Visualizações de página na última semana

sexta-feira, 29 de março de 2024

A igualdade é um mito!

 


É verdade que todos os homens são iguais pela natureza e têm os mesmos deveres e os mesmos direitos. Contudo, todos são diferentes na força dos corpos e na inteligência. Socialmente, não encontramos duas pessoas que tenham usado da sua liberdade da mesma maneira ou que tenham herdado da situação económica, moral e social criada pelas virtudes e pelos vícios dos seus antepassados. Por isso, existem, existiram e existirão sempre famílias ricas, famílias abastadas e famílias pobres, sendo que algumas ricas estão a tornar-se pobres e algumas humildes estão a ficar ricas pelo trabalho de um, ou de todos os seus membros.

Este é o normal funcionamento de uma sociedade livre!

Jesus carrega a Cruz às costas e faz-nos um convite: "Quem quiser vir após mim, tome sua cruz e siga-me"




«Como então, Senhor? Não Vos era lícito abandonar a vossa Cruz? Pois se a carregastes até que todas as vossas forças se exaurissem, até que o peso insuportável do madeiro Vos lançasse por terra, não estava bem provado que Vos era impossível prosseguir? Estava cumprido o vosso dever. Os Anjos do Céu que levassem agora por Vós a Cruz. Vós havíeis sofrido em toda a medida do possível. Que mais haveríeis de dar?

«Entretanto, agistes de outro modo, e destes à minha covardia uma alta lição. Esgotadas as vossas forças, não renunciastes ao fardo, mas pedistes mais forças ainda, para carregar novamente a Cruz. E as obtivestes.

«É difícil hoje a vida do cristão. Obrigado a lutar sem tréguas contra si, para se manter na linha dos Mandamentos, parece uma exceção extravagante num mundo que estadeia na luxúria e na opulência a alegria de viver. Pesa-nos aos ombros a cruz da fidelidade à vossa Lei, Senhor. E, por vezes, o fôlego parece faltar-nos.

«Nestes instantes de prova, sofismamos. Já fizemos quanto em nós estava. Afinal, é tão limitada a força do homem! Deus terá isto em conta... deixemos cair a cruz à beira do caminho e afundemos suavemente na vida do prazer. Ah, quantas cruzes abandonadas à beira dos nossos caminhos, quiçá à beira dos meus caminhos!

«Dai-me, Jesus, a graça de ficar abraçado à minha cruz, ainda quando eu desfaleça sob o peso dela. Dai-me a graça de me reerguer sempre que tiver desfalecido. Dai-me, Senhor, a graça suprema de nunca sair do caminho por onde devo chegar ao alto do meu próprio calvário». (Plinio Corrêa de Oliveira)

Sou um tíbio ou indiferente diante da Paixão de Cristo?

 


Todo o homem, pelo próprio instinto de sociabilidade, tende a aceitar as opiniões dos outros. Em geral, atualmente, as opiniões dominantes são anticristãs. Pensa-se contrariamente à Igreja em matéria de filosofia, de sociologia, de história, de ciências positivas, de arte, de tudo enfim. Os nossos amigos, seguem a corrente. Temos a coragem de divergir? Resguardamos o nosso espírito de qualquer infiltração de ideias erradas? Pensamos com a Igreja em tudo e por tudo? Ou contentamo-nos negligentemente em ir vivendo, aceitando tudo quanto o espírito do século nos sugere, e simplesmente porque ele no-lo insinua?

É possível que não tenhamos enxotado Nosso Senhor da nossa alma. Mas como tratamos o nosso Salvador, o Divino Hóspede do nosso coração? É Ele o objeto de todas as atenções, o centro da nossa vida intelectual, moral e afetiva? É Ele o Rei? Ou, simplesmente, há para Ele um pequeno espaço onde se O tolera, como hóspede secundário, desinteressante, algum tanto importuno?

Quando o Divino Mestre gemeu, chorou, suou sangue durante a Paixão não O atormentavam apenas as dores físicas, nem sequer os sofrimentos ocasionados pelo ódio dos que no momento O perseguiam. Atormentava-O ainda tudo quanto contra Ele e a Igreja faríamos nos séculos vindouros. Ele chorou não só pelo ódio de todos os maus, como também porque via diante de si o cortejo interminável das almas tíbias, das almas indiferentes, que sem O perseguir não O amavam como deviam.

É a falange incontável dos que passaram a vida sem ódio e sem amor, os quais, segundo Dante Alighieri na “Divina Comédia”, ficavam de fora do inferno porque nem no inferno tinha lugar adequado para eles.

Estamos nós neste cortejo?

Eis a grande pergunta a que, com a graça de Deus, devemos dar resposta nos dias de recolhimento, de piedade e de expiação em que devemos entrar agora.

Plinio Correa de Oliveira

quinta-feira, 28 de março de 2024

O Reino de Deus começa nesta Terra e continua no Céu



Ser cristão ou não ser, esse é o dilema do mundo moderno!
O batizado dos nossos dias, quer ser tratado como cristão, mas deseja viver como pagão, procurando a felicidade na satisfação de todos os prazeres, lícitos e ilícitos. Nosso Senhor Jesus Cristo, no Sermão da Montanha, como relata o Evangelho, revelou uma forma superior de felicidade, ligando o que fazemos hoje com a eternidade: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus; Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra; Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados; Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus; Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”.

O Divino Mestre mudou, assim, a orientação do pensamento e da civilização: o Reino de Deus começa aqui nesta terra e continua no Céu! Pensemos nisso!

terça-feira, 26 de março de 2024

Purifica-te! Quero cumular-te com a minha misericórdia inesgotável!





Meu filho, aqui estou, sozinha, no canto que o teu desprezo me relegou, repleta daquele amor materno que a tua rejeição comprime em Mim e impede que se expanda, mas que se conserva intacto, na sua abundância e intensidade, palpitando de compaixão, à espera de que retornes para te purificar, para te envolver e para te cumular com a minha misericórdia inesgotável!

Plinio Correa de Oliveira

Só nos salvamos com a ajuda dos outros

 


Restrição do uso de redes sociais para as crianças e menores de 15 anos

 
O governador da Flórida, Ron DeSantis, assinou um projeto de lei que proíbe aos menores de 14 anos acessar as plataformas de redes sociais e exige que os jovens de 14 e 15 anos obtenham o consentimento prévio dos pais. A medida visa reduzir os efeitos nocivos  no bem-estar das crianças, que usam essas plataformas excessivamente e podem sofrer, como resultado, de ansiedade, depressão e outras doenças mentais.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Anunciação, a festa dos escravos de Maria

 


No dia 25 de março, nove meses antes do Natal, celebramos a Anunciação do Senhor, quando Nossa Senhora recebeu a visita do Divino Mensageiro, o Arcanjo São Gabriel, e lhe disse “SIM! EIS A ESCRAVA DO SENHOR, FAÇA-SE EM MIM, SEGUNDO A VOSSA PALAVRA!”, dando início à Encarnação do Verbo de Deus, no Seu seio virginal.

Esta é uma festa muito especial para todos os que se consagram a Maria Santíssima, pois foi quando Nosso Senhor Jesus Cristo, que era Deus, infinitamente superior a tudo, quis ser escravo, quis ser filho e quis estar sujeito a uma mera criatura.

Nestes dias em que a humanidade se encontra num extremo de debilidade e decadência, Nossa Senhora deseja ser mais generosa do que nunca para com os seus filhos e, especialmente para com aqueles que se consagram a Ela, como escravos, protegendo-os e derramando sobre eles graças abundantíssimas.Assim, se ainda não é escravo(a) de Nossa Senhora, consagre-se a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria, segundo o método de São Luis Maria Grignion de Montfort e passe a fazer todas as suas ações, interiores e exteriores, por Maria, com Maria, em Maria e para Maria, a fim de mais perfeitamente as fazer por Jesus Cristo, com Jesus Cristo, em Jesus e para Jesus.

domingo, 24 de março de 2024

Le salut viendra par la Vierge Marie


«Si Dieu sauve le monde, et il le sauvera, le salut viendra par la Mère de Dieu. Par Elle, le Seigneur a extirpé les ronces et les épines de la gentilité. Par Elle, il a successivement triomphé de toutes les hérésies. Aujourd’hui, parce que le mal est à son comble, parce que toutes les vérités, tous les devoirs, tous les droits sont menacés d’un naufrage universel, est-ce une raison de croire que Dieu et son Eglise ne triompheront pas encore une dernière fois ? Il faut l’avouer, il y a matière à une grande et solennelle victoire. Et c’est pour cela qu’il nous semble que Notre-Seigneur en a réservé tout l’honneur à Marie. Dieu ne recule pas comme les hommes devant les obstacles. Lorsque les temps seront venus, sereine et pacifique Etoile des mers, Marie, se lèvera sur cette mer orageuse des tempêtes politiques, et les flots tumultueux, étonnés de réfléchir son doux éclat, reviendront calmes et soumis. Alors il n’y aura qu’une voix de reconnaissance montant vers Celle qui, une fois encore, aura apparu comme le signe de paix après un nouveaux déluge ». (Dom Guéranger) 

quarta-feira, 20 de março de 2024

A origem dos “capuchinhos”, os frades menores de vida eremítica


No início do século XVI, Fr. Mateus de Bascio, sacerdote da Ordem dos Frades Menores, teve uma visão em que o próprio São Francisco de Assis apareceu-lhe com vestes rudes e com um capuz pontiagudo costurado à túnica. Para o frade, a Ordem deveria observar a Regra de maneira mais restrita e vestir-se segundo a visão. Os seus superiores não o quiseram ouvir e assim, Fr. Bascio saiu secretamente do convento de Montefalcone em direção a Roma. Na Cidade Eterna, foi recebido por Clemente VII, que o autorizou a observar a Regra segundo seu desejo, a vestir o hábito que já levava e a pregar livremente. Contudo, o Provincial, São João de Fano, mandou encarcerá-lo no Convento de Farano, por ter fugido e vivido como vagabundo. Ali permaneceu por três meses. A notícia da sua detenção chegou a Catarina Cibo, duquesa de Camerino, sobrinha de Clemente VII, que o venerava, porque Fr. Mateus exercera a caridade heroicamente, durante a peste de 1523, ajudando os doentes.

Dois anos depois, o Espírito Santo continuou a tocar os corações. Deus desejava que a Ordem fosse reformada.

Dois irmãos de sangue, Fr. Ludovico e Fr. Rafael de Fossombrone, pediram permissão ao Provincial para se retirarem num convento isolado com outros companheiros, a fim de observar a Regra em toda a sua pureza. Como não foram autorizados, fugiram e refugiaram-se entre os conventuais de Cingoli. O Provincial apressou-se em conseguir um Breve Pontifício, declarando apóstatas Mateus de Bascio e os dois irmãos, que tiveram de se refugiar no Mosteiro dos Camaldulenses, em Massaccio.

Catarina Cibo, apresentou uma petição de Ludovico e Rafael a seu tio, Clemente VII, quando este se encontrava em Viterbo. Depois de prudente exame, o Papa expediu a bula "Religionis Zelus", que reconhecia juridicamente a nova fraternidade. A Ordem “Capuchinha” estava fundada. A duquesa fez publicar imediatamente o documento, na praça pública de Camerino, e em todas as igrejas dos seus domínios. A bula era dirigida a Ludovico e Rafael de Fossombrone e continha os seguintes pontos: “faculdade de levar vida recolhida, eremítica, segundo a Regra de São Francisco; usar barba; portar o hábito com um capuz piramidal; pregar livremente ao povo”. Os reformados ainda ficavam sob a proteção dos superiores conventuais, porém passaram a ter um superior próprio com autoridade semelhante à dos Provinciais. Receberam também a autorização para receber noviços, tanto clérigos como leigos.

Com a bula "Religionis Zelus" um grande número de observantes e alguns noviços uniram-se aos Capuchinhos. Com isso, foi preciso multiplicar os conventos e eremitérios e pensar numa melhor organização.

Em abril de 1529, convocou-se o primeiro Capítulo, em Albacina, formado por doze religiosos, para eleger os superiores e redigir as Constituições, que obrigavam a recitação simples do ofício divino; supressão de toda a função pública para dar mais tempo à oração mental; uma só Missa em cada convento, exceto nas festas; proibição de celebrar Missas cantadas e de receber estipêndios; proibição de acompanhar funerais e tomar parte em outras procissões a não ser a do Corpo de Deus e das Rogações.

Ficou também estabelecida a disciplina ou autoflagelação diária, depois das Matinas da meia noite; duas horas obrigatórias de oração mental para os menos fervorosos; entretanto, todos deviam rezar durante todo o tempo em que não estivessem envolvidos em outras ocupações; silêncio rigoroso em alguns tempos determinados.

Na vida diária, não se podia servir mais que um prato nas refeições; proibia-se pedir carne de esmola, queijos e ovos; mas podia-se receber donativos em espécie, quando oferecidos espontaneamente. Cada religioso tinha a liberdade de, à mesa, privar-se de carne, vinho e alimentos finos. Não eram feitas previsões para além de dois ou três dias, e diariamente se pedirá esmola.

Na conduta pessoal, os monges podiam ter uma segunda túnica, quando fosse necessária por causa do frio. O manto era usado somente pelos enfermos ou idosos. O hábito devia ser estreito e ajustado. As sandálias eram permitidas, como exceção, aos que não podiam andar descalços.

Não se admitiam avalistas ou procuradores. As casas eram edificadas fora das cidades e continuavam sempre como propriedade dos benfeitores. Na medida do possível, construía-se com vime e barro. As celas eram tão pequenas e estreitas, que mais pareciam sepulcros. Havia uma ou duas ermidas afastadas do convento para os frades que queriam retirar-se com toda a liberdade para viver em oração e levar uma vida mais rígida. Em cada casa não devia ter mais que sete ou oito religiosos. Nos conventos mais importantes, podia-se chegar no máximo a dez ou doze. As igrejas eram pequenas e pobres.

Finalmente, os superiores deviam enviar, com frequência, pregadores a evangelizarem, mas estes não podiam aceitar retribuição alguma pelo seu ministério. A pregação deveria ser simples e sincera. Cada pregador não devia ter mais que um ou dois livros. Só era permitido o estudo da Sagrada Escritura e dos autores sacros. Os religiosos ouviam confissões somente em caso de extrema necessidade.

Em Albacina, Mateus de Bascio foi eleito Vigário-Geral, contra a sua vontade, renunciando em seguida, para melhor seguir a sua vocação de pregador ambulante. Assim, o governo da Ordem passou para Ludovico de Fossombrone.

A designação de frades menores de vida eremítica, expressa na Bula de aprovação e adotada no cabeçalho das Constituições de Albacina, não vingou. Quando os reformados apareceram, pela primeira vez, nas ruas de Camerino com o novo hábito e com a barba longa, os jovens tomaram-nos por ermitãos errantes e seguiam-nos gritando: Scapuccini! Scapuccini! Romiti! Romiti! (Eremitas Encapuçados!) O povo começou a chamá-los por esse nome, devido ao longo capuz adotado. Posteriormente, também os escritores e, desde 1534, os documentos pontifícios usam esta denominação.

domingo, 10 de março de 2024

Referendo na Irlanda: A Constituição continuará a proteger o casamento e a vida das mulheres dentro dos lares

 



Duas propostas de emendas à Constituição irlandesa foram referendadas no passado dia 8 de março. Os irlandeses decidiram continuar a conferir estatuto constitucional especial apenas à família, baseada no casamento entre duas pessoas; reconhecer o casamento como uma instituição que o Estado deve guardar com cuidado especial e proteger contra ataques, bem como reconhecer a importância para o bem comum da vida das mulheres dentro do lar, exigindo do Estado o esforço para garantir que as mães não tenham de sair para trabalhar, negligenciando os seus “deveres em casa”.

Emenda sobre a Família

A Constituição irlandesa afirma: ”O Estado reconhece a família como a primária, natural e fundamental unidade-grupo da sociedade, e uma instituição moral possuidora de inalienáveis e imprescritíveis direitos, antecedentes e superiores a toda lei positiva. O Estado, portanto, garante a proteção da família na sua constituição e autoridade, como a necessária base da ordem social e como indispensável ao bem-estar da nação e do Estado." Artigo 41.1.1°- 2°

E no Artigo 41.3.1° “O Estado compromete-se a guardar com especial cuidado a instituição do Casamento, na qual se funda a Família, e protegê-la contra ataques.”

As mudanças propostas recusadas eram: ”O Estado reconhece a família, fundada no casamento ou noutras relações duráveis (suprimir o que está em vermelho), como a primária, natural e fundamental unidade-grupo da sociedade, e uma instituição moral possuidora de inalienáveis e imprescritíveis direitos, antecedentes e superiores a toda lei positiva. O Estado, portanto, garante a proteção da família na sua constituição e autoridade, como a necessária base da ordem social e como indispensável ao bem-estar da nação e do Estado." Artigo 41.1.1°- 2°

Artigo 41, 3.1ª: O Estado compromete-se a guardar com especial cuidado a instituição do Casamento, na qual se funda a Família (suprimir o que está em vermelho), e protegê-la contra ataques.

Emenda dos Cuidados

Uma outra emenda visava retirar o reconhecimento e apoio prestado pelo Estado às mulheres no lar.

A atual constituição no Artigo 41.2.1° diz: “Em particular, o Estado reconhece que, através da sua vida dentro do lar, a mulher dá ao Estado um apoio sem o qual o bem comum não pode ser alcançado.”

E no Artigo 41.2.2° “O Estado deve, portanto, esforçar-se para garantir que as mães não sejam obrigadas por necessidade económica a envolver-se em trabalhos, negligenciando os seus deveres no lar.”

A Proposta de mudança era: exclusão do Artigo 41.2.1° e do Artigo 41.2.2° e a inserção de um novo Artigo 42B:

Artigo 42B: “O Estado reconhece que a prestação de cuidados, dos membros de uma família entre si, em razão dos vínculos que existem entre eles, confere à Sociedade um suporte sem o qual o bem comum não pode ser alcançado, e deve esforçar-se por apoiar tal prestação. ”

quinta-feira, 7 de março de 2024

Os últimos momentos da curta vida de Santo Tomás de Aquino


A caminho de Roma, Santo Tomás de Aquino, doente, foi obrigado a parar na Abadia Cisterciense de Fossanova. Já sem forças, pediu para receber a Comunhão.

Ao ver entrar o Santíssimo Sacramento, ajoelhou-se e em lágrimas, exclamou:

“Se nesta vida pode haver um conhecimento deste Sacramento maior que o da fé, nisso respondo acreditar firmemente e sem qualquer dúvida que Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Filho de Deus Pai e da Virgem Mãe. E, assim, creio de todo o coração e confesso com a minha boca tudo o que o sacerdote afirmou sobre este Santíssimo Sacramento”.

Como relata Frei Tocco, uma testemunha ocular, ele “pronunciou outras palavras cheias de devoção, das quais os presentes não conseguiram perceber, mas que se acredita terem sido as do hino: ‘Adoro te devote’” (Adoro-Vos devotamente, ó Divindade Escondida) que escrevera”.

Com muita devoção, aproximou-se do Santíssimo Sacramento e fez a seguinte oração: “Recebo-Vos a Vós, preço da redenção da minha alma, recebo-Vos, viático da minha peregrinação. Por vosso amor estudei, vigiei e gastei-me; preguei-vos, ensinei-vos e nunca manifestei nada contra vós, e se aconteceu foi sem querer e não persisto nessa opinião. E se disse alguma coisa errada contra este Sacramento ou qualquer outra coisa, submeto-me inteiramente à correção da Santa Igreja de Roma, em cuja obediência deixo agora esta vida".

No dia seguinte, 7 de março de 1274, há 750 anos, Santo Tomás recebeu a Extrema Unção e pouco depois faleceu, com apenas 49 anos de idade.

A Cruz de Cristo banida do poster oficial dos Jogos Olímpicos de Paris 2024



O poster oficial dos Jogos Olímpicos de verão de Paris 2024, desenhado por Ugo Gattoni está disponível para a compra.

Segundo o presidente do Comité Organizador, Tony Estanguet, nele “são apresentados os principais símbolos do Paris 2024, juntamente com inúmeras referências aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, bem como a Paris e à França."

Curiosamente, da ilustração foi banida a Cruz da Cúpula dos Invalides

Será que o passado cristão da França, Filha Primogénita da Igreja, deve ser escondido? 

Não nos envergonhemos da Cruz de Cristo! Ela não é um ornamento, mas sinal de vitória e do mistério da nossa Redenção, manifestado pelo sofrimento e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nela Se imolou para nos resgatar do pecado original e abrir-nos as portas do Céu.

Coitado do soberbo! Um dia o seu prédio desabará!


Na catequese do dia 6 de março, Francisco recorda que o soberbo se acha muito mais do que realmente é. Agita-se para ser reconhecido como maior que os outros. Quer ver sempre os seus méritos reconhecidos e despreza os outros considerando-os inferiores.

Há pouco que se possa fazer com uma pessoa cheia de soberba. É impossível falar com ela, muito menos corrigi-la. Com ela basta apenas ter paciência, porque um dia o seu prédio desabará.


segunda-feira, 4 de março de 2024

Não é admissível ordenar mulheres: Paulo VI lembrou a posição da Igreja


Quando surgiu a questão da ordenação das mulheres na Comunhão Anglicana, o Sumo Pontífice Paulo VI, em nome da sua fidelidade o encargo de salvaguardar a Tradição Apostólica, e também com o objetivo de remover um novo obstáculo criado no caminho para a unidade dos cristãos, teve o cuidado de recordar aos irmãos anglicanos qual era a posição da Igreja Católica: "Ela defende que não é admissível ordenar mulheres para o sacerdócio, por razões verdadeiramente fundamentais. Estas razões compreendem: o exemplo ― registado na Sagrada Escritura ― de Cristo, que escolheu os seus Apóstolos só de entre os homens; a prática constante da Igreja, que imitou Cristo ao escolher só homens; e o seu magistério vivo, o qual coerentemente estabeleceu que a exclusão das mulheres do sacerdócio está em harmonia com o plano de Deus para a sua Igreja". 
(Cfr. Paulo VI, Rescrito à carta de Sua Graça o Rev.mo Dr. F.D. Coggan, Arcebispo de Cantuária, sobre o ministério sacerdotal das mulheres, 30 de Novembro de 1975: AAS 68 (1976), 599-600)

Esta não é apenas uma resposta a uma carta, mas um “rescrito”, que segundo o Direito Canónico é um ato administrativo singular. Trata-se de um documento escrito pelo qual a Santa Sé ou autoridade eclesiástica competente, concede um privilégio, graça ou licença ou se pronuncia sobre questão ou controvérsia, em resposta a peticionário, como foi este caso.

sábado, 2 de março de 2024

Marconi, inventor do rádio e católico militante

 

No próximo dia 25 de abril, comemoraremos o centésimo quinquagésimo aniversário do nascimento, em Bolonha, Itália, do engenheiro eletrónico, senador, cientista e inventor do rádio, Guglielmo Marconi.

Antes de Marconi, o mundo comunicava-se através do telégrafo de Samuel Morse, utilizando cabos. Na primavera de 1897, o cientista demonstrou que era possível estabelecer comunicação com pessoas que estavam distantes entre si, através da transcepção de dados e informações previamente codificadas em sinal eletromagnético.

Em1899, Marconi conseguiu uma primeira comunicação da França com a Inglaterra e em 1902, uma primeira mensagem radiotelegráfica entre o Canadá e a Inglaterra.

Em 1920, partiu para a sua primeira viagem no Elettra, um navio de 61 metros que comprou e equipou para servir de laboratório no estudo de ondas curtas e também o seu lar. Além da sua família, as cabines do Elettra recebiam visitantes ilustres, como os Reis da Itália, da Espanha e do Reino Unido. As festas no Elettra tornaram-se célebres pelas músicas transmitidas pelo rádio diretamente de Londres.

Em 1924, Marconi fez com que se fizesse ouvir, pela primeira vez, a voz humana por meio da radiofonia, da Inglaterra até à Austrália. Em reconhecimento pelo seu trabalho, recebeu do rei da Itália, Vítor Emanuel III, o título de marquês.

Construção e inauguração do Rádio Vaticano

A Igreja Católica percebeu rapidamente a utilidade da invenção de Marconi para a evangelização dos povos. Assim, durante dois anos, trabalhou para construir um rádio do Estado do Vaticano. No dia 2 de fevereiro de 1931, foi o próprio Marconi a anunciar a inauguração do “Rádio Vaticano”, pelo Papa Pio XI: “As ondas elétricas transportarão a todo o mundo, através do espaço, a sua palavra de paz e de bênção”.

https://archivio.quirinale.it/video/bisiach//MINUTO-DI-STORIA/T3mam_Marconi_E_Pio_Xi_Inaugurano_Radio_Vaticana.mp4

Conversão e amizade com o Papa Pio XI

Num artigo publicado na revista mensal de Apologética, “Il Timone” de fevereiro, Francesco Agnoli explica a relação de Marconi com a Igreja Católica.

O próprio inventor afirma numa carta, que Maria Cristina Bezzi-Scali, mulher de fé profunda com quem se casou, depois de obter a anulação do seu primeiro casamento, foi o “anjo da minha conversão, da minha redenção, um anjo como o que teve São Paulo no caminho de Damasco”.

Maria Cristina, que frequentava a Curia Romana e conhecia o Papa Pio XI e o Cardeal Pacelli, futuro Pio XII, apresentou-lhes o seu marido. Rapidamente, tornou-se num confidente e amigo de ambos.

Cristo Redentor do Rio de Janeiro e Nossa Senhora da Carta de Messina

Marconi tem o seu nome associado a dois outros acontecimentos: a 12 de outubro de 1931, dia da inauguração do Cristo Redentor do Rio de Janeiro, acendeu a iluminação do monumento, com um sinal de radio transmitido da Itália para o Brasil. E alguns anos mais tarde, contruiu um comando de radio que permitiu ao Papa Pio XI acender, desde o Vaticano, no dia 12 de agosto de 1934, a iluminação da grandiosa imagem de bronze de Nossa Senhora da Carta, em Messina.

Segundo uma antiga tradição, São Paulo chegou a Messina para pregar o Evangelho e converteu muitos cidadãos. Quando se preparava para regressar a Jerusalém, no ano de 42 d. C., o Senado de Messina enviou uma delegação formada por Salvatore Girolamo Driggiano, Ottavio Brizio, Marcello Bonifacite e o centurião Mulè, com uma carta informando da conversão da cidade ao Cristianismo e solicitando a proteção de Nossa Senhora.

Maria Santíssima acolheu-os e em resposta, respondeu com uma carta, escrita em hebraico, enrolada e amarrada com uma mecha dos Seus cabelos, mantida no Catedral de Messina e exibida no dia da festa do “Corpo de Deus”. A preciosíssima relíquia foi colocada no mastro de um pequeno galeão em prata, que representa um dos exemplos da proteção de Nossa Senhora para com a cidade de Messina. A carta da Virgem Maria termina com as seguintes palavras: “Abençoamos a vós e a própria cidade”.

O falecimento de Marconi

A morte de Guglielmo Marconi foi serena. Assim escreveu sua esposa aquela madrugada do dia 20 de julho de 1937: “Os que o assistiram contaram-me com quanta fé Guglielmo, nos últimos instantes da sua vida, osculou repetidamente o pequeno crucifixo. Expirou com grande resignação cristã”.

No dia seguinte, o jornal de Turin, “La Stampa” assim descreveu os seus últimos instantes da vida de Marconi: “como cristão militante que era, recebeu o consolo religioso e rezou o Pai-Nosso com as religiosas. Pouco depois tocou o telefone, era o pontífice em pessoa”, que querida obter informações sobre o estado de saúde do seu amigo.

Recordando-o na Missa matinal, no mesmo dia da sua morte, Pio XI sublinhou particularmente a suprema aspiração do defunto que era “contribuir com a sua atividade científica para alcançar a verdadeira paz cristã entre todos os povos”.