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sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Amar a Deus por interesse

A festa de Baltazar - John Martin,
Yale University Art Gallery, New Have, Connecticut, USA

Se a prosperidade e os bens temporais estivessem ligados à virtude, não amaríamos a Deus por ser o nosso Criador e Senhor do Céu e da Terra, mas procuraríamos amá-Lo por interesse.

Santo Agostinho assim explicou este problema:

Algumas pessoas, quando vêm os inimigos de Deus e os libertinos no meio das riquezas, pensam: “Tenho servido a Deus por muito tempo, guardado os Seus mandamentos e cumprindo todos os deveres da religião. No entanto, meu destino ainda é o mesmo; os meus negócios não são os mais prósperos, e até parece que Deus se encarrega de os contrariar. Pelo contrário, os que vivem no mal, sem regras, sem religião, não param de gozar de uma saúde férrea, acumulando bens atrás de bens, sendo honrados e distinguidos”.

Mas um verdadeiro católico deve amar a Deus por causa da saúde do corpo, dos bens e das honras? É claro que não. A privação de todas estas coisas, muitas vezes, acontece para que se aprenda a amá-Lo não pelo que Ele dá, mas pelo que Ele é!

Acrescenta ainda Santo Agostinho que, se uma pessoa é justa, vive na amizade com Deus, em estado e ordem da Graça.

Ora, como esta Graça, que é uma participação criada na vida incriada de Deus, nos é dada de forma totalmente gratuita, não devemos amá-Lo por outra recompensa senão a de O receber, como ensina o livro da Génese: “Serei Eu mesmo a vossa recompensa demasiadamente grande” (Gn 15, 1).

Realmente, se pensarmos bem, se os bens da terra estivessem ligados ao cumprimento dos Mandamentos e à nossa vida espiritual, o nosso amor passaria de autêntico para uma espécie de amor mercenário.

Assim, quanto mais reclamamos quando Deus recusa de nos dar, ou retira de nós, os bens materiais, mais devemos considerar o quanto eles seriam perigosos, caso os possuíssemos!

Vale a pena pensar nisto!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Ricominciare sempre


All’inizio di un nuovo anno, ricordiamo un importante consiglio di San Leone Magno:

Non ti arrendere mai,

neanche quando la fatica si fa sentire,

neanche quando il tuo piede inciampa,

neanche quando i tuoi occhi bruciano,

neanche quando i tuoi sforzi sono ignorati,

neanche quando la delusione ti avvilisce,

neanche quando l'errore ti scoraggia,

neanche quando il tradimento ti ferisce,

neanche quando il successo ti abbandona,

neanche quando l'ingratitudine ti sgomenta,

neanche quando l'incomprensione ti circonda,

neanche quando la noia ti atterra,

neanche quando tutto ha l'aria del niente,

neanche quando il peso del peccato ti schiaccia...

Invoca il tuo Dio, stringi i pugni, sorridi... e ricomincia!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

O diadema da glória

 

O Santíssimo Cristo de Burgos

Venera-se em Burgos, na Espanha, um crucifixo milagroso, diante do qual várias gerações ajoelharam-se para agradecer milagres recebidos ou para recorrer à divina proteção.

Uma antiga lenda atribui a sua autoria a Nicodemos, defensor de Nosso Senhor Jesus Cristo diante do Sinédrio e aquele que, juntamente com José de Arimateia, ajudou na preparação do cadáver do Divino Redentor para o enterro no Sepulcro (Jo 19, 39-42). Ele teria moldado o crucifixo sobre o corpo de Nosso Senhor, quando estava a ser retirado da Cruz.

Outra lenda, escrita por um Barão da Boémia, León de Rosmithal de Blatna, entre os anos 1465 e 1467, conta que ele teria sido encontrado, quando uns marinheiros de Burgos se depararam com um galeão vazio, no qual só havia uma caixa, contendo um crucifixo e umas tábuas com os dizeres: “Qualquer que seja a costa em que o navio aportar, ponha a representação do Nosso Salvador Crucificado num lugar decoroso”. Assim, o Santo Cristo de Burgos, com pelos e unhas naturais, braços e pernas articuláveis, as articulações e a ferida do costado recobertas com pele curtida de animal, teria sido levado ao Mosteiro Real de Santo Agostinho.

Durante a Guerra da Independência, o crucifixo foi transladado para a Catedral e depois voltou para o Mosteiro. Entretanto, com a chamada “Desamortização de Mendizábal”, quando se decretou a supressão de todos os Mosteiros de Ordens monacais e militares, voltou definitivamente para a Catedral de Burgos.

Nosso Senhor operou vários milagres, através deste crucifixo. O mais conhecido, foi a cura de Pedro Girón, Conde de Ureña, que tinha uma grave ferida aberta durante a guerra de Granada. Como agradecimento, mandou fazer uma coroa de ouro para ser colocada na cabeça do Crucificado e levou a antiga coroa de espinhos, como relíquia. Contudo, Nosso Senhor terá recusado portar uma coroa de ouro, sacudindo a cabeça e fazendo com que a mesma caísse ao chão, mostrando aos homens que Deus quer ser adorado como Aquele que não poupou sofrimentos por amor a cada de nós.

Conhecendo a história do Santo Cristo de Burgos e venerando-O, uma pergunta vem imediatamente à nossa cabeça: E nós? Se nos fosse dada a possibilidade de escolhermos, desejaríamos uma coroa de ouro, com muitas pedras preciosas, ou compreenderíamos a necessidade de aceitarmos a nossa coroa de espinhos e os nossos sofrimentos, com paciência e resignação, por amor de Deus?

Rezemos e peçamos a Nosso Senhor crucificado que nos dê força, coragem e a compreensão de que a alegria celeste, eterna, é conquistada com as dores passageiras, que suportamos neste mundo, em união com o nosso Redentor. Se assim fizermos, dia virá em que Nosso Senhor Jesus Cristo, com as suas mãos puríssimas e paternas, tocarão os nossos espinhos e, sob o efeito do seu divino contacto, o diadema da dor e da humilhação, tornar-se-á diadema de glória!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Que tipo de beijo darei ao Menino Jesus, neste Natal?

Durante as festas natalícias, oscularemos muitas vezes o Menino Jesus. Mas, como serão as nossas manifestações de amor ao filho de Deus, nascido da Virgem Maria?

Ao ler os Evangelhos, percebe-se que Nosso Jesus Cristo recebeu três tipos de beijos durante a sua vida.

O primeiro deles, o mais perfeito, foi dado por Maria Santíssima e São José, na Gruta de Belém. São ósculos nascido de corações inocentes, cheios de amor de Deus e de virtudes.


O segundo, foi o de Maria Madalena que lavou, enxugou com os seus cabelos e beijou os pés de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecendo a Deus o ósculo do arrependimento, que lava, purifica e dá forças para viver em união com Deus.

Por fim, o terceiro, recebeu Nosso Senhor na sua fronte Sagrada. Foi o ósculo de um homem agitado, revoltado e invejoso, chamado Judas, cujo nome ficou associado à traição, covardia e extrema baixeza. Ele representa o beijo de todos os que vendem a sua alma por dinheiro, por uma carreira ou por um prazer efêmero.

Também hoje, como no tempo Evangélico, Nosso Senhor recebe ósculos dos homens. Como são estes beijos? Como será o meu ósculo?

Alguns corações puros, aproximam-se do Redentor e, desejosos de imitarem Nossa Senhora e São José, beijam o Menino Jesus, e adoram-n’O de todo o coração. São os que querem ser bons católicos, que procuram seguir os mandamentos e vivem na prática da virtude, com os olhos postos mais em Deus e no próximo do que em si e no mundo.

Outros, como Santa Maria Madalena, humildes, arrependidos e envoltos em lágrimas, osculam o Menino Jesus, confiantes na divina misericórdia.


Finalmente, existem ainda aqueles que osculam a representação do Menino Jesus com indiferença ou desdém, quase que por uma obrigação social, como se fossem obrigados a seguir os demais membros da família. São os pecadores empedernidos, aqueles que vivem mergulhados no mal, que não sentem sequer o desejo de se levantar e acabam por viver, não raras vezes, em estado de completa revolta contra Deus.

Neste Natal, talvez o ósculo ao Menino Jesus seja, aparentemente, o mesmo para todos. Contudo, Deus distinguirá neles os três tipos de ósculos:
  1. O das almas puras, que são como um bálsamo para o Seu Sagrado Coração;
  2. O dos arrependidos, que são como um sorriso e incentivo para continuarem a rezar e confiarem na proteção de Deus e de Nossa Senhora;
  3. O dos ignorantes, indiferentes ou pecadores, mergulhados nos seus vícios morais, que entristecem o Divino Infante, que tanto os quer salvar.
Que o beijo depositado pelos nossos lábios sobre o Menino Jesus seja sempre puro, ou sinceramente arrependido, confiante na misericórdia d’Aquele que não só nasceu para nos salvar, como quis sofrer, morrer, Ressuscitar para nos redimir e abrir-nos as portas do Céu.

domingo, 9 de maio de 2021

Duas maneiras de sofrer: amando ou revoltando-se

Como bem pudemos ver neste tempo pandémico, quer queiramos ou não, sofremos.

Existem pessoas que sofrem como São Dimas, o bom ladrão e outros, como Gestas, ou Gesmas, o mal. Ambos estavam crucificados ao lado de Nosso Senhor Jesus Cristo e a sofrer de forma similar. São Dimas soube tornar os seus sofrimentos meritórios, aceitando-os em espírito de reparação pelos seus erros e pelos seus pecados, a ponto de se arrepender e pedir: “Jesus, lembrai-vos de mim, quando entrares no vosso reino” e de receber a bela promessa do Divino Salvador: "Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. O outro, ao contrário, gritou imprecações e blasfêmias, e expirou no meio de terrível desespero.

Existem duas maneiras de sofrer: amando ou revoltando-se.

Todos os santos sofreram com paciência, fé e perseverança, porque amavam a Deus. Muitos de nós, contudo, sofremos com raiva, ressentimento e cansaço, porque não amamos a Deus. Se O amássemos, aceitaríamos a cruz e ficaríamos contentes por poder sofrer por Quem padeceu e morreu por nós.

A vida realmente não é fácil! E o que mais nos assombra, talvez nem seja a hora da dor, mas o medo de virmos a sofrer um dia. Contudo, ao termos bem presente a Cruz de Cristo, as nossas dores ficam mais suaves!

Já imaginou, caro leitor, quão felizardos somos, nós católicos?!  Fomos batizados, conhecemos a Deus, amamos a sua bondade infinita e sentimos constantemente o poder da sua divina misericórdia. Ora existem pessoas que sofrem o mesmo que nós e não têm o mesmo consolo e a mesma esperança que nós.

Hoje em dia, a maioria dos homens voltam as costas ao sofrimento. E quanto mais fogem das suas cruzes, mais elas os perseguem, os atingem e os esmagam.

Se quisermos viver serenamente, devemos fazer como Santo André, que ao ver a cruz que se elevava diante de si, exclamou: “Salve, ó boa cruz! Ó admirável cruz! Ó cruz desejável! Recebei-me nos vossos braços, tirai-me do meio dos homens e devolvei-me o meu Mestre que me redimiu através da Cruz".

E um aspeto curioso que devemos sempre considerar: Quem está preparado para abraçar a sua cruz, caminha na direção oposta à do sofrimento. Ele talvez se depare com ela durante algum período da sua vida, mas fica contente e encontra forças para a carregar, leva-a com coragem, procurando unir-se dia-a-dia a Nosso Senhor Jesus Cristo, purificando o seu coração, afastando-se dos falsos prazeres do mundo. Numa palavra, o sofrimento vivido cristãmente ajuda a passar as dificuldades da vida, como uma ponte ajuda a passar pelas águas de um rio.

Vejamos como foram as vidas dos santos. Quando não eram perseguidos, mortificavam-se. Um bom religioso, certa vez, manifestou a Nosso Senhor a sua estranheza por estar a ser perseguido dentro da sua comunidade: “Senhor, o que fiz para ser tratado assim?” E Nosso Senhor respondeu-lhe: "E Eu? O que fiz para ser crucificado no Calvário?” O religioso percebeu, chorou, pediu perdão e não ousou mais reclamar.

As pessoas do mundo lamentam quando têm cruzes, e os bons seguidores de Cristo preocupam-se, desconfiam e sofrem quando não passam por alguma provação.

Sim! o cristão vive no meio das cruzes como os peixes vivem na água.

A Cruz de glória

A Cruz é o estandarte triunfal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ao morrer pregado no madeiro da Cruz, o Salvador pacificou com o seu sangue todas as coisas na terra e no Céu, mutando a sentença de morte contra os homens em graça de salvação (cf. Cl 2, 14).

Os Padres da Igreja chamam a Cruz, sinal vivificante, sinal da fé, fortaleza da vida, grande bem, escudo inexpugnável, espada régia para vencer os demónios (Gretzer, de Cruce, 5, 64).

São João Crisóstomo chama a cruz de esperança dos cristãos, ressurreição dos mortos, luz dos cegos, caminho dos transviados, muleta dos coxos, consolo dos pobres, travão dos ricos, destruidor dos soberbos, juiz dos injustos, liberdade dos escravos, luz dos ofuscados, glória dos mártires, abstinência dos monges, castidade das virgens, gáudio dos sacerdotes e fundamento da Igreja.

Coloquemos a Santa Cruz nas nossas frontes, nos nossos corações e nos nossos braços, como explica Santo Ambrósio (Livro de Isaac, 8). Na fronte, para que a professamos publicamente, a toda a hora; no coração, para que a amemos sempre; e no braço para que operaremos sempre o bem.

Assim, rezando e combatendo permaneceremos fiéis até à morte, momento em que a Cruz passará de escudo a glória, por toda a eternidade.



segunda-feira, 3 de maio de 2021

Cuidado com os falsos devotos de Nossa Senhora!


Fiquei muito triste ao ler a catequese 27, intitulada: “Rezar em comunhão com Maria” pronunciada na Audiência Geral do dia 24 de março de 2021, na qual o Papa Francisco afirma:

“Jesus estendeu a maternidade de Maria a toda a Igreja quando lhe confiou o discípulo amado, pouco antes de morrer na cruz. A partir daquele momento, fomos todos colocados debaixo do seu manto, como vemos em certos afrescos ou quadros medievais. Também na primeira antífona latina, Sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genitrix: Nossa Senhora que, como Mãe a quem Jesus nos confiou, envolve todos nós; mas como Mãe, não como deusa, não como corredentora: como Mãe. É verdade que a piedade cristã sempre lhe atribui títulos bonitos, como um filho à mãe: quantas palavras bonitas um filho dirige à sua mãe, a quem ama! Mas tenhamos cuidado: as belas palavras que a Igreja e os Santos dirigem a Maria em nada diminuem a singularidade redentora de Cristo. Ele é o único Redentor. São expressões de amor, como de um filho à mãe, às vezes exageradas. Contudo, como sabemos, o amor leva-nos sempre a fazer coisas exageradas, mas com amor” (Francisco, Audiência Geral, 21/3/2021).

Como é possível, um ensinamento diametralmente oposto ao que os santos e os Papas ensinaram?

Como todos os anos, no mês de maio, releio o “Tratado da Verdadeira devoção a Nossa Senhora”, escrito por São Luís Maria Grignion de Montfort. Na página 75, deparei-me com o seguinte capítulo:

“Artigo Primeiro

Sinais da falsa devoção e da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria

I. Falsos devotos e falsas devoções à Santíssima Virgem Maria

Conheço sete espécies de falsos devotos e falsas devoções, a saber:

1. Os devotos críticos;

2. Os devotos escrupulosos;

3. Os devotos exteriores;

4. Os devotos presunçosos;

5. Os devotos inconstantes;

6. Os devotos hipócritas;

7. Os devotos interesseiros.”

E São Luís Maria Grignion de Montfort explica:

“1. Os devotos críticos

Os devotos críticos são, ordinariamente, sábios orgulhosos, espíritos fortes e que se bastam a si mesmos. No fundo têm alguma devoção à Santíssima Virgem Maria, mas criticam quase todas as práticas de devoção que as almas simples tributam singela e santamente a esta boa Mãe, porque não condizem com a sua fantasia. Põem em dúvida todos os milagres e narrações referidas por autores dignos de crédito ou tiradas das crônicas de ordens religiosas, e que testemunham as misericórdias e o poder da Santíssima Virgem. Veem com desgosto pessoas simples e humildes ajoelhadas diante dum altar ou imagem da Virgem, talvez no recanto duma rua, para aí rezar a Deus. Acusam-nas até mesmo de idolatria, como se estivessem a adorar madeira ou pedra. Dizem que, quanto a si, não gostam dessas devoções exteriores, e que não são tão fracos de espírito que vão acreditar em tantos contos e historietas que correm a respeito da Santíssima Virgem. Quando lhes referem os louvores admiráveis que os Santos Padres tecem a Nossa Senhora, ou respondem que isso é exagero, ou explicam erradamente as suas palavras. Esta espécie de falsos devotos e de gente orgulhosa e mundana é muito para temer, e causam imenso mal à Devoção a Nossa Senhora, afastando eficazmente dela o povo, sob o pretexto de destruir abusos.

2. Os devotos escrupulosos

Os devotos escrupulosos são pessoas que temem desonrar o Filho honrando a Mãe, rebaixar um ao elevar a outra. Não podem suportar que se prestem à Santíssima Virgem louvores muito justos, tais como os Santos Padres lhe dirigiram. Não toleram, senão contrariados, que haja mais pessoas de joelhos diante dum altar de Maria que diante do Santíssimo Sacramento. Como se uma coisa fosse contrária à outra, como se aqueles que rezam a Nossa Senhora não rezassem a Jesus Cristo por meio d'Ela! Não querem que se fale tantas vezes da Santíssima Virgem, nem que a Ela nos dirijamos tão frequentemente. Eis algumas frases que lhes são habituais: Para que servem tantos terços, tantas confrarias e devoções externas à Santíssima Virgem? Há muita ignorância nisto tudo! Faz-se da religião uma palhaçada. Falem-me dos que têm Devoção a Jesus Cristo (frequentemente pronunciam este Santo Nome sem a devida reverência, sem descobrir a cabeça, digo-o entre parêntesis). É preciso pregar Jesus Cristo: eis a doutrina sólida!

Isto que dizem é verdadeiro num certo sentido; mas quanto à aplicação que disso fazem, para impedir a Devoção à Virgem Santíssima, é muito perigoso. Trata-se duma cilada do inimigo sob pretexto dum bem maior. Pois nunca se honra mais a Jesus Cristo do que quando se honra muito à Santíssima Virgem. A razão é simples: só honramos a Virgem no intuito de honrar mais perfeitamente a Jesus Cristo, indo a Ela apenas como ao caminho que leva ao fim almejado, que é Jesus.

A Santa Igreja, com o Espírito Santo, bendiz em primeiro lugar a Virgem e só depois Jesus Cristo: “Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus” (Lc 1, 42). Não é que Maria seja mais que Jesus, ou igual a Ele: dizê-lo seria uma heresia intolerável. Mas, para mais perfeitamente bendizer Jesus Cristo, é preciso louvar antes a Virgem Maria. Digamos, pois, com todos os verdadeiros devotos da Santíssima Virgem, e contra esses falsos devotos escrupulosos: Ó Maria, bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus!”

São Luis Maria Grignion de Montfort conclui e adverte-nos:

“Assim como um falso moedeiro não falsifica ordinariamente senão ouro e prata, e muito raramente outros metais, também o espírito maligno não falsifica tanto as outras devoções, como as que se referem a Jesus e a Maria: a devoção à Sagrada Comunhão e a Nossa Senhora. Estas são, entre as demais devoções, o que são o ouro e a prata entre os metais”.

Rezemos para nunca deixarmos de ser verdadeiros devotos de Nossa Senhora!

domingo, 25 de abril de 2021

25 de abril: São Marcos e a antiga procissão das rogações

 

Quem foi São Marcos, cuja festa é comemorada pela Igreja no dia 25 de abril?

As Escrituras fazem poucas referências a Marcos. Para conhecermos quem era este Apóstolo e Evangelista, abramos os “Atos dos Apóstolos” e vejamos o que ocorreu quando São Pedro foi libertado da prisão de Jerusalém:

Nessa ocasião, o rei Herodes prendeu alguns que pertenciam à Igreja, com a intenção de maltratá-los, e mandou matar à espada Tiago, irmão de João. Vendo que isso agradava aos judeus, prosseguiu, prendendo também Pedro durante a festa dos pães sem fermento. Tendo-o prendido, lançou-o no cárcere, entregando-o para ser guardado por quatro escoltas de quatro soldados cada uma. Herodes pretendia submetê-lo a julgamento público depois da Páscoa. Pedro, então, ficou detido na prisão, mas a igreja orava intensamente a Deus por ele. Na noite anterior ao dia em que Herodes iria submetê-lo a julgamento, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas algemas, e as sentinelas montavam guarda à entrada do cárcere. Repentinamente, apareceu um anjo do Senhor, e uma luz brilhou na cela. Ele tocou no lado de Pedro e o acordou. "Depressa, levante-se!", disse ele. Então as algemas caíram dos punhos de Pedro. O anjo disse-lhe: "Vista-se e calce as sandálias". E Pedro assim fez. Disse-lhe ainda: "Ponha a capa e siga-me". E, saindo, Pedro o seguiu, não sabendo que era real o que se fazia por meio do anjo; tudo lhe parecia uma visão. Passaram a primeira e a segunda guarda, e chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. Este abriu-se por si mesmo para eles, e passaram. Tendo saído, caminharam ao longo de uma rua e, de repente, o anjo deixou-o. Então Pedro caiu em si e disse: "Agora sei, sem nenhuma dúvida, que o Senhor enviou o seu anjo e me libertou das mãos de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava". Percebendo isso, dirigiu-se à casa de Maria, mãe de João, também chamado Marcos, onde muita gente se tinha reunido e orava” (At 12, 1-12).

Marcos devia ter pertencido a uma família rica, já que a sua mãe tinha uma casa muito grande, a ponto de ser um lugar de encontro para muitos cristãos e, deve ter sido um discípulo de Nosso Senhor Jesus Cristo muito fervoroso e devotado, dado ter Pedro escolhido esta casa para se dirigir logo depois de sair da prisão.

São Pedro explica o laço que o unia a São Marco na sua primeira epistola, escrita por volta dos anos 60, aos cristãos da Asia Menor: "Marcos, meu filho, manda-vos saudações" (1Pd 5,13). Uma vez que ele não tinha filhos segundo a carne, se ele chamou Marcos “seu filho”, é porque ele o gerou segundo o espírito, na fé em Jesus Cristo e, portanto, Marcos foi o seu discípulo.

O discípulo acompanhou o mestre, quando este último, saindo de Jerusalém, foi provavelmente para a Ásia Menor e de lá para Roma? Alguns autores pensam que assim sucedeu, pois era preciso que Marcos e Pedro fossem conhecidos dos cristãos da Ásia Menor, a ponto de Pedro escrever que Marcos mandava cumprimentos.

Mas, se Marcos seguiu Pedro, não foi por muito tempo. Os Atos dos Apóstolos mencionam-no também com Barnabé, que se juntou a Saulo para evangelizar a cidade de Antioquia, levando ajuda aos cristãos de Jerusalém, que estavam passando fome: "Quando Barnabé e Saulo terminaram o seu trabalho em Jerusalém, voltaram levando com eles João, chamado Marcos” (At 13, 25). Sabe-se que Saulo era o convertido de Damasco, chamado também Paulo. Mas quem era Barnabé? Um judeu originário da Ilha de Chipre, que se distinguiu em Jerusalém pela sua fé e generosidade para com a comunidade cristã da cidade. Uma carta escrita mais tarde por São Paulo aos fiéis de Colossos, na Ásia Menor, designa Marcos como parente (primo ou sobrinho) de Barnabé. Compreende-se assim que Barnabé se tenha associado a seu parente Marcos no apostolado que exercia em Antioquia com Saulo.

Os doutores de Antioquia enviaram Saulo e Barnabé para Chipre. Junto com eles, neste novo ministério, estava Marcos. Mas no dia em que Paulo quis ir de Chipre para a Ásia Menor, Marcos deixou-os para voltar para Jerusalém. É ali, por volta do ano 50, que viu Pedro, seu pai na fé, quando este resolveu no conselho dos apóstolos e dos anciãos a polêmica levantada em Antioquia pelos cristãos de raça judia contra os cristãos de raça estrangeira. Depois, quando Paulo e Barnabé, que tinham participado neste conselho, voltaram para a Antioquia e se ofereceu para visitar as cidades que tinham evangelizado, Barnabé queria levar seu parente João, conhecido como Marcos. Mas, Paulo opôs-se. A discordância foi tal que Barnabé separou-se de Paulo e partiu com Marcos para a Ilha de Chipre.

Devemos acreditar que essa dissidência não durou muito pois, dez ou doze anos depois, Paulo, que se encontrava cativo em Roma, escreveu, numa carta aos cristãos de Colossos, a quem ele tinha como consolador e ajudante na propagação do reino de Deus o próprio Marcos: “Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o (Col 4, 10)”.

Marcos, em Roma, foi apenas o coadjutor de Paulo? Não! Ele esteve também ao lado do chefe dos apóstolos. Segundo Papias, bispo de Hierápolis nos anos 130, intérprete ou secretário de Pedro, embora não tendo visto nem seguido o Senhor, deixou por escrito o que a memória do chefe dos Apóstolos guardou dos ditos e dos atos do Senhor. Deste trabalho resultou no Evangelho de São Marcos.

Por fim, considera-se que São Marcos fundou, em nome de São Pedro, a Igreja de Alexandria no Egito. Por isto, os bispos desta igreja, como os da Igreja de Antioquia, fundada diretamente por Pedro receberam, desde antes do século IV, o título de patriarcas: dignidade que os colocava nas cerimónias religiosas em Roma, imediatamente depois dos papas, sucessores de São Pedro.

Diz-se que São Marcos foi capturado numa festa idólatra e jogado na prisão. Lá, Nosso Senhor Jesus Cristo ter-lhe-ia aparecido à noite, dizendo-lhe: "A paz esteja contigo, Marcos, meu evangelista". No dia seguinte, Marcos teria sido executado, e o seu corpo enterrado numa vila perto de Alexandria. Existem muitas versões sobre as relíquias de São Marcos, que teriam sido roubadas e levadas para Veneza no ano de 828. Reza a lenda, que os ladrões cobriram os ossos de Marcos com carne de porco para que os muçulmanos não pudessem tocar e inspecionar a carga. Podemos citar também mais duas possíveis localidades para as relíquias de São Marcos, a Igreja de São Marcos em Braga, Portugal, e uma outra que indica estar a cabeça de São Marcos em Alexandria. Na maioria das representações de Veneza, o leão de São Marcos segura um livro onde se lê, o lema da cidade: “A Paz esteja convosco, Marcos, meu evangelista".


A procissão das rogações


Ainda no dia 25 de abril, até à reforma de João XXIII em 1960, os católicos do mundo inteiro comemoravam a procissão, chamada em alguns países de Procissão de São Marcos, mas que na realidade era o dia das Rogações.

Com efeito, a Igreja instituiu no século V, para substituir a procissão pagã “robigalia”, dedicada a Robigo, deus romano que protegia os grãos, a procissão das Rogações que se realizava no dia 25 de Abril para pedir a proteção de Deus para os frutos e as searas. Vale a pena recordar que naquela época, ainda não se comemorava a festa de São Marcos neste dia.

No fim do século VIII, sob o pontificado de São Leão III, Roma também adotou as Rogações, e como já existia uma procissão no dia de São Marcos, esta ficou conhecida como Ladainhas Maiores.

Quanto a esta procissão das Rogações, um liturgista erudito afirma que ela teve como primeiro propósito o de comemorar na Basílica de São Pedro a chegada de São Pedro em Roma. É verdade que já existia uma festa para comemorar esta chegada e se tratava da Cátedra de Pedro, celebrada hoje no dia 22 de fevereiro, mas que na sua origem era comemorada no dia 18 de janeiro. Mas como São Pedro entrou em Roma duas vezes para se estabelecer, uma primeira, ao que parece, após a sua libertação do Prisão de Jerusalém e, uma segunda, após o concílio que presidiu na mesma cidade, não seria surpreendente haver duas comemorações distintas. Segundo este mesmo liturgista, o que era apenas uma comemoração local teria sido transformado por uma decisão do Papa São Gregório Magno numa súplica geral destinada a obter de Deus, por intercessão da Virgem e dos Santos, a cessação das pragas, das guerras, fomes, pestes, que devastaram a cristandade, e a abundante frutificação dos bens da terra.

Recordemos este duplo objetivo atribuído por São Gregório à procissão das Rogações, celebrada no dia 25 de abril. Em todos os momentos, é apropriado orarmos pela abundância de bens terrenos. Mas, neste momento, que necessidade temos de pedir a Deus o fim da pandemia, com consequências mais desastrosas do que as pragas do passado.  Infelizmente, quase mais nenhum católico conhece esta procissão do passado, que fez com que a peste cessasse em Roma...

sexta-feira, 23 de abril de 2021

23 de abril: São Jorge, padroeiro dos que combatem em defesa da fé


São Jorge nasceu na Capadócia, hoje Turquia, de parentes ricos e nobres, que tiveram o cuidado de instruí-lo, desde a infância, na Religião Cristã. Mal atingira a adolescência, entrou no exército e foi para guerra. Como era forte e muito habilidoso, chegou rapidamente a oficial nos exércitos do imperador romano.

Diocleciano reparou nas suas qualidades e, não sabendo se tratar de um cristão, começou a confiar-lhe missões cada vez mais importantes.

Tendo o imperador decidido perseguir os cristãos e abolir completamente a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, convocou um Conselho e expôs-lhes a sua intenção.

Todos aprovaram e aplaudiram, menos Jorge, que se se levantou e opôs-se fortemente à medida injusta e contrária ao serviço do verdadeiro Deus, que amava de todo o coração e estava disposto a oferecer a sua vida para a Sua glória.

O imperador e toda a assistência reconheceram, rapidamente, pelas palavras do bravo oficial, que era cristão. Muitos tentaram dissuadi-lo, recordando a bondade que o imperador tinha tido para com ele e os benefícios que ainda poderia esperar, caso mudasse de opinião, bem como os males e a desgraça que cairia sobre ele, caso recusasse.

Contudo, Jorge mostrou-se inabalável. Na sua ira, o imperador mandou colocá-lo na prisão. Amarraram-no com correntes, deitaram-no no chão e prenderam-no junto a uma enorme pedra.

Diocleciano mandou preparar uma roda, ao lado da qual mandou prender pontas de aço, para que a sua carne pudesse ser cortada em muitos pedaços. Depois deste tormento, São Jorge teve a sua cabeça cortada, no dia 23 de abril de 303, segundo alguns historiadores.

A antiguidade do culto e a devoção com que os cristãos do Oriente e do Ocidente manifestam a este santo, foi demonstrada por historiadores e autoridades inquestionáveis a ponto de São Jorge ter sido o padroeiro da Inglaterra até ao século XIX.

O que terá acontecido para, em 1893, o Papa Leão XIII tê-lo substituído por São Pedro, como o padroeiro da Inglaterra, apesar da Cruz de São Jorge ainda aparecer na bandeira do Reino Unido?

O que terá levado o Papa Paulo VI a rebaixá-lo em 1963 e São João Paulo II a restaurar o seu culto, inserindo o seu nome novamente na lista de Santos das liturgias da Horas?

Porque não temos um relato mais detalhado da vida e do martírio de São Jorge?

Segundo um autor anónimo do século XVIII, o motivo encontra-se em escritos que alguns inimigos da Igreja escreveram nos primórdios do cristianismo para obscurecer o esplendor dos santos e a glória da Igreja Católica. Neles, eram misturados fábulas e eventos tão maravilhosos, que aqueles que os liam achavam-nos tão incríveis, que davam a ideia de terem sido histórias inventadas, descredibilizando a hagiografia católica.

Por isso, segundo este autor, já no sexto Sínodo da Igreja foi ordenada a queima de muitos escritos com a vida de santos, proibição da sua leitura e cópia dos mesmos.

Contudo, no Decretum Gelasianum, que ratificou os livros canônicos e apócrifos aprovados pela Igreja, Santo Gelásio I faz menção da história da vida e do martírio escrito por hereges. Talvez por esta razão, no breviário romano reformado por Pio V, não haja leituras particulares para a celebração de São Jorge.

Apesar de tudo, a devoção a São Jorge que, com a sua lança, ou espada, matou o dragão, ainda é muito popular.

De acordo com a lenda, São Jorge encontrava-se com a sua legião romana numa região próxima a Salone, Líbia, no norte da África. Ali, vivia um enorme dragão alado, que envenenava todo aquele que, simplesmente, passasse perto do seu esconderijo. Tal era o terror dos habitantes da região, que passaram a oferecer-lhe animais e até crianças.

Quando chegou a vez de Sabra, a filha do Rei, de apenas 14 anos, São Jorge pediu ao Rei que prometesse converter-se à religião católica, caso derrotasse o dragão e trouxesse a sua filha de volta.

O rei acedeu e São Jorge, montado no seu cavalo branco, depois de muita luta e oração, acertou com a sua poderosa espada a cabeça e uma das asas do dragão, que caiu sem vida. O Santo amarrou a fera, arrastou-a até à cidade, entregou Sabra a seu pai e diante da população cortou a cabeça do monstro. Diante de tal prodígio, toda a população pediu o batismo e reconheceu Nosso Senhor Jesus Cristo, como o único e verdadeiro Deus!

O dragão desta lenda simboliza a idolatria, que mata inocentes e causa destruição e é destruída pela espada da Fé. A jovem que São Jorge salvou representaria a região na qual combateu as heresias e instalou a Fé cristã.

Juntamente com São Miguel Arcanjo, São Jorge é um dos padroeiros dos soldados e de todos os que combatem por Nosso Senhor Jesus Cristo. A Santa Igreja venera-o como um dos seus particulares defensores contra os inimigos da Fé.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Dona Lucília: Serenidade, gravidade e bondade

 

“O misto de seriedade, de gravidade, de bondade e até de meiguice que se exprimem na fisionomia de Dona Lucília são qualidades que existem nela de um modo tão excelente, e que se combinam para formar um todo tão agradável de ver no seu conjunto, que se fica com a vontade de olhar indefinidamente” (...).

“Vê-se, nesta fotografia, que Dona Lucília era uma senhora que tinha atingido uma idade extrema. Ela estava com noventa e dois anos nessa ocasião, idade em que falecem os que morrem tarde. Foi uma pessoa que não exerceu nenhuma profissão. Entretanto percebe-se que ela carrega consigo um grande cansaço. Cansaço do quê? Em parte, é o que nós poderíamos chamar o cansaço do equilíbrio.

“Cansa estar procurando o equilíbrio em tudo, e cumprindo a justiça em tudo. Levar uma vida inteiramente dentro dos Mandamentos é preparar-se para o Céu, mas ainda não é o Céu. Pelo contrário, é o sofrer na Terra para chegar até lá.

“Vemos aí o extremo cansaço de inúmeras dores, de incontáveis deveres cumpridos, de situações difíceis enfrentadas e vencidas sem a menor pretensão. Ninguém, olhando para ela, diria o seguinte: “Essa senhora se considera um colosso.” Nada, nem um pouco, nem passa pela cabeça dela isso. Porquê? Equilíbrio! (...).

Consolação encontrada no Sagrado Coração de Jesus

“Dona Lucília foi compreendendo que na época em que ela vivia as relações já não eram movidas senão por interesse, e que o afeto desinteressado fazia parte do tempo expirante do romantismo.

“Com a modernidade tinha entrado a brutalidade, o interesse pessoal, o pouco caso pelos outros que sofrem e o desprezo. Isso marcou uma grande tristeza na vida dela, por compreender que tudo não era senão isolamento, pois todo mundo era assim e ela não teria possibilidade de encontrar quem tivesse para com ela a forma de afeto e de união de alma que ela quereria ter com tantas pessoas.

“Daí, então, uma espécie de problema axiológico: “Como é a vida? Como devo fazer? Como preciso entender as coisas?” Onde entrava uma profunda deceção e um modo muito severo, inteiramente real e exato, de ver os outros. (...) Com o seu bom senso, sua retidão moral, ela radiografou a existência e compreendeu como era.

“Daí uma grande deceção, mas também uma enorme consolação, pois se vê bem tudo quanto nela confluía ao Sagrado Coração de Jesus, que exatamente é “Fonte de toda consolação”, segundo uma das invocações da Ladainha do Sagrado Coração de Jesus. É verdade que se na vida encontrarmos apenas deceções, encontraremos a Ele, que é a Fonte de toda consolação”.

Plinio Corrêa de Oliveira, Conferências de 12 de janeiro de 1994 e 8 de fevereiro de 1995