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terça-feira, 17 de março de 2015

A Epifania do Senhor e os Reis Magos

    A palavra Epifania, em grego, significa manifestação.
    A tradição cristã recorda no dia 6 de janeiro a adoração dos Rei Magos, onde Nosso Senhor aparece como o Messias, o Enviado de Deus e o Salvador, particularmente dos Gentios, quer dizer dos pagãos.
    Os Padres da Igreja tiveram grande alegria em explicar a simbólica história dos Magos: as suas origens, a formação e preparação de seus corações, o apelo que lhes foi feito, a viagem, a sua parada em Jerusalém, a presença da Mãe junto do Menino Deus e os dons depositados aos seus pés. Estes comentários estão, certamente, presentes em todas as memórias. Contentemos de narrar os acontecimentos como o Evangelho nos dá a conhecer.
    A oeste da Judeia, para além do vasto deserto da Síria, estende-se o país antigamente habitado pelos Assírios, os Medas e os Persas. A nação dos Medas era constituída pela junção de antigas tribos, incluindo uma que é representada pelos Magos. Isolados pouco a pouco, eles formaram uma casta muito distinta, que tinha como atribuições - tais como os Levitas em Israel – o serviço do culto. Entre eles, existiam intérpretes de sonhos, magos e, nas classes mais elevadas, sábios e estudiosos, homens extremamente cultos. As suas vidas eram austeras e puras, de aparência nobre e autoridade poderosa, como a dos reis.
    O culto, onde exerciam o seu ministério, era o dualismo de Zoroastro, que admitia um duplo princípio: o deus do bem Ormuzd e o deus do mal Ahrimã. O primeiro era personificado pela luz, pelo fogo e pelo sol, enquanto o segundo pela obscuridade, pela desordem e pelo mal. Este culto tinha sofrido a influência dos Gregos, dos Partas e depois dos Judeus, exilados na Média. Através destes últimos, os Magos tiveram, sem dúvida, conhecimento dos Livros Sagrados: eles não ignoravam nem as predicações relativas ao Messias, nem a época próxima da sua aparição.
    Foi neste terreno assim preparado que deve ter caído o apelo divino. Dignidade e austeridade de vida, ciência e sabedoria, tudo contribuía para que fossem dóceis à ação da graça. Ora a alguns deles, enquanto contemplavam o céu numa noite iluminada pelas estrelas, apareceu um astro novo, cujo brilho extraordinário os atraía. Rapidamente os seus espíritos, conhecedores das Sagradas Escrituras, reconheceram neste astro o mensageiro da boa nova predita por Balaão (“De Jacob vem uma estrela, em Israel se levantou um cetro" Nm 24, 17). Ao mesmo tempo, Deus inspirou-lhes o ardente desejo de ver o novo e poderoso rei, o Messias, anunciado pela estrela. E sem tardar, separando-se de tudo e de todos que amavam, reuniram uma pequena caravana e partiram em direção ao Ocidente, à procura do menino rei que Israel festava já, sem dúvida.
    Quantos eram eles? Quais eram os seus nomes? A tradição sobre estes dois pontos é indecisa. Se os Padres da Igreja supõem, em geral, que eram três, é por causa dos três presentes que eles ofereceram. Mas, antigas pinturas, - nas catacumbas, por exemplo – mostram dois, quatro, oito, sempre vestidos com indumentárias persas e com bonés frígios. As tradições sírias e arménias contam até doze. Compreende-se que a mesma incerteza reine em relação aos seus nomes. Somente, num manuscrito do século IX aparecem os nomes que hoje conhecemos e aceitamos: Baltazar, Melchior e Gaspar.
    Eles seguiam lentamente, a passos de camelo, a estrela cintilante. O astrónomo alemão Johannes Kepler quis interpreta-la como a conjugação de Júpiter e Saturno. Mas, não conseguiu explicar como ela parecia ter brilhado sobre um só país, ter desaparecido subitamente e reaparecido em Jerusalém, ter seguido uma trajetória de Norte a Sul, em direção a Belém e ter parado em cima do lugar onde repousava o Divino Menino Jesus. Terá sido um meteoro milagroso, um cometa? Nada que o poder de Deus não pudesse realizar!
    Pouco se sabe sobre o momento da partida ou da duração da viagem. Mas um dado é certo: Os reis magos tiveram de percorrer cerca de dois mil quilómetros. Sabe-se que os Orientais, por causa dos seus meios de transporte, viajavam com vagar. Estima-se que eles chegaram três ou doze meses depois do nascimento de Nosso Senhor.
    Enquanto os santos viajantes continuavam a sua marcha, muitos eventos foram ocorrendo: Jesus nasce no estábulo; é circuncisado na sinagoga de Belém, teria juntamente com Nossa Senhora e São José, sem dúvida, sido acolhidos por devotos amigos em habitações menos miseráveis que a gruta; Nossa Senhora teria sido, quarenta dias depois do nascimento, apresentada ao Templo; em seguida – podemos conjeturar, colocando lado a lado os textos de São Lucas e de São Mateus – a Sagrada Família, indecisa em relação ao futuro, viajando até Nazaré, antes de organizar um estadia, pelo menos de alguns dias, na cidade de David. Talvez parecesse a São José e a Nossa Senhora que deveria ser ali o lugar indicado para educar aquele que era o descendente do grande rei.
    Entretanto, o movimento de fervor que se tinha levantado em volta da creche acalmou-se, não chegando sequer a propagar-se até Jerusalém. De repente, uma celeuma levanta-se entre os habitantes de Belém: uma majestosa caravana de estrangeiros, que imaginavam vir de longe, pára entre eles e pede para ver o Messias.
Os Magos seguiram viagem aprazível até Jerusalém. De repente, a sua guia celeste desapareceu. Teria sido nesta cidade o nascimento da criança profetizada? Eles dirigem-se, naturalmente, para venera-lo no palácio real. Mas ali o espanto misturou-se com fúria: Herodes acredita num complô para destrona-lo. O seu ciúme preocupado inspira a sua duplicidade, quando soube através de sábios da capital da profecia de Miqueias, que designava Belém como o lugar do nascimento de seu futuro rival, pedindo-lhes: “Ide e adorai o menino e voltai a dizer-me qual a sua morada: eu também devo e quero apresentar-lhe as minhas homenagens”.
    Eles retomaram a viagem e - que alegria! – logo à saída de Jerusalém, voltam a ver a estrela, rasgando o Céu, precedendo-os e convidando-os a seguirem-na. Subitamente, ela pára: a modesta habitação que ela designava, era bem a morada de um rei? Mas depois da supressa a fé vence. Eles entram. O que viram era simples e pequeno. Os seus olhos divinamente abertos não se enganavam. Aquele Menino, no braço de sua Mãe – onde iriam encontrar Jesus, senão sobre o coração de Maria? – não era somente um rei, nem um deus, mas Deus. E prosternando-se, adoraram-nO.
A santidade das suas vidas, a generosidade na hora da partida, a fidelidade constante e corajosa durante as fadigas da viagem e nas horas de prova, faz com que eles recebam as suas recompensas na iluminação dos seus espíritos e no êxtase dos seus corações.
    Com que alegria eles abriam os seus presentes! Com que prodigalidade colocaram aos pés de Jesus o ouro, o incenso e a mirra, os presentes habituais e tão simbólicos! Com que desprendimento eles se fizeram pobres para Deus, que finalmente conheciam, amavam e adoravam!
    Em seguida - depois de quantos dias? Passados tão rapidamente! – precisam partir. Eles teriam ficado, sem dúvida, se a graça que os levou até ali não os tivesse docemente, mas fortemente, solicitado o retorno. Eles partiram. Fiéis às suas palavras, poderiam ter voltado a Jerusalém e ter informado Herodes. Mas um anjo advertiu-os e, mais uma vez, dóceis às manifestações sobrenaturais, voltam aos seus países por um outro caminho.
    Poderíamos acreditar que eles não tenham vivido doravante das suas lembranças? Delas viveram, certamente, e propagaram-nas, preparando as suas almas e a dos seus compatriotas para a boa nova que um dia lhes ia ser anunciada. Este dia, segundo a tradição, eles também tiveram a alegria de ver. São Tomé teria vindo, quando eles já estavam na extrema velhice, derramar sobre as suas frontes – e sobre muitas outras dos habitantes dos seus países – a água do batismo. Talvez tenham até ajudado o santo apóstolo a propagar a fé em Jesus Cristo. O martirológio de Colónia diz que todos os três foram honrados com o episcopado. Outros, contam que eles morreram mártires.
    Pelo menos, nas igrejas orientais, adotando os nomes da crença popular, eles foram inscritos no Martirológio: Gaspar no dia 1 de janeiro, Melchior no dia 6 e Baltazar, finalmente, no dia 11 do mesmo mês.
    As relíquias dos Reis Magos foram encontradas na Pérsia por Santa Helena, mãe do imperador Constantino. Durante muito tempo, elas foram veneradas em Constantinopla – atual Istambul. Mas o imperador Anastácio dou-as, no século V, ao bispo Eustórgio de Milão. Quando Frederico Barba-Ruiva tomou esta cidade em 1163, despojou-a dos restos preciosos, levados para Colónia, onde até hoje se encontram.       

Le chapelet de O’Connell


Daniel O’Connel était un avocat, catholique, qui a mis son talent au service de la cause nationale de l’Irlande. Il a créé, en 1823, une organisation de masse, la « Catholic Association ». Bien qu'inéligible, parce que les catholiques étaient exclus des postes importants de l’armée, de l’administration e de la magistrature, ne pouvant siéger dans les deux chambres, O'Connell est triomphalement élu député en 1828. Londres transige et, en 1829, la loi sur l'émancipation des catholiques est votée, mettant enfin les catholiques sur le pied d’égalité avec les protestants.
C'était au temps où l'Irlande catholique gémissait encore sous le joug de la protestante Angleterre. On discutait, au Parlement britannique, une loi quelconque contre la liberté religieuse de l’Irlande. L'adversaire semblait triompher. Il s'agissait de lui arracher la victoire.  Un seul homme le pouvait, grâce à son prestige et à son éloquence: le grand O’Connell. Mais O’Connell n'était pas là. On le cherche en hâte, et on le trouve enfin dans une des salles du palais. Que faisait-il? Il recitait simplement son chapelet. On le presse de venir sans tarder prendre place à son banc; mais lui de répondre: “Laissez-moi finir ce chapelet; je fais plus en ce moment pour la cause de l'Irlande qu'avec les plus éloquents discours”.
Qui sait si ce ne sont pas, en effet, plus les chapelets d'O'Connell que ses interventions magnifiques au Parlement d'Angleterre qui ont rendu la liberté à sa patrie ?