A língua portuguesa é riquíssima, com um vocabulário vasto, palavras
de sentido específico, e uma gama de sinónimos que nos permitem criar qualquer
tipo de mensagem textual ou oral.
A escrita, longe de ser uma técnica, consiste numa arte.
Redigir é exteriorizar, em palavras, ideias, em ordem e método.
O conhecedor da língua pode até brincar com as palavras.
Diz a lenda que o grande escritor brasileiro Rui Barbosa, ao
chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal.
Para lá se dirigiu, e constatou que um ladrão tentava levar
alguns patos da sua criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao
tentar pular o muro com os seus animais, disse-lhe:
-- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco
dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o
recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se
fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha elevada
prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica
bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à
quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
O ignorante ladrão, confuso, responde-lhe:
-- “Doutô! afinar, levo ou deixo os pato?
Uma pessoa culta possui um bom vocabulário, tem à sua disposição
uma grande quantidade de palavras para expressar as suas ideias, mas deve saber,
também, escolher as palavras certas para as ocasiões corretas…
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