de acompanhar funerais e tomar parte em outras procissões a não ser a do Corpo de Deus e das Rogações.

Ficou também estabelecida a disciplina ou autoflagelação diária, depois das Matinas da meia noite; duas horas obrigatórias de oração mental para os menos fervorosos; entretanto, todos deviam rezar durante todo o tempo em que não estivessem envolvidos em outras ocupações; silêncio rigoroso em alguns tempos determinados.

Na vida diária, não se podia servir mais que um prato nas refeições; proibia-se pedir carne de esmola, queijos e ovos; mas podia-se receber donativos em espécie, quando oferecidos espontaneamente. Cada religioso tinha a liberdade de, à mesa, privar-se de carne, vinho e alimentos finos. Não eram feitas previsões para além de dois ou três dias, e diariamente se pedirá esmola.

Na conduta pessoal, os monges podiam ter uma segunda túnica, quando fosse necessária por causa do frio. O manto era usado somente pelos enfermos ou idosos. O hábito devia ser estreito e ajustado. As sandálias eram permitidas, como exceção, aos que não podiam andar descalços.

Não se admitiam avalistas ou procuradores. As casas eram edificadas fora das cidades e continuavam sempre como propriedade dos benfeitores. Na medida do possível, construía-se com vime e barro. As celas eram tão pequenas e estreitas, que mais pareciam sepulcros. Havia uma ou duas ermidas afastadas do convento para os frades que queriam retirar-se com toda a liberdade para viver em oração e levar uma vida mais rígida. Em cada casa não devia ter mais que sete ou oito religiosos. Nos conventos mais importantes, podia-se chegar no máximo a dez ou doze. As igrejas eram pequenas e pobres.

Finalmente, os superiores deviam enviar, com frequência, pregadores a evangelizarem, mas estes não podiam aceitar retribuição alguma pelo seu ministério. A pregação deveria ser simples e sincera. Cada pregador não devia ter mais que um ou dois livros. Só era permitido o estudo da Sagrada Escritura e dos autores sacros. Os religiosos ouviam confissões somente em caso de extrema necessidade.

Em Albacina, Mateus de Bascio foi eleito Vigário-Geral, contra a sua vontade, renunciando em seguida, para melhor seguir a sua vocação de pregador ambulante. Assim, o governo da Ordem passou para Ludovico de Fossombrone.

A designação de frades menores de vida eremítica, expressa na Bula de aprovação e adotada no cabeçalho das Constituições de Albacina, não vingou. Quando os reformados apareceram, pela primeira vez, nas ruas de Camerino com o novo hábito e com a barba longa, os jovens tomaram-nos por ermitãos errantes e seguiam-nos gritando: Scapuccini! Scapuccini! Romiti! Romiti! (Eremitas Encapuçados!) O povo começou a chamá-los por esse nome, devido ao longo capuz adotado. Posteriormente, também os escritores e, desde 1534, os documentos pontifícios usam esta denominação.

domingo, 10 de março de 2024

Referendo na Irlanda: A Constituição continuará a proteger o casamento e a vida das mulheres dentro dos lares

 



Duas propostas de emendas à Constituição irlandesa foram referendadas no passado dia 8 de março. Os irlandeses decidiram continuar a conferir estatuto constitucional especial apenas à família, baseada no casamento entre duas pessoas; reconhecer o casamento como uma instituição que o Estado deve guardar com cuidado especial e proteger contra ataques, bem como reconhecer a importância para o bem comum da vida das mulheres dentro do lar, exigindo do Estado o esforço para garantir que as mães não tenham de sair para trabalhar, negligenciando os seus “deveres em casa”.

Emenda sobre a Família

A Constituição irlandesa afirma: ”O Estado reconhece a família como a primária, natural e fundamental unidade-grupo da sociedade, e uma instituição moral possuidora de inalienáveis e imprescritíveis direitos, antecedentes e superiores a toda lei positiva. O Estado, portanto, garante a proteção da família na sua constituição e autoridade, como a necessária base da ordem social e como indispensável ao bem-estar da nação e do Estado." Artigo 41.1.1°- 2°

E no Artigo 41.3.1° “O Estado compromete-se a guardar com especial cuidado a instituição do Casamento, na qual se funda a Família, e protegê-la contra ataques.”

As mudanças propostas recusadas eram: ”O Estado reconhece a família, fundada no casamento ou noutras relações duráveis (suprimir o que está em vermelho), como a primária, natural e fundamental unidade-grupo da sociedade, e uma instituição moral possuidora de inalienáveis e imprescritíveis direitos, antecedentes e superiores a toda lei positiva. O Estado, portanto, garante a proteção da família na sua constituição e autoridade, como a necessária base da ordem social e como indispensável ao bem-estar da nação e do Estado." Artigo 41.1.1°- 2°

Artigo 41, 3.1ª: O Estado compromete-se a guardar com especial cuidado a instituição do Casamento, na qual se funda a Família (suprimir o que está em vermelho), e protegê-la contra ataques.

Emenda dos Cuidados

Uma outra emenda visava retirar o reconhecimento e apoio prestado pelo Estado às mulheres no lar.

A atual constituição no Artigo 41.2.1° diz: “Em particular, o Estado reconhece que, através da sua vida dentro do lar, a mulher dá ao Estado um apoio sem o qual o bem comum não pode ser alcançado.”

E no Artigo 41.2.2° “O Estado deve, portanto, esforçar-se para garantir que as mães não sejam obrigadas por necessidade económica a envolver-se em trabalhos, negligenciando os seus deveres no lar.”

A Proposta de mudança era: exclusão do Artigo 41.2.1° e do Artigo 41.2.2° e a inserção de um novo Artigo 42B:

Artigo 42B: “O Estado reconhece que a prestação de cuidados, dos membros de uma família entre si, em razão dos vínculos que existem entre eles, confere à Sociedade um suporte sem o qual o bem comum não pode ser alcançado, e deve esforçar-se por apoiar tal prestação. ”

quinta-feira, 7 de março de 2024

Os últimos momentos da curta vida de Santo Tomás de Aquino


A caminho de Roma, Santo Tomás de Aquino, doente, foi obrigado a parar na Abadia Cisterciense de Fossanova. Já sem forças, pediu para receber a Comunhão.

Ao ver entrar o Santíssimo Sacramento, ajoelhou-se e em lágrimas, exclamou:

“Se nesta vida pode haver um conhecimento deste Sacramento maior que o da fé, nisso respondo acreditar firmemente e sem qualquer dúvida que Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Filho de Deus Pai e da Virgem Mãe. E, assim, creio de todo o coração e confesso com a minha boca tudo o que o sacerdote afirmou sobre este Santíssimo Sacramento”.

Como relata Frei Tocco, uma testemunha ocular, ele “pronunciou outras palavras cheias de devoção, das quais os presentes não conseguiram perceber, mas que se acredita terem sido as do hino: ‘Adoro te devote’” (Adoro-Vos devotamente, ó Divindade Escondida) que escrevera”.

Com muita devoção, aproximou-se do Santíssimo Sacramento e fez a seguinte oração: “Recebo-Vos a Vós, preço da redenção da minha alma, recebo-Vos, viático da minha peregrinação. Por vosso amor estudei, vigiei e gastei-me; preguei-vos, ensinei-vos e nunca manifestei nada contra vós, e se aconteceu foi sem querer e não persisto nessa opinião. E se disse alguma coisa errada contra este Sacramento ou qualquer outra coisa, submeto-me inteiramente à correção da Santa Igreja de Roma, em cuja obediência deixo agora esta vida".

No dia seguinte, 7 de março de 1274, há 750 anos, Santo Tomás recebeu a Extrema Unção e pouco depois faleceu, com apenas 49 anos de idade.

A Cruz de Cristo banida do poster oficial dos Jogos Olímpicos de Paris 2024



O poster oficial dos Jogos Olímpicos de verão de Paris 2024, desenhado por Ugo Gattoni está disponível para a compra.

Segundo o presidente do Comité Organizador, Tony Estanguet, nele “são apresentados os principais símbolos do Paris 2024, juntamente com inúmeras referências aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, bem como a Paris e à França."

Curiosamente, da ilustração foi banida a Cruz da Cúpula dos Invalides

Será que o passado cristão da França, Filha Primogénita da Igreja, deve ser escondido? 

Não nos envergonhemos da Cruz de Cristo! Ela não é um ornamento, mas sinal de vitória e do mistério da nossa Redenção, manifestado pelo sofrimento e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nela Se imolou para nos resgatar do pecado original e abrir-nos as portas do Céu.

Coitado do soberbo! Um dia o seu prédio desabará!


Na catequese do dia 6 de março, Francisco recorda que o soberbo se acha muito mais do que realmente é. Agita-se para ser reconhecido como maior que os outros. Quer ver sempre os seus méritos reconhecidos e despreza os outros considerando-os inferiores.

Há pouco que se possa fazer com uma pessoa cheia de soberba. É impossível falar com ela, muito menos corrigi-la. Com ela basta apenas ter paciência, porque um dia o seu prédio desabará.


segunda-feira, 4 de março de 2024

Não é admissível ordenar mulheres: Paulo VI lembrou a posição da Igreja


Quando surgiu a questão da ordenação das mulheres na Comunhão Anglicana, o Sumo Pontífice Paulo VI, em nome da sua fidelidade o encargo de salvaguardar a Tradição Apostólica, e também com o objetivo de remover um novo obstáculo criado no caminho para a unidade dos cristãos, teve o cuidado de recordar aos irmãos anglicanos qual era a posição da Igreja Católica: "Ela defende que não é admissível ordenar mulheres para o sacerdócio, por razões verdadeiramente fundamentais. Estas razões compreendem: o exemplo ― registado na Sagrada Escritura ― de Cristo, que escolheu os seus Apóstolos só de entre os homens; a prática constante da Igreja, que imitou Cristo ao escolher só homens; e o seu magistério vivo, o qual coerentemente estabeleceu que a exclusão das mulheres do sacerdócio está em harmonia com o plano de Deus para a sua Igreja". 
(Cfr. Paulo VI, Rescrito à carta de Sua Graça o Rev.mo Dr. F.D. Coggan, Arcebispo de Cantuária, sobre o ministério sacerdotal das mulheres, 30 de Novembro de 1975: AAS 68 (1976), 599-600)

Esta não é apenas uma resposta a uma carta, mas um “rescrito”, que segundo o Direito Canónico é um ato administrativo singular. Trata-se de um documento escrito pelo qual a Santa Sé ou autoridade eclesiástica competente, concede um privilégio, graça ou licença ou se pronuncia sobre questão ou controvérsia, em resposta a peticionário, como foi este caso.

sábado, 2 de março de 2024

Marconi, inventor do rádio e católico militante

 

No próximo dia 25 de abril, comemoraremos o centésimo quinquagésimo aniversário do nascimento, em Bolonha, Itália, do engenheiro eletrónico, senador, cientista e inventor do rádio, Guglielmo Marconi.

Antes de Marconi, o mundo comunicava-se através do telégrafo de Samuel Morse, utilizando cabos. Na primavera de 1897, o cientista demonstrou que era possível estabelecer comunicação com pessoas que estavam distantes entre si, através da transcepção de dados e informações previamente codificadas em sinal eletromagnético.

Em1899, Marconi conseguiu uma primeira comunicação da França com a Inglaterra e em 1902, uma primeira mensagem radiotelegráfica entre o Canadá e a Inglaterra.

Em 1920, partiu para a sua primeira viagem no Elettra, um navio de 61 metros que comprou e equipou para servir de laboratório no estudo de ondas curtas e também o seu lar. Além da sua família, as cabines do Elettra recebiam visitantes ilustres, como os Reis da Itália, da Espanha e do Reino Unido. As festas no Elettra tornaram-se célebres pelas músicas transmitidas pelo rádio diretamente de Londres.

Em 1924, Marconi fez com que se fizesse ouvir, pela primeira vez, a voz humana por meio da radiofonia, da Inglaterra até à Austrália. Em reconhecimento pelo seu trabalho, recebeu do rei da Itália, Vítor Emanuel III, o título de marquês.

Construção e inauguração do Rádio Vaticano

A Igreja Católica percebeu rapidamente a utilidade da invenção de Marconi para a evangelização dos povos. Assim, durante dois anos, trabalhou para construir um rádio do Estado do Vaticano. No dia 2 de fevereiro de 1931, foi o próprio Marconi a anunciar a inauguração do “Rádio Vaticano”, pelo Papa Pio XI: “As ondas elétricas transportarão a todo o mundo, através do espaço, a sua palavra de paz e de bênção”.

https://archivio.quirinale.it/video/bisiach//MINUTO-DI-STORIA/T3mam_Marconi_E_Pio_Xi_Inaugurano_Radio_Vaticana.mp4

Conversão e amizade com o Papa Pio XI

Num artigo publicado na revista mensal de Apologética, “Il Timone” de fevereiro, Francesco Agnoli explica a relação de Marconi com a Igreja Católica.

O próprio inventor afirma numa carta, que Maria Cristina Bezzi-Scali, mulher de fé profunda com quem se casou, depois de obter a anulação do seu primeiro casamento, foi o “anjo da minha conversão, da minha redenção, um anjo como o que teve São Paulo no caminho de Damasco”.

Maria Cristina, que frequentava a Curia Romana e conhecia o Papa Pio XI e o Cardeal Pacelli, futuro Pio XII, apresentou-lhes o seu marido. Rapidamente, tornou-se num confidente e amigo de ambos.

Cristo Redentor do Rio de Janeiro e Nossa Senhora da Carta de Messina

Marconi tem o seu nome associado a dois outros acontecimentos: a 12 de outubro de 1931, dia da inauguração do Cristo Redentor do Rio de Janeiro, acendeu a iluminação do monumento, com um sinal de radio transmitido da Itália para o Brasil. E alguns anos mais tarde, contruiu um comando de radio que permitiu ao Papa Pio XI acender, desde o Vaticano, no dia 12 de agosto de 1934, a iluminação da grandiosa imagem de bronze de Nossa Senhora da Carta, em Messina.

Segundo uma antiga tradição, São Paulo chegou a Messina para pregar o Evangelho e converteu muitos cidadãos. Quando se preparava para regressar a Jerusalém, no ano de 42 d. C., o Senado de Messina enviou uma delegação formada por Salvatore Girolamo Driggiano, Ottavio Brizio, Marcello Bonifacite e o centurião Mulè, com uma carta informando da conversão da cidade ao Cristianismo e solicitando a proteção de Nossa Senhora.

Maria Santíssima acolheu-os e em resposta, respondeu com uma carta, escrita em hebraico, enrolada e amarrada com uma mecha dos Seus cabelos, mantida no Catedral de Messina e exibida no dia da festa do “Corpo de Deus”. A preciosíssima relíquia foi colocada no mastro de um pequeno galeão em prata, que representa um dos exemplos da proteção de Nossa Senhora para com a cidade de Messina. A carta da Virgem Maria termina com as seguintes palavras: “Abençoamos a vós e a própria cidade”.

O falecimento de Marconi

A morte de Guglielmo Marconi foi serena. Assim escreveu sua esposa aquela madrugada do dia 20 de julho de 1937: “Os que o assistiram contaram-me com quanta fé Guglielmo, nos últimos instantes da sua vida, osculou repetidamente o pequeno crucifixo. Expirou com grande resignação cristã”.

No dia seguinte, o jornal de Turin, “La Stampa” assim descreveu os seus últimos instantes da vida de Marconi: “como cristão militante que era, recebeu o consolo religioso e rezou o Pai-Nosso com as religiosas. Pouco depois tocou o telefone, era o pontífice em pessoa”, que querida obter informações sobre o estado de saúde do seu amigo.

Recordando-o na Missa matinal, no mesmo dia da sua morte, Pio XI sublinhou particularmente a suprema aspiração do defunto que era “contribuir com a sua atividade científica para alcançar a verdadeira paz cristã entre todos os povos”.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Quer combater o egoísmo e o orgulho? Reze a ladainha da humildade!


Na Audiência Geral do dia 28 de fevereiro, o Papa Francisco, na saudação em língua espanhola, aconselhou a meditar com frequência na “Ladainha da humildade”, do Cardeal Merry del Val, para combater os vícios que nos distanciam da vida em Cristo.

Apresentamos abaixo a ladainha, que era recitada todos os dias, depois da Missa, pelo servo de Deus Cardeal Rafael Merry del Val y Zulueta, que foi nomeado Cardeal aos 34 anos, tendo sido secretário indefetível do Papa São Pio X.

Como afirmava o Professor Dr. Plinio Correa de Oliveira, sob um certo ponto de vista, essa oração poderia ser chamada “Ladainha do Desprendimento”, pois todos os pedidos nela formulados têm por objetivo evitar o egoísmo. Assim, os desejos de ser estimado, amado, honrado, consultado, preferido, de ser mais santo do que os outros, etc., resultam, em última análise, da preocupação egoísta de considerar-se o primeiro e ter tudo para si. Em síntese, de quem possui, como ideia fixa, o “eu, eu, eu”.

Assim, parece-me em extremo conveniente meditarmos sempre no conteúdo dessa valiosa oração. E fazê-lo com aplicações concretas à nossa vida quotidiana, ao nosso dia-a-dia na vocação. Pois o amor próprio é algo tão contínuo, polimórfico e profundamente radicado na natureza humana, que qualquer pessoa, não tendo vigilância, acaba sendo meio infiltrado — para dizer pouco! — por ele.

Exemplifico. Se desempenhamos uma tarefa de modo bem feito, obtemos um grande resultado e, por isso, somos objetos de admiração dos outros. A pergunta que devemos fazer a nós mesmos é: “Agimos assim por satisfação própria ou por amor de Deus e de Nossa Senhora? Para sermos aplaudidos ou para a glória de Deus?

Se realizamos o trabalho para glorificar a Nosso Senhor Jesus Cristo e a Santíssima Virgem, estamos a fazer o correto e o desejável. Mas, se eu degustar os elogios e pensar: “Fiz tal coisa, e como os outros me admiraram naquela hora! Fulano, que sempre me contraria, ficou com uma face comprida…” Se assim procedo, estarei a entregar-me a considerações lastimáveis, as quais roubam todo o mérito da minha ação.

Precisamos ser indiferentes ao facto de aparecermos ou não naquilo que fazemos, especialmente quando se trata de um apostolado ou ação para benefício espiritual de outros. E para se alcançar esse desprendimento, só há um meio eficaz: examinar-se e perguntar se, de facto, Deus e Nossa Senhora estão a ser bem servidos, honrados e glorificados com as nossas realizações.

Quer dizer, o modo mais prático e correto de rezar a Ladainha da Humildade é fazer continuamente essas aplicações ao nosso comportamento. Por outro lado, se empreendemos um trabalho importante e ninguém nos elogia, não nos incomodemos. Desde que tenhamos procurado atender aos desígnios de Deus, o resto não importa. Dessa forma, combate-se inteiramente o egoísmo e o orgulho.

Ladainha da Humildade

Jesus manso e humilde de coração: fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.

O que o varão católico não deve desejar para si

Do desejo de ser estimado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser amado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser conhecido, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser honrado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser louvado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser preferido, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser aprovado, livrai-me, ó Jesus.

O que o varão católico não deve temer para si

Do receio de ser humilhado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser desprezado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de sofrer repulsas, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser caluniado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser esquecido, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser ridicularizado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser infamado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser objeto de suspeita, livrai-me, ó Jesus.

O que o varão católico deve desejar para si

Que os outros sejam amados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros sejam estimados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuído, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser escolhidos e eu posto de lado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser louvados e eu desprezado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser preferidos a mim em todas as coisas, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser mais santos do que eu, embora me torne santo quanto me for possível, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Ó Jesus, Mestre, Modelo e Fonte de zelo pela glória do Padre Eterno, ouvi-me.

O que o varão católico deve desejar para a igreja militante

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja estimada acima de todas as coisas pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja amada acima de todas as coisas pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja exaltada acima de todas as coisas pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja honrada acima de todas as coisas pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja louvada acima de todas as coisas pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja preferida a tudo pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja acatada como Mestra suprema e infalível por todos os homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja inteiramente compreendida e apoiada por todos os homens, dai-me, ó Jesus.

O que o varão católico deve odiar por amor à Igreja militante

A santa indignação por ver a Igreja militante humilhada por seus adversários internos ou externos, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante desprezada por seus adversários internos ou externos, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante sofrer repulsas de seus adversários internos ou externos, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante caluniada por seus adversários internos ou externos, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante ser objeto de esquecimento dos seus adversários internos ou externos e de seus filhos tíbios, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante ridicularizada pelos seus adversários internos ou externos e objeto do respeito de seus filhos tíbios, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante infamada por seus adversários internos ou externos, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante objeto de suspeita de seus adversários internos ou externos e de seus filhos tíbios, dai-me ó Jesus.

O que o varão católico deve desejar para si na Igreja militante

Que os outros filhos da Igreja militante sejam amados mais do que eu, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante sejam estimados mais do que eu, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuído, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante possam ser escolhidos e eu posto de lado, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante possam ser louvados e eu desprezado, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante possam ser preferidos a mim em todas as coisas, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante possam ser mais santos do que eu, embora eu me torne santo, quanto me for possível, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções na vida interior.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

As crianças e o uso compulsivo dos telemóveis

 


Parece que, finalmente, estamos a acordar para um verdadeiro problema de sociedade: o vício dos telemóveis e as consequências, por exemplo, na educação das crianças. Na Califórnia, um professor queixou-se de que os seus estudantes assistiam Netflix durante as aulas. No Maryland, a professora de química afirma que os estudantes não prestam a devida atenção nas explicações dadas, pois usam todos os tipos de aplicações, como o Snapchat para mandar mensagens durante as aulas, para ouvirem música e até fazerem compras online. Estes foram apenas os dois últimos casos apresentados pela imprensa americana desta semana de fevereiro. O fenómeno é tão generalizado que os pais e as autoridades começam a ficar preocupados e em já são cada vez mais os países a proibirem o uso de tablets e de telemóvel nas escolas. O vício do contacto imediato com os outros, não pessoal, mas através das aplicações de telemóvel, chega a tal ponto que, mesmo durante as Missas, as crianças não conseguem deixar de ver se alguém lhes mandou alguma foto, comentário ou vídeo. E muitas chegam até a responder... Vale a pena recordar que O uso compulsivo do telemóvel é reconhecido como um transtorno que designado por “nomofobia” e que significa ter medo de ficar sem o telemóvel. Longe do dispositivo a pessoa fica ansiosa com a sensação de estar a perder informações importantes ou apresenta sensações de excesso de tédio.

 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

A Igreja e o mundo moderno


 

“Não há mais de cem pessoas nos Estados Unidos que odeiam a Igreja Católica", escreve o venerável Dom Fulton J. Sheen, no seu livro ‘Respostas da Rádio’. “Há, contudo, milhões que odeiam o que acreditam erradamente ser a Igreja Católica – o que é, obviamente, uma coisa bem diferente. Estes milhões dificilmente podem ser culpados por odiarem os católicos porque os católicos “adoram imagens”; porque “colocam a Mãe Santíssima no mesmo nível de Deus”; porque dizem que “a indulgência é uma permissão para cometer pecado”; porque o Papa “é fascista”; porque a “Igreja é a defensora do Capitalismo”. Ora, se a Igreja ensinasse ou acreditasse em qualquer uma destas coisas deveria ser odiada, mas o facto é que a Igreja não acredita nem ensina nenhuma delas. Segue-se então que o ódio de milhões é dirigido contra o erro e não contra a verdade. Na verdade, se nós, católicos, acreditássemos em todas as inverdades e mentiras que foram ditas contra a Igreja, provavelmente odiaríamos a Igreja mil vezes mais do que eles.

“Se eu não fosse católico e procurasse a verdadeira Igreja no mundo de hoje, procuraria uma igreja que não se desse bem com este mundo, em outras palavras, eu procuraria a igreja que o mundo odeia. A minha razão para tal atitude é que Cristo está em todas as igrejas do mundo e mesmo assim, continua a ser odiado, como foi quando esteve presente entre nós. Se quer encontrar Cristo hoje, então O encontraria na Igreja que não se dá bem com o mundo.

“Procure a Igreja que é odiada pelo mundo, como Cristo também o foi.

“Procure a Igreja que é acusada de ser arcaica, como Cristo foi acusado de ser ignorante.

“Procure a Igreja que os homens troçam como socialmente inferior, como zombaram de Nosso Senhor porque Ele veio de Nazaré.

“Procure a Igreja que é acusada de ter um demónio como Nosso Senhor foi acusado de estar possuído por Belzebu, o príncipe dos demónios.

“Procure a Igreja que, em tempos de intolerância, os homens dizem que devia ter sido destruída em nome de Deus, como os homens crucificaram Cristo e pensaram estar que tinham prestado serviço a Deus.

“Procure a Igreja que o mundo rejeita porque afirma ser infalível, como Pilatos rejeitou Cristo porque Ele afirmou ser a Verdade.

“Procure a Igreja que é rejeitada pelo mundo, como Nosso Senhor foi rejeitado pelos homens.

“Procure a Igreja que, mesmo nas opiniões discordantes, os seus membros A amam como amam Cristo e respeitam a sua Voz como a própria voz do seu Fundador.

“Se a Igreja é impopular com o espírito do mundo então Ela é não-mundana, e se for não-mundana, é de outro mundo. Visto que é de outro mundo, é infinitamente amada e infinitamente odiada, como foi o próprio Cristo. Somente o que é Divino pode ser infinitamente odiado e infinitamente amado. Portanto, a Igreja é Divina.

“Se, então, o ódio à Igreja se baseia em ideias erradas, a atual necessidade básica deve ser a instrução. O amor depende do conhecimento pois não podemos aspirar nem desejar o desconhecido.

“O nosso grande país (Estados Unidos) está repleto do que poder-se-chamar de “cristãos marginais”, ou seja, aqueles que vivem à margem da religião e que são descendentes de pais cristãos vivos, mas que agora são cristãos só de nome. Eles guardam alguns dos seus ideais por indolência e força do hábito; só conheceram a gloriosa história do Cristianismo através de certas formas deformadas às quais se associaram o espírito da época, e agora estão a morrer com ele. Do Catolicismo e dos seus Sacramentos, do seu perdão, da sua graça, da sua certeza e da sua paz, eles nada sabem, exceto alguns preconceitos herdados. E ainda assim são boas pessoas que querem agir corretamente, mas que não têm uma filosofia definida a respeito. Eles educam os seus filhos sem religião e, ainda assim, ressentem-se da moral comprometedora dos seus filhos. Eles ficariam zangados se você lhes dissesse que não são cristãos, mas não acreditam que Cristo é Deus. Eles se ressentem de serem chamados de pagãos, mas nunca tomam um conhecimento prático da existência de Deus. Só há uma coisa da qual eles têm certeza: as coisas não estão certas como estão. É exatamente essa certeza que faz deles o que poderíamos chamar de grandes “potenciais”, pois estão prontos para serem puxados em qualquer uma das duas direções. Em breve, deverão tomar partido; devem juntar-se a Cristo ou devem afastar-se; eles devem estar com Ele ou contra Ele; eles devem estar na Cruz como outros Cristos, ou em baixo como outros algozes. Para que lado tenderão esses cristãos marginais? A resposta depende daqueles que têm Fé. Como as multidões que seguiram Nosso Senhor no deserto, são como ovelhas sem pastor. Eles estão à espera de serem pastoreados como ovelhas ou cabras. Só isso é certo. Sendo humanos e tendo coração, eles querem mais do que a luta de classes e a economia; eles querem a Vida, querem a Verdade e querem o Amor. Numa palavra, eles querem Cristo.

Procura ser feliz? Tenha a consciência tranquila!


A alegria, escreveu o venerável Arcebispo Fulton Sheen,“, é o agradável experimentar de sensações de prazer pelo bem adquirido e desfrutado num determinado momento, ou a perspetiva do bem que se espera alcançar. Podem existir alegrias naturais e alegrias espirituais.

A alegria natural será a alegria da juventude, antes da alma cansada ter passado pela desilusão, ou a alegria da saúde, quando lhe agrada o saboroso alimento, ou a alegria do triunfo, quando a batalha foi ganha, ou as alegrias da afeição, quando se é amado. Todas estas alegrias se tornam mais intensas e sólidas, quando têm por base a alegria espiritual. Nenhuma felicidade terrena será permanente e perfeita, se não estiver associada a uma boa consciência.

A alegria espiritual é uma tranquilidade de espírito no meio das vicissitudes da vida, semelhante à da montanha, quando a tempestade desaba sobre ela. Com aquele que não está arraigado ao Divino, todo o revés é aumentado. Porque está perturbado por muitas coisas, não pode aplicar, plenamente, as suas faculdades a uma só.

A alegria não é o mesmo que jovialidade. A jovialidade é um ato, a alegria um hábito. A jovialidade é como um meteoro, a alegria como uma estrela; a jovialidade é como o crepitar de um espinho, a alegria como uma chama. A alegria, sendo mais permanente, torna mais fáceis as ações difíceis. Os soldados, depois de uma longa caminhada, dificilmente marchariam tão ágeis, se não o fizessem ao som da música. Um coração alegre acha sempre o jugo suave e a fardo leve.

A alegria das enfermeiras


Nenhuma enfermeira é útil no quarto de um doente, se não for dotada de espírito alegre. Duas coisas deve ter uma enfermeira, antes de entrar no quarto de um doente: uma ferida e o sentido do bom humor. Uma ferida, para poder avaliar o que custa a dor; o sentido do bom humor, para saber difundir a felicidade. Não é preciso que esta ferida seja física, mas simbólica, quer dizer, importa que se compreenda, profundamente, as penas e os sofrimentos dos outros. Nada há que faça prolongar tanto a doença como um rosto carregado.

A alegria depende muito mais do coração do que da razão. Os carinhos da esposa e dos filhos despertam e aumentam muito mais a satisfação do chefe de família do que os raciocínios da sua inteligência, por mais penetrantes que sejam. Diante do berço, o pai parece ter os atributos de Deus, que infundiu a sua ternura e o seu amor naquela criança. O potencial de alegria é sempre uma prova clara do estado moral do homem. Ninguém pode ser feliz no exterior, se não for feliz já no interior. Se o sentido da culpa oprimir a alma, nenhuma soma de prazeres do exterior poderá compensar a falta de alegria do interior. Como a tristeza é a companheira do pecado, a alegria é a companheira da santidade.

Tanto se pode sentir alegria na prosperidade, como na adversidade. Na prosperidade, ela não consiste nos bens que fruímos, mas nos que esperamos; não a sentimos nos prazeres, mas nos que, num dia, acreditamos ter. Podem abundar as riquezas, mas as que esperamos são daquelas que a traça não corrói, nem a ferrugem consome, nem os ladrões assaltam e roubam. Mesmo, na adversidade, pode ter alegria, na certeza de que até o Divino Mestre morreu na Cruz, como condição para ressuscitar.

Se a alegria é hoje pouco comum, é porque há almas tímidas que não têm coragem de se esquecerem de si mesmas e fazer sacrifícios pelo próximo, ou, ainda, porque um humanitarismo acanhado torna as coisas mais sedutoras da vida futura de aparência vã. Quanto mais se desvanecerem da vida uma fé ardente em Deus e um cuidado sério pela salvação da alma, tanto mais desaparecerá a alegria e voltar-se-á ao desespero dos pagãos. Os antigos Gregos e Romanos sempre viram, ao longo do seu caminho, uma sombra e um cadáver a seus pés. Não era surpresa alguma que um Romano, que não sabia porquê vivia e nada esperava da vida, entrasse numa banheira e, rompendo uma veia, morresse tranquila e insensivelmente. Certo dia, um poeta grego disse da vida que era melhor não ter nascido e que a melhor coisa depois desta vida seria deixar de viver, o mais depressa possível. Tudo isto está no extremo oposto do que disse Paulo: «Alegrai-vos, sempre, no Senhor e, mais uma vez, vos digo, alegrai-vos»".


Sheen, Dom Fulton. Way to happiness - Rumo à Felicidade