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terça-feira, 12 de julho de 2011

Frutos da civilização cristã

Quando a virtude impregna a sociedade, repercutindo no aspecto visível do homem, temos elegância e harmonia. Quando penetra nas acções, temos a cortesia, o “savoir vivre”. Quando impregna as emoções e sentimentos vemos a bondade dos corações e caridade. Entretanto, quando toca os pensamentos e ideias, a beleza transforma-se em Sabedoria, e a vida em sociedade num caminho de santidade.

Figuras de Maria no Antigo Testamento

Deus quis que sua Mãe Santíssima fosse entrevista nas mulheres mais insignes da Antiga Aliança, de modo que nela refulgissem, todas reunidas, as virtudes e os dons sublimes que se encontram, separadamente, naquelas criaturas privilegiadas.

Foram figuras de Maria no Antigo Testamento, por exemplo,: Eva; Sara; Raquel; Rebeca; Ester; Judite; Abigail; a mãe dos Macabeus; Betsabé, etc.

Eva

A primeira figura de Maria foi Eva, antes da culpa. No momento em que saiu das mãos do Criador, Eva era um deslumbramento. Sem sinal de imperfeição, nem física nem moral; a inocência e a graça adornavam seu rosto e a tratavam como à sua rainha. Suas paixões estavam perfeitamente sujeitas à razão e esta a Deus. Bem podia dizer-se dela que uma centelha da face divina resplandecia em toda sua pessoa. Ora, como não ver nessa primeira mulher uma figura expressiva de Maria? Como Jesus Cristo foi chamado pelos Padres o novo Adão, assim também a Virgem foi chamada a nova Eva. A primeira Eva foi Mãe de todos os viventes na ordem da natureza; a segunda Eva, Maria, o foi na ordem, desmesuradamente superior, da graça. Se lançarmos, porém, um olhar à primeira mulher depois da culpa, eis que Maria se nos apresente como totalmente diferente. Com efeito, Eva, falando com o Anjo das trevas, que lhe apareceu sob o aspecto de uma serpente, consentiu na prevaricação e arruinou todo o género humano; Maria, ao contrário, falando com o Anjo da luz, consentiu na reparação do género humano e o salvou. Eva ofereceu ao homem o fruto da morte; Maria, ao contrário, lhe deu o fruto da vida. Eva foi medianeira da morte, Maria foi medianeira da vida.

Sara

Outra figura expressiva da Virgem Santíssima é Sara, mãe de Isaac, o qual, por seu turno, era figura de Jesus. Com efeito, como essa mulher, embora mãe de um só filhinho, concebido por ela em idade tardia, mereceu por causa dele ser considerada a mãe de todo o povo eleito, assim Maria, ao dar à luz o Redentor divino, causa única da salvação do género humano, tornou-se por isso mesmo a mãe espiritual de todos os homens.

Raquel

Outro se diga de Raquel (Gen. 30,1 seg.). Esta mulher célebre, aureolada por uma beleza não comum, deu à luz a Benjamin, ou seja, o filho da dor, em Éfrata, isto é, em Belém, que quer dizer “casa do pão”; a Virgem Santíssima, a mais bela entre todas as mulheres, na mesma cidade deu à luz Jesus, filho de seu amor, pão vivo descido do céu, verdadeiro benjamim, o que vale dizer filho predilecto de seu divino Pai.

Rebeca

Rebeca, “donzela extremamente formosa, virgem belíssima e não tocada por homem algum” (Gen. 24,16), foi predestinada por Deus e preparada para o filho de Abraão, como Maria foi preordenada e preparada para o Filho de Deus.

Ester

Outra figura belíssima de Maria foi a rainha Ester, que salvou o seu povo. Lê-se no livro do mesmo nome (4-7) que o rei Assuero, por instigação do pérfido Aman, havia publicado um edito crudelíssimo de morte contra os hebreus. A belíssima Ester decidiu apresentar-se diante dele para implorar misericórdia para seu caro povo de Israel. Pôs-se a caminho e, penetrando no átrio interior do apartamento real, com ar de profundo respeito, colocou-se ante a porta da sala do trono. E ela, diz o Texto Sagrado, agradou tanto aos olhos de Assuero, que este a convidou a entrar; quando a viu perto de si, começou a dizer-lhe com grande benignidade: Que desejais, Rainha Ester? Que pedis? Mesmo que pedísseis a metade de meu reino, eu te daria. A estas palavras, Ester, animando-se, respondeu: Se encontrei graça diante de vós, e se vos apraz, ó rei, conceder-me o que desejo... salvai o meu povo! E sua prece não foi em vão. Assuero, em um inexprimível transporte de amor, concedeu quanto lhe fora pedido e Ester foi proclamada, merecidamente, por seus irmãos de raça a salvadora de Israel. Tal e tanto foi o poder de Ester sobre o coração de um rei tão grande e poderoso! No entanto, Ester não foi senão uma pálida figura de outra mulher, incomensuravelmente mais excelsa e poderosa: Maria, a qual pela eminente beleza espiritual de que era ornada, conseguiu cativar o amor do Altíssimo. Este não hesitou em mandar à terra o Redentor e rasgar assim, sobre o Calvário, o decreto de morte eterna, que mereceram nossos pais no Éden.

Judite

Judite é a mulher belíssima, íntegra e forte, que corta a cabeça ao grande inimigo de Israel, Holofernes, sem detrimento de sua própria castidade; essa prefigura de Maria, que esmagou a cabeça do inimigo do género humano, o demónio, sem nenhum detrimento de sua pureza virginal. A Maria se aplicam admiravelmente os elogios dirigidos a Judite pelos habitantes de Betúlia: “Tu és a glória de Jerusalém, a alegria de Israel, a honra do nosso povo! (Jdt 15,10).

Abigail

Outra bela figura de Maria foi Abigail. Tendo chegado a seu conhecimento que David, por causa de seu insensato marido, queria exterminar toda sua família, apresentou-se com grande coragem e prudência ao rei e lhe ofereceu dádivas dignas dele; depois, prostrada no solo, com palavras cheias de doçura e graça, soube aplacar tão bem a ira do rei, que não somente obteve quanto desejava, mas mereceu ouvi-lo dizer: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que te mandou a meu encontro hoje e benditas sejam tuas palavras que detiveram minha mão e não me deixaram derramar sangue, tomar vingança” (I Rs. 25). Entre todas as criaturas, não houve quem soubesse aplacar a cólera do Omnipotente, causada pela culpa dos homens, como Maria, cheia de graça e em tudo digna de atrair a benevolência de Deus.

A Mãe dos Macabeus

Não menos vivamente foi Maria prefigurada na célebre Mãe dos Macabeus. Esta mulher forte, de pé junto do patíbulo de seus filhos, deu provas de saber unir a uma delicada ternura materna uma fortaleza mais que varonil. Prefigurou Maria no Calvário, ao pé da Cruz de seu Filho.

Betsabé

Também Betsabé, que seu filho Salomão fez sentar-se em um trono resplendente, à sua direita, é uma figura vívida de Maria que, verdadeira Mãe do Rei dos Reis, agora está assentada no Céu, gloriosa, à sua destra, Rainha da terra e do Céu.

Prefiguras e símbolos de Maria Santissima no Antigo Testamento

Encontramos no Antigo testamento 11 prefiguras de Maria Santíssima:

a) O paraíso terrestre

Na primeira página da história do género humano, observa um pio Autor (G. Balelli, o. c. pág. 11), encontramos descrita em cores resplendentes a magnificência daquele Éden de delícias em que foram postos nossos progenitores, logo depois de criados por Deus. Naquela morada amena, tudo era ordem e beleza; aos campos ricos de messe, sucediam-se prados verdejantes, bosques frescos e jardins perfumados. Um rio limpidíssimo, dividindo-se em outros rios menores, corria a regar e tornar fecundo o terreno; enquanto no meio do jardim se erguia a árvore majestosa da vida, cujos frutos,
como diz seu próprio nome, tinham a virtude de manter afastada dos homens a morte. Ora, quem não vê nesse Éden um símbolo gentilíssimo de Maria? Não foi Ela, com efeito, um místico jardim, adornado de flores perfumadas, isto é, de santos pensamentos e afectos, e repleto dos frutos das boas obras? Um verdadeiro rio de graças não irrigou sempre sua alma? Não nasceu dela a árvore da verdadeira vida, Jesus?

b) A Arca de Noé

Outro belo símbolo de Maria foi a Arca de Noé. No meio do dilúvio universal, que recobriu toda a terra, semeando mortandade e ruínas, a Arca do grande e fiel Patriarca flutuava segura sobre as ondas, protegida por Deus, salvando do extermínio geral a raça humana. Outro tanto aconteceu no Novo Testamento. No meio do naufrágio universal de todos os homens sob o pecado de Adão, uma só foi a que ficou imune: Maria. Com efeito, enquanto todos os homens são concebidos e nascem na culpa, somente Maria foi concebida e nasceu sem pecado; só Maria permaneceu sempre bela e imaculada,
atraindo sobre si as complacências do Altíssimo. O crescer das águas ao redor da arca simbolizava a plenitude de graças recebida por Maria; o haver-se a arca levantado da terra recorda ao nosso pensamento a imunidade de Maria em face de todo apego à terra e a qualquer amor que não fosse inteiramente puro; o haver a arca chegado a grande altura nos diz que nenhuma criatura se elevou tão alto e alcançou a perfeição que atingiu a Mãe do Criador.

c) A escada de Jacob

Não menos eloquente é o símbolo da escada de Jacob. O santo patriarca Jacob, depois de ter recebido a bênção paterna, temendo a ira de seu irmão Esaú, fugiu para a Mesopotâmia. À noite, cansado da longa e fatigante caminhada, deitou-se sobre a terra nua para tomar um pouco de repouso. No sono, teve um sonho misterioso: pareceu-lhe ver uma longa escada que chegava da terra até o Céu; os anjos de Deus subiam e desciam por ela. Vários intérpretes vêem nessa escada misteriosa um símbolo expressivo de Maria. Com efeito, não foi a Virgem Santíssima aquela mística escada que uniu o Céu à Terra, o mundo visível ao invisível, as coisas terrestres com as celestes? Não é por Maria, porventura, por esta misteriosa escada, que Deus desceu à terra, para entre os homens e que os homens sobem ao Céu, para Deus?

d) A sarça ardente

Quando Deus escolheu Moisés para libertador de seu povo, fez-lhe ouvir sua voz como vinda de uma sarça que, embora envolta em chamas, não se consumia. Esta sarça que arde e não se consome é um símbolo vivo da virgindade de Maria. Assim o afirma a Igreja no ofício da Senhora: “Na sarça que Moisés viu permanecer incólume no meio das chamas, nós reconhecemos tua admirável virgindade, ó santa Mãe de Deus”.

e) A Vara de Moisés

Símbolo expressivo de Maria foi também a vara com que o mesmo Moisés operou os prodígios mais estupendos. Com efeito, como o condutor do povo eleito operou por meio daquela vara tantos prodígios em favor do povo hebreu e fez brilhar ante os olhos de todos o poder que Deus lhe conferira para exterminar os inimigos de seu povo, assim Aquele que é poderoso operou e opera, continuamente, por meio de Maria, as coisas mais admiráveis em favor do povo cristão, protegendo-o contra todos os seus inimigos espirituais.

f) A Vara de Aarão

Mas também outra vara, a de Aarão, é um belo símbolo de Maria. Com efeito, para demonstrar que Aarão, irmão de Moisés, havia sido escolhido para seu sacerdote, Deus fez florescer a vara que lhe pertencia, de tal modo que, em uma só noite, “rebentaram os botões, nasceram as flores, abriram-se as folhas e formaram-se os frutos” (Num 17, 8).  Do mesmo modo, a Virgem, só pela obra de Deus, germinou “a flor dos campos e o lírio dos vales” (Cant. 2, 1).

g) O velo branco de Gedeão

Símbolo admirável de Maria foi também o velo de Gedeão que, em uma noite, se viu todo coberto de orvalho, enquanto a terra em torno estava enxuta; e, na noite seguinte, ficava enxuto, enquanto uma queda abundante de orvalho banhava todo o terreno circunjacente. Assim canta a Igreja “Desceste (ó Cristo) como a chuva sobre o velo (Maria) para salvar o género humano”.

h) A arca do Testamento

Símbolo de Maria foi, finalmente, a Arca do Testamento, guardada desveladamente pelos hebreus no lugar mais santo do Templo. Nela se conservavam as tábuas da lei e uma medida de maná. Com efeito, não esteve guardado no seio puríssimo da Virgem o próprio Autor da lei, Jesus, Aquele que devia ser preciosíssimo alimento das almas na Sagrada Eucaristia?

i) O Templo de Salomão

Símbolo de Maria foi ainda o Templo de Salomão, do qual disse Deus: “Escolhi e santifiquei este lugar a fim de que traga para sempre meu nome e estejam fitos nele meus olhos e meu coração, em todo o tempo” (II Par 7,16). A qual dos templos elevados por toda a parte à glória do Altíssimo se podem aplicar melhor essas palavras expressivas do que à Mãe de Deus? Não habitou Deus nela de um modo singularíssimo?

Plinio Correa de Oliveira, terciário carmelita

Havia três anos, jazia Israel na mais completa miséria. Tratava-se de um castigo merecido pelo país, por haver admitido o culto de Baal, recusando-se o rei a ouvir a advertência de Elias.

O principal instrumento do flagelo divino era uma inclemente e prolongada seca. Rios e fontes já não dessedentavam homens e animais, nem irrigavam as hortas e os pomares.

Tendo, porém, derrotado os pseudo-profetas do falso deus, e tocado o coração dos israelitas, Elias disse a Acab: “Sobe, come e bebe, pois estou ouvindo o barulho da chuva” (1 Reis, 18, 41). E a Sagrada Escritura narra o que se passou depois: “Enquanto Acab subia para comer e beber, Elias subiu ao cume do Carmelo, prostrou-se em terra e pôs o rosto entre os joelhos. Disse a seu servo: ‘Sobe e olha para o lado do mar’. Ele subiu, olhou e disse: ‘Nada!’ E Elias disse: ‘Retorna sete vezes’.

Na sétima vez, o servo disse: ‘Eis que sobe do mar uma nuvem, pequena como a mão de uma pessoa’.

Então Elias disse: ‘Vá dizer a Acab: prepara o carro e desce, para que a chuva não te detenha’.

Num instante o céu se escureceu com muita nuvem e vento, e caiu uma forte chuva” (1 Reis, 18, 42-44).

Constitui tradição na Igreja considerar que aquela nuvenzinha prefigurou, para Elias, a Virgem que haveria de vir para ser a Mãe do Messias. Assim como Israel perecia à falta de água e sobre ele desceu uma chuva torrencial, assim o mundo antigo, espiritualmente ressequido, seria regado pelas graças que choveriam abundantes a partir da vinda do Divino Salvador.

Esta bela narrativa bíblica vem nos remeter ao próprio cerne da vocação de uma gloriosa família religiosa: a Ordem do Carmo. Nascida da fervorosa devoção do grande Profeta Elias a Nossa Senhora, pode ela remontar sua origem até o Antigo Testamento.

Herdou ela de seu Fundador um rico e variado carisma, no qual se destacam as vertentes contemplativa, profética e mariana.

Ardoroso devoto de Nossa Senhora do Carmo, Dr. Plinio pertenceu à Ordem Terceira carmelitana, sendo assim membro efetivo da ilustre estirpe “eliática”. O acendrado amor que ele dedicou à Mãe de Deus, enquanto padroeira do Carmelo, transbordou em entusiásticas palavras de louvor, sobretudo na proximidade da festa d’Aquela que é aclamada como "Spes omnium carmelitarum", a Esperança de todos os carmelitas, celebrada pela Igreja no dia 16 de Julho.