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sábado, 7 de setembro de 2019

O Nascimento da Santíssima Virgem Maria



“Celebramos [no dia 8 de setembro] o nascimento da Bem-aventurada Virgem Mãe, de quem nasceu Aquele que é a Vida de todos.

Hoje nasceu a Virgem Maria, de quem quis nascer a Salvação de todos, a fim de dar àqueles, que nascem para morrer, o poder de renascerem para a Vida.

Hoje nasceu a nossa nova Mãe, que anulou a maldição de Eva, a nossa primeira mãe. Assim, por Ela, herdamos agora a bênção, nós que, pela nossa primeira mãe, tínhamos nascido sob o golpe da eterna maldição.

Ela é certamente uma nova Mãe, aquela que renovou em juventude os filhos envelhecidos; Aquela que curou o mal de uma velhice congénita, bem como de todas as formas de envelhecimento que lhe tinham sido acrescentadas.

Ela é certamente uma Mãe nova que, por um prodígio singular, pode conceber permanecendo virgem e que trouxe ao mundo Aquele que criou todas as coisas. Que maravilhosa novidade é esta Virgindade fecunda!

Mas bem mais maravilhosa é ainda a novidade do Fruto que Ela trouxe ao mundo. Deixemos a palavra Àquela que entrou neste mistério, à própria Maria, que nos explique como e quem Ela deu à luz: Como a flor da vinha difunde o seu perfume.

Muito tempo antes do nascimento de Maria, o Espírito, que viria habitar nela, dizia em seu nome: “Como a vinha em flôr, canta Ela, produzi um doce odor” (Sl 24, 17).

É como se Ela dissesse: Assim como a flor não se altera por ter dado o seu perfume, o mesmo acontece com a Pureza de Maria, ao ter dado à luz o Salvador” (Guerrico d'Igny, Natividade de Maria, II Sermão).

Sobre a Natividade de Nossa Senhora, o Professor Plinio Corrêa de Oliveira comentou, numa conferência do dia 8 de setembro de 1966:

Culto de hiperdulia

“O que a Santa Igreja faz é imensamente sábio, pleno de tato. Considerem, por exemplo, o seguinte: o culto de latria ou adoração, a Igreja presta somente a Deus, portanto a Nosso Senhor Jesus Cristo, que é o Verbo Encarnado. O culto de dulia, de veneração, de mediação, a Igreja presta aos santos. Mas a Nossa Senhora Ela presta um culto que nem é simplesmente o de dulia, nem é de nenhum modo o de latria, mas é o culto de hiperdulia, que é uma veneração como a nenhum outro santo se presta, sem nenhum paralelo, sem nenhum termo de comparação, de tal maneira Nossa Senhora está acima de todas as criaturas.

Excluindo a festa do Santo Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e o nascimento de São João Batista, a Natividade que a Igreja celebra em seu calendário litúrgico é a de Nossa Senhora. E, além disto, há inúmeras outras festas a Ela dedicadas, enquanto para cada santo existe – em via de regra – uma festa no calendário e mais nada. Como também, em uma outra ordem de coisas, a Igreja permite e até estimula imagens dos santos, mas não permite que haja no mesmo altar mais de uma imagem do mesmo santo. Entretanto para Nossa Senhora, Ela permite que haja tanto no altar central como nos nichos ou altares laterais das igrejas outra imagem de Nossa Senhora.

Isto tudo para dar a entender que Nossa Senhora não tem termo de comparação nenhum, e introduzir este princípio teológico em mil realidades do calendário, da liturgia, da vida de piedade, com um tato e senso de proporções, que indica bem o espírito sapiencial da Igreja Católica e o oceano de sabedoria que nEla há.

Por que a Igreja festeja especialmente o santo natal de Nossa Senhora? Porque a Mãe de Deus foi tão grande que a data em que Ela entra no mundo, marca uma nova era na história do povo eleito.

Antes e depois de Nossa Senhora

Nós podemos dizer que a história do Antigo Testamento se divide –  sob este ponto de vista – em duas partes: antes e depois de Nossa Senhora. Porque se a história do Antigo Testamento é uma longa espera do Messias, esta espera tem dois aspectos: 1) o momento exato que não tinha chegado para a vinda do Messias, a Divina Providência estava portanto permitindo que esta espera se prolongasse pelos séculos dos séculos; 2) e depois o momento abençoado em que a Providência faz nascer Aquela que conseguirá que o Messias venha: Nossa Senhora.
Então, Sua vinda ao mundo é a chegada da criatura perfeita, da criatura que encontra plena graça diante de Deus, da única criatura cujas orações têm o mérito suficiente para acabar com esta espera, e fazer que, por fim, o rogo de toda a Humanidade, o sofrimento de toda Humanidade, o padecimento de todos os justos e a fidelidade de todos aqueles que tinham sido fiéis, consiga aquilo que sem Nossa Senhora não se teria obtido.

Houve os Patriarcas, os Profetas, houve inúmeras almas fiéis do povo eleito; deverá ter havido uma ou outra alma fiel em meio à gentilidade; houve sofrimentos ao longo dos séculos de espera do Messias. Mas nada disso foi suficiente para atrair a misericórdia divina e fazer chegar o momento da Redenção. Entretanto quando Deus quis, Ele fez nascer a criatura perfeita que haveria de conseguir isto. Então a entrada desta criatura perfeita no mundo dos vivos é o começo de Sua trajectória que durante todo o tempo atraiu bênçãos, atraiu graças, produziu santificação.

Já então todas as relações dos homens com Deus se modificaram, e começou então na porta do Céu, que estava trancada, como que a filtrar luzes e deixar filtrar esperanças de que ela seria aberta pelo Salvador que deveria vir. Isto tudo se deu desde o primeiro momento do nascimento de Nossa Senhora...

A presença dEla na terra era ocasião de graças insignes porque era a criatura mais contemplativa de todos os tempos, em relação a qual nenhuma outra contemplativa nem teve, tem ou terá paralelo. Ela possuía uma irradiação pessoal e uma ação de presença tão rica em bênção que era o prenúncio da vinda de Nosso Senhor.

E então a entrada desta bênção, a entrada desta graça, desta ação direta e pessoal na história do mundo é incomparável! E por causa disso, a Natividade de Nossa Senhora é uma festa que nos deve ser caríssima, é uma festa que nos deve falar muito, pois é a festa do início da derrubada do paganismo.

Prenúncio do Reino de Maria

Nós poderíamos dizer que há alguma relação disto com a situação do mundo contemporâneo? Existe!

Na época presente há como que uma nova interferência de Nossa Senhora na história do mundo que atua nas trevas do neo-paganismo.

O fato de Nossa Senhora suscitar almas que já anseiam pelo Reino de Maria, que pedem a vinda do Reino de Maria, lutam para que o Reino de Maria venha, estas almas são – “mutatis mutandis”, ou seja, com todas as devidas adaptações e reservas – como que Nossa Senhora no Antigo Testamento. Ainda não veio o triunfo do Imaculado Coração de Maria, mas sim algo que é o prenúncio desse triunfo e que já começa a difundir as suas graças, começa a determinar também movimentos entusiásticos de adesão. Isto é algo como uma Natividade que se repete e que prepara o Reino de Maria, profetizado por Ela em Fátima.

Os senhores vêm, portanto, que esta data é da maior significação. Oremos a Ela pedindo que - pondo como fundamento a Sua Natividade - assim como Ela veio à terra e imediatamente começou a pedir o advento do Messias e que acabasse aquele estado de coisas envolto pelo pecado, que Ela nos dê um desejo ardente do Reino de Maria. Um desejo que nos arrebate por inteiro, um desejo sapiencial, refletido, ponderado, sério, profundo que não deixe em nossa alma apego a mais nada. Esta seria, então, a nossa oração hoje”. (Plinio Corrêa de Oliveira, Conferência, 8/9/1966)

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Arqueólogos afirman haber hallado Emaús, donde Jesús Resucitado se apareció a dos discípulos



Un grupo de arqueólogos israelíes y franceses han hallado los restos de Emaús, un lugar de gran trascendencia en el Nuevo Testamento, y lugar en el cual se apareció Cristo Resucitado por primera vez a sus discípulos.

Este hallazgo, según cuenta el diario Haaretz, se ha producido mientras identificaban una fortificación helenística de de 2.200 años de antigüedad y que podría haber sido construida por un general seléucida que derrotó a Judas Macabeo.
En la colina de Kiryat Yearim
Esta excavación en la que podría localizarse Emaús está situada en la colina de Kiryat Yearim, muy cerca de Jerusalén. Este lugar habría albergado durante 20 años el Arca de la Alianza antes de que el Rey David la transportase a Jerusalén, afirman los investigadores al diario israelí.
Por su parte, el arqueólogo de la Universidad de Telaviv, Israel Finkelstein, y Thomas Römer, profesor del Colegio de Francia, han sugerido que la colina de Kiriath Yearim y la ciudad adyacente de Abu Ghos deben identificarse como Emaús.
Ambos explicaron que este lugar jugó un papel importante en la historia de la lucha judía contra el imperio seléucida y que aparece en el Libro de los Macabeos, muriendo Judas Macabeo en la batalla de Elasa a manos del ejército comandado por Bacchides, que a su vez acabaría fortificando varias ciudades, entre ellas Emaús.
Pero para los cristianos Emaús tiene un significado aún más importante, pues según el relato evangélico una vez resucitado fue en el camino a Emaús en el que Jesús se apareció por primera vez a dos de sus discípulos. Al principio no le reconocieron pero cuando llegaron a este pueblo y Cristo partió el pan “se les abrieron los ojos”.
Otras dos hipótesis sobre su localización
Sin embargo, no todos los especialistas están de acuerdo en que Emáus esté situado en esta fortificación sino que hay al menos otras dos hipótesis sobre la localización de esta localidad. “Tradicionalmente, la mayoría de los estudiosos han identificado el tiempo de Emaús de Jesús con lo que más tarde se convirtió en la ciudad bizantina llamada Emaús Nicopolis, ubicada en el Valle de Ayalon, cerca del cruce moderno de Latrun”, explica Benjamin Isaac, profesor emérito de historia antigua de la Universidad de Tel Aviv a Haaretz.
Según el Evangelio de San Lucas, Emaús estaba a 60 estadios de Jerusalén, casi unos 12 de kilómetros, mientras que Emaús Nicopolis está situada a 25 kilómetros. Por ello, Thomas Römer señala que existen tradiciones antiguas que vinculan a Kiriath Yearim y Abu Ghosh con Emaús. “Al menos algunos cristianos en los pasados siglos ​​no estaban de acuerdo con Eusebio y creían que la aparición de Jesús ocurrió allí en lugar de en Emaús Nicopolis. Es por eso que los cruzados, en el siglo XII, construyeron la Iglesia de la Resurrección magníficamente pintada al fresco en Abu Ghosh”. (Fundación Tierra Santa5 septiembre, 2019)




terça-feira, 3 de setembro de 2019

Os massacres de setembro e os mártires do Convento do Carmo


No dia 4 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional Francesa pôs fim ao sistema feudal, fazendo desaparecer o Clero e a Nobreza, como corpos políticos.

No dia 24 de agosto de 1790 o ódio contra a Igreja acentuou-se e foi aprovada a criação da Constituição Civil do Clero, que visava fazer com que a Igreja Católica francesa ficasse submissa ao Governo, negasse implicitamente a autoridade do Papa e que visava reformá-la, através de mudanças radicais, como a supressão dos votos religiosos. 

No dia 26 de novembro, impõe-se a obrigação de jurar fidelidade a estas novas regras.

Deste então, inúmeros padres e religiosos foram sendo acusados de serem “refratários” à Constituição Civil do Clero e colocados nas prisões.

No dia 26 de agosto de 1972, a Assembleia Nacional decreta o estado de urgência e declara serem os padres não juramentados uma das causas que colocam em perigo a pátria. Poucos dias depois, já são cerca de 360 eclesiástico encarcerados em Paris, pois era preciso acabar rapidamente com o “fanatismo, a superstição e o obscurantismo”.

O dia do martírio

No dia 2 de setembro de 1792, Danton advertiu à população que “os sinos dariam o sinal para acabar com os inimigos da Pátria”.

E neste mesmo dia, pelas quatro da tarde, o sino da Igreja de Saint Sulpice tocou, dando o sinal para os sanguinários desordeiros. 

O Convento do Carmo, com o seu vasto claustro, foi o primeiro e o mais emblemático teatro destes massacres. Os miseráveis irromperam gritando: “Prestai juramento!” E ante as suas recusas, assassinaram alguns no jardim e outros, depois de um simulacro de julgamento, foram massacrados a golpes de fuzil e de sabre ao pé de uma pequena escada que dava acesso à capela, onde os prisioneiros se reuniram para se dar mutuamente a absolvição.


Os seus corpos foram - a maior parte - transportados para o cemitério de Vaugirard, onde grandes fossas tinham sido preparadas de antemão. Um certo número foi lançado num poço do convento dos Carmelitas. Mais tarde buscas foram feitas e encontrou-se grande quantidade de crânios e ossos trazendo a marca dos golpes recebidos, como se pode constatar na cripta da igreja do Carmo de Paris, onde foram recolhidos.

Um Jesuíta, Padre Saurin, que conseguiu escapar, relata como era bem diferente o clima vivido pelas duas partes. De um lado, reinava a serenidade, enquanto fora ouvia-se o grito da multidão, os tiros de canhões e o rufar dos tambores.

O Padre de la Pannonie, que apesar de ter ficado ferido, sobreviveu à tragédia do Carmo contou : « Não ouvi nenhum dos que foram massacrados reclamar!”.

Entre as três mil vítimas do massacre de setembro de 1792, 191 pessoas, mortas pela sua fé, foram beatificadas por Pio XI no dia 17 de outubro de 1926: três bispos, cento e vinte sete padres seculares, cinquenta e seis religiosos e cinco leigos. Dentre eles, encontrava-se também São Salomon Leclercq, irmão das Escolas Cristãs, canonizado em 2016 pelo Papa Francisco.

Ainda hoje é possível venerar as relíquias destes santos na cripta erigida no século XIX sob a igreja de Saint Joseph des Carmes, situada na Rua de Vaugirard, 74.


Na escada do martírio, lê-se numa pedra comemorativa, situada no jardim do Seminário do Instituto Católico de Paris, os seguintes dizeres: Hic ceciderunt (Aqui eles caíram [morreram]).


Martírio para evitar a protestantização e republicanização da Igreja

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, numa reunião do dia 1 de setembro de 1967 comentou o martírio dos contra-revolucionários, no Convento do Carmo:

“Temos aqui algumas centenas, duas centenas, perto de três centenas de sacerdotes que colocados entre o martírio e a apostasia preferiram o martírio. Foram fiéis à sua consciência sacerdotal, e evitaram assinar um ato que importava, praticamente, de um lado, na apostasia, ou melhor, na protestantização da Igreja francesa e, de outro lado, na proclamação da república dentro da Igreja. Na protestantização da Igreja porque o Papa ficava apenas como autoridade honorífica.

Mas segundo essa lei votada pelos revolucionários, o Papa perdia toda a força no que diz respeito à autoridade doutrinária. O livre exame passava a vigorar na Igreja francesa. Depois, era a republicanização, porque todos os cargos importantes da Igreja passavam a ser escolhidos por sufrágio universal, sem nenhuma interferência do Papa. Os bispos, depois de eleitos, simplesmente mandavam avisar ao Papa que tinham sido eleitos, e lhe prestavam uma homenagem que era um puro cumprimento. Quer dizer, a Igreja ficava completamente esfacelada. Eles não podiam aceitar isso e preferiram morrer.

Fidelidade e misericórdia

É evidentemente uma coisa muito bela vermos isso, mas no caso destes padres parece-me ver uma beleza particular. Sabemos que o clero na França estava numa situação [difícil]. Muito decénio antes da Revolução Francesa, São Luís Maria Grigninon de Montfort foi maltratado pelo episcopado e pelo clero. Ele foi objeto de um desprezo, de um pouco caso tal, que uma vez até à boca dele subiu o travo da amargura e ele, habitualmente tão conformado, tão humilde, tão alegre, teve este comentário, depois de ter ido a um convento onde o trataram ultrajantemente: “eu não supunha que fosse possível tratar desta forma um sacerdote”.

Arrebenta a tormenta e os historiadores verificam esta coisa bonita: que muitos desses sacerdotes resolveram corresponder à graça nesse extremo e que houve grandes mártires, não só entre os padres bons, mas também entre os padres ruins. Isso me lembra o Bom Ladrão e lembra tantos outros fatos da história da Igreja. Pessoas que não merecem, mas que a misericórdia divina acolhe e que eleva até o mais alto dos Céus.


Os senhores percebem com facilidade como isso é encorajador, como isso é alentador e como isso nos deve dar também esperanças quando da realização dos grandes acontecimentos previstos por Nossa Senhora em Fátima. Em vez de considerarmos tais acontecimentos com terror, devemos considerá-los como uma ocasião de grandes graças. Como o momento em que a Providência divina chama para junto de si até os seus filhos relapsos, até os filhos com que está descontente; em que Ela consegue, por maravilhas da graça, levar às honras dos altares gente que, segundo a ordem natural das coisas, sem isso nunca teria chegado a essas honras e talvez até estivesse no inferno.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

L’orgue de Clairvaux et le moine André


En 1743, un jeune homme pâle et les vêtements en désordre, vint se présenter aux portes de l'abbaye de Clairvaux. Ce ne fut pas un moindre étonnement pour les religieux qui le reçurent, quand il leur apprit qu’il venait se faire moine. Le sourire qui parut sur leurs lèvres resserra bien cruellement le cœur du jeune homme. Il n'avait pas songé que, pour être admis dans l'ordre, il fallait un nom et des richesses; que lui n’avait jamais eu de richesses et n’avait pas encore de nom : on le lui apprit.

Cependant, comme il était languissant et accablé de fatigue, on le conduisit à la salle d’asile ; là, il s’assit tout rêveur dans l'embrasure d'une fenêtre en face de la grande flèche de Saint-Bernard qu'il contempla tristement ; puis ses yeux, en se  portant autour de lui, rencontrèrent ceux d’un vieillard qui le considérait avec un
vif intérêt : c'était le prieur du monastère. Le premier mouvement du jeune homme fut de se jeter à ses pieds, en s'écriant : « Vous du moins, ne me repoussez pas, mon père !»

Il y avait dans son élan quelque chose de si entraînant, sa voix était si persuasive,  ses grands yeux humides de larmes exprimaient tant de souffrance, que le bon  moine, tout ému, le releva pour le serrer dans ses bras. Puis regardant avec attendrissement sa belle figure où se révélait une âme pure et candide : – « Que me demandez-vous, mon enfant ?» dit-il avec bonté.

« Je suis musicien »

Le jeune homme lui déclara d’une voix tremblante ce qui l'amenait à l'abbaye.

Le vieillard exprima la plus grande surprise. – « Oh ! Ne me regardez pas ainsi, se hâta d'ajouter le suppliant ; je mourrai, mon père, si vous me chassez d’ici. Je suis pauvre, mais honnête ! Je suis musicien, laissez-moi toucher les orgues du  monastère... mais par Dieu ne me refusez pas !»

Les regards de l’artiste avaient pris une expression si élevée, sa main s'était portée avec tant de noblesse sur son cœur qui battait avec violence, que le prieur fut  subjugué par un ascendant indicible. Il rêva quelques instants. « Je reviendrai ce soir, » dit-il à voix basse, et il s'éloigna.

L'orgue de l'abbaye de Clairvaux se trouve
aujourd'hui à la Cathédrale de Troyes
Le lendemain était un dimanche. Les moines étaient rangés en longue file dans l'église. Le prêtre allait monter à l'autel. Une surprise s'empara de tous les religieux, quand une ouverture, telle qu'on n'en avait point entendu jusqu'alors, s'élança de l'orgue en brillants accords, puis retomba mollement sur un mode doux et plaintif de la plus pure expression.

Tous les yeux s'étaient portés vers la voûte pour découvrir le génie nouveau qui  venait d'animer de tant de vie l’instrument dont les concerts passaient auparavant inaperçus.

Cette magnifique exécution n'était pas l'ouvrage du vieux maître de chapelle : lui se tenait debout, triste et pensif, à l'angle de l'orgue ; tandis qu'un jeune homme, brillant d’enthousiasme et de génie, quittait le clavier et venait s'agenouiller contre la rampe de la galerie, en face du chœur. Ce jeune homme, c'était le  suppliant de la veille. Dès lors, ce fut le moine André.

Quels motifs avaient déterminé le musicien à s'enfermer dans un cloître ? On ne le  sut jamais. « Comme il était arrivé, dit le sous-prieur, Gérard de Margerie, il s'en fut  dedans la grâce de notre sire. Durant dix années céans, il ne s'ouvrit à aucun,  touchant les peines de son esprit.»

Pendant ces dix années, il se tint constamment seul, livré à d'ardentes méditations.

Tous les soirs, au moment où le soleil s'enfonçait derrière la forêt de Clairvaux, une  ombre se glissait le long des cloîtres et disparaissait sous les portes de l'église : c'était le moine André qui se rendait aux orgues, son asile de prédilection et de  délices. Il parcourait lentement les galeries, la tête penchée sur sa poitrine, les  joues pâles et creuses. Sa santé succombait aux transports d'une imagination brûlante. Mais quand le soleil sur son déclin frappait les vitraux coloriés et les tuyaux brillants de l'orgue, et remplissait la voûte de lumière, au milieu de ce jour fantastique, la tête d'André apparaissait resplendissante comme d'une auréole de gloire. En ce moment, son âme ardente était dans toute la force de l'inspiration, ses yeux lançaient des éclairs de génie, et sous sa main s'éveillait comme un souffle léger et mélancolique qui traversait le silence des voûtes. Où il était beau à voir, c'était surtout à l'heure de minuit, quand les cloches prenaient joyeusement leur  volée par les airs, quand l'église se remplissait de lumières, et que dans 'enfoncement s'avançaient les longs rangs des moines en blancs surplis.

L’orgue s’éveillait

Penché en avant sur les touches, le cœur palpitant d'impatience, le regard tout en feu, André attendait le signal, et faisait jaillir tout ce qui bouillonnait d'harmonie dans son âme. L'orgue s'éveillait grand et terrible, semblable aux trompettes du jugement qui seraient venues rompre le calme du vaste édifice. Puis c'étaient des  accents douloureux qui venaient à tous les cœurs, des soupirs qui répondaient à  d'autres soupirs, ou bien une voix pure, ailée, qui semblait arriver du ciel pour attirer des âmes qui n'appartenaient déjà plus au monde.

Cette vie mystérieuse  s'usa promptement sous les atteintes du génie. André fut six mois languissant sur  un lit de douleur : on n'attendait plus que sa fin, la nuit de Noël arriva.

La musique qui s’achèvera au Ciel

Depuis six mois l'orgue était muet quand les moines entrèrent dans l’église, les derniers rayons de la lune se reflétaient sur ses longs tuyaux. Chacun y porta les  yeux, puis les rabaissa tristement. Les matines s'étaient chantées sans la belle musique qui chaque année répandait une céleste joie sur la solennité, qui  maintenant, sans elle, ressemblait à une cérémonie funéraire. Le prêtre s'avança vers l’autel, tous les yeux se levèrent vers les orgues, ô surprise ! On y aperçoit une lumière, et aussitôt les cent voix du géant font retentir la nef.

Jamais tant de richesse et d'harmonie n'avaient été déployées. C'était un concert à  la fois plus imposant que les voix des tempêtes, plus doux que les chœurs aériens  des vierges : c'était comme un des chants éternels que les séraphins venaient apporter à la terre. Le sacrifice divin avait été suspendu, tout le monastère était muet d'admiration. Tout- à-coup la magique symphonie s'arrête, une note plaintive retentit encore ..., et puis on n’entendit plus rien. Un moine courut aux orgues. La place du clavier était vide ; mais sur le parquet gisait un homme mort : c’était  André qui était venu commencer le dernier cantique ineffable qu'il devait achever au ciel. » (Le Propagateur de l'Aube 1836)


quarta-feira, 24 de julho de 2019

Del menosprecio de los dichos de los hombres


« A mí muy poco se me da por ser juzgado de vosotros. El que me juzga es Dios. No juzguéis antes de tiempo, hasta que venga el Señor, que alumbrará las cosas escondidas en tinieblas, y manifestará lo intrínseco de los corazones. Entonces será cada uno alabado de Dios. » Esto decía el Apóstol despreciando los dichos y pareceres de los hombres. Pues Dios es el que conoce los corazones, y el que nos ha de juzgar, no te debes vanagloriar cuando eres alabado, ni entristecerte por ser vituperado, porque ser detraído no es injuria, ni puede coronar la alabanza ajena. En la hora de la muerte se verá quien es bueno o malo.

No hagas mucho caso de los inicuos juicios dichos de los hombres, más antes procura de contentar solo a Dios. Los que justan aunque sean alabados o condenados del pueblo ignorante, no tienen  cuenta sino con los jueces, que han de dar la joya, y premiar al mejor justador. Así no debes hacer caso de las alabanzas de los hombres, ni de sus vituperios, sino tener todo tu pensamiento en contentar solo a Dios, que te ha de juzgar, que pagará cada uno, como dice el Salvador, según sus obras. Si bien trabajas, él lo ve todo, y de su mano recibirás el galardón. Ama la verdad, y no los dichos de las gentes, que muchas veces se mueven por odio, o por amor, no sabiendo lo que hay en el hombre. No dejes el bien, por el dicho de la gente. El oso, que lleva la colmena llena de miel, no se le da mucho que le piquen las abejas. Así tú haciendo lo que debes, y llevando a Dios contigo, no hagas caso de los dichos y murmuraciones de los hombres, porque son picaduras que te pueden hacer poco daño.

Muy presto se apartará de la justicia el que en las cosas que hace tiene más cuenta con los dichos de los hombres que con Dios. Este tal muchas veces dilata el poder del pecar, pero no la mala voluntad. No es sin alabanza y honra el que por amor de Dios desprecia las alabanzas y honras.

Los malos, que juzgan nuestras buenas obras a mala parte, muestran no saber el arte de bien obrar.

Así no debes hacer caso de sus malos juicios y perversos dichos. Como despreciamos los dichos de los que hablan en el oficio, que no entienden, así debes no hacer cuenta de lo que los tales dicen. No se le da nada al pintor aunque oiga decir a un rústico pastor que no está bien pintada la imagen que hizo : bienaventuradas serían las artes si solos los maestros y artífices de ellas las juzgasen. No te
indignes, ni recibas pena, aunque algunos tengan de ti mala opinión, ¿Por ventura eres tú mejor que Jesucristo? Lee el Evangelio, y hallarás escrito que decían unos que era Cristo samaritano y endemoniado, y otros dijeron no ser hombre de Dios, pues no guardaba la fiesta, y otros respondían que cómo podía siendo pecador hacer tantos milagros, de manera que dice san Juan que había cisma entre ellos, diciendo unos una cosa, y otros otra.

Pues si del Salvador del mundo, siendo la misma santidad y bondad, había tan diferentes opiniones, ¿por qué eres tan soberbio que siendo tú lleno de mil imperfecciones quieres que todos aprueben lo que haces? Si del inocentísimo Señor había contrarios  pareceres, ¿por qué quieres tú que todos hablen por una boca canonizando tus obras? Vanidad de vanidades, y esta es grande vanidad. Si tantos son los que te alaban siendo tú vaso de flaqueza e iniquidad, no te enojes ni recibas pena porque algunos digan mal de ti. Ninguno es tan santo que su vida sea en este mundo loada de todos, ni es alguna obra tan justificada que los malos no murmuren de ella. Gran error es no usar de la virtud, por lo que puede decir el mundo. Por santo que sea el camino que tomas, no ha de faltar quien lo contradiga: y si tú eres tan liviano que haces caso de todo lo que los hombres dicen, nunca harás obra que buena sea. Aquel ciego que estaba asentado en el camino de Jericó llamaba a Cristo en su ayuda, pero no faltó quien lo reprehendiese.

Mas él cuanto más le contradecían, más perseveraba llamando. Imposible es faltar las lenguas de los maliciosos.

Allégate a Dios, sigue el camino de la virtud, y persevera en el bien que comenzaste, y no haciendo caudal de palabras de ociosos, que teniendo por oficio glosar las intenciones, e interpretar las obras de sus prójimos.

Perderás el seso si hicieres cuenta de todo lo que la gente dice. Trabaja continuamente por estar bien con Dios, y en todo hacer su  voluntad, porque todo lo demás es vanidad muy grande e aflicción del espíritu. (Diego de Estella)


segunda-feira, 22 de julho de 2019

Sé amigo de la Cruz y tendrás paz verdadera de corazón




« Mi paz os doy, y mi paz os dejo, » dice el Señor. 

En tanto que al mundo sirvieres, siempre vivirás en contienda. El amor de las cosas terrenales es liga de las penas espirituales. Los amadores del mundo viven en continuo tormento. Rueda es el mundo, que siempre da vueltas, y volviendo mata a sus amadores. Los mundanos nunca alcanzarán la paz del corazón. Ama a Dios, y tendrás vida. Niega a ti mismo, y conseguirás la verdadera paz.

¿Quién alcanza la verdadera paz? El que es humilde y manso de corazón. Limpia tu corazón de toda malicia, y tendrás la buena paz. Apártate de las cosas que te distraen, porque no hallarás en ellas holganza si no vuelves a tu corazón , y buscares a Dios, y le amares sobre todas las cosas.

No hay buena paz sino en Dios y en el hombre virtuoso, que hace todas las cosas por Dios, a quien ama.

Está en silencio, y sufre un poco por amor de Dios, y él te librará de toda carga e inquietud. La buena concienciada confianza para con Dios en la tribulación y en la muerte; pero la mala conciencia siempre anda con temor, y tiene consigo contienda.  

El airado presto cae de un mal en otro. El sufrido y manso de enemigo hace amigo : y halla a Dios propicio, por la piedad que tiene con el que peca. El que desea tener paz debe morar en Sion, donde está la pacífica Jerusalén. Si tuvieres a Dios contigo, tendrás la paz que cantaba Simeón haber alcanzado, cuando tenía a Jesucristo en sus brazos. Él solo da la paz, la cual, según él mismo dice, no puede dar el mundo.

Deprende a vencerte en todas las cosas, y el Señor te dará esta paz interior. Corta tus desordenados apetitos, quita de ti los vanos deseos, lanza fuera la codicia de este mundo, y vivirás pacífico y contento.

Ninguno te podrá turbar, ninguna cosa te dará pena, gozarás de la suavidad del espíritu, y tendrás el paraíso en la tierra. « Ninguna cosa puede acontecer al justo, dice el Sabio, que le dé turbación. »

Tus propias pasiones son las que te hacen la guerra, y teniendo los enemigos dentro en casa quéjate de los de fuera. Grande, Señor, es quien manda en sí mismo. Este es el grande señorío de nuestra voluntad, que tiene mayor poder que los reyes y emperadores del mundo, los cuales no pueden hacer amigos de sus enemigos, como  nuestra voluntad queriendo puede tener por amigos los que primero eran sus  enemigos. La causa porque te dan pena las injurias, adversidades, u otras cualesquier tribulaciones, es porque las aborreces. Pregonaste guerra contra estos trabajos, y porque los tienes por enemigos te dan molestia. En tu mano está amarlos, y así lo que ahora te da pena te dará después consolación.

San Andrés con la cruz holgaba, y aquel glorioso Padre san Francisco a las enfermedades las llamaba hermanas, y por eso aquellos y los otros santos se  deleitaban en las tribulaciones que te dan enojo, porque amaban ellos lo que tú aborreces.

Ama lo que aquellos santos amaron, pues está en tu mano, y alcanzarás la consolación que ellos tenían en sus trabajos.

Si padeciendo persecución recibes pena, no te quejes de quien te persigue, más antes te debes quejar de ti mismo, pues teniendo libertad para amar la persecución, no quieres.

Enmolda tu alma en Jesucristo, sé amigo de su Cruz y Pasión, entrégate de todo a Él, y ama lo que Él amó, y verás cuanta dulzura y suavidad hallarás en las cosas que ahora tienes por desabridas.

Entra dentro de ti mismo, y mete a cuchillo todas tus pasiones y deseos del mundo, y nunca tendrás queja de nadie. Y si algún agravio tienes, vuelve contra ti, y véngate de esos tus enemigos de dentro, que son los que te desconsuelan, y no te quejes de los de fuera, pues ningún perjuicio te pueden hacer, si tú no quieres. Como la polilla nacida en el paño destruye al mismo paño, y el gusano roe el madero donde se creó, así esos agravios que tanto roen tu corazón, de la propia concupiscencia nacen, en ti se criaron, y te cortan la vida, y como víboras rompen las entrañas de la madre donde fueron engendrados. ¡O cuan pacífico vivirías si fueses verdaderamente mortificado, y dejases  estas cosas de fuera! En tanto que anduvieres distraído por las cosas de este siglo, no tendrás reposo en tu corazón.

Entonces andará tu vida concertada, cuando morares contigo mismo. El que está en todo  lugar no está en parte alguna. Los peregrinos tienen muchas posadas, y ningunas amistades.

Si te quitares de las ocupaciones exteriores, gozarás de la buena paz.

¿Qué aprovecharan todos los negocios temporales, cuando venir Dios a examinar tu conciencia? ¿Quieres ser quieto de dentro? No te derrames de fuera. No curas del reino de Dios, que está dentro de ti, cuando te diviertes a estas vanidades de fuera. Tanto estas cosas serán a nosotros menos molestas, cuanto más trabajaremos de ser dentro de nosotros más pacíficos.

No mora el Espíritu Santo sino en el corazón pacífico, según aquello que está escrito en el salmo : « En la paz tiene su lugar. » Acusa al pecador el gusano de su mala conciencia, pero el que tiene conciencia segura gozará de la paz verdadera del corazón. Vuelve a las cosas interiores, y entra en el secreto de tu corazón, porque si en lo interior no hay paz, no te irá bien por más que la busques en las criaturas.

Si tuvieres paz contigo no te hará daño la malicia ajena.

Verdadera es la sentencia que dice que ninguno es ofendido, sino de sí mismo. El mayor enemigo que tienes eres tú mismo. El sabio no recibe injuria, aunque otro se la quiera hacer.

Todo tu bien consiste en la virtud del ánimo, la cual no empieza quien quita la libertad, honras o riquezas.

Las persecuciones no solo no dañan, más antes dan materia de merecimiento. Pues la gloria del cristiano es la cruz de Jesucristo, abrázate con la cruz del Señor, y ninguno te podrá turbar ni dar pena; antes alcanzarás el verdadero reposo del espíritu, y vivirás pacífico y contento. (Frey Luis de Leon)

domingo, 21 de julho de 2019

Lettera di San Luigi Gonzaga alla marchesa di Castiglione, sua madre.


Ill.ma Sig.ra Madre,

La grazia e consolazione dello Spirito Santo sia sempre con V. S. Ill.ma. 

La lettera di V. S. m'ha trovato vivo in questa regione de morti , ma su su per andare a lodare Dio per sempre nella terra de viventi. 

Pensavo a quest'ora d'aver già varcato questo passo, ma la violenza della febbre (come nell'altra scrissi) nel maggior corso e fervore allentò un poco, e  m'ha condotto lentamente fin al giorno glorioso dell'Ascensione. Dal qual tempo per un gran concorso di catarro al petto si rinforzò, tal che a  mano a mano m'avvio a i dolci e cari abbracciamenti del celeste Padre, nel cui seno spero potermi riposare con sicurezza, e sempre. E così s'accordano le diverse novelle arrivate in coteste bande di me come ne (manca una parola) al signor marchese. 

Ora se la carità, come dice san Paolo, fa piangere con quelli che piangono, e rallegrarsi con quelli che stanno allegri, grande dovrà essere il gaudio di V. S. (signora Madre) per la grazia, che Dio le fa nella persona mia, conducendomi Dio Nostro Signore al vero  gaudio , e assicurandomi di non averlo più a perderlo. Confesso  a V. S. Ill.ma che mi smarrisco e perdo nella considerazione della bontà divina, pelago senza arena e senza fondo il quale mi chiama ad una eterna requiem per si piccole e brevi fatiche, mi invita e chiama al cielo a quel  sommo bene, che tanto negligentemente cercai, e mi promette il frutto di quelle lacrime che tanto scarsamente ho seminate. 

Veda, e avverta V. S. Ill.ma di non far torto a questa infinita bontà come sarebbe senza dubbio quando piangesse come morto chi ha da vivere dinanzi a Dio per giovare con le sue orazioni più assai che non facea di qua. 

Non sarà lunga questa lontananza , là su ci rivedremo e goderemo per non stancarci uniti insieme col nostro Redentore, lodandolo con tutte le forze, e cantando eternamente le sue misericordie. Non dubito punto che lasciando quello che dettano le ragioni del sangue, con facilità apriremo la porta alla fede, e a quella semplice e pura obbedienza di che siamo tenuti a Dio, offrendogli liberalmente e prontamente quello che è suo, et tanto più volentieri quanto la cosa  tolta ci era più cara; stimando al fermo, che quello che Dio fa, tutto è ben fatto, levandone quello che prima ci aveva dato e non per altro  che per metterlo in loco sicuro e franco, e per dargli quello che tutti  vorremo per noi. 

Ho detto tutto questo non per altro che per soddisfare al mio desiderio, che ho, che V. S. Ill.ma con tutta la famiglia riceva in  loco di caro dono questa mia partita, e con la sua materna  benedizione mi accompagni e mi aiuti a passare questo golfo, e a giungere a riva di tutte le mie speranze. Il che ho, fatto tanto più di  buona voglia, quanto che non mi è restato con che altra cosa dare qualche dimostrazione dell'amore e riverenza filiale, che le devo.  

Finisco demandando di novo umilmente la sua benedizione.

Di Roma li 10, di giugno 1591.

Di V. s. Ill.ma figliolo in Cristo obbedientissimo,
Luigi Gonzaga

San Luigi Gonzaga morì all'età di ventitré anni il 21 giugno, undici giorni dopo aver scritto questa lettera 

Dall'originale dell'archivio Sanvitale di Parma.

domingo, 7 de julho de 2019

A moral cristã e as regras para viver segundo o Evangelho




Deus quer que observemos fielmente os Seus mandamentos e os da Igreja, pratiquemos as virtudes cristãs e vivamos segundo as regras do Evangelho, chamadas no seu conjunto de moral, que quer dizer, “regra de costumes”, em latim “morum lex”.

Quem obedece à moral e vive segundo esta regra é chamado de justo. Enquanto, o imoral ou ímpio é aquele que preferiu o seu capricho à vontade de Deus e quer viver segundo as suas paixões e não segundo a lei divina.

Para se entender bem a moral, é preciso estarmos de acordo sobre uma palavra muito importante: “Consciência”. Ela é a luz interior, que nos faz conhecer os nossos deveres, que nos repreende quando erramos, quando fazemos o mal e que nos alegra quando temos a coragem de seguir a voz de Deus e sermos bons cristãos.

Contudo, é preciso prestar muita atenção, pois a palavra “moral” tem hoje significados muito diferentes. E, todos sabemos, que quanto mais importante é um conceito, tanto mais grave é a aplicação de uma má interpretação. Assim, existe hoje uma falsa moral, conhecida como “moral do homem”, “moral do bem” ou “moral cívica”. Mas, não nos enganemos, ela não têm nada a ver com a verdadeira moral, que é cristã.

Aqueles católicos, que foram batizados mas que não frequentam a igreja e os sacramentos, que vivem num certo ateísmo prático moderno, adquirem uma enganadora tranquilidade de espírito ao obedecer esta falsa moral.

Com efeito, nada há de mais cómodo do que esta pretendida moral do “homem de bem” e que tem um sentido muito elástico. Ela é na realidade uma regra imoral e inútil para uma pessoa que procura a virtude. Para esta falsa moral, tudo se resume em dois pontos: “Não matar e não roubar”  – o que é de certo modo muito bom, muito louvável, mas que não é suficiente. A pseudo moral moderna não vai mais longe do que isto.

Deve-se tolerar tudo

Esta moral deixa claro, e até ostenta pomposamente, que se deve ser um bom pai, uma boa mãe, um bom filho ou boa filha, um bom marido ou boa esposa, mas não aceita que lhe sejam apresentadas regras ou modelos; que se entre em detalhes com definições dos deveres da vida de cada um dos estados acima mencionados; nem quer que se regule o comportamento, os costumes, o combate aos vícios, aos maus hábitos e aos instintos egoístas. Ou seja, não se pode dizer nada, não se pode proibir nada e deve-se tolerar tudo.

Segundo a moral moderna, cívica e não religiosa, pode-se ser desregrado, viciado em jogos de azar, bêbado, colérico, egoísta, dissipador, avarento, sem amor para com o próximo, orgulhoso e sensual. Ora, quem não vê o vácuo deste comportamento, quando comparado com a moral cristã, e como é impossível encontrar nestas máximas de “não matar e não roubar” o poder necessário para travar as paixões que todos temos dentro de nós?

Para dizer a verdade, isto não passa de um meio enganador de poder justificar a prática do mal com roupagem de bem, sem incomodar muito a consciência… Mas, com pesar para os inúmeros homens e mulheres de bem dos nossos dias, temos que afirmar que Deus é mais exigente do que isto.

A moral cristã, que Ele mesmo nos deu, é a regra, segundo a qual seremos julgados e é a regra da nossa consciência. Podemos tentar mudá-la, mas Deus vence sempre, fazendo recordar a célebre frase do escritor Felipe Néricault Destouches, na sua obra “O Glorioso”: “Expulsai o natural e ele virá à galope!”.

A verdadeira moral apoia-se inteiramente sobre a religião. O seu fundamento, ao qual ela dirige tudo, é o amor e o serviço a Nosso Senhor Jesus Cristo. O Evangelho, com as suas máximas, é o seu código e ensina-nos, antes de tudo, a necessidade da penitência, a renúncia de nós mesmos, a caridade fraterna, a humildade, a doçura, a pureza de coração e de corpo, o desapego dos bens materiais, a obediência a Deus e aos ensinamentos da Santa Igreja. Ou seja, numa palavra, ela é a prática da vida e das virtudes cristãs.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

"Ama-Me como és!"


Filho meu, diz o Senhor, conheço a tua miséria, as tuas lutas e as tribulações da tua alma, as debilidades do teu corpo, a tua covardia e os teus pecados. Mesmo conhecendo-os, peço-te: "Dá-Me o teu coração! Ama-Me como és!"

Se esperas ser um anjo para te entregares ao amor, nunca Me amarás. Ainda que, com frequência caias nestas tuas faltas que querias não cometer e que sejas fraco na prática da virtude, não te permito que não Me ames.

A cada instante e em qualquer que seja a situação em que te encontras, no fervor ou na aridez, na fidelidade ou na infidelidade, ama-Me como és. 

Quero o amor do teu coração indigente! Se esperas ser perfeito para Me amares, então, nunca Me amarás. Não posso, porventura, fazer surgir do nada milhares de santos, mil vezes mais perfeitos e mais amantes do que aqueles que já criei?

Não sou Eu Todo-poderoso? E se ao invés disso, agradasse-Me deixar para sempre, no nada, estes maravilhosos seres e preferir o pobre amor de teu coração! Meu filho, deixa-Me amar-te, quero o teu amor. Quero formar-te, mas, enquanto isso, amo-te como és. E espero que faças o mesmo. Quero ver que do abismo da tua miséria sobe o teu amor. Amo em ti até a tua debilidade. Amo o amor dos pobres; quero que da indigência se eleve continuamente este brado: “Senhor, amo-Vos”!

É o canto do teu coração que Me importa. De que Me serviria a tua ciência e o teu talento? Não são virtudes que te peço e, se tas desse, tu és tão fraco, que o amor-próprio se misturaria nelas: Mas, não te preocupes com isto!

Poderia ter-te destinado a grandes feitos; mas, tu serás o servo inútil. Tirar-te-ei até o pouco que tens, porque te criei para o amor: Ama! O amor fará com que realizes todo o resto sem pensar nisto, procurando preencher o momento presente com o teu amor. Hoje, estou à porta do teu coração como um mendigo - Eu que sou o Senhor dos senhores! Bato e espero, apressa-te a abrir-Ma e não te desculpes com a tua miséria. A tua indigência, se a conhecesses plenamente, morrerias de dor. Só isto poderia ferir o Meu coração: ver-te duvidar e deixar de ter confiança em Mim.

Quero que penses em Mim a cada hora do dia e da noite; quero que todas as tuas ações, até as mais insignificante, sejam feitas por amor. Quando chegar o sofrimento, dar-te-ei força; deste-Me o amor e Eu dar-te-ei a capacidade de amar para além daquilo que alguma vez pudeste sonhar.

Mas, lembra-te: “Ama-Me, como és. Não esperes ser um santo para te entregar ao amor, caso contrário, nunca Me amarás”!  (Mons. Lebrun, "Ecce Mater Tua" No. 268)


Bondade, misericórdia e convite à conversão

Diante deste apelo de Jesus, vale a pena recordar o que dizia o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sobre a misericórdia de Deus para connosco, especialmente presente no Sagrado Coração de Jesus:


"Se é verdade que a fraqueza da natureza humana é tal que a observância dos Mandamentos é absolutamente superior a ela, devemos entretanto considerar a infinita misericórdia divina. Não para dela deduzir que Nosso Senhor coonesta o pecado, o crime, Ele que é a perfeição infinita. A misericórdia de Deus não pode consistir em nos deixar jazendo desamparados na nossa corrupção, mas em nos tirar dela.

"Diante dos cegos, dos coxos, dos leprosos, Ele não Se limitava a sorrir e passar adiante. Ele os curava. Diante dos nossos pecados, a sua compaixão não consiste em nos deixar presos, mas em nos tirar deles amorosamente e nos levar aos ombros.

"O que esperamos da misericórdia de Deus são os recursos necessários para nos tornarmos capazes de praticar a lei moral. 

"Temos para isto a graça, que nos foi alcançada pelos méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. A graça torna a inteligência do homem capaz do ato de fé. Torna a vontade humana capaz de uma energia tal, que se lhe faz possível praticar os Mandamentos. 

"O grande dom de Deus para os homens, insistimos, não consiste em condescender com as suas faltas, no sentido de que, sem censurar, os deixe displicentemente mergulhados nelas. O grande dom de Deus consiste em nos dar os meios sobrenaturais para evitar o pecado e atingir a santidade. E dai também uma grande responsabilidade para os que recusem este dom inestimável.

"Símbolo expressivo desse amor misericordioso de Deus, da abundância do seu perdão, e da insistência com que Ele está constantemente a convidar o homem a que se arrependa, a que peça as graças necessárias para praticar a virtude, a que por meio da oração consiga todos os recursos necessários para a reforma do seu caráter, é o Sagrado Coração de Jesus.


"Toda misericórdia constitui um grande dom. Mas constitui também uma grande responsabilidade. Posto que o homem, pela oração e pela fidelidade à virtude, pode e deve praticar os Mandamentos, é bem evidente que não resta para ele desculpa nenhuma se se obstinar no pecado. Por isto, a fórmula do apostolado eficaz consiste, não em silenciar aos homens a sua malícia, mas em convidá-los a se lavarem dela na fonte divina onde brotam as torrentes da graça". (Plinio Corrêa de Oliveira, Catolicismo, N° 68, agosto de 1956)

sexta-feira, 21 de junho de 2019

As diaconisas na Igreja primitiva

Diaconisa Febe

Muito se tem falado sobre a necessidade das mulheres terem um papel mais ativo na Igreja e, inclusive, evoca-se a instituição das diaconisas, uma prática tão antiga quanto a dos diáconos e que aparece claramente numa das cartas de São Paulo, quando entrega uma das suas cartas à Diaconisa de Cencreia, chamada Febe (Rm 16, 1).

No “Dicionário das antiguidades cristãs” do Padre Martigny, encontramos enumeradas as funções das diaconisas, dentro e fora da edifico sagrado, a serviço do Bispo:

* Guardavam a porta da Igreja reservada para as mulheres.

* Instruíam as mulheres catecúmenas.

* Ajudavam o bispo no batismo das mulheres (que naquela altura era de imersão).

* Cuidavam das mulheres pobres e doentes.

* Orientavam as virgens e viúvas;

* Estavam presentes nas conversas privadas dos bispos, padres e diáconos com as pessoas do sexo oposto.

(Dictionnaire des antiquités chrétiennes, de l’abbé Martigny, Paris, 1977, pp. 243-244).

As Constituições apostólicas, cujos primeiros elementos datam do seculo I e vão até ao século III, apresentam uma fórmula de bênção das diaconisas, bem distintas das fórmulas usadas na ordenação dos diáconos da época. O bispo impunha-lhes as mãos, dando-lhes uma bênção e recitava a seguinte oração: “Deus eterno, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que quisestes criar o homem e a mulher; que cumulaste com o vosso espírito Maria, Ana, Débora e Helda; que estabelecestes guardas das portas do Tabernáculo e do Templo, volvei os olhos sobre a vossa serva que é elevada ao ministério de diaconisa e concedi-lhe o Espírito Santo. Purificai-a de toda a corrupção da carne e do espírito, a fim de que possa exercer dignamente o serviço que lhe é confiado para a gloria e louvor de Jesus Cristo”.

No começo da Igreja, os bispos escolhiam para ser diaconisas pessoas que tinham oferecido a Deus a sua virgindade, viúvas que tinham sido casadas apenas uma vez e que depois da morte do marido tinham dado prova de sólida piedade e tinham prometido a Deus guardar a castidade o resto da vida. São Paulo não queria que fossem ordenadas mulheres com menos de sessenta anos. Contudo, o Concílio de Trullo, também conhecido como Concílio Quinissexto, reduziu a idade para quarenta anos.

No seculo II, algumas diaconisas desempenharam papéis reservados ao clero. O Papa Sotero, entretanto, interveio no ano de 175 para repreender severamente esta atitude e escreveu um decreto, que ficou no direito. Parece que nas igrejas orientais, a disciplina foi menos severamente aplicada. 

Entretanto, a maior parte das igrejas não possuíam mais diaconisas, desde o século V, tendo sida esquecida até ao século X. Este intervalo de cinco séculos sem diaconisas é suficiente para indicar que a Igreja não teria abolido um sacramento instituído por Cristo…