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sábado, 2 de março de 2024

Marconi, inventor do rádio e católico militante

 

No próximo dia 25 de abril, comemoraremos o centésimo quinquagésimo aniversário do nascimento, em Bolonha, Itália, do engenheiro eletrónico, senador, cientista e inventor do rádio, Guglielmo Marconi.

Antes de Marconi, o mundo comunicava-se através do telégrafo de Samuel Morse, utilizando cabos. Na primavera de 1897, o cientista demonstrou que era possível estabelecer comunicação com pessoas que estavam distantes entre si, através da transcepção de dados e informações previamente codificadas em sinal eletromagnético.

Em1899, Marconi conseguiu uma primeira comunicação da França com a Inglaterra e em 1902, uma primeira mensagem radiotelegráfica entre o Canadá e a Inglaterra.

Em 1920, partiu para a sua primeira viagem no Elettra, um navio de 61 metros que comprou e equipou para servir de laboratório no estudo de ondas curtas e também o seu lar. Além da sua família, as cabines do Elettra recebiam visitantes ilustres, como os Reis da Itália, da Espanha e do Reino Unido. As festas no Elettra tornaram-se célebres pelas músicas transmitidas pelo rádio diretamente de Londres.

Em 1924, Marconi fez com que se fizesse ouvir, pela primeira vez, a voz humana por meio da radiofonia, da Inglaterra até à Austrália. Em reconhecimento pelo seu trabalho, recebeu do rei da Itália, Vítor Emanuel III, o título de marquês.

Construção e inauguração do Rádio Vaticano

A Igreja Católica percebeu rapidamente a utilidade da invenção de Marconi para a evangelização dos povos. Assim, durante dois anos, trabalhou para construir um rádio do Estado do Vaticano. No dia 2 de fevereiro de 1931, foi o próprio Marconi a anunciar a inauguração do “Rádio Vaticano”, pelo Papa Pio XI: “As ondas elétricas transportarão a todo o mundo, através do espaço, a sua palavra de paz e de bênção”.

https://archivio.quirinale.it/video/bisiach//MINUTO-DI-STORIA/T3mam_Marconi_E_Pio_Xi_Inaugurano_Radio_Vaticana.mp4

Conversão e amizade com o Papa Pio XI

Num artigo publicado na revista mensal de Apologética, “Il Timone” de fevereiro, Francesco Agnoli explica a relação de Marconi com a Igreja Católica.

O próprio inventor afirma numa carta, que Maria Cristina Bezzi-Scali, mulher de fé profunda com quem se casou, depois de obter a anulação do seu primeiro casamento, foi o “anjo da minha conversão, da minha redenção, um anjo como o que teve São Paulo no caminho de Damasco”.

Maria Cristina, que frequentava a Curia Romana e conhecia o Papa Pio XI e o Cardeal Pacelli, futuro Pio XII, apresentou-lhes o seu marido. Rapidamente, tornou-se num confidente e amigo de ambos.

Cristo Redentor do Rio de Janeiro e Nossa Senhora da Carta de Messina

Marconi tem o seu nome associado a dois outros acontecimentos: a 12 de outubro de 1931, dia da inauguração do Cristo Redentor do Rio de Janeiro, acendeu a iluminação do monumento, com um sinal de radio transmitido da Itália para o Brasil. E alguns anos mais tarde, contruiu um comando de radio que permitiu ao Papa Pio XI acender, desde o Vaticano, no dia 12 de agosto de 1934, a iluminação da grandiosa imagem de bronze de Nossa Senhora da Carta, em Messina.

Segundo uma antiga tradição, São Paulo chegou a Messina para pregar o Evangelho e converteu muitos cidadãos. Quando se preparava para regressar a Jerusalém, no ano de 42 d. C., o Senado de Messina enviou uma delegação formada por Salvatore Girolamo Driggiano, Ottavio Brizio, Marcello Bonifacite e o centurião Mulè, com uma carta informando da conversão da cidade ao Cristianismo e solicitando a proteção de Nossa Senhora.

Maria Santíssima acolheu-os e em resposta, respondeu com uma carta, escrita em hebraico, enrolada e amarrada com uma mecha dos Seus cabelos, mantida no Catedral de Messina e exibida no dia da festa do “Corpo de Deus”. A preciosíssima relíquia foi colocada no mastro de um pequeno galeão em prata, que representa um dos exemplos da proteção de Nossa Senhora para com a cidade de Messina. A carta da Virgem Maria termina com as seguintes palavras: “Abençoamos a vós e a própria cidade”.

O falecimento de Marconi

A morte de Guglielmo Marconi foi serena. Assim escreveu sua esposa aquela madrugada do dia 20 de julho de 1937: “Os que o assistiram contaram-me com quanta fé Guglielmo, nos últimos instantes da sua vida, osculou repetidamente o pequeno crucifixo. Expirou com grande resignação cristã”.

No dia seguinte, o jornal de Turin, “La Stampa” assim descreveu os seus últimos instantes da vida de Marconi: “como cristão militante que era, recebeu o consolo religioso e rezou o Pai-Nosso com as religiosas. Pouco depois tocou o telefone, era o pontífice em pessoa”, que querida obter informações sobre o estado de saúde do seu amigo.

Recordando-o na Missa matinal, no mesmo dia da sua morte, Pio XI sublinhou particularmente a suprema aspiração do defunto que era “contribuir com a sua atividade científica para alcançar a verdadeira paz cristã entre todos os povos”.

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