Nascido em Villeneuve-sur-Fère, a 6 de agosto de 1868,numa
família indiferente em matéria religiosa, Louis Charles Athanaïse Cécile
Cerveaux Prosper, mais conhecido pelo seu nome artístico de Paul Claudel, cedo
se deixou prender pelos laços do materialismo, tão em voga na época em que
viveu.
O primeiro choque sofreu-o quando lhe vieram parar às mãos
as “Illuminations” e, alguns meses depois, “Une saison en enfer” de Rimbaud.
Durante as cerimónias do Natal de 1886 na Catedral de Notre
Dame de Paris, Claudel, que tinha entrado para encontrar motivos artísticos
para as suas composições literárias, para do lado direito, ao fundo, junto da segunda coluna. Subitamente teve fé,
acreditando em um Deus pessoal, transcendente, afável e paternal.
Vinha ao encontro de Claudel esse Deus que ele em criança
conhecera e na mocidade desvairada nunca mais recordara. Este choque, maior que
o de Rimbaud, havia de repercutir-se na sua vida inteira.
Apesar de ter pensado em dedicar-se à vida monástica, como
beneditino, Claudel acabou por entrar para o corpo diplomático da França, em
que serviu de 1893 a 1936.
Ao se retirar da vida pública, recolhido no seu castelo de
Brangues, intensificou os seus escritos.
A obra de Claudel é de um lirismo encantador, de uma força e
amplidão que só Vitor Hugo atingiu. Reveste-a um caráter de universalidade que
o escritor aprendeu no contacto direto com os homens espalhados por todas as
partes da terra.
Foi, porém, no género dramático que o génio de Claudel
melhor se realizou.
Os personagens dos seus dramas movem-se entre o Céu e a
Terra. De um lado os esplendores celestes, do outro a sedução constante das
misérias terrenas. Alegria verdadeira, só a possui quando neles a graça venceu
a natureza.
Isto não quer dizer que lhes falte a verdade psicológica. É
quando nos múltiplos problemas
exigências da vida se debatem que se lhes apresenta a ansiedade da
salvação eterna. Claudel entrou na imortalidade concedida por Deus aos seus
filhos e recebeu, já neste mundo, essa glória dos homens que tanto custo a
chegar.
A paixão pela Bíblia, livro que sempre amou, desde os
primeiros anos da conversão, com ele morreu, depois de o ter consolado nos
longos anos da velhice, pois o escritor viria a morrer aos 86 anos, em 1955.
Compete a nós católicos tornar conhecida a obra de um filho
ardente e obediente da Igreja, de um escritor e poeta que soube encarar e
cumprir a missão de reconduzir os homens a Deus, através das coisas criadas.
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