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domingo, 23 de outubro de 2022

Com o nascimento de Jesus Cristo, Deus quis elevar as mulheres

 


Porquê o Verbo de Deus quis humilhar-Se a ponto de nascer de uma Mulher, uma pobre Virgem, desconhecida do mundo, e que afinal era apenas uma mera criatura?

Os Padres da Igreja e inúmeros santos dissertaram sobre este tema e escreveram vários volumes para responder a esta pergunta e não a esgotaram. Com efeito, para o expor digna e completamente seria preciso conhecer as razões divinas, que são infinitas de bondade, poder e sabedoria. E isto é impossível! Contudo, levantemos alguns pontos de reflexão:

Teria Deus querido nascer de Maria Santíssima, para glorificar os dois sexos, para as mulheres não terem inveja dos homens e vice-versa?

Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador, era homem, mas devia o seu nascimento a uma mulher. Maria comunicou-Lhe toda a natureza humana, dando-lhe a capacidade de ser homem. Assim, Cristo é Deus, mas Maria é sua mãe e este título, dá-lhe autoridade e até certa superioridade sobre o seu Filho.

Neste desígnio supremo da Providência, vemos como Deus quis elevar admiravelmente a mulher. Até então, as mulheres eram consideradas inferiores, brinquedos frágeis nas mãos dos homens, quando não eram as suas vítimas. Os Severianos, por exemplo, uma seita herética, chegaram a declarar que as mulheres não eram obra de Deus, mas de Satanás, e que não foram redimidas pelo sangue do Calvário.

Sem dúvida Eva, a primeira mulher, inoculou-nos a terrível doença do pecado original, mas que remédio admirável, infinitamente superior ao mal, Nossa Senhora deu-nos com a Encarnação!

O Filho de Deus feito homem, sem dúvida assumiu as enfermidades da natureza humana, mas também as grandezas, as prerrogativas que a honram. As mulheres têm um coração, impregnado de bondade. Por isso, na Encarnação, que é antes de tudo mistério de bondade, Deus quis fazer transparecer o melhor da mulher que é a ternura e misericórdia.

Leiamos os Evangelhos sob esta perspetiva: o Salvador, por exemplo, na parábola do filho pródigo, no julgamento da adúltera, quando se comove pelo filho do oficial de Cafarnaum, diante do caixão do filho da viúva de Naim, no túmulo de Lázaro, mostra-se como pai, com o rigor e dos homens? Não! Ele mostra-Se sobretudo como mãe. Em muitas outras partes da Sagrada Escritura vemos surgir em Nosso Senhor Jesus Cristo, além da sua divina mansidão, aquela bondade humana que herdou de Nossa Senhora, uma bondade mais terna, mais compassiva, mais delicadamente penetrante, sem qualquer traço de frieza ou impassibilidade, própria aos homens.

Além destes aspetos, o Seu nascimento de uma Virgem foi o único digno de Deus, a única "entrada verdadeiramente real no mundo", segundo as palavras de São Crisóstomo.

O Salvador não poderia vir ao mundo como um de nós! E a virgindade de Maria é uma das provas da sua divindade. A honra de Deus exigia este milagre único e incomparável, e na verdade não entenderíamos que Nosso Senhor Jesus Cristo pudesse ter nascido de outra forma, caso contrário ligaríamos sempre ao Seu nascimento uma ideia de impropriedade, desonra ou pelo menos desrespeito. Pelo contrário, sendo Maria Santíssima sua mãe e tendo permanecido virgem, tudo se explica e admiramos este meio maravilhoso, esta invenção divina que dá vida ao nosso Divino Salvador, sem que Ele carregue nenhuma das manchas ou vergonhas da carne.

Santo Agostinha perguntava-se no Sermão VI sobre a Natividade do Senhor: “Como poderia Cristo, em seu nascimento, violar a integridade virginal, Aquele que veio curar toda corrupção?”

Finalmente, a virgindade de Maria, continua Santo Agostinho, não era o símbolo da pureza virginal da Igreja? Como Jesus Cristo nasceu de uma Virgem, os seus membros deveriam nascer da Igreja virgem. Orgulhemo-nos de ser filhos da Igreja Católica, esta virgem ‘sem mancha, nem ruga´, esta mãe imaculada e fecunda, que em nossos dias está sendo impiedosamente atacada pelos seus inimigos internos e externos. Na nossa vida, acima de tudo, sejamos dignos d’Ela, dignos de Maria Santíssima, pela nossa pureza de costumes, conduta integra e piedade!

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