São Jorge nasceu na Capadócia, hoje Turquia, de parentes ricos e nobres, que tiveram o cuidado de instruí-lo, desde a infância, na Religião Cristã. Mal atingira a adolescência, entrou no exército e foi para guerra. Como era forte e muito habilidoso, chegou rapidamente a oficial nos exércitos do imperador romano.
Diocleciano reparou nas suas qualidades e, não sabendo se tratar de um cristão, começou a confiar-lhe missões cada vez mais importantes.
Tendo o imperador decidido perseguir os cristãos e abolir completamente a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, convocou um Conselho e expôs-lhes a sua intenção.
Todos aprovaram e aplaudiram, menos Jorge, que se se levantou e opôs-se fortemente à medida injusta e contrária ao serviço do verdadeiro Deus, que amava de todo o coração e estava disposto a oferecer a sua vida para a Sua glória.
O imperador e toda a assistência reconheceram, rapidamente, pelas palavras do bravo oficial, que era cristão. Muitos tentaram dissuadi-lo, recordando a bondade que o imperador tinha tido para com ele e os benefícios que ainda poderia esperar, caso mudasse de opinião, bem como os males e a desgraça que cairia sobre ele, caso recusasse.
Contudo, Jorge mostrou-se inabalável. Na sua ira, o imperador mandou colocá-lo na prisão. Amarraram-no com correntes, deitaram-no no chão e prenderam-no junto a uma enorme pedra.
Diocleciano mandou preparar uma roda, ao lado da qual mandou prender pontas de aço, para que a sua carne pudesse ser cortada em muitos pedaços. Depois deste tormento, São Jorge teve a sua cabeça cortada, no dia 23 de abril de 303, segundo alguns historiadores.
A antiguidade do culto e a devoção com que os cristãos do Oriente e do Ocidente manifestam a este santo, foi demonstrada por historiadores e autoridades inquestionáveis a ponto de São Jorge ter sido o padroeiro da Inglaterra até ao século XIX.
O que terá acontecido para, em 1893, o Papa Leão XIII tê-lo substituído por São Pedro, como o padroeiro da Inglaterra, apesar da Cruz de São Jorge ainda aparecer na bandeira do Reino Unido?
O que terá levado o Papa Paulo VI a rebaixá-lo em 1963 e São João Paulo II a restaurar o seu culto, inserindo o seu nome novamente na lista de Santos das liturgias da Horas?
Porque não temos um relato mais detalhado da vida e do martírio de São Jorge?
Segundo um autor anónimo do século XVIII, o motivo encontra-se em escritos que alguns inimigos da Igreja escreveram nos primórdios do cristianismo para obscurecer o esplendor dos santos e a glória da Igreja Católica. Neles, eram misturados fábulas e eventos tão maravilhosos, que aqueles que os liam achavam-nos tão incríveis, que davam a ideia de terem sido histórias inventadas, descredibilizando a hagiografia católica.
Por isso, segundo este autor, já no sexto Sínodo da Igreja foi ordenada a queima de muitos escritos com a vida de santos, proibição da sua leitura e cópia dos mesmos.
Contudo, no Decretum Gelasianum, que ratificou os livros canônicos e apócrifos aprovados pela Igreja, Santo Gelásio I faz menção da história da vida e do martírio escrito por hereges. Talvez por esta razão, no breviário romano reformado por Pio V, não haja leituras particulares para a celebração de São Jorge.
Apesar de tudo, a devoção a São Jorge que, com a sua lança, ou espada, matou o dragão, ainda é muito popular.
De acordo com a lenda, São Jorge encontrava-se com a sua legião romana numa região próxima a Salone, Líbia, no norte da África. Ali, vivia um enorme dragão alado, que envenenava todo aquele que, simplesmente, passasse perto do seu esconderijo. Tal era o terror dos habitantes da região, que passaram a oferecer-lhe animais e até crianças.
Quando chegou a vez de Sabra, a filha do Rei, de apenas 14 anos, São Jorge pediu ao Rei que prometesse converter-se à religião católica, caso derrotasse o dragão e trouxesse a sua filha de volta.
O rei acedeu e São Jorge, montado no seu cavalo branco, depois de muita luta e oração, acertou com a sua poderosa espada a cabeça e uma das asas do dragão, que caiu sem vida. O Santo amarrou a fera, arrastou-a até à cidade, entregou Sabra a seu pai e diante da população cortou a cabeça do monstro. Diante de tal prodígio, toda a população pediu o batismo e reconheceu Nosso Senhor Jesus Cristo, como o único e verdadeiro Deus!
O dragão desta lenda simboliza a idolatria, que mata inocentes e causa destruição e é destruída pela espada da Fé. A jovem que São Jorge salvou representaria a região na qual combateu as heresias e instalou a Fé cristã.
Juntamente com São Miguel Arcanjo, São Jorge é um dos padroeiros dos soldados e de todos os que combatem por Nosso Senhor Jesus Cristo. A Santa Igreja venera-o como um dos seus particulares defensores contra os inimigos da Fé.
Tem a história famosa nos meios esportivos que se refere à salvação de São Jorge pelo Corinthians. Como Dom Paulo Evaristo Arns era corintiano, ele teria pedido a Paulo VI para não "descanonizar" S. Jorge, de modo que o clube de futebol ficasse sem o seu padroeiro. Assim, a pedido do cardeal de São Paulo, o santo permaneceu no calendário. Assim, em vez de S. Jorge salvar o Corinthians, foi o clube que salvou da prescrição o seu padroeiro.
ResponderEliminarMas esta efemeride não corresponde à realidade. Paulo VI rebaixou São Jorge e foi São João Paulo II que permitiu que fosse retomado o seu culto.
ResponderEliminarO curioso é que São Jorge é padroeiro de muitas cidades e países desde os primeiros séculos e descobriram só depois que as lendas com dragões alados, etc., prejudicavam a imagem da Igreja. Mas, apesar de tudo, São Jorge continua intercedendo por todos aqueles que a ele recorrem...