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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Eu creio, eu confesso a minha fé!

Meu Senhor e meu Deus,

Tu guiaste-me por um longo caminho obscuro, pedregoso e duro.

As minhas forças pareciam muitas vezes quererem abandonar-me,

Quase não esperava ver mais um dia a luz.

O meu coração petrificava-se num sofrimento profundo

Quando a claridade duma doce estrela se elevou aos meus olhos.

Fiel, ela me guiou e eu segui-a

Um pouco tímida no início, mais firme depois.

Cheguei, finalmente, à porta da Igreja.

Ela abriu-se. Pedi para entrar.

A bem-aventurança acolheu-me pela boca do teu sacerdote.

No interior, as estrelas sucedem-se,

Estrelas de flores vermelhas que me indicam o caminho para ti.

E a tua bondade permite que elas me iluminem no meu caminho para ti.

O mistério que me fazia manter escondido no fundo do meu coração,

Eu posso doravante anunciar em alta voz:

Eu creio, eu confesso a minha fé!

O sacerdote conduziu-me aos degraus do altar,

Inclino a fronte,

A água santa escorre sobre a minha cabeça.



Senhor, é possível alguém renascer

em meio da vida? (Jn3.4)

Tu o disseste, e isto para mim tornou-se realidade.

O peso das faltas e dos castigos da minha longa vida deixaram-me.

De pé, recebi o manto branco sobre os meus ombros,

Símbolo luminoso da pureza!

Levei na mão o círio cuja chama anuncia

Que em mim arde a tua vida santa.

O meu coração tornou-se doravante o berço que espera a tua presença.

Por pouco tempo!

Maria, tua mãe, que é também a minha, deu-me o seu nome.

À meia-noite ela coloca no meu coração o seu filho recém-nascido.

Oh! Nenhum coração humano pode conceber

O que tu preparas para aqueles que te amam (1Co 2,9).

Doravante tu és meu e nunca mais te deixarei.

Onde quer que vá o caminho da minha vida, tu estarás comigo.

Nada jamais poderá separar-me do teu amor (Rm 8,39).
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein, 1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa - Poesia "Noite Santa"

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