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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A ternura da canção “Maria durch ein Dornwald ging”

https://www.youtube.com/watch?v=0NA1b8TeMNI&playnext=1&list=PLB5D915F29443B85D&feature=results_main


“Maria ia através de uma floresta de espinhos. Nessa floresta de espinhos, há 7 anos não tinha folhagem. O que traz Maria sobre o seu coração? Uma criancinha sem dores, isso traz Maria sobre o seu coração. Uma criancinha sem dores traz Maria sobre o seu coração. Então, dos espinhos desabrocharam rosas”.
 O tema e pressuposto da música é de Nossa Senhora com o Menino Jesus. Nossa Senhora extremamente moça, e trazendo consigo o Menino na sua primeira infância. Traz uma ideia de juventude, de delicadeza, de virginal fragilidade e de virginal força. Que anda com o menino, mas vê-se que Ela está sozinha, porque a canção não se refere a mais ninguém. Ela está sozinha e traz sobre o seu coração, bem protegido o menino, numa floresta de espinhos. Uma floresta que há 7 anos não dá senão espinho. Então há uma espécie de risco, um contraste: como aquela flor de delicadeza, que é Nossa Senhora e Aquele Menino, o tesouro do universo, podem estar sujeitos a uma trajetória através de tantos espinhos. Que coisa horrorosa! E se acontecer de um espinho ferir o Menino e sair a gota de um sangue que, só por si, vale mais do que todo o céu e toda a terra? Como pode ser?
Por isso Ela O traz bem junto ao coração. Ela protege o Menino. Então a ideia que prevalece é a de Nossa Senhora, como que atemorizada pelos espinhos que cercam o Menino. Os espinhos são a natureza hostil, a natureza amaldiçoada daquele lugar que há 7 anos não dá nada. E o Menino que parece dormir, que parece estar fora do uso da razão, é o Homem‑Deus. De maneira que sabe tudo, pode tudo, dá a solução para tudo. Então, o perigo para Ele que são os espinhos, o agreste, o hostil do que O envolve, Ele resolve: pelo poder dEle, transformar em rosa, para a Mãe dEle cheirar!
Então, Nossa Senhora que vai atravessando e vendo que os espinhos se transformam em rosas perfumadas, orientadas para Ela. E compreende: foi uma amabilidade de seu Filho! Ela olha para Ele, Ele está dormindo! Está governando a natureza!
Tudo isso junto está nessa canção. O começo é um pouco jovial; depois vem a ternura, o respeito. Mas tudo tratado com tal voz — isso é uma lenda, não aconteceu — que é um pouco o tonus de uma pessoa que conta para um menino ouvir. E a ternura é um pouco para o Menino Jesus e um pouco para o menino que está ouvindo, a quem se conta uma coisa delicada, o menino fica contente. Isso explica os mil tons e entretons da canção.
Agora, lembrem‑se que é o povo dos grandes exércitos, das grandes invasões, das grandes batalhas. Na sua fase imperial última com os couraceiros, com capacetes, com águias em cima. É esse povo que na hora da ternura sabe cantar assim.
O que desbarata uma espécie de preconceito pacifista e sentimental, segundo o qual quem guerreia não tem sentimento. E talvez, pior ainda, que quem tem sentimento não guerreia.
O equilíbrio magnífico dessas coisas se encontra na alma alemã quando é católica. E quando é bem católica, quando é retamente católica.

(Plinio Corrêa de Oliveira, palavras sem correções do autor durante o jantar no Eremo do Amparo de Nossa Senhora, 3 de Janeiro de 1989).

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