Beato Papa Pio IX |
Foi admitido, e, banhado em lágrimas, prostrou-se aos pés do Papa, e dele recebeu mostras da mais paternal benevolência.
Um detalhe desta tocante entrevista dava-lhe um carácter inteiramente particular.
Há muitos anos, por fins do século XVIII, uma nobre e ilustre família dos Estados Pontifícios, tinha ido, como costumava, passar alguns dias de outono numa casa de campo, que possuia, a cerca de dez quilómetros da cidade.
Entre os membros da família, contava-se um menino, que era tão vivo como encantador, e que se chamava João.
Um dia, este menino vai procurar um jovem camponês de vinte e dois anos, o qual servia a família, e, passeando ambos, enquanto atravessavam um campo, aproximaram-se de um fosso muito profundo, repleto de água estagnada.
O menino, vendo ali peixinhos, que cortavam a água em diferentes direções, pára, diverte-se, vendo-os nadar, quer apanhá-los com a mão, aproxima-se cada vez mais da água, sem se dar conta do perigo, dá alguns passos sobre este terreno escorregadio e lodos. Falta-lhe um pé de repente, cai na água e desaparece... Ia morrer afogado, mas a Providência arrancou-o do perigo.
O resoluto camponês salva-o e colocá-lo novamente sobre o solo. O camponês chama-se Guidi, o velho, que fora admitido todo tremulo à audiência do Papa, e o menino, esse novo Moisés salvo das águas, era João Maria Mastai Ferretti, o Soberano Pontífice Pio IX, então Papa...
Quem não se teria comovido ao ver estes dois anciãos, um obrigado pela sua pobreza a procurar o menino, que ele tinha salvo, e do qual os seus andrajos o separaram por tanto tempo, e o outro, que, brilhando debaixo da púrpura e da tiara, abraçava o primeiro em lembrança da proteção divina, da qual um foi objeto e o outro o instrumento?!
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