Visualizações de página na última semana

sábado, 17 de setembro de 2022

O sofrimento, a cruz e o amor

 


Cada um de nós pode dizer que o sofrimento é o companheiro inseparável de sua vida.

Desde o momento em que nos recebe à nossa entrada no mundo, o sofrimento faz-se presente com maior ou menor intensidade, mas nunca se esquece por completo de nós. Vigia-nos, por assim dizer, em cada um dos nossos dias e sabemos que no final abater-se-á sobre nós e conduzir-nos-á para fora deste mundo.

O sofrimento, como todos sabemos, assume mil formas: a doença, a pobreza, a perda daqueles que amamos, a incompreensão, o ciúme, a inveja, o ódio, as dificuldades da vida, a incerteza do amanhã, o isolamento, etc.

Se considerarmos a vida como um todo, poucos são aqueles que podem dizer que viveram mais felizes, do que tristes e preocupados.

Mas, porque acontece isto?

Como somos cristãos, devemos considerar em primeiro lugar tudo sobre o prisma da religião e do Divino Mestre. E é muito fácil, ao voltarmos o olhar para a cruz, compreendermos o sentido da dor, a sua justiça e a sua ação fecunda e benéfica.

Sim! Há uma ação fecunda e benéfica na dor!

Consideremos Nosso Senhor Jesus Cristo, o Inocente por excelência, que foi pregado na cruz, a sofrer para nos resgatar.

Se Ele, o Cordeiro Imaculado, sofreu, é justo que nós, pecadores, tenhamos nossa cota de sofrimento, que levemos, nós também a nossa cruz, que é uma parte daquela mesma que Nosso Senhor carregou.

Muito facilmente, manifestamos o nosso desejo de festejar e compartilhar a ressurreição de Jesus Cristo, a sua glória, a sua felicidade, mas quem considera com honestidade e clareza a necessidade de compartilhar também a sua cruz?

Sobre o sofrimento, que não queremos ver de frente, engamo-nos. Olhamos à nossa volta e parece-nos que os outros sofrem menos do que nós. Mas, não nos deixemos enganar pelas aparências.

O nosso dever é de nos compararmos com Jesus Cristo! Sofremos mais do que este Justo que depois de sofrer toda a Paixão ainda deu a vida por amor a cada um de nós?

Assim, para todos nós que sofremos, encontramos o grande e o verdadeiro consolo na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo! Quando sofremos e aceitamos carregar a nossa cruz, estamos a ter o mais precioso traço de semelhança com Nosso Senhor Jesus Cristo, a fonte onde Deus tira o perdão dos nossos pecados, o peso mais poderoso na balança da justiça, a causa mais segura da nossa salvação eterna.

Sofrer por amor e não só por justiça


Se ao menos, conseguíssemos compreender que Deus nos envia o sofrimento como um presente de predestinação, a fim de que cada um de nós sejamos outros Cristo...

Mas não paremos por aí e vamos mais longe. Não é só por um dever de justiça, pelos nossos pecados que devemos sofrer, mas seguindo o exemplo de Jesus, também pelo amor que Lhe devemos.

Deus poderia ter-nos dado as estrelas, o sol, os perfumes e harmonias da natureza, todas as riquezas da terra. Mas isto não teria sido suficiente para mostrar o seu infinito amor para connosco. Só quando Ele sucumbiu sob o peso da Cruz, depois de ter sofrido as dores da Paixão, da Crucifixão e da morte, tivemos a prova infinita do seu amor.

Também connosco acontece o mesmo. Não é quando estamos felizes que mais mostramos o nosso amor a Deus, mas quando sofremos com a incompreensão dos que nos são mais próximos, com o peso do trabalho quotidiano, com a doença que nos deixa acamados e com tantas dificuldades. Nestes momentos podemos bradar: “Senhor, eu Vos amo! Dai-me forças para suportar a dor. E se for da Vossa vontade que eu sucumba, que seja cravado convosco na Vossa Cruz!”

Este foi o ensinamento do Salvador: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus”. Se conseguirmos viver com este estado de espírito em relação ao sofrimento, poderemos compreender melhor os primeiros cristãos, que açoitados injusta e vergonhosamente nos tribunais ou nas arenas, mostravam-se muito felizes, porque estavam a sofrer como Jesus Cristo.

Foi assim durante toda a história da Humanidade, dos Apóstolos e mártires, passando por Santa Teresa de Jesus, por Santa Catarina de Siena, Padre Pio, os Santos pastorinhos de Fátima, etc. e será assim até ao fim do mundo. Estes heróis, reconheciam que todo o sofrimento era glorioso, se comparado com a Cruz de Cristo.

Assim, quer compreender melhor a sua vida, as suas lutas, as suas fadigas e as suas dores? Aceite-as com coragem. Verá que será consolado e viverá mais feliz, pois sofrerá por Aquele que mais ama.

O vazio dos inimigos da Cruz

Por outro lado, quão triste são aqueles que não só não aceitam a Cruz de Cristo, como querem bani-la completamente da nossa sociedade.


É deplorável a cegueira dessas pessoas, inclusive legisladores, que fazem de tudo para retirar o crucifixo, dos hospitais, das escolas e dos tribunais, lugares onde durante séculos os doentes, as crianças e até os criminosos foram consolados.

Agora, um facto curioso! Ao serem retirados os crucifixos, não existe nada que se possa colocar no seu lugar e que forme o coração no sentido do dever, nos pensamentos generosos, no incentivo da prática do bem, evitando o mal. O que se têm para apresentar a quem sofre, para o consolar? O que têm para apresentar ao homem feliz e afortunado, para lhe dizer que tem deveres de caridade para com os pobres e os mais necessitados?

Nada. Eles não têm nada!

Procura-se retirar, com cada vez maior frequência e radicalidade, Deus, a religião, a moral, os crucifixos da vida dos homens e o resultado é patente: os corações estão a ficar cada vez mais desamparados e vazios. Tornam-se rapidamente egoístas e vis, uns sempre prontos a reclamar e a revoltar-se, outros sempre duros e insaciáveis pelas riquezas, em vez de repousarem na luz, na força e consolação divina.

Assim, depois de ler este artigo, adore a cruz, com ainda maior fervor e tenha-a sempre exposta na sua casa, no seu lugar de trabalho, no seu carro e, sobretudo, no seu coração para viver e morrer em união com ela, como Jesus Cristo nosso Salvador, pois ela é penhor da ressurreição e da felicidade eterna!

Sem comentários:

Enviar um comentário