A tua verdade disse que, se chamássemos, seríamos atendidos, se batêssemos à porta, ser-nos-ia aberta, se pedíssemos, ser-nos-ia dado: ó Pai eterno, os teus servos clamam-te misericórdia. Responde-lhes, pois. Porque eu sei que a misericórdia te pertence e, por isso, não a podes recusar a quem ta pede. Batem à porta da tua verdade porque é na tua verdade, no teu Filho (Jo 14,6), que conhecem o amor inefável que experimentas para com o homem. É por isso que batem à porta. E é por isso que o fogo da tua caridade não poderá, não pode não abrir àqueles que batem com perseverança.
Abre, pois, dilata, quebra os corações endurecidos daqueles que criaste - se não for por causa dos que não batem, que seja ao menos pela tua bondade infinita e por amor dos teus servos que batem à tua porta em favor dos outros. Atende-os, Pai eterno... Abre a porta da tua ilimitada caridade que veio até nós pela porta do Verbo. Sim, eu sei que tu abres mesmo antes de nós batermos porque é com a vontade e com o amor que lhes deste que os teus servos batem e te chamam, para tua honra e para a salvação das almas. Dá-lhes, pois, o pão da vida, isto é, o fruto do sangue do teu Filho único.
Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, co-patrona da Europa - Os Diálogos, cap. 134
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