A semelhança que se pode ver entre a parábola do grão de mostarda e a do fermento é paralela à que existe entre a do tesouro e a da pérola: ambas significam que é preciso preferir a mensagem evangélica a qualquer outra coisa... Com efeito, o Evangelho desenvolve-se como o grão de mostarda e impõe a sua força como o fermento; tal como a pérola, é de elevado preço; por fim, tal como um tesouro, providencia as mais preciosas vantagens.
A este respeito, convém saber não só que é preciso despojarmo-nos de tudo para acolher o Evangelho, mas também que há que fazê-lo com alegria... Vê de que forma a pregação do Evangelho passa desapercebida no mundo e que, do mesmo modo, o mundo não percebe os muitos bens que dela são recompensa... Duas condições são, pois, necessárias: a renúncia aos bens do mundo e uma sólida coragem. Na verdade, trata-se de "um negociante em busca de pérolas finas", o qual, "tendo encontrado uma de grande valor, vai vender tudo o que possui" para a adquirir. A verdade é una, não se divide. Tal como o que possui a pérola conhece a sua riqueza, enquanto muitas vezes, quando ele a segura nas mãos, os outros nem desconfiem por causa da pequenez da pérola, de igual modo aqueles que são instruidos no Evangelho conhecem a sua felicidade, enquanto os infiéis, ignorando esse tesouro, não fazem qualquer ideia da nossa riqueza.
S. João Crisóstomo, Homilias sobre S. Mateus
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