Torre do relógio Castelo de Cardiff |
Ninguém calcula todo o bem que pode conseguir aquele que procura
ser pontual em todas as acções da sua vida. A pontualidade é, como diz o ditado,
a cortesia dos reis, deve ser o apanágio de todas as classes, de todas as
idades e de todas as condições. Porque, se a cortesia não é mais que a forma
exterior da caridade cristã e se a verdadeira cortesia procede do sacrifício de
si mesmo, praticado em todas as ocasiões e no decurso de todos os pequenos
incidentes, que compõem a vida, a pontualidade resume em si só todas as regras
da caridade.
Ser pontual é ter consciência de seu dever, e ter vontade de
o cumprir. Ninguém é pontual sem ter espírito vigilante, atenção constante,
resolução sempre pronta e firme. Ninguém é pontual, quando não obra e não vive
debaixo das grandes inspirações de uma regra.
O homem que não se preocupa com a pontualidade é um flagelo
na sociedade. Se for padre ou médico, deixam morrer o doente sem socorros; se
notário sem testamento; se advogado faz perder a causa; se soldado as batalhas;
o director ou administrador o negócio; a dona de casa arruína a família. São
sempre os homens inexactos que fazem com que os negócios falhem, tudo perturbam
e desorganizam, porque chegam muito tarde.
Sejamos, portanto, em tudo pontuais. Nas coisas pequenas, se
o queremos ser nas grandes. Pontuais no que dissermos e no que fizermos, porque
assim se trabalha para as coisas da vida presente, e mais ainda para as da vida
futura, sendo pontualíssimos no desempenho das obrigações do próprio estado
para que não sejamos surpreendidos pela morte.
Não pode ser bom cristão, o homem que não é pontualíssimo no
desempenho dos seus deveres para com Deus, para consigo mesmo, e para com todos
os seus próximos.
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