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quinta-feira, 7 de março de 2024

A Cruz de Cristo banida do poster oficial dos Jogos Olímpicos de Paris 2024



O poster oficial dos Jogos Olímpicos de verão de Paris 2024, desenhado por Ugo Gattoni está disponível para a compra.

Segundo o presidente do Comité Organizador, Tony Estanguet, nele “são apresentados os principais símbolos do Paris 2024, juntamente com inúmeras referências aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, bem como a Paris e à França."

Curiosamente, da ilustração foi banida a Cruz da Cúpula dos Invalides

Será que o passado cristão da França, Filha Primogénita da Igreja, deve ser escondido? 

Não nos envergonhemos da Cruz de Cristo! Ela não é um ornamento, mas sinal de vitória e do mistério da nossa Redenção, manifestado pelo sofrimento e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nela Se imolou para nos resgatar do pecado original e abrir-nos as portas do Céu.

Coitado do soberbo! Um dia o seu prédio desabará!


Na catequese do dia 6 de março, Francisco recorda que o soberbo se acha muito mais do que realmente é. Agita-se para ser reconhecido como maior que os outros. Quer ver sempre os seus méritos reconhecidos e despreza os outros considerando-os inferiores.

Há pouco que se possa fazer com uma pessoa cheia de soberba. É impossível falar com ela, muito menos corrigi-la. Com ela basta apenas ter paciência, porque um dia o seu prédio desabará.


segunda-feira, 4 de março de 2024

Não é admissível ordenar mulheres: Paulo VI lembrou a posição da Igreja


Quando surgiu a questão da ordenação das mulheres na Comunhão Anglicana, o Sumo Pontífice Paulo VI, em nome da sua fidelidade o encargo de salvaguardar a Tradição Apostólica, e também com o objetivo de remover um novo obstáculo criado no caminho para a unidade dos cristãos, teve o cuidado de recordar aos irmãos anglicanos qual era a posição da Igreja Católica: "Ela defende que não é admissível ordenar mulheres para o sacerdócio, por razões verdadeiramente fundamentais. Estas razões compreendem: o exemplo ― registado na Sagrada Escritura ― de Cristo, que escolheu os seus Apóstolos só de entre os homens; a prática constante da Igreja, que imitou Cristo ao escolher só homens; e o seu magistério vivo, o qual coerentemente estabeleceu que a exclusão das mulheres do sacerdócio está em harmonia com o plano de Deus para a sua Igreja". 
(Cfr. Paulo VI, Rescrito à carta de Sua Graça o Rev.mo Dr. F.D. Coggan, Arcebispo de Cantuária, sobre o ministério sacerdotal das mulheres, 30 de Novembro de 1975: AAS 68 (1976), 599-600)

Esta não é apenas uma resposta a uma carta, mas um “rescrito”, que segundo o Direito Canónico é um ato administrativo singular. Trata-se de um documento escrito pelo qual a Santa Sé ou autoridade eclesiástica competente, concede um privilégio, graça ou licença ou se pronuncia sobre questão ou controvérsia, em resposta a peticionário, como foi este caso.

sábado, 2 de março de 2024

Marconi, inventor do rádio e católico militante

 

No próximo dia 25 de abril, comemoraremos o centésimo quinquagésimo aniversário do nascimento, em Bolonha, Itália, do engenheiro eletrónico, senador, cientista e inventor do rádio, Guglielmo Marconi.

Antes de Marconi, o mundo comunicava-se através do telégrafo de Samuel Morse, utilizando cabos. Na primavera de 1897, o cientista demonstrou que era possível estabelecer comunicação com pessoas que estavam distantes entre si, através da transcepção de dados e informações previamente codificadas em sinal eletromagnético.

Em1899, Marconi conseguiu uma primeira comunicação da França com a Inglaterra e em 1902, uma primeira mensagem radiotelegráfica entre o Canadá e a Inglaterra.

Em 1920, partiu para a sua primeira viagem no Elettra, um navio de 61 metros que comprou e equipou para servir de laboratório no estudo de ondas curtas e também o seu lar. Além da sua família, as cabines do Elettra recebiam visitantes ilustres, como os Reis da Itália, da Espanha e do Reino Unido. As festas no Elettra tornaram-se célebres pelas músicas transmitidas pelo rádio diretamente de Londres.

Em 1924, Marconi fez com que se fizesse ouvir, pela primeira vez, a voz humana por meio da radiofonia, da Inglaterra até à Austrália. Em reconhecimento pelo seu trabalho, recebeu do rei da Itália, Vítor Emanuel III, o título de marquês.

Construção e inauguração do Rádio Vaticano

A Igreja Católica percebeu rapidamente a utilidade da invenção de Marconi para a evangelização dos povos. Assim, durante dois anos, trabalhou para construir um rádio do Estado do Vaticano. No dia 2 de fevereiro de 1931, foi o próprio Marconi a anunciar a inauguração do “Rádio Vaticano”, pelo Papa Pio XI: “As ondas elétricas transportarão a todo o mundo, através do espaço, a sua palavra de paz e de bênção”.

https://archivio.quirinale.it/video/bisiach//MINUTO-DI-STORIA/T3mam_Marconi_E_Pio_Xi_Inaugurano_Radio_Vaticana.mp4

Conversão e amizade com o Papa Pio XI

Num artigo publicado na revista mensal de Apologética, “Il Timone” de fevereiro, Francesco Agnoli explica a relação de Marconi com a Igreja Católica.

O próprio inventor afirma numa carta, que Maria Cristina Bezzi-Scali, mulher de fé profunda com quem se casou, depois de obter a anulação do seu primeiro casamento, foi o “anjo da minha conversão, da minha redenção, um anjo como o que teve São Paulo no caminho de Damasco”.

Maria Cristina, que frequentava a Curia Romana e conhecia o Papa Pio XI e o Cardeal Pacelli, futuro Pio XII, apresentou-lhes o seu marido. Rapidamente, tornou-se num confidente e amigo de ambos.

Cristo Redentor do Rio de Janeiro e Nossa Senhora da Carta de Messina

Marconi tem o seu nome associado a dois outros acontecimentos: a 12 de outubro de 1931, dia da inauguração do Cristo Redentor do Rio de Janeiro, acendeu a iluminação do monumento, com um sinal de radio transmitido da Itália para o Brasil. E alguns anos mais tarde, contruiu um comando de radio que permitiu ao Papa Pio XI acender, desde o Vaticano, no dia 12 de agosto de 1934, a iluminação da grandiosa imagem de bronze de Nossa Senhora da Carta, em Messina.

Segundo uma antiga tradição, São Paulo chegou a Messina para pregar o Evangelho e converteu muitos cidadãos. Quando se preparava para regressar a Jerusalém, no ano de 42 d. C., o Senado de Messina enviou uma delegação formada por Salvatore Girolamo Driggiano, Ottavio Brizio, Marcello Bonifacite e o centurião Mulè, com uma carta informando da conversão da cidade ao Cristianismo e solicitando a proteção de Nossa Senhora.

Maria Santíssima acolheu-os e em resposta, respondeu com uma carta, escrita em hebraico, enrolada e amarrada com uma mecha dos Seus cabelos, mantida no Catedral de Messina e exibida no dia da festa do “Corpo de Deus”. A preciosíssima relíquia foi colocada no mastro de um pequeno galeão em prata, que representa um dos exemplos da proteção de Nossa Senhora para com a cidade de Messina. A carta da Virgem Maria termina com as seguintes palavras: “Abençoamos a vós e a própria cidade”.

O falecimento de Marconi

A morte de Guglielmo Marconi foi serena. Assim escreveu sua esposa aquela madrugada do dia 20 de julho de 1937: “Os que o assistiram contaram-me com quanta fé Guglielmo, nos últimos instantes da sua vida, osculou repetidamente o pequeno crucifixo. Expirou com grande resignação cristã”.

No dia seguinte, o jornal de Turin, “La Stampa” assim descreveu os seus últimos instantes da vida de Marconi: “como cristão militante que era, recebeu o consolo religioso e rezou o Pai-Nosso com as religiosas. Pouco depois tocou o telefone, era o pontífice em pessoa”, que querida obter informações sobre o estado de saúde do seu amigo.

Recordando-o na Missa matinal, no mesmo dia da sua morte, Pio XI sublinhou particularmente a suprema aspiração do defunto que era “contribuir com a sua atividade científica para alcançar a verdadeira paz cristã entre todos os povos”.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Quer combater o egoísmo e o orgulho? Reze a ladainha da humildade!


Na Audiência Geral do dia 28 de fevereiro, o Papa Francisco, na saudação em língua espanhola, aconselhou a meditar com frequência na “Ladainha da humildade”, do Cardeal Merry del Val, para combater os vícios que nos distanciam da vida em Cristo.

Apresentamos abaixo a ladainha, que era recitada todos os dias, depois da Missa, pelo servo de Deus Cardeal Rafael Merry del Val y Zulueta, que foi nomeado Cardeal aos 34 anos, tendo sido secretário indefetível do Papa São Pio X.

Como afirmava o Professor Dr. Plinio Correa de Oliveira, sob um certo ponto de vista, essa oração poderia ser chamada “Ladainha do Desprendimento”, pois todos os pedidos nela formulados têm por objetivo evitar o egoísmo. Assim, os desejos de ser estimado, amado, honrado, consultado, preferido, de ser mais santo do que os outros, etc., resultam, em última análise, da preocupação egoísta de considerar-se o primeiro e ter tudo para si. Em síntese, de quem possui, como ideia fixa, o “eu, eu, eu”.

Assim, parece-me em extremo conveniente meditarmos sempre no conteúdo dessa valiosa oração. E fazê-lo com aplicações concretas à nossa vida quotidiana, ao nosso dia-a-dia na vocação. Pois o amor próprio é algo tão contínuo, polimórfico e profundamente radicado na natureza humana, que qualquer pessoa, não tendo vigilância, acaba sendo meio infiltrado — para dizer pouco! — por ele.

Exemplifico. Se desempenhamos uma tarefa de modo bem feito, obtemos um grande resultado e, por isso, somos objetos de admiração dos outros. A pergunta que devemos fazer a nós mesmos é: “Agimos assim por satisfação própria ou por amor de Deus e de Nossa Senhora? Para sermos aplaudidos ou para a glória de Deus?

Se realizamos o trabalho para glorificar a Nosso Senhor Jesus Cristo e a Santíssima Virgem, estamos a fazer o correto e o desejável. Mas, se eu degustar os elogios e pensar: “Fiz tal coisa, e como os outros me admiraram naquela hora! Fulano, que sempre me contraria, ficou com uma face comprida…” Se assim procedo, estarei a entregar-me a considerações lastimáveis, as quais roubam todo o mérito da minha ação.

Precisamos ser indiferentes ao facto de aparecermos ou não naquilo que fazemos, especialmente quando se trata de um apostolado ou ação para benefício espiritual de outros. E para se alcançar esse desprendimento, só há um meio eficaz: examinar-se e perguntar se, de facto, Deus e Nossa Senhora estão a ser bem servidos, honrados e glorificados com as nossas realizações.

Quer dizer, o modo mais prático e correto de rezar a Ladainha da Humildade é fazer continuamente essas aplicações ao nosso comportamento. Por outro lado, se empreendemos um trabalho importante e ninguém nos elogia, não nos incomodemos. Desde que tenhamos procurado atender aos desígnios de Deus, o resto não importa. Dessa forma, combate-se inteiramente o egoísmo e o orgulho.

Ladainha da Humildade

Jesus manso e humilde de coração: fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.

O que o varão católico não deve desejar para si

Do desejo de ser estimado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser amado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser conhecido, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser honrado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser louvado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser preferido, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser aprovado, livrai-me, ó Jesus.

O que o varão católico não deve temer para si

Do receio de ser humilhado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser desprezado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de sofrer repulsas, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser caluniado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser esquecido, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser ridicularizado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser infamado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser objeto de suspeita, livrai-me, ó Jesus.

O que o varão católico deve desejar para si

Que os outros sejam amados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros sejam estimados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuído, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser escolhidos e eu posto de lado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser louvados e eu desprezado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser preferidos a mim em todas as coisas, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser mais santos do que eu, embora me torne santo quanto me for possível, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Ó Jesus, Mestre, Modelo e Fonte de zelo pela glória do Padre Eterno, ouvi-me.

O que o varão católico deve desejar para a igreja militante

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja estimada acima de todas as coisas pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja amada acima de todas as coisas pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja exaltada acima de todas as coisas pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja honrada acima de todas as coisas pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja louvada acima de todas as coisas pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja preferida a tudo pelos homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja acatada como Mestra suprema e infalível por todos os homens, dai-me, ó Jesus.

O desejo ardente e eficaz de que a Igreja militante seja inteiramente compreendida e apoiada por todos os homens, dai-me, ó Jesus.

O que o varão católico deve odiar por amor à Igreja militante

A santa indignação por ver a Igreja militante humilhada por seus adversários internos ou externos, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante desprezada por seus adversários internos ou externos, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante sofrer repulsas de seus adversários internos ou externos, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante caluniada por seus adversários internos ou externos, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante ser objeto de esquecimento dos seus adversários internos ou externos e de seus filhos tíbios, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante ridicularizada pelos seus adversários internos ou externos e objeto do respeito de seus filhos tíbios, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante infamada por seus adversários internos ou externos, dai-me ó Jesus.

A santa indignação por ver a Igreja militante objeto de suspeita de seus adversários internos ou externos e de seus filhos tíbios, dai-me ó Jesus.

O que o varão católico deve desejar para si na Igreja militante

Que os outros filhos da Igreja militante sejam amados mais do que eu, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante sejam estimados mais do que eu, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuído, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante possam ser escolhidos e eu posto de lado, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante possam ser louvados e eu desprezado, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante possam ser preferidos a mim em todas as coisas, Jesus dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções de apostolado.

Que os outros filhos da Igreja militante possam ser mais santos do que eu, embora eu me torne santo, quanto me for possível, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo, para serem inteiramente puras de egoísmo minhas intenções na vida interior.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

As crianças e o uso compulsivo dos telemóveis

 


Parece que, finalmente, estamos a acordar para um verdadeiro problema de sociedade: o vício dos telemóveis e as consequências, por exemplo, na educação das crianças. Na Califórnia, um professor queixou-se de que os seus estudantes assistiam Netflix durante as aulas. No Maryland, a professora de química afirma que os estudantes não prestam a devida atenção nas explicações dadas, pois usam todos os tipos de aplicações, como o Snapchat para mandar mensagens durante as aulas, para ouvirem música e até fazerem compras online. Estes foram apenas os dois últimos casos apresentados pela imprensa americana desta semana de fevereiro. O fenómeno é tão generalizado que os pais e as autoridades começam a ficar preocupados e em já são cada vez mais os países a proibirem o uso de tablets e de telemóvel nas escolas. O vício do contacto imediato com os outros, não pessoal, mas através das aplicações de telemóvel, chega a tal ponto que, mesmo durante as Missas, as crianças não conseguem deixar de ver se alguém lhes mandou alguma foto, comentário ou vídeo. E muitas chegam até a responder... Vale a pena recordar que O uso compulsivo do telemóvel é reconhecido como um transtorno que designado por “nomofobia” e que significa ter medo de ficar sem o telemóvel. Longe do dispositivo a pessoa fica ansiosa com a sensação de estar a perder informações importantes ou apresenta sensações de excesso de tédio.

 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

A Igreja e o mundo moderno


 

“Não há mais de cem pessoas nos Estados Unidos que odeiam a Igreja Católica", escreve o venerável Dom Fulton J. Sheen, no seu livro ‘Respostas da Rádio’. “Há, contudo, milhões que odeiam o que acreditam erradamente ser a Igreja Católica – o que é, obviamente, uma coisa bem diferente. Estes milhões dificilmente podem ser culpados por odiarem os católicos porque os católicos “adoram imagens”; porque “colocam a Mãe Santíssima no mesmo nível de Deus”; porque dizem que “a indulgência é uma permissão para cometer pecado”; porque o Papa “é fascista”; porque a “Igreja é a defensora do Capitalismo”. Ora, se a Igreja ensinasse ou acreditasse em qualquer uma destas coisas deveria ser odiada, mas o facto é que a Igreja não acredita nem ensina nenhuma delas. Segue-se então que o ódio de milhões é dirigido contra o erro e não contra a verdade. Na verdade, se nós, católicos, acreditássemos em todas as inverdades e mentiras que foram ditas contra a Igreja, provavelmente odiaríamos a Igreja mil vezes mais do que eles.

“Se eu não fosse católico e procurasse a verdadeira Igreja no mundo de hoje, procuraria uma igreja que não se desse bem com este mundo, em outras palavras, eu procuraria a igreja que o mundo odeia. A minha razão para tal atitude é que Cristo está em todas as igrejas do mundo e mesmo assim, continua a ser odiado, como foi quando esteve presente entre nós. Se quer encontrar Cristo hoje, então O encontraria na Igreja que não se dá bem com o mundo.

“Procure a Igreja que é odiada pelo mundo, como Cristo também o foi.

“Procure a Igreja que é acusada de ser arcaica, como Cristo foi acusado de ser ignorante.

“Procure a Igreja que os homens troçam como socialmente inferior, como zombaram de Nosso Senhor porque Ele veio de Nazaré.

“Procure a Igreja que é acusada de ter um demónio como Nosso Senhor foi acusado de estar possuído por Belzebu, o príncipe dos demónios.

“Procure a Igreja que, em tempos de intolerância, os homens dizem que devia ter sido destruída em nome de Deus, como os homens crucificaram Cristo e pensaram estar que tinham prestado serviço a Deus.

“Procure a Igreja que o mundo rejeita porque afirma ser infalível, como Pilatos rejeitou Cristo porque Ele afirmou ser a Verdade.

“Procure a Igreja que é rejeitada pelo mundo, como Nosso Senhor foi rejeitado pelos homens.

“Procure a Igreja que, mesmo nas opiniões discordantes, os seus membros A amam como amam Cristo e respeitam a sua Voz como a própria voz do seu Fundador.

“Se a Igreja é impopular com o espírito do mundo então Ela é não-mundana, e se for não-mundana, é de outro mundo. Visto que é de outro mundo, é infinitamente amada e infinitamente odiada, como foi o próprio Cristo. Somente o que é Divino pode ser infinitamente odiado e infinitamente amado. Portanto, a Igreja é Divina.

“Se, então, o ódio à Igreja se baseia em ideias erradas, a atual necessidade básica deve ser a instrução. O amor depende do conhecimento pois não podemos aspirar nem desejar o desconhecido.

“O nosso grande país (Estados Unidos) está repleto do que poder-se-chamar de “cristãos marginais”, ou seja, aqueles que vivem à margem da religião e que são descendentes de pais cristãos vivos, mas que agora são cristãos só de nome. Eles guardam alguns dos seus ideais por indolência e força do hábito; só conheceram a gloriosa história do Cristianismo através de certas formas deformadas às quais se associaram o espírito da época, e agora estão a morrer com ele. Do Catolicismo e dos seus Sacramentos, do seu perdão, da sua graça, da sua certeza e da sua paz, eles nada sabem, exceto alguns preconceitos herdados. E ainda assim são boas pessoas que querem agir corretamente, mas que não têm uma filosofia definida a respeito. Eles educam os seus filhos sem religião e, ainda assim, ressentem-se da moral comprometedora dos seus filhos. Eles ficariam zangados se você lhes dissesse que não são cristãos, mas não acreditam que Cristo é Deus. Eles se ressentem de serem chamados de pagãos, mas nunca tomam um conhecimento prático da existência de Deus. Só há uma coisa da qual eles têm certeza: as coisas não estão certas como estão. É exatamente essa certeza que faz deles o que poderíamos chamar de grandes “potenciais”, pois estão prontos para serem puxados em qualquer uma das duas direções. Em breve, deverão tomar partido; devem juntar-se a Cristo ou devem afastar-se; eles devem estar com Ele ou contra Ele; eles devem estar na Cruz como outros Cristos, ou em baixo como outros algozes. Para que lado tenderão esses cristãos marginais? A resposta depende daqueles que têm Fé. Como as multidões que seguiram Nosso Senhor no deserto, são como ovelhas sem pastor. Eles estão à espera de serem pastoreados como ovelhas ou cabras. Só isso é certo. Sendo humanos e tendo coração, eles querem mais do que a luta de classes e a economia; eles querem a Vida, querem a Verdade e querem o Amor. Numa palavra, eles querem Cristo.

Procura ser feliz? Tenha a consciência tranquila!


A alegria, escreveu o venerável Arcebispo Fulton Sheen,“, é o agradável experimentar de sensações de prazer pelo bem adquirido e desfrutado num determinado momento, ou a perspetiva do bem que se espera alcançar. Podem existir alegrias naturais e alegrias espirituais.

A alegria natural será a alegria da juventude, antes da alma cansada ter passado pela desilusão, ou a alegria da saúde, quando lhe agrada o saboroso alimento, ou a alegria do triunfo, quando a batalha foi ganha, ou as alegrias da afeição, quando se é amado. Todas estas alegrias se tornam mais intensas e sólidas, quando têm por base a alegria espiritual. Nenhuma felicidade terrena será permanente e perfeita, se não estiver associada a uma boa consciência.

A alegria espiritual é uma tranquilidade de espírito no meio das vicissitudes da vida, semelhante à da montanha, quando a tempestade desaba sobre ela. Com aquele que não está arraigado ao Divino, todo o revés é aumentado. Porque está perturbado por muitas coisas, não pode aplicar, plenamente, as suas faculdades a uma só.

A alegria não é o mesmo que jovialidade. A jovialidade é um ato, a alegria um hábito. A jovialidade é como um meteoro, a alegria como uma estrela; a jovialidade é como o crepitar de um espinho, a alegria como uma chama. A alegria, sendo mais permanente, torna mais fáceis as ações difíceis. Os soldados, depois de uma longa caminhada, dificilmente marchariam tão ágeis, se não o fizessem ao som da música. Um coração alegre acha sempre o jugo suave e a fardo leve.

A alegria das enfermeiras


Nenhuma enfermeira é útil no quarto de um doente, se não for dotada de espírito alegre. Duas coisas deve ter uma enfermeira, antes de entrar no quarto de um doente: uma ferida e o sentido do bom humor. Uma ferida, para poder avaliar o que custa a dor; o sentido do bom humor, para saber difundir a felicidade. Não é preciso que esta ferida seja física, mas simbólica, quer dizer, importa que se compreenda, profundamente, as penas e os sofrimentos dos outros. Nada há que faça prolongar tanto a doença como um rosto carregado.

A alegria depende muito mais do coração do que da razão. Os carinhos da esposa e dos filhos despertam e aumentam muito mais a satisfação do chefe de família do que os raciocínios da sua inteligência, por mais penetrantes que sejam. Diante do berço, o pai parece ter os atributos de Deus, que infundiu a sua ternura e o seu amor naquela criança. O potencial de alegria é sempre uma prova clara do estado moral do homem. Ninguém pode ser feliz no exterior, se não for feliz já no interior. Se o sentido da culpa oprimir a alma, nenhuma soma de prazeres do exterior poderá compensar a falta de alegria do interior. Como a tristeza é a companheira do pecado, a alegria é a companheira da santidade.

Tanto se pode sentir alegria na prosperidade, como na adversidade. Na prosperidade, ela não consiste nos bens que fruímos, mas nos que esperamos; não a sentimos nos prazeres, mas nos que, num dia, acreditamos ter. Podem abundar as riquezas, mas as que esperamos são daquelas que a traça não corrói, nem a ferrugem consome, nem os ladrões assaltam e roubam. Mesmo, na adversidade, pode ter alegria, na certeza de que até o Divino Mestre morreu na Cruz, como condição para ressuscitar.

Se a alegria é hoje pouco comum, é porque há almas tímidas que não têm coragem de se esquecerem de si mesmas e fazer sacrifícios pelo próximo, ou, ainda, porque um humanitarismo acanhado torna as coisas mais sedutoras da vida futura de aparência vã. Quanto mais se desvanecerem da vida uma fé ardente em Deus e um cuidado sério pela salvação da alma, tanto mais desaparecerá a alegria e voltar-se-á ao desespero dos pagãos. Os antigos Gregos e Romanos sempre viram, ao longo do seu caminho, uma sombra e um cadáver a seus pés. Não era surpresa alguma que um Romano, que não sabia porquê vivia e nada esperava da vida, entrasse numa banheira e, rompendo uma veia, morresse tranquila e insensivelmente. Certo dia, um poeta grego disse da vida que era melhor não ter nascido e que a melhor coisa depois desta vida seria deixar de viver, o mais depressa possível. Tudo isto está no extremo oposto do que disse Paulo: «Alegrai-vos, sempre, no Senhor e, mais uma vez, vos digo, alegrai-vos»".


Sheen, Dom Fulton. Way to happiness - Rumo à Felicidade

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Abolidas as espórtulas dos sacramentos ministrados no Estado brasileiro o Piauí

As espórtulas são os valores que os fiéis oferecem à Igreja quando recebem alguns sacramentos como o Batismo, o Crisma, o Matrimónio e, especialmente, a Santa Missa por alguma intenção particular.

Segundo as leis da Igreja Católica, Cân. 945 a 947, “qualquer sacerdote que celebra ou concelebra a Missa é permitido receber a espórtula oferecida para que ele aplique a Missa segundo determinada intenção. Recomenda-se vivamente aos sacerdotes que, mesmo sem receber nenhuma espórtula, celebrem a Missa segundo a intenção dos fiéis, especialmente dos pobres.

“Os fiéis que oferecem espórtula para que a Missa seja aplicada segundo suas intenções concorrem, com essa oferta, para o bem da Igreja e participam do seu empenho no sustento dos seus ministros e obras.

“Deve-se afastar completamente das espórtulas de Missas até mesmo qualquer aparência de negócio ou comércio”.


Novidade no Estado brasileiro do Piauí

Os bispos da Igreja Católica Apostólica Romana, da Província Eclesiástica de Teresina, composta de todas as dioceses do Estado do Piauí, que compreende também a Regional NE IV da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil decidiram abolir através de um decreto, que entrará em vigor no dia 24 de dezembro - Natal do Senhor e abertura do Jubileu/2025 - as espórtulas dos Sacramentos do Batismo, Crisma, Eucaristia e Matrimónio.

No documento assinado por todos os bispos do Piauí, “as espórtulas de Missas, ficam eliminadas para todas as celebrações paroquiais ordinárias. Celebrações em horários extraordinários ou que impelem deslocamento, a oferta é livre, ficando sua regulamentação ao encargo de cada Diocese.

“Salientamos, que esta resolução não isenta os fiéis das suas obrigações de socorrer as necessidades da Igreja, a fim de que ela possa dispor do que é necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade e para o honesto sustento dos ministros”.

Os bispos lembram ainda que “a responsabilidade de sustentar a comunidade paroquial é um compromisso de todo o cristão. Ofertas, campanhas e festas podem ajudar, mas a colaboração há de ser organizada, frequente e generosa”.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Qual é a virtude de que mais necessitamos?

 


A virtude mais necessária é o amor, explica Santo António Maria Claret. Sim, digo-o e repetirei mil vezes: a virtude mais necessária é o amor. Devemos amar a Deus, a Jesus Cristo, a Maria santíssima e ao próximo. Sem esse amor, as suas mais belas qualidades são inúteis, mas, se acompanhadas de grande amor, tudo possui.

Para o que prega a divina palavra, o amor é como o fogo em um fuzil. Se um homem atirar uma bala com a mão, pouco estrago faz, mas, se essa mesma bala for arremessada com o fogo da pólvora, mata. Assim é a palavra de Deus. Se for dita naturalmente, sem espírito sobrenatural, pouco bem faz, mas se for dita por um sacerdote cheio do fogo da caridade, do amor a Deus e ao próximo, extirpará vícios, destruirá pecados, converterá pecadores, operará prodígios. Vemos isto em São Pedro, ao sair do Cenáculo, ardendo no fogo do amor, que tinha recebido do Espírito Santo, e o resultado foi a conversão de oito mil pessoas em dois sermões: três mil no primeiro e cinco mil no segundo.

O Espírito Santo, aparecendo sob a forma de línguas de fogo pousando sobre os Apóstolos no dia de Pentecostes, dá-nos a entender claramente esta verdade: precisamos carregar chamas do fogo divino da caridade na língua e no coração. Certa vez, um jovem sacerdote perguntou a São João d’Ávila o que era preciso para se tornar um bom pregador, e ele respondeu muito oportunamente: Amar muito.

A experiência ensina, e a história da Igreja confirma, que os melhores e maiores pregadores foram os que mais fervorosamente souberam amar.

Na verdade, o fogo da caridade num ministro do Senhor produz o mesmo efeito que o fogo na locomotiva de um comboio, e a máquina num navio a vapor: arrasta-os com a maior facilidade. Para que serviria toda aquela máquina se não tivesse o combustível e o vapor? Para nada serviria. De que valeria um sacerdote ter feito uma carreira brilhante, ter-se formado em teologia e em direito, se não tem o fogo da caridade? De nada. Para ninguém serviria porque seria uma máquina de comboio sem fogo, antes, pelo contrário, talvez pudesse até estorvar. Não serviria nem para ele pessoalmente, como diz são Paulo: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.

Estou muito convencido da utilidade e necessidade do amor: empenhei-me em buscar este tesouro escondido, ainda que fosse preciso vender tudo para comprá-lo. Depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que os meios mais adequados para o conseguir eram os seguintes:

1º Guardar bem os mandamentos da lei de Deus;

2º Praticar os Conselhos Evangélicos;

3º Corresponder com fidelidade às inspirações internas;

4º Fazer bem a meditação.

5º Pedir e suplicar contínua e incessantemente, sem jamais desfalecer ou cansar, por mais que tarde em alcançá-lo. Rezando a Jesus e a Maria Santíssima e pedindo, sobretudo, a nosso Pai que está nos Céus (pelos méritos de Jesus e Maria santíssima), certo de que o bom Pai dará o divino Espírito àquele que assim o pede.

6º O sexto meio é ter fome e sede deste amor. Assim como aquele que tem fome e sede corporais, sempre pensa em como poderá saciar-se; e pede ajuda a todos os conhecidos; assim também eu procuro, ansiosa e ardentemente, dirigir-me ao Senhor e dizer-lhe de todo o meu coração:

“Ó meu Senhor, Vós sois meu amor! Vós sois a minha honra, minha esperança, meu refúgio! Vós sois a minha vida, minha glória, meu fim! Ó amor meu! Ó bem-aventurança minha! Ó conservador meu! Ó alegria minha! Ó reformador meu! Meu mestre! Meu Pai! Meu amor!

“Não procuro, Senhor, nem quero saber outra coisa senão vossa santíssima vontade e cumpri-la com toda a perfeição. Não amo senão a Vós. Em Vós, unicamente por Vós, e para Vós são todas as demais coisas. Sois para mim mais que suficiente. Senhor, Vós sois meu

Pai, meu amigo, meu irmão, meu esposo, meu tudo. Amo-Vos, meu Pai, fortaleza minha, meu refúgio e meu consolo. Fazei, meu Pai, que Vos ame como Vós me amais e como quereis que eu Vos ame. Ó meu Pai! Bem sei que não Vos amo o quanto deveria amar-Vos, porém, estou certo de que virá o dia em que Vos amarei o quanto desejo amar-Vos, porque Vós me concedereis o amor que Vos peço por Jesus e por Maria.

“Ó Meu Jesus! Peço-Vos uma coisa e sei que quereis concedê-la. Sim, meu Jesus, peço-Vos amor, grandes chamas desse fogo que fizestes baixar do céu à terra. Vem, fogo divino! Vem, fogo sagrado, incendeia-me, abrasa-me, derrete-me e funde-me para que assuma o molde da vontade de Deus.

 Ó mãe minha Maria! Mãe do divino amor, não posso pedir outra coisa mais agradável nem mais fácil de conceder que o divino amor, concedei-o, ó minha mãe! Minha mãe, amor! Minha mãe, tenho fome e sede de amor, socorrei-me, saciai-me! Ó Coração de Maria, instrumento de amor, inflamai-me no amor de Deus e do próximo!

Ó querido próximo, amo-te por mil razões. Amo-te porque Deus assim o quer. Amo-te porque Deus me manda que te ame. Amo-te porque Deus te ama. Amo-te porque Deus te criou à sua imagem e destinou-te para o céu. Amo-te porque foste redimido pelo sangue de Jesus Cristo. Amo-te pelo muito que Jesus fez e sofreu por ti. E, como prova do meu amor por ti, suportarei por ti todas as dificuldades e trabalhos, até a morte, se for necessário. Amo-te porque Maria santíssima, minha queridíssima mãe, ama-te. Amo-te porque és amado pelos Anjos e Santos do Céu. Amo-te e, por este amor, livrar-te-ei dos pecados e das penas do inferno. Amo-te e, por este amor, te instruirei e te mostrarei os males que deves evitar e as virtudes que deves praticar; enfim, te acompanharei nos caminhos das boas obras rumo ao céu.