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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

União Europeia, política e religião

União Europeia, política e religião

A União Europeia está a passar dos limites. Quem lhe outorgou o poder de decidir sobre matérias morais?

O Cardeal Angelo Scola, Patriarca de Veneza, denunciou perante o presidente do Parlamento Europeu as "pressões" da UE sobre os Estados-membros em matérias morais e deu como exemplo a questão dos projectos de legalização das uniões de facto, tema de grande polémica em Itália.

Na homilia da celebração que presidiu na Abadia de Montecassino, no dia 21 de Março 2010, festa de São Bento, Padroeiro da Europa, o Cardeal Scola disse que "não é oportuno que o actual Parlamento Europeu se pronuncie sem cessar sobre questões como o casamento, a família e a vida, exercendo pressões sobre os países da União cuja sensibilidade e cultura são muito diversos".

Em matérias tão delicadas como a família ou a bioética, o princípio de subsidiariedade que rege o funcionamento da Europa "implica que se respeitem as tradições de cada povo e que se evite forçar sociedades civis muito diversas".

Dois pesos e duas medidas

Estamos diante de uma enorme invasão da política (ou dos políticos?) em todos os princípios e fundamentos das crenças religiosas. Em nome da laicidade, os legisladores querem relegar o problema religioso para dentro das igrejas e não querem que as igrejas opinem e ensinem sobre matéria social, mas fazem de tudo para pressionarem e imporem leis sobre temas que, normalmente, não lhes dizem respeito e que estão na base das religiões. Uma situação que deixa perplexa a opinião pública europeia, de cultura e costumes maioritariamente católicos.

Se não houver protestos e as pessoas não forem esclarecida sobre os abusos da União Europeia, em breve chegaremos ao ridículo de ver propostas do género: “modo europeu de se assistir a Missa”, “orientações litúrgicas para a Europa” ou ainda “estilos de vida do sacerdote, na Comunidade Europeia”…

Tudo indica que caminhamos para um modelo de sociedade “standard” na Europa, modelado e controlado por uma “nomenklatura”, onde desde os grandes projectos da existência aos menores detalhes da vida são controlados e regulados por um punhado de políticos.

Reza um ditado francês de Destouches (Le Glorieux, III, v): “Chassez le naturel, il revient au galop” (Expulsai o natural e ele retornará a galope!”

O que nos aguarda o futuro, se continuarmos nesta linha?

José Augusto Miranda

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