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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Hoje comemoramos São Pedro Damião, o Santo que lutou contra o homossexualismo na Igreja

 


Qual é a história de São Pedro Damião, cuja festa é celebrada no dia 21 de fevereiro?

Nascido em Ravenna, último filho de uma família pobre, muitas vezes maltratado e tendo passado fome na sua infância, Pedro ficou órfão muito cedo. 

Enquanto cuidava dos porcos, ajudado pelo seu irmão Damião, este escritor e orador nato teve a oportunidade de prosseguir os estudos de maneira brilhante. Por esta, razão adicionou o nome do irmão ao seu.

O encontro com dois eremitas levaram-no a uma comunidade que seguia a Regra de São Romualdo. Ali, em Fonte-Avellana, na atual região italiana de Pesaro Urbino, vivia-se numa grande austeridade. O jejum era quase quotidiano, sendo servida apenas uma refeição com legumes. Os religiosos não usavam calçados durante todo o ano; rezavam com os braços em Cruz; utilizavam cilícios e permaneciam em vigília de orações durante longas horas.

Mosteiro de Fonte Avellana - Italia

São Pedro Damião ao ser nomeado superior, exigiu a pobreza, mortificações e induzia a todos à prática da perfeição. A sua bondade e o bem que exercia sobre os outros era tal, que foi obrigado a fundar seis mosteiros, nas cercanias de Ravenna.

Apesar de tudo, dedicou-se à oração, à ascese, ao estudo das Sagradas Escrituras, à contemplação e também à pregação. 

Passados dez anos de vida interior, contemplativa e monástica, passou a tomar parte nas lutas dolorosas da Igreja, fixando a sua atenção nos males horrorosos do seu tempo que atingiam o clero: a imoralidade, a simonia e o desdém para com as leis eclesiásticas.

Querendo ajudar os sacerdotes que se desviaram da lei de Deus e da Igreja, escreveu um livro, intitulado “O livro de Gomorra”, onde vocifera contra o pecado das relações homossexuais.

A obra explica os diferentes pecados de sodomia e a sua maldade intrínseca, fala da necessidade de rigorosa punição e penitência para os clérigos que a praticam, de como a excessiva brandura da autoridade eclesiástica é prejudicial à Igreja, e faz grande apelo à conversão dos pecadores.

A gravidade da prática homossexual

A ato sexual homossexual, escreve São Pedro Damião, “remove o fundamento da Fé, tira a força da Esperança, quebra o laço da Caridade, destrói a Justiça, mina a Fortaleza, expulsa a Temperança, e embota a nitidez da Prudência. E o que mais direi? Uma vez que, de facto, expele cada pedra angular das virtudes do tribunal do coração humano, como se removessem as dobradiças das suas portas, introduzindo toda barbárie dos vícios nos corações”.

“Este vício, ultrapassa a selvageria de todos os outros vícios, não se compara a nenhum outro. Ele é a morte não só dos corpos, como a destruição das almas. Polui a carne, extingue a luz do intelecto, expulsa o Espírito Santo do templo do coração humano, introduz o diabólico incitador da luxúria, lança confusão, e elimina completamente a verdade da mente equivocada”.

“Uma vez que esta serpente venenosa cravou os seus dentes no coração de um infeliz, o bom senso imediatamente é turvado, a memória é eliminada, a clareza da mente é obscurecida; torna-se esquecido de Deus e olvida-se até de si mesmo”.

“A fim de semear guerras impiedosas contra Deus, a sodomia separa a infeliz alma da comunhão dos Anjos, remove-a da sua nobreza para a colocar sob o jugo da sua própria dominação. Despoja os seus soldados dos armamentos das virtudes, atacando-os, expondo-os aos dardos de todos os vícios. Atormenta a consciência, queima a carne como um fogo, e incita-a com o desejo de prazer. Mas, por outro lado, ela teme ser exposta, sair em público, ser conhecida pelos outros”.

Diante deste pecado, S. Pedro Damião escreve que devemos evitar a “misericórdia cruel” de ficarmos calados diante do mal, e até mesmo adverte que nos tornamos “assassinos da alma dos outros” se nos calamos contra a imoralidade do seu comportamento.

“Quem sou eu para assistir um crime tão nocivo, e que se está espalhando até nos que receberam as ordens sagradas, e ficar calado, ousando aguardar a punição divina, tornando-me um assassino da alma do próximo? Não me tornaria também um devedor de uma culpa da qual, de nenhuma maneira, teria sido eu o autor? Como poderei, amando o meu próximo como a mim mesmo, negligentemente permitir que a ferida, que lhe dará uma morte cruel, infete a sua alma? Vendo, pois as feridas espirituais, deveria eu negar-me a curá-las pela cirurgia das palavras?”

Passados mais de mil anos da sua publicação, o livro é atualíssimo! Hoje a situação do clero não está muito diferente da época de São Pedro Damião, pois em muitas dioceses do mundo ainda reinam a imoralidade, as más doutrinas e a morte espiritual nas fileiras dos eclesiásticos.

São Pedro Damião nunca deixou de denunciar a vida depravada e relaxada dos clérigos, padres e monges, advertindo os grandes mosteiros do seu tempo, como Cluny e Monte Cassino, a que erradicassem os desvios e escândalos, vividos na flagrante impunidade. Em 1057, foi nomeado Cardeal-Bispo de Ostia e encarregado de missões em Milão, Frankfurt, e várias outras cidades. 

Apoiou os Papas na sua ação reformadora, mas Leão IX foi obrigado a mantê-lo à parte, pela oposição de vários bispos. 

Mais tarde, os Papas subsequentes deram-lhe importantes missões oficiais de conciliação e de reforma. Os seus escritos espirituais, obras, cartas e sermões fizeram dele um doutor da Igreja.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

O que está a acontecer na Basílica de São Pedro?

 


Segundo informa o site “Sillere non possum”, nos últimos dias, alguns funcionários que trabalham na Basílica de São Pedro escreveram uma carta dirigida ao Cardeal Fernando Vérgez Alzaga, L.C., Presidente do Governo do Estado da Cidade do Vaticano desde 2021. Queixam-se da falta de proteção e segurança no local de trabalho, da gestão e transparência.

Nas últimas horas, estão a circular nas redes sociais gravações áudio e vídeo da intervenção da Gendarmaria Vaticano nos escritórios da Fábrica de São Pedro, que apreendeu algum material.

O que devemos esperar desta ação? Numa entrevista para a Associated Press, o Papa afirmou que as críticas podem ser tão irritantes quanto precipitadas, mas existe liberdade de expressão, as críticas são um direito humano e as contestações, no entanto devem ser feitas na sua cara, para ajudar a crescer.

Será que as críticas feitas contra a administração do Cardeal Mauro Gambetti, O.F.M.Conv., Vigário-Geral de Sua Santidade para a Cidade do Vaticano e Presidente da Fábrica de São Pedro, serão tratadas como uma ajuda a crescer ou os que apresentaram uma opinião contrária serão perseguidos?

O regresso dos uniformes nos colégios franceses?

 




Desde a Revolução anárquica, cultural, maoista, trotskista e marxista de Maio de 1968, que pretendeu liberalizar os alunos da submissão a qualquer ordem pré-estabelecida, o uso da bata ou do uniforme, deixou de ser obrigatório nas escolas francesa. Naquela ocasião, os professores e alunos pediram a independência e a liberdade na maneira de se vestir.


Meio século depois, segundo Nicole Belloubet, a Ministra da Educação Francesa, informa que 87 escolas francesas aceitaram experimentar o uso dos uniformes nos estabelecimentos de ensino. «A ideia não é de abolir, mas de criar unidade, de criar um sentimento de pertencimento, de tentar trabalhar sobre esta noção de igualdade», afirmou a ministra.

Os principais benefícios dos uniformes são:

1) Os alunos têm a impressão de pertencer a um grupo unido e de fazer parte de uma dinâmica forte, podendo incentivá-los a se superarem e a estudarem com a impressão de que os seus esforços serão verdadeiramente valorizados.

2) Evitar a discriminação e o bullying. As crianças que não usam roupas da moda ou que não optam por determinada marcas são muitas vezes ridicularizadas pelos seus colegas.

3) O uniforme dá uma ideia de disciplina, de uma regra e, por isso, as crianças tendem a comportar-se melhor.

4) Finalmente, evita problemas aos pais na hora de comprarem roupas aos filhos em cada início de ano letivo.

Quem manda verdadeiramente no mundo?



Atualmente, em escala global, tem-se a impressão de existir um grupo seleto de pessoas que indica o caminho que a população mundial deve tomar, quais são as ideologias que podemos e devemos aceitar e as que devem ser rejeitadas, como nos devemos vestir, que opiniões e pontos de vista podem ser defensáveis e os que devem ser ridicularizados e postos de lado, mesmo que para isto se recorra a artimanhas e calúnias posteriormente comprovadas.

A este fenómeno radical que “manda” no mundo, muitos chamam de “Revolução”. Ele é tratado como se tivesse uma verdadeira personalidade, dotado de um pensamento e de ação própria, encarregado de cumprir uma missão soberana, de ser o único a poder indicar o caminho correto que deve seguir a humanidade.

O curioso é que este “ser” misterioso tem os seus devotos e fiéis seguidores. Às vezes, apresenta-se como um especialista numa matéria mais ou menos desconhecida do público, de um chefe ou político carismático. E a opinião pública mundial, mesmo que no começo não esteja de acordo, vai aos poucos executando as suas ordens, sacrificando as suas convicções e até interesses próprios, com o ardor de um prosélito ou com a submissão de um escravo. É preciso dizer que a Revolução exerce um certo fascínio sobre toda a humanidade, pois ela é cosmopolita. O cidadão do Oriente ou do Ocidente sente-se atraído por uma nova norma ou “moda”, aparecida ou imposta em qualquer lugar do mundo. E as suas pretensões de doutor, de chefe e de mestre supremo não tem limite, ambiciona uniformizar a humanidade inteira. Ela, em primeiro lugar, adota como suas, algumas individualidades eminentes, doutrinas e sistemas que apareceram em épocas anteriores, como o iluminismo, a Revolução Francesa, a revolução comunista, etc.

O escritor e político francês, Alexis de Tocqueville no seu livro « L’Ancien Regime et la Révolution », ao analisar a Revolução Francesa, dá pistas para compreender o caminho que o mundo está a empreender : “Como a Revolução parecia tender ainda mais para a regeneração da raça humana do que para a reforma da França, ela acendeu uma paixão, inspirou o proselitismo e deu origem à propaganda. Tornou-se uma nova religião, uma religião imperfeita, sem Deus, sem culto e sem altares, mas que, no entanto, inundou toda a terra com os seus soldados, os seus apóstolos e os seus mártires”.

Ao analisarmos esta doutrina nova, que aspira a regenerar o género humano, não sabemos onde ela nos conduzirá. Damo-nos conta de que tem como ponto de partida ideias absolutamente contrárias aos princípios cristãos, que vão do racionalismo ao ateísmo, da liberdade de pensamento à negação do pensamento, da soberania do povo ao direito da permanente insurreição, do socialismo ao anarquismo, do sensualismo ao tribalismo, do culto ao progresso científico ao ecologismo radical do “bom selvagem” de Rousseau. Do ponto de vista religioso, ela persegue os que pretendem viver santamente e segundo o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo; sabe ser alternadamente, tudo de uma vez, progressista e capaz de negar a existência de Deus. Mas o seu principal sucesso nos nossos dias é a promessa de reformas e de liberdade. Desta forma, lisonjeia as mais nobres paixões do ser humano, enquanto, por outro lado, favorece os seus maus instintos, criando “ativistas”, admiradores e asseclas entre aqueles que ela quer escravizar e destruir, enquanto eleva pessoas desordeiras, como se fossem verdadeiros heróis.

Na ordem política foi, dependendo das circunstâncias, liberal ou convencional, parlamentar ou absolutista, burguesa ou proletária, política ou social, conservadora ou anarquista.  Às vezes exalta o povo, às vezes pisa-o, mima os déspotas ou derruba-os, lisonjeia a inteligência humana ou escraviza-a.  Preparar a humanidade para uma nova vida”, tal é o objetivo que ela estabelece para si mesma. Através dela, os homens devem ser independentes de qualquer autoridade, natural ou espiritual; os povos livres de todos os líderes; as inteligências desapegadas de qualquer regra; os corpos desprendidos de qualquer privação para poderem ter todos os tipos de prazer e, finalmente, o ser humano emancipar-se de todos os deveres.

Todas as paixões desordenadas e malignas encontram nela uma legitimação e um apoio: não há crime que não possa ser glorificado; não há malfeitor que não possa ser exaltado; e não é difícil provar, olhando ao nosso redor, que todo o homem que se desvia dar regras estabelecidas pelas nossas sociedades e que se degrada, torna-se inevitavelmente um revolucionário, e que, em troca da sua fé, a Revolução autoriza e recompensa as mais hediondas explosões dos seus vícios.

Embora a “Revolução” atue de modo a mostrar que favorece o mal e não o bem, o seu espírito domina de tal forma os homens dos nossos dias que um grande número deles lhe atribui todos os benefícios da sociedade em que vivem.

Que poder é este, cujo império se tornou indiscutível no século XXI? Por que série de circunstâncias os cristãos passaram a aceitar como facto consumado, necessário e respeitável, um movimento que ataca o cristianismo de todas as formas e em toda a parte com o ódio de um inimigo implacável e pretende até ir modificando aos poucos o Evangelho de Cristo?

Em futuros artigos, procuraremos analisar as origens da “Revolução”, os seus ídolos, o seu método, os exemplos históricos e o seu processo, nos caminhos que traça para a humanidade.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Maria Santíssima ajuda Santo António Maria Claret a vencer a tentação contra a castidade

 

Nosso Senhor Jesus Cristo e todos os Santos foram tentados e venceram a tentação.

A tentação é uma prova, um teste para nós. Como Nosso Senhor, o próprio Filho de Deus, foi tentado, nós também seremos tentados, como Ele mesmo afirma: “O discípulo não é superior ao mestre, nem o servo é superior ao seu Senhor” (Mt10, 24). Se existe uma tentação, existe um tentador, que é o demónio, o espírito maligno. O seu propósito é afastar a humanidade de Deus ou do caminho da obediência aos seus mandamentos. Deus permite a tentação porque constitui uma prova de fé destinada a fortalecer os fiéis (cf. 1Pe1, 6-7).

Na vida de Santo António Maria Claret encontramos dois bonitos factos sobre como ultrapassou tentações contra a castidade, invocando Maria Santíssima que, posteriormente, Lhe apareceu e pôs sobre a sua cabeça uma coroa de rosas.

Assim, narra o santo:

“Quando cursava o segundo ano de filosofia em Vic, na Espanha, aconteceu-me o seguinte: No inverno tive um resfriado ou constipação. Mandaram-me ficar de repouso. Obedeci. Num daqueles dias em que estava acamado, às dez e meia da manhã, sofri uma tentação terrível. Recorria a Maria santíssima. Invocava o Anjo da Guarda. Rogava aos Santos do meu nome e da minha especial devoção. Esforçava-me por fixar a atenção em objetos diferentes, distrair-me e assim afastar e esquecer a tentação. Persignava-me na fronte, a fim de que o Senhor me livrasse dos maus pensamentos. Porém, foi tudo em vão.

“Finalmente, virei-me para o outro lado da cama para ver se assim afastaria a tentação. Eis que se apresenta Maria Santíssima, formosa e graciosíssima. Seu vestido era carmesim; o manto azul e, entre seus braços, vi uma enorme grinalda de belíssimas rosas. Em Barcelona, tinha visto rosas naturais e artificiais muito bonitas, mas não eram como estas. Oh! Como tudo aquilo era belo! Ao mesmo tempo em que estava na cama, como que pasmado, via a mim mesmo como um menino formosíssimo, ajoelhado e com as mãos postas. Eu não perdia de vista a Virgem Santíssima, em Quem tinha fixos os meus olhos.

“Recordo-me muito bem de que tive este pensamento: ‘É mulher e não provoca nenhum mau pensamento; pelo contrário, afastou de mim todos os outros’. E a Santíssima Virgem dirigiu-me a palavra, dizendo: ‘António, se venceres, esta coroa será tua’. Estava tão preocupado que não conseguia dizer-lhe uma palavra sequer. E vi que a Santíssima Virgem punha na minha cabeça a coroa de rosas que tinha na sua mão direita (além da grinalda, também de rosas, entre os seus braços e no lado direito). Naquela criança, via-me coroado de rosas. Nem depois disto, disse palavra alguma.

Vi também um grupo de Santos que estavam à sua direita, em atitude de oração. Não os conheci. Só um me pareceu ser Santo Estêvão. Acreditei então, e ainda agora convenço-me disso, que aqueles Santos eram os meus protetores, que rogavam e intercediam por mim para que eu não caísse em tentação. Depois, à minha esquerda, vi uma multidão de demónios, que se puseram enfileirados, como soldados em retirada após ter travado uma batalha, e eu dizia a mim mesmo: ‘Que multidão e como são temíveis! Diante de tudo isto, estava como que surpreendido, nem sabia mais o que me estava a acontecer. E logo que tudo passou, fiquei livre da tentação e com tamanha alegria, que não sabia o que se passara comigo.

Tenho certeza de que não estava a dormir, nem estava em estado febril, nem outra coisa que me pudesse causar uma ilusão semelhante. Isto fez-me acreditar que foi uma visão real e uma especial graça de Maria Santíssima, pois a partir daquele momento fiquei livre da tentação e, por muitos anos, estive livre de qualquer tentação contra a castidade e, se depois tive alguma, foi tão insignificante que nem merece o nome de tentação. Glória a Maria! Vitória de Maria!”.

Noutra ocasião, Maria santíssima livrou-o de outro perigo.

“Encontrando-me em Barcelona, ia alguma vez visitar um conterrâneo. Não falava com ninguém da casa a não ser com ele. Ao chegar, dirigia-me ao seu quarto e conversava unicamente com ele. Porém, viam-me sempre entrar e sair. Eu era então jovenzinho e gostava de vestir, não digo com luxo, mas sim com bastante elegância, talvez demasiada. Será que Deus me pedirá conta disso no dia do Juízo?

“Um dia, fui à mesma casa e perguntei pelo amigo. A dona da casa, que era uma senhora jovem, disse-me que o esperasse, pois estava para chegar. Esperei um pouco e logo percebi a paixão daquela senhora, que se manifestou com palavras e ações. Eu, depois de invocar Maria santíssima, e lutando com todas as minhas forças, escapei dos seus braços, saí a correr da casa sem nunca mais voltar e sem dizer a ninguém o que tinha ocorrido, a fim de não prejudicar a sua honra.

“Deus dava-me todos esses golpes para me despertar e livrar-me de todos os perigos do mundo”.

Estes exemplos de Santo António Maria Claret devem ajudar-nos a acreditar que superar as tentações é possível! Mas o que devemos fazer?

Em primeiro lugar, ter uma vida de oração (Mc14, 38; Lc 22, 34), viver na presença de Deus, para resistir às armadilhas do demónio. Quanto mais tempo passamos com uma pessoa, mais nos parecemos com ela. Quanto mais tempo vivemos com Jesus e para Jesus mais facilmente nos pareceremos com Ele e venceremos as tentações.

É importante, também, afastar-se de tudo o que alimente ou desperte a tentação. A epístola de São Tiago encoraja-nos, igualmente, a confessar os nossos pecados uns aos outros. Encontrar pessoas santas e sábias que nos aconselhem e nos ajudem a vencer a tentação, ou quando caímos nos ajudem a levantar, é muito importante. Finalmente, não desanimar nunca e lutar sempre para expulsar o mal de nós!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Não me calarei! Oração abrasada de Santo António Maria Claret

 

Diante da maldade do mundo, da aparente extinção da Fé e da expansão das heresias na Europa dos anos 1840, Santo António Maria Claret, ainda noviço, em Roma, compôs uma oração para pedir o fim das heresias; outra para não se calar e pedir forças para denunciar os erros da sua época; e uma jaculatória para pedir longa vida, para ganhar mais almas para o céu.

Primeira súplica: Pelo fim das heresias

Ó Maria santíssima, concebida sem pecado original, Virgem e Mãe do Filho de Deus vivo, Rainha e Imperatriz dos Céus e da Terra! Já que sois Mãe de Piedade e de Misericórdia, dignai-Vos voltar os vossos ternos e compassivos olhos para este infeliz desterrado neste vale de lágrimas, angústias e misérias que, embora infeliz, tem a ditosa sorte de ser vosso filho. Ó minha Mãe, quanto Vos amo! Quanto Vos aprecio! Confio plenamente que me concedereis a perseverança no Vosso santo serviço e a graça final!

Em tempo oportuno, Minha Mãe, eu Vos suplico e Vos peço pelo fim de todas as heresias que devoram o rebanho do vosso Filho.  Lembrai-vos, piedosíssima virgem, de que tendes poder de acabar com todas elas. Fazei isso por caridade, pelo grande amor que professais a Jesus Cristo, vosso Filho. Olhai para as almas redimidas com o preço infinito do Sangue de Jesus, impedi que voltem de novo ao poder do demónio, desprezando o vosso Filho e Vós mesma.

Eia, pois, Minha Mãe, o que falta? Desejais, por acaso, um instrumento para remediar tão grande mal? Aqui tendes um; ao mesmo tempo em que se reconhece o mais vil e desprezível, considera-se o mais útil para esse fim; para que resplandeça mais o Vosso poder e se veja mais visivelmente que sois Vós quem operais e não eu. Eia, Mãe amorosa, não percamos tempo: aqui me tendes, fazei de mim o que quiserdes, bem sabeis que sou todo vosso. Sei que assim o fareis, por vossa grande bondade, piedade e misericórdia. Rogo-vos pelo amor que tendes ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Amém.

 Segunda oração abrasada: Minha Mãe, não me calarei

Ó Imaculada Virgem e Mãe de Deus, Rainha e Senhora da Graça!

Dignai-Vos, por caridade, lançar um olhar compassivo para este mundo perdido. Reparai como todos abandonaram o caminho ensinado pelo Vosso Santíssimo Filho; esqueceram-se das suas santas leis e perverteram-se tanto, que se pode dizer: “Non est qui faciat bonum, non est usque ad unum” (Não há mais ninguém que faça o bem, nem um, nem mesmo um só).

Extinguiu-se neles a santa virtude da Fé, de modo que apenas vegetam. Ah! Extinguiu-se a Divina Luz, tudo é escuridão e trevas e não sabem por onde andam, e desorientados, andam apressadamente pelo largo caminho que conduz à eterna perdição.

E quereis, minha mãe, que eu, sendo um destes infelizes, olhe com indiferença a sua fatal ruína? Ah, não! Nem o amor que tenho a Deus nem o amor ao próximo podem tolerar semelhante coisa. Que caridade seria a minha se vendo os meus irmãos em tantas dificuldades, não os socorresse? Que caridade seria a minha se sabendo que num caminho há ladrões e assassinos que roubam e matam, e não avisasse os que para lá se dirigissem? Que caridade seria a minha, sabendo que o lobo devora as ovelhas do meu Senhor, eu me calasse? Que caridade seria a minha se ficasse calado ao ver como roubam as joias da casa de meu Pai, joias tão preciosas que custaram o Sangue e a Vida de um Deus, e ao ver que atearam fogo à Casa e à Herança de meu Amantíssimo Pai?

Ah! Não é possível ficar calado, minha mãe, em tais ocasiões; não, não me calarei, embora saiba que me farão em pedaços. Não quero ficar calado. Clamarei, gritarei, darei ordens aos céus e à terra, afim de se remediar tão grande mal. Não me calarei! E, se de tanto gritar, se enrouquecer ou emudecer a minha voz, levantarei as mãos ao Céu, arrancarei os cabelos, e os golpes no chão com os pés suprirão a falta de palavras.

Por isso, minha Mãe, começo desde agora a falar e a gritar. Acudo a Vós, sim, a Vós, que sois Mãe de Misericórdia, dignai-Vos prestar socorro a tão grande necessidade. Não digais que não podeis, porque sei que, na ordem da Graça, sois Omnipotente. Dignai-Vos, conceder a todos a graça da conversão, eu Vos suplico, porque, sem ela, nada faríamos e, então, enviai-me e vereis como se converterão. Sei que concedereis essa graça a todos os que a pedirem verdadeiramente; porém, se não a pedem, é porque não sabem da sua necessidade e, tão fatal é o seu estado, que não conhecem o que lhes convém, o que me move ainda mais à compaixão.

Portanto, eu, como primeiro e principal pecador, peço-Vos por todos os demais, oferecendo-me como instrumento da sua conversão. Ainda que esteja destituído de qualidades para semelhante missão, não importa, “mitte me”: (enviai-me), assim melhor se notará que, “gratia Dei sum id quod sum” (Pela graça de Deus, sou o que sou). Talvez medireis que eles, como enfermos inconscientes, não queiram escutar quem os quer curar, antes me desprezarão e me perseguirão de morte, não importa, “mitte me”, porque, “cupio esse anathema pro fratribus méis” (Envia-me, porque desejo ser anátema por amor dos meus irmãos). Ou ainda direis que não poderei sofrer tantas intempéries como o frio, calor, chuvas, nudez, fome, sede, etc., etc. Não há dúvida de que por mim mesmo nada posso suportar, porém confio em Vós e digo: “Omnia possum in ea quae me confortat” (Tudo posso nAquela que me conforta).

Ó Maria, minha Mãe e minha Esperança, consolo da minha alma e objeto do meu amor! Lembrai-Vos das muitas graças que Vos tenho pedido, e todas mas concedestes. Justamente agora verei esgotado esse manancial perene? Não. Não se ouviu nem se ouvirá jamais que nenhum devoto vosso tenha sido rejeitado por Vós. Vede, senhora, tudo que peço dirige-se à maior glória de Deus e Vossa, e para o bem das pessoas, por isso espero alcançar e alcançarei, e para que o concedais ainda mais rápido, não alegarei méritos meus, porque não tenho senão deméritos; direi, sim, como a Filha que sois do Eterno Pai, Mãe do Filho e Esposa do Espírito Santo, é muito bom que zeleis pela honra da Santíssima Trindade, da qual é viva imagem a alma do homem e, além disso, essa mesma imagem é banhada com o Sangue do Deus humanado.

Se Jesus e Vós tendes feito tanto pela minha alma, agora a abandonareis? É verdade que é merecedora desse abandono. Porém, por caridade Vos suplico, não a abandoneis. Peço-Vos, pelo que há de mais santo e sagrado no Céu e na terra, peço-Vos por Aquele mesmo que eu, ainda que indigno, hospedo todos os dias na minha casa, falo-Lhe como amigo, mando e me obedece, descendo do Céu à minha voz. Este é o mesmo Deus que Vos preservou da culpa original, que Se encarnou nas Vossas Entranhas, que Vos encheu de glória no Céu e Vos fez Advogada dos pecadores; e este, não obstante ser Deus, me ouve, me obedece cada dia.

Ouvi-me, pois, ao menos esta vez e dignai-Vos conceder-me a graça que Vos peço. Tenho certeza de que o fareis, porque sois minha Mãe, meu Alívio, meu Consolo, minha Fortaleza e meu tudo depois de Jesus. Viva Jesus, viva Maria. Amém!

Jaculatória para ganhar almas para o Céu

Ó Jesus e Maria! O amor que Vos tenho faz-me desejar a morte para poder estar unido a Vós no Céu; porém, tão grande é o amor, que me faz pedir longa vida, para ganhar almas para o céu!

Maria è il cuore della Chiesa


«Maria è tutta carità. Dove c’è Maria lì c’è la carità. Maria, dunque, è il cuore della Chiesa. Per questo germogliano da essa tutte le opere di carità. È risaputo che il cuore ha due movimenti che i medici chiamano sistole e diastole. Col primo, il cuore si stringe ed assorbe il sangue; col secondo si dilata e lo versa nelle arterie. Così anche Maria esercita continuamente questi due movimenti: assorbe la grazia del suo amato Figlio e la riversa sui peccatori».

Sant'Antonio Maria Claret

sábado, 3 de fevereiro de 2024

Bispo espanhol contesta Dom Scicluna e defende o celibato sacerdotal


Numa entrevista concedida ao “National Catholic Reporter”, Dom Scicluna, Arcebispo de Malta e Secretário adjunto do Dicastério para a Doutrina da Fé, mostrou-se preocupado com o celibato dos sacerdotes, que facilitaria a vida dupla do clero e, por isso, a Igreja terá de decidir se o abole.

Esta não foi a primeira vez que Dom Scicluna manifestou a sua posição sobre a possibilidade do clero casar-se. Já o tinha feito numa entrevista concedida ao “The Times of Malta”.

Dom José Ignacio Munilla Aguirre, bispo espanhol da diocese de Orihuela-Alicante, através das redes sociais, respondeu a Dom Scicluna, contra-argumentando:

1 - Realmente, alguém acredita que o casamento é o remédio contra a infidelidade sacerdotal? Não existem muitos casamentos com vidas duplas? E, por outro lado, o que fazemos com os padres que se divorciarem?

2 - A evolução da disciplina do celibato na tradição da Igreja (tanto no Oriente como no Ocidente) tem dado passos ao longo dos séculos, sempre no sentido de uma maior adaptação a Jesus Cristo, que era celibatário. A proposta de Dom Scicluna representaria, pela primeira vez, um “retrocesso” na tradição da Igreja, afastando a nossa disciplina do sacerdócio celibatário de Cristo.

3 - Dom Scicluna parece esquecer-se que a vocação ao sacerdócio é um chamado pessoal de Deus. Ele concede-nos a sua graça para que possamos segui-Lo; e não é uma mera escolha individual entre as diferentes possibilidades que cada um considere mais atraentes...

4 - Finalmente, muitos católicos gostariam de saber se Dom Scicluna faz declarações contra a lei do celibato a partir da sua posição como membro do Dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé, ou se a faz a título pessoal.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Notícias do dia 1 de fevereiro de 2024 (parte segunda)

 


Duas tentativas de assassinato a São João Bosco

The Little-Known Story of When the Masons Tried to Kill Don Bosco

After confessing what his mission was, the young man threw the weapon he was hiding on the floor.

The National Catholic Report CNA Staff News January 31, 2024

History notes how much the Freemasons hated St. John Bosco, the founder of the Salesians — whose feast the Church celebrates on Jan. 31 — but less known are their attempts to kill him.

The two assassination attempts ordered by Freemasons against Bosco can be found in The Biographical Memoirs of Don Bosco and was recounted in the June 1, 1980, issue of the Salesian Bulletin, the official publication of the Salesian Family.

According to these accounts, a former student of Bosco named Alessandro Dasso showed up at the gatehouse in late June 1880 asking to speak to the priest.

“His eyes were full of anguish,” the account related. “Don Bosco received him with his usual kindness,” but faced with the “growing agitation” of the young man, the founder of the Salesian family asked him: “What do you want from me? Speak! You know that Don Bosco loves you.”

At these words, Dasso “fell to his knees, burst into tears and sobs,” and revealed the truth.

According to the story, the young man was a Freemason and the group had sentenced Don Bosco to death. Twelve men’s names had been drawn, and they were to carry out the order.

Dasso told Don Bosco that “it was up to me to be the first, just me! And this is why I came! I will never do it. I will draw down upon myself the revenge of the others; revealing the secret is my death, I know I’m done for. But killing Don Bosco, never!”

After confessing what his mission was, the young man threw the weapon he was hiding on the floor.

Despite Bosco’s attempts to console him, the young man quickly left the house. On June 23, Dasso tried to take his life by throwing himself into the Po River but he was rescued in time by policemen.

Some time later, Bosco helped him escape from Italy and he lived in hiding “until the end of his days,” according to the Salesian account.

Months later, in December 1880, another young man came to visit.

The “sinister” gleam in the young man’s eyes caused the holy priest to have “very little trust,” the story goes. The young man expressed himself as “a high and mighty man” and as he spoke, “a small six-shooter slipped out of his pocket onto the sofa.”

Without the man noticing, the priest placed his hand on the weapon and slowly put it in his pocket. The young man tried to find the gun in his own pocket but to no avail and looked astonished.

“What are you looking for, sir?” Bosco reportedly asked him calmly. The confused young man replied: “I had something here in my pocket... But where did it go?”

According to the story, “Don Bosco, moving quickly toward the door and putting his left hand on the handle in order to get ready to open it, pointed the gun at him and, without getting angry, said: ‘This is the tool you were looking for, isn’t it?  At the sight of this, the scoundrel was stunned.” And he “tried to grab his revolver. But Don Bosco told him forcefully: ‘Go on, get out of here right away! And may God have mercy on you!’”

“Then he opened the door and asked some of those who were in the anteroom to accompany the man to the gatehouse. The assassin hesitated, but Don Bosco told him: ‘Get out and don’t come back!’” And the young man who wanted to end the priest’s life had to leave along with other companions who were waiting for him outside in a carriage.

 

Cardenal José Luis Lacunza está desaparecido

La fuente confirmó que las autoridades de la iglesia alertaron a las autoridades en la provincia de Chiriquí sobre la desaparición del Cardenal.

CRITICA.COM.PA, José Vásquez - 01 de febrero de 2024

Una fuente confirmó este jueves que el cardenal José Luis Lacunza,  “Maestro Juan”,  de 80 años y Obispo de la Diócesis de David, permanece desaparecido desde el pasado martes en horas de la tarde, cuando se le observó por última vez saliendo de la sede del obispado donde está ubicada su residencia.

El pasado martes salió del obispado en su auto, modelo Nissan X-Trail, color blanco, y desde entonces se desconoce su paradero.

Las alarmas sobre su ausencia se dieron, ya que el Cardenal no asistió a varias actividades religiosas que mantenía en su agenda diaria, entre ellas, la misa en honor a Don Bosco, la misa diaria en la Catedral San José de David y reuniones previamente coordinadas con algunos grupos católicos.

La fuente confirmó que las autoridades de la iglesia alertaron a las autoridades en la provincia de Chiriquí sobre la desaparición del Cardenal.

Se pudo conocer que los organismos de seguridad han iniciado operativos que puedan dar con el paradero del cardenal Lacunza.

Fiscales viajan a Chiriquí para reforzar investigación sobre desaparición de cardenal Lacunza

En tanto, el procurador  General de la Nación, Javier Caraballo, dijo que un grupo de fiscales de Panamá se desplazará hacia David, Chiriquí, para reforzar las investigaciones a fin de esclarecer los hechos tras la desaparición del cardenal José Luis Lacunza.

Explicó que la Fiscalía de Chiriquí recibió la denuncia anoche y hasta el momento se han tomado algunas entrevistas.

Indicó que las investigaciones son incipientes y en este caso donde está en riesgo la vida de una persona es necesario la prudencia sobre proporcionar más datos.

Solicitan oración al pueblo

Por su parte, El arzobispo metropolitano, José Domingo Ulloa, en un mensaje en la red social del Arzobispado de Panamá, expresó "al confirmar con las autoridades eclesiales de la Diócesis de David, el desconocimiento del paradero del cardenal José Luis Lacunza, pedimos al pueblo de Dios a unirse en oración en estos momentos, pidiendo su pronta aparición".

 

O tratamento especial para os amigos...

Vaticano lança dúvidas sobre o caso do padre Rupnik

7 Margens, Manuel Pinto | 31 Jan 2024

O Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF), da Igreja Católica, acaba de emitir um “esclarecimento” sobre as competências próprias e alheias para tratar dos casos de crimes contra o sexto mandamento do Decálogo (abuso sexual), cometidos por clérigos, as quais terão consequências para casos como o do padre e artista Marko Rupnik.

Aquele Dicastério tem, desde 2010, competência para tratar desse tipo de casos, mas só quando a suspeita de abusos recai sobre menores e pessoas que “habitualmente têm um uso imperfeito da razão”. A atribuição havia sido estabelecida no motu proprio Sacramentorum Sanctitatis Tutela, e manteve-se sem alterações numa revisão efetuada em 2021.

Entretanto, explica o comunicado do DDF, na sequência do documento do Papa Francisco Vos Estis Lux Mundi, foi introduzida no Código de Direito Canónico uma definição mais alargada de “adulto vulnerável”, que deixou de abarcar apenas pessoas com algum tipo de deficiência mental.

De facto, esse conceito passou a incluir “qualquer pessoa em estado de enfermidade, de deficiência física ou mental, ou de privação da liberdade pessoal que, de facto, mesmo ocasionalmente, limita a capacidade de compreender ou querer ou, em qualquer caso, resistir à ofensa” (ver art. 1 § 2, b de Vos Estis Lux Mundi).

Na sequência destes desenvolvimentos, e mantendo-se a competência do Dicastério para a Doutrina da Fé limitada a casos de menores de 18 anos e a pessoas com “uso imperfeito da razão”, todos os restantes casos que envolvam abusos de pessoas adultas por parte de clérigos são analisados e decididos pelos dicastérios respetivos – dos bispos, dos padres e diáconos, e dos religiosos.

Este esclarecimento deixa, entretanto, em aberto várias dúvidas, se se considerar, por exemplo, o conhecido caso do padre ex-jesuíta Marko Rupnik. Segundo informações divulgadas e assumidas pelos mais altos responsáveis da Companhia de Jesus, nos últimos cinco anos, por duas vezes a então Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) tratou dos casos de queixas de ex-religiosas da Comunidade Loyola contra Rupnik e deu instruções à Companhia acerca deste caso, sendo certo que, em 2018, se tratou do crime de absolvição de uma cúmplice em matéria relativa ao sexto mandamento, que implicou uma condenação unânime a pena de excomunhão latae sententiae. Mas justifica-se a pergunta: atuou a CDF em matéria para a qual não tinha competência? Ou tomou as vítimas como afetadas por “uso imperfeito da razão”?

Por outro lado, quando o Papa Francisco decidiu, em finais de outubro do ano findo, autorizar a reabertura do processo contra Rupnik, aberto em 2021 e encerrado por prescrição dos factos, estava a encarregar quem para conduzir essa tarefa? O Dicastério para a Doutrina da Fé ou o Dicastério para os religiosos, dado que Rupnik era então membro da Companhia de Jesus?

Seja como for, cabe perguntar por que razão entendeu o DDF ser este o momento para vir a público com um esclarecimento. Será este passo alheio ao facto de o caso Rupnik ter voltado a primeiro plano com mais uma denúncia de abusos cometidos por aquele clérigo e a alusões de que o assunto estaria em apreciação naquele Dicastério? Iremos, agora, entrar numa fase de passa-culpas, dado que o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica poderia argumentar que, quando o Papa se pronunciou, o padre Rupnik já não era jesuíta?

Rupnik será juzgado por el Dicasterio para la Vida Religiosa

Religion Digital, 31.01.2024 Jesús Bastante

Marko Rupnik será juzgado en el Vaticano, pero no por Doctrina de la Fe, sino por el dicasterio de la Vida Consagrada. Así lo aclaró en una nota, difundida ayer, el dicasterio presidido por Víctor Manuel 'Tucho' Fernández, recalcando que este organismo sólo es responsable de los casos de abusos sexuales a menores y discapacitados mentales.

"La definición de adulto vulnerable incorpora casos más amplios que la competencia de la DDF, que sigue limitada, además de a los menores de dieciocho años, a los que habitualmente tienen un uso imperfecto de la razón. Por lo tanto, los demás casos fuera de estos supuestos son tratados por los departamentos competentes", señala la nota de Doctrina de la Fe. Dicho en román paladino: si la víctima es un menor o un discapacitado, el caso sigue en Doctrina de la Fe; si los abusos se dan por parte de un obispo, pasa a Obispos; y, si -es el caso de Rupnik- se trata de religiosos, el acusado será juzgado por Vida Consagrada. De igual modo sucederá en el caso de los territorios de misión, por ejemplo, o para el Clero.

La nota surge por "malentendidos" surgidos en torno a la figura de "persona necesitada de protección". Desde Vos Estis Lux Mundi, los adultos vulnerables, término  que incluye a "toda persona en estado de enfermedad, deficiencia física o psíquica, o privación de libertad personal que limite de hecho, incluso ocasionalmente, su capacidad de entender o de querer o, en todo caso, de resistir al delito".

"A este respecto -subraya la nota de Doctrina de la Fe-, cabe recordar que la definición de adulto vulnerable incorpora casos más amplios que la competencia de la DDF, que sigue limitada, además de a los menores de dieciocho años, a los que habitualmente tienen un uso imperfecto de la razón. Por lo tanto, los demás casos fuera de estos supuestos son tratados por los departamentos competentes".

 

Vatican News acessível agora em Mongol

O portal de notícias do Vaticano passou a ser consultável em 52 línguas, desde o dia 31 de janeiro. A partir de hoje, as notícias estarão disponíveis também em Mongol.

 

E a China vai aumentando a sua penetração no mundo...

China has nudged Japan aside as No. 1 auto exporter, Japanese data show

Star Tribune, Associated Press, JANUARY 31, 2024

TOKYO — Data from a Japanese auto industry association show that China overtook Japan as the world's largest vehicle exporter last year.

The Japan Automobile Manufacturers Association reported Japan exported 4.42 million vehicles in 2023, up 16% from a year earlier, while domestic auto sales totaled nearly 4.78 million vehicles.

According to figures released earlier by the China Association of Automobile Manufacturers, China exported 4.91 million vehicles last year. That was nearly 58% more than the year before. Much of the increase was driven by shipments of electric and hybrid vehicles.

Japan's car exports totaled 4.2 million in 2022. It had held the role as top exporter since 2017.

Overall, auto sales in Japan have been mostly on the decline since 2000.

Toyota and other Japanese makers, including those making trucks and buses grouped in JAMA, have been developing EVs, but they also invest in hybrids, fuel cells and other types of powertrains.

 

As vozes dissonantes do episcopado Sul Africano

Many African bishops have rejected same-sex blessings. South Africa is taking a different stand.

America, Russell Pollitt, S.J., January 31, 2024

Cardinal Stephen Brislin, the spokesperson for the Southern African Catholic Bishops’ Conference, said that the conference “has taken a slightly different stand from the rest of Africa” on the Vatican declaration “Fiducia Supplicans,” which for the first time formally granted permission to clergy to bless people in same-sex or irregular relationships. He added that the conference’s local bishops “would implement the document and its recommendations with blessings, prudently.”

Explaining the bishop conference’s position on “Fiducia Supplicans,” the prelate said that “it is up to the local bishop to see how he will implement it in his diocese. This is quite clear because it is a pastoral issue and not a doctrinal issue.”

Cardinal Brislin, the archbishop of Cape Town, South Africa, was addressing a press conference on Jan. 30, with the president of the conference, Bishop Sithembele Sipuka, after the first biannual plenary of the bishops at their headquarters in Pretoria, South Africa.

Less than a month ago, on Jan. 11, the president of the Symposium of Episcopal Conferences of Africa and Madagascar (SECAM), Cardinal Fridolin Ambongo Besengu, O.F.M. Cap., had said that he signed a document rejecting “Fiducia Supplicans” on behalf of the entire Catholic Church in Africa. Cardinal Besengu, the archbishop of Kinshasa in the Democratic Republic of the Congo, said that his statement on the declaration reflected a synthesis of all the African bishops’ responses to “Fiducia Supplicans” before going to Rome to present it to Pope Francis.

Cardinal Besengu said: “We, the African Bishops, do not consider it appropriate for Africa to bless homosexual unions or same-sex couples because, in our context, this would cause confusion and would be in direct contradiction to the cultural ethos of African communities.”

But during the press conference on Jan. 30, Cardinal Brislin said, “Each bishop has to assess the particular needs of his own diocese and the particular impact this would have. And we in South Africa felt that obviously, it is up to each local bishop but that we would implement the document and its recommendations with blessings, prudently.”

The cardinal added that the Southern African bishops’ conference position is “certainly not a criticism of [other African bishops], as they must just see and assess their own particular situations.” He said that the other African bishops “are fully entitled to do that as they are looking at their own particular situations and their own particular pastoral concerns.”

Like the Southern African conference, the Maghreb region’s bishops on Jan. 23 announced that they had also departed from SECAM’s position. After their plenary session, the bishops of Algeria, Libya, Morocco, Tunisia and Western Sahara said: “When people in an irregular situation come together to ask for a blessing, it may be given provided this does not cause confusion for them or for others.”

The diverging responses to the papal declaration reflect the vast cultural and religious diversity of Africa, suggesting that for the continent there will be no one “African position” on “Fiducia Supplicans.”

Responding to South African media, Bishop Sipuka affirmed church teaching, saying that the Catholic Church still holds that “same-sex unions, according to the teaching of the church, are not in accordance with the will of God.” The bishop added, “People who have deviated—or who are deviating from the will of God—[however] are not excluded from the mercy of God.”

Cardinal Brislin agreed with Bishop Sipuka, noting, “The declaration very clearly reaffirms the doctrine of the Catholic Church about marriage, [that it is] a lifelong commitment between a man and woman.”

“‘Fiducia Supplicans,’” the cardinal said, “is really a document that is talking about a pastoral practice, for example, for people who are in other irregular situations—like people who are divorced and remarried and haven’t managed to have an annulment and young people perhaps who are living together without any marriage or commitment—[that they] are not excluded from the pastoral care of the church.”

“What this document is saying is that if such people come for a blessing, that blessing should not be denied to them because a blessing is not a reward for perfection,” Cardinal Brislin said. “We know that Christ came for sinners.”

Bishop Sipuka emphasized the need for prudence among the clergy. He said, “We don’t know what concrete expression that prudence would take; it will depend on the circumstances.” He warned that “an impression should not be given both to those who are asking for a blessing that by blessing them you are legitimizing what they are doing [living in an irregular situation], or [for] those who are observing.”

“We don’t want to be prescriptive, but on the other hand, we are clear about when that act [blessing] is done, [it] should not give an impression that the church is approving same-sex marriage,” Bishop Sipuka said.

Cardinal Brislin added that the fact that people come for a blessing means that they are open to God’s grace, that they are seeking God’s grace, and this should be remembered. “The difficulty that the church has is not that somebody is gay or even that they live together; it is the sexual expression that is not in accordance with God’s will,” he said.

The cardinal said, “In talking about homosexuals or other people in irregular situations, it is actually a challenge to all of us that we make sure that we do live chaste lives.”

When asked about the practicalities of such blessings, whether or not priests should inquire about the nature of the relationship of the people being blessed, the cardinal said: “Generally speaking, when we give a simple blessing, we don’t ask a lot of questions. We don’t ask people if this is your wife and if you have been faithful to her always and that sort of thing. And I would suggest that the same [practice be observed], even though this is challenging. If [priests] are asked for a blessing, give a blessing.”

“Their motivation does need to be right,” the cardinal added. “It must be a spontaneous request. It mustn’t be in order to promote an ideology or to show themselves; it must be a genuine thing that is coming from their hearts.”

Local media also asked about the challenge of misinformation and false news in the light of the declaration and the Synod on Synodality.

Cardinal Brislin said that fake news and misinformation is very real. He cautioned people to be “very careful which blogs they go onto and which sites they watch as a number of sites have a particular slant or particular ideology they try to promote.”

He said that some of the things written on the blogs are “so unchristian, no matter which side they are coming from, whether it is left or right.” He encouraged people to find online news and information sources that reflect a balanced view.

Cardinal Brislin cautioned about media who insist on polarizing opinions evocatively. “People who start calling the pope the anti-Christ or the devil incarnate should not be given attention,” he said. “Leave them behind.”

“Also, from the other side,” he said, “where people might say that Pope Benedict was the anti-Christ or something. Get away from those sites and blogs.”

In other news, the assembled bishops commended the South African government for its principled approach to the International Court of Justice for the protection of innocent lives in the current conflict in Gaza between Israel and Hamas. The bishops appealed to those involved in the conflict and those supporting each side to honor the decisions of the I.C.J. They said that peace could only be established with the total cessation of hostilities and a just settlement for all the peoples of the Holy Land.

The press conference was convened at the conclusion of the South African bishops’ conference eight-day biannual plenary. Other matters addressed by the bishops, according to Cardinal Brislin, included faith formation, the role of the laity in church governance and pastoral life, ongoing formation of the clergy and the complex issue of gender fluidity—which, he said, will be addressed further by informed professionals. He also said the bishops had discussed the upcoming general election in the country, synodality, the state of the conferences’ finances, ecumenism and interfaith dialogue.

The cardinal said that the bishops had reserved a full day to listen to the delegates to the first session of the 16th General Assembly of Bishops on Synodality, adding that they had used the methodology of the synod at their meeting—dividing into groups for reflection and trying to listen to each other. He said that this had been a moving experience.

 

Agora até a própria Hierarquia católica sugere a abolição do celibato para os sacerdotes!! O grande argumento era que a castidade levava aos abusos sexuais. Na Alemanha, acaba de sair o escândalo dos abusos sexuais ocorridos com os jovens e perpetrados por membros de igrejas protestantes, que não são célibes. O problema, portanto, não está no celibato.

Scicluna vuelve a pedir el fin del celibato asegurando que se impediría la doble vida de sacerdotes

El arzobispo de Malta, Mons. Charles Scicluna, sigue en su cruzada para acabar con el celibato permanente como condición para recibir el sacramento del orden en la Iglesia de rito latino. En una entrevista concedida al National Catholic Reporter sostiene un peculiar argumento: dicha medida acabaría con la doble vida de los sacerdotes que no lo viven.

(InfoCatólica 31/1/2024) En una entrevista exclusiva concedida al National Catholic Reporter, el monseñor Scicluna aseguró que una de sus «preocupaciones es que se ponga a las personas en una situación en la que se sientan cómodos con una doble vida».

«Esto no es para disminuir la belleza del celibato o el compromiso heroico de las personas que han aceptado el celibato como un don y lo viven», dijo el arzobispo, «pero creo que es bueno que lo discutamos».

«Lo que se aprende con la experiencia es que hay que tener en cuenta la fragilidad humana y el hecho de que las personas maduran en situaciones diferentes; se encuentran en un lugar diferente psicológica y espiritualmente», dijo Scicluna. «Esto es algo que [...] la Iglesia, en su más alta autoridad, tendrá que decidir».

No es la primera vez que el arzobispo, que es además secretario adjunto del Dicasterio para la Doctrina de la Fe, aboga por el fin del celibato. Lo mismo hizo a principios de año en declaraciones a The Times of Malta. Entonces dijo:

«¿Por qué deberíamos perder a un joven que habría sido un excelente sacerdote, sólo porque quería casarse? Y perdimos buenos sacerdotes sólo porque eligieron el matrimonio».

 

LA SECULARIZACIÓN AUMENTA EXPONENCIALMENTE

En Suiza ya hay menos católicos que personas que no pertenecen a una religión

Según la Oficina Federal de Estadística de Suiza, por primera vez en la historia del país helvético hay más personas no afiliadas a ninguna organización religiosa que las que pertenecen a la Iglesia Católica. El número de protestantes es aún menor.

(InfoCatólica 31/1/2024) Una de las consecuencias del creciente número de católicos bautizados que se dan de baja de la Iglesia en Suiza es que el país ya tiene más ciudadanos sin adscripción religiosa que católicos.

Segun datos oficiales, que corresponden a la situación en el 2022, un 34% de los suizos vive al margen de cualquier institución religiosa, mientras que ha caído al 32% el porcentaje de los que todavía pertenecen a la Iglesia Católica. En el caso del protestantismo, el porcentaje es aún menor.

Cabe señalar que en la década de los 70 del siglo pasado, apenas un 1% de la población declaraba no ser miembro de alguna religión. A principios de este siglo, el porcentaje alcanzó el 11%. Cifra que casi se dobló al llegar al 2010.

 

Se os socialistas, unidos à esquerda, ganharem as eleições, uma nova lei voltará a ser proposta!

El Jefe de Estado de Portugal veta ley de identidad de género para las escuelas

El presidente de la República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, ha vetado la ley que impone la ideología de género en las escuelas y que, entre otras cosas, facilita el cambio de nombre en los menores que padecen disforia de género. Los socialistas portugueses volverán a presentar la ley en la próxima legislatura.

(EP/InfoCatólica 31/1/2024) El nuevo líder del Partido Socialista (PS) portugués, Pedro Nuno Santos, ha dejado caer que su partido retomará los textos vetados por el presidente del país.

El político ha mostrado su «respeto absoluto» por las decisiones del presidente de la República, en la medida en que está ejerciendo sus «competencias constitucionales», si bien ha afirmado que el Gobierno seguirá «defendiendo» su propia «visión».

Ante la posibilidad de que se retomen los textos vetados en la próxima legislatura si los socialistas logran una mayoría, ha señalado que el partido «no ha cambiado el punto de vista», en declaraciones a los medios tras reunirse en Madrid con el presidente del Gobierno, Pedro Sánchez, en la sede central del PSOE.

Los argumentos del presidente

Rebelo de Sousa ha alegado que la ley que abre la puerta a la elección de un nombre neutro «no garantiza un equilibrio respecto del principio esencial de la libertad personal», mientras que en el caso de la norma sobre escuelas ha considerado que «no respeta suficientemente» el papel de las familias, por lo que ha pedido «más realismo» a los legisladores.

El presidente portugués, católico practicante, ya ha vetado en repetidas ocasiones la ley de suicidio asistido.

 

Catequese do PAPA FRANCISCO - AUDIÊNCIA GERAL - 31 de janeiro de 2024 sobre a ira

Nestas semanas abordamos o tema dos vícios e das virtudes, e hoje refletimos sobre o vício da ira. Trata-se de um vício particularmente tenebroso, e talvez seja o mais simples de identificar do ponto de vista físico. A pessoa dominada pela ira tem dificuldade de esconder este ímpeto: reconhecemo-lo pelos movimentos do seu corpo, pela agressividade, pela respiração ofegante, pelo olhar sombrio e carrancudo.

Na sua manifestação mais penetrante, a ira é um vício que não dá tréguas. Se nasce de uma injustiça sofrida (ou assim considerada), muitas vezes não se desencadeia contra o culpado, mas contra o primeiro desventurado. Há homens que reprimem a ira no lugar de trabalho, demonstrando-se calmos e tranquilos, mas, quando chegam a casa, tornam-se insuportáveis para a esposa e os filhos. A ira é um vício alastrante: é capaz de tirar o sono e de nos levar a tramar em continuação na mente, sem conseguir encontrar uma barreira aos raciocínios e aos pensamentos.

A ira é um vício destrutivo das relações humanas. Exprime a incapacidade de aceitar a diversidade do outro, especialmente quando as suas escolhas de vida divergem das nossas. Não se limita aos comportamentos errados de uma pessoa, mas lança tudo no caldeirão: é o outro, o outro tal como ele é, o outro enquanto tal que provoca a raiva e o ressentimento. Começa-se a detestar o tom da sua voz, os gestos banais do dia a dia, os seus modos de raciocinar e de sentir.

Quando a relação chega a este nível de degeneração, já se perdeu a lucidez. A ira faz perder a lucidez. Pois às vezes uma das caraterísticas da ira é a de não conseguir atenuar-se com o tempo. Nestes casos, até a distância e o silêncio, em vez de acalmar o peso dos desentendimentos, aumentam-no. É por este motivo que o apóstolo Paulo – como ouvimos – recomenda aos seus cristãos que enfrentem imediatamente o problema e busquem a reconciliação: «Que o sol não se ponha sobre a vossa ira» (Ef 4, 26). É importante que tudo se dissolva imediatamente, antes que o sol se ponha. Se durante o dia pode surgir algum desentendimento, e duas pessoas já não conseguirem compreender-se, sentindo-se repentinamente distantes, a noite não deve ser confiada ao diabo. O vício manter-nos-ia acordados na escuridão, a remoer as nossas razões e os erros indescritíveis, que nunca são nossos, sempre do outro. É assim: quando uma pessoa é dominada pela ira, diz sempre que o problema é do outro; nunca é capaz de reconhecer os próprios defeitos, as próprias falhas.

No “Pai-Nosso”, Jesus faz-nos rezar pelas nossas relações humanas, que são um terreno minado: um plano que nunca está em perfeito equilíbrio. Na vida lidamos com devedores que estão em falta para connosco; assim como nós certamente nem sempre amamos todos na medida certa. A alguém não restituímos o amor que lhe era devido. Somos todos pecadores, todos, e todos temos a conta no vermelho: não o esqueçamos! Por isso, todos devemos aprender a perdoar para ser perdoados. Os homens não permanecem juntos, se não se exercitarem também na arte do perdão, na medida do que for humanamente possível. O que impede a ira é a benevolência, a abertura de coração, a mansidão, a paciência.

Mas, a propósito da ira, há uma última coisa a dizer. É um vício terrível, dizia-se, está na origem de guerras e violências. O prefácio da Ilíada descreve “a ira de Aquiles”, que será causa de “lutos infinitos”. Porém, nem tudo o que nasce da ira está errado. Os antigos estavam bem conscientes de que em nós subsiste uma parte irascível, que não pode nem deve ser negada. As paixões são, em certa medida, inconscientes: acontecem, são experiências da vida. Não somos responsáveis pelo nascimento da ira, mas sempre pelo seu desenvolvimento. E às vezes é bom que a ira seja desabafada de maneira correta. Se uma pessoa nunca se irasse, se não se indignasse diante de uma injustiça, se perante a opressão de uma pessoa frágil não sentisse tremer algo nas suas entranhas, então isto significaria que aquela pessoa não é humana, e muito menos cristã.

Existe a santa indignação, que não é a ira, mas sim um movimento interior, a santa indignação. Jesus conheceu-a várias vezes na sua vida (cf. Mc 3, 5): nunca respondeu ao mal com o mal, mas na sua alma teve este sentimento e, no caso dos mercadores do Templo, realizou uma ação forte e profética, ditada não pela ira, mas pelo zelo pela casa do Senhor (cf. Mt21, 12-13). Devemos distinguir bem: uma coisa é o zelo, a santa indignação; outra é a ira, que é má.

Compete a nós, com a ajuda do Espírito Santo, encontrar a medida certa das paixões, educá-las adequadamente, a fim de que se voltem para o bem, não para o mal. Obrigado!