“É preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso bem. Da oração depende a nossa mudança de vida, o vencer das tentações; dela depende conseguirmos o amor de Deus, a perfeição, a perseverança e a salvação eterna”, afirmava Santo Afonso de Ligório.
No Angelus do dia 16 de outubro, o Papa Francisco
comparou a oração a um medicamento que deve ser tomado sempre para que a nossa
fé não fique tíbia e não seque. Através dela, Deus derrama amor, paz, alegria,
força, esperança em nós todos os dias.
Para quem não tem muito tempo para rezar,
Francisco aconselha a recitação de jaculatórias, orações muito curtas, fáceis
de memorizar, que podem ser repetidas frequentemente durante o dia, no decorrer
de várias atividades, para ficar “sintonizado” com o Senhor.
“Muitas vezes, concentramo-nos em tantas coisas urgentes, mas
desnecessárias, ocupamo-nos e preocupamo-nos com muitas realidades secundárias;
e talvez, sem nos darmos conta, negligenciamos o que mais importa e permitimos
que o nosso amor por Deus arrefeça, arrefeça pouco a pouco. Hoje, Jesus
oferece-nos o remédio para aquecer uma fé tíbia. E qual é o remédio? Oração. A
oração é o remédio da fé, a restauradora da alma. Deve, no entanto, ser uma
oração constante. Se tivermos de seguir uma cura para melhorar, é importante
segui-la bem, tomar os medicamentos de forma correta e no momento estabelecido,
com constância e regularidade. Em tudo na vida há uma necessidade disto.
Pensemos numa planta que temos em casa: devemos nutri-la com constância todos
os dias, não a podemos encharcar e depois deixá-la sem água durante semanas!
Isto é válido para oração: não podemos viver apenas de momentos fortes ou de
encontros intensos de vez em quando e depois “entrar em hibernação”. A nossa fé
secará. Precisamos da água diária da oração, precisamos de tempo dedicado a
Deus, para que Ele possa entrar no nosso tempo, na nossa história; momentos
constantes em que abrimos o nosso coração a Ele, para que Ele possa derramar
amor, paz, alegria, força, esperança em nós todos os dias; isto é, alimentar a
nossa fé.
“Por isso Jesus fala hoje aos seus discípulos - a todos, não
apenas a alguns! - «sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer». Mas
pode-se objetar: “Mas como faço? Não vivo num convento, não tenho muito tempo
para rezar”. Talvez uma prática espiritual sábia possa vir em auxílio desta
dificuldade, que é verdadeira, que hoje está um pouco esquecida, que os nossos
idosos, especialmente as nossas avós, conhecem bem: a das chamadas orações
jaculatórias. O nome está um pouco desatualizado, mas a substância é boa. Do
que se trata? Orações muito curtas, fáceis de memorizar, que podemos repetir
frequentemente durante o dia, no decorrer de várias atividades, para ficarmos
“sintonizados” com o Senhor. Tomemos alguns exemplos. Assim que acordamos,
podemos dizer: “Senhor, agradeço-te e ofereço-te este dia”: esta é uma breve
oração; depois, antes de uma atividade, podemos repetir: “Vem, Espírito Santo”;
e entre uma coisa e outra podemos rezar assim: “Jesus, confio em ti, Jesus,
amo-te”. Pequenas orações, mas que nos mantêm em contacto com o Senhor. Quantas
vezes enviamos “pequenas mensagens” a pessoas que amamos! Façamo-lo também com
o Senhor, para que o coração permaneça ligado a Ele. E não nos esqueçamos de
ler as suas respostas. O Senhor responde, sempre. Onde as encontramos? No
Evangelho, que deve sempre estar à mão
para ser aberto algumas vezes durante o dia, para receber uma Palavra de vida
dirigida a nós.
“E voltemos àquele conselho que tantas vezes dei: tende
convosco um pequeno Evangelho, no bolso, na bolsa, e assim, quando tiverdes um
minuto, abri-o e lede algo, e o Senhor responderá.
“Que a Virgem Maria, fiel na escuta, nos ensine a arte de
rezar sempre, sem nos cansar”.
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