Cristo Jesus nosso Senhor, durante a sua estadia na terra, declarou ele próprio o que era, o que tinha sido, de que vontade do Pai era servidor, qual o dever que ele prescrevia ao homem. Ele tanto dizia isso abertamente à multidão, como à parte, dirigindo-se aos seus discípulos, dos quais escolhera doze principais, para viverem a seu lado, e que ele destinava para ensinar às nações. Depois da queda de um deles, ordenou aos outros onze, no momento de partir para a casa do Pai, depois da ressurreição, que fossem ensinar às nações e as baptizassem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28,19).
Assim, pois, os apóstolos – esta palavra significa “enviados” – incluíram um décimo segundo, tirado à sorte, Matias, para substituir Judas, apoiando-se na profecia do salmo de David. Receberam a força do Espírito Santo que lhes tinha sido prometido para realizarem milagres e falar outras línguas. Atestaram a fé
Depois fundaram Igrejas em cada cidade, às quais, em seguida, outras Igrejas pediram emprestadas a estaca da fé e as sementes da doutrina… O que prova a sua unidade, é que elas comunicam na paz, que os seus membros se chamam irmãos, e que elas praticam reciprocamente a hospitalidade. Esta construção não tem outro fundamento a não ser a tradição única de um mesmo mistério. O que os apóstolos pregaram, foi o que Cristo lhes tinha revelado, e isso apenas deve ser garantido por essas mesmas Igrejas, que os próprios apóstolos fundaram, pregando-lhes de viva voz, como se disse, e em seguida por cartas.
Tertuliano (155? - 220?), teólogo - A prescrição contra os heréticos
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