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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Oração do Professor Dr. Plinio Corrêa de Oliveira ao Anjo da Guarda

 


Meu Santo Anjo da Guarda, sei que dentro dos planos divinos deveis, pelos desígnios de Deus, exercer especial papel na realização da minha vocação. Vós, com todos os Espíritos Celestes, possuís uma missão altíssima na luta contra a Revolução (do bem contra o mal no mundo). Dirijo-me a todos vós tendo presente a vinculação que estas circunstâncias estabelecem honrosamente de mim para convosco.

Em nome desse vínculo, suplico-vos: “Obtende da Rainha do Céu que a vossa ação se intensifique e tome toda a magnitude proporcionada com as minhas debilidades, infidelidades, fraquezas, com o meu desejo de servir inteiramente a Causa da Igreja Católica e da Civilização Cristã”.

Peço-vos, portanto, que intervenhais quanto antes sobre as pessoas e os acontecimentos de maneira que, libertos da ação do demónio, a qual hoje atingiu um auge, possamos pertencer-vos inteiramente e ser os vossos guerreiros na grande luta espiritual que se aproxima.

Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira

Oração de Santo Ildefonso a Nossa Senhora


 Ó doce Virgem, iluminadora dos corações, curai a minha cegueira, iluminai a minha fé, fortificai a minha esperança, ascendei em mim a caridade ... Como aurora brilhante que precedeu o Sol eterno, esclarecei o mundo com a luz da graça, iluminai a Igreja com o brilho das vossas virtudes.

Ó gloriosa Soberana, sois Aquela que a Escritura fala nos seguintes termos: “Deus disse: Que a luz exista, e a luz existiu”. Ó luz pura, luz encantadora, luz que ilumina o céu, fazendo tremer o inferno! Luz que traz de volta os perdidos, fortifica aqueles que desanimam, alegra os Anjos e todos os Santos da Corte Celeste! Ó luz reveladora dos mistérios que mostrai as coisas escondidas e dissipai as trevas! Fazei-nos ver os nossos pecados, reerguei o que em nós está em ruínas, dissipai as nossas trevas, curai os doentes, conduzi os pecadores às vias da penitência.

Santo Ildefonso, sermão 17 

Consagração ao Anjo da Guarda



Desde o século XVI, o Papa Paulo V oficializou o dia 2 de outubro como festa dos Anjos da Guarda. Solícitos e puros, os Anjos são fiéis mensageiros de Deus e da sua Palavra. Força de Deus, Remédio nas fraquezas da vida, guias e companheiros da nossa humana jornada. Os Anjos guardam os nossos passos, protegem-nos de todos os males e levam as nossas orações à divina presença.

Assim, para proteger-nos no combate contra o demónio, o mundo e a carne, peçamos ao nosso Anjos da guarda, invisível e forte defensor, que nos guarde hoje e sempre. Melhor ainda, consagremo-nos ao nosso Anjo da Guarda por meio da seguinte oração:

“Santo Anjo da Guarda, desde o início da minha existência, Deus Vos confiou a missão de me proteger e guiar. Na presença de Deus, meu Senhor e Mestre, de Maria Santíssima, minha Mãe Celeste, de todos os Anjos e Santos, eu, ........., pobre pecador, consagro-me hoje a vós.

Peço-vos que me tomeis pelas mãos e não mais me largueis. Por estas mãos, que agora são também vossas, prometo fidelidade e obediência constantes a Deus e à Santa Igreja.

Prometo venerar sempre Maria Santíssima, como minha Soberana, minha Rainha e minha Mãe e imitar a sua vida.

Prometo também venerar-vos sempre, meu santo protetor, e propagar, segundo os meus meios, a devoção aos santos Anjos, a fim de obter o socorro da vossa proteção, prometida especialmente nos momentos, como os nossos, em que se travam batalhas espirituais, a favor ou contra o Reino de Deus.

Obtende-me, eu vos suplico, ó Santo Anjo de Deus, que o amor de Deus me consuma e que a fé infalível me guarde de todo o desvio ou passo em falso. Pela vossa mão poderosa, afastai de mim os assaltos do inferno.

Peço-vos, pela humildade de Maria Santíssima, que me liberte de todos os perigos, para que, sob a vossa proteção, chegue às portas da Cidade Celeste e convosco louve a Deus pelos séculos dos séculos. Amém".

domingo, 29 de setembro de 2024

Nações-chave: França e países ibero-americanos

 


Sabemos que Deus criou uma nação-chave no Antigo Testamento: Israel. Haveria também no Novo Testamento alguma nação-chave? Com toda a certeza podemos responder afirmativamente. Porém, é necessário distingui-las em dois graus. No primeiro diríamos que as nações chave do Novo Testamento são os povos cristãos. Mas -- e aqui entramos no segundo grau -- dentro dos povos cristãos haverá alguma nação-chave?

São Pio X diz, numa de suas encíclicas, que Deus criou uma nação-chave, um povo eleito, entre os cristãos: a nação francesa. E' ela que, naturalmente, influencia o mundo inteiro. No campo das virtudes, por exemplo, quando são praticadas pelos franceses, irradiam-se pelo mundo inteiro com grande facilidade. Haverá culto mais difundido que o de Santa Terezinha do Menino Jesus?

Diante disto põe-se um problema penoso e pungente: como está esta nação-chave nos nossos dias? Haverá uma esperança para ela?

Com relação à França eu sou como o judeu em relação ao povo eleito. Amo o templo, amo as ruínas do templo, e se essas ruínas se desfizerem em pó, eu amarei o pó que resultou dessas ruinas.

Devo dizer, pois, que tenho a impressão de que a França continuará a ser a nação-chave. Mas, assim como outrora tivemos o império do Oriente e o império do Ocidente, assim como na própria Cristandade havia dois impérios, o Bizantino e o Romano-Alemão, assim também teremos ao lado do império francês para as nações antigas, o império, o domínio e a hegemonia cultural de outras nações, profundamente embebido daquilo que o espírito latino e francês tem de melhor, mas trazendo também consigo outras seivas. Estas nações, como todas as nações eleitas, são capazes de conhecer as piores misérias, piores do que qualquer outro, quando não correspondem à graça de Deus, mas são também capazes das maiores glórias, desde que correspondam à Sua graça. A meu ver, estas nações são as que constituem o mundo ibero-americano.

Plinio Corrêa de Oliveira, 15/10/1958

 

A oração é um impulso do coração para Deus

 


Como é grande o poder da Oração! É como se uma rainha tivesse livre acesso ao rei em todos os momentos e pudesse obter tudo o que pede.

Não é necessário, para ser ouvida, ler num livro uma bela fórmula composta para a circunstância. Aliás, fora o Ofício Divino, que sou indigna de recitar, não tenho coragem de me obrigar a procurar nos livros as belas orações. Mesmo que as recitasse todas, não saberia qual escolher. Faço como as crianças que não sabem ler, digo simplesmente ao Bom Deus o que Lhe quero dizer, sem usar frases bonitas. E Ele compreende-me sempre...

Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o Céu, é um grito de reconhecimento e de amor tanto no meio da provação, como no meio da alegria; enfim, é algo grande, sobrenatural, que me dilata a alma e une-me a Jesus.

Santa Teresinha do Menino Jesus 

 

“Há um chamado à fidelidade que é mais bonito do que qualquer outra coisa. Mas esse chamado à fidelidade é um chamado à cruz suprema, depois à glória. Mas, é preciso passar por uma crucifixão. Ou às vezes, em ponto pequeno e modesto, por várias crucifixões” (Plinio Corrêa de Oliveira).

Foi o aconteceu, por exemplo, com Santa Joana d’Arc. Ela ouviu as vozes do Céu, combateu para livrar a França dos invasores ingleses e proclamar Carlo VII como Rei da França. Apesar de várias vitórias, foi traída por generais e até pelo clero. Foi feita prisioneira e queimada viva na praça pública. Passou por várias crucifixões, mas foi reabilitada pela Igreja, beatificada por São Pio X e canonizada por Bento XV.


Não basta amar a Deus, é preciso procurar a salvação e o alívio dos outros



A nossa vocação, afirmava São Vicente de Paulo aos Padres da Missão, é a de ir incendiar o coração dos homens, fazer aquilo que fez o Filho de Deus, Ele que veio trazer o fogo ao mundo para o incendiar com o seu amor. Que outra coisa podemos desejar se não que arda e consuma tudo?

Portanto, é verdade que eu sou enviado não só para amar Deus mas para fazer com que o amem.

Não me basta amar Deus se também o meu próximo não o ama. Devo amar o meu próximo como imagem de Deus e objeto do seu amor, e fazer de tudo para que os homens amem o seu Criador que os reconhece e considera como seus irmãos e que os salvou; e, com a caridade recíproca, procurar que se amem por amor a Deus, o qual tanto os amou, ao ponto de, por eles, abandonar o seu próprio Filho à morte. Portanto, este é o meu dever.

Ora bem, se é verdade que somos chamados a levar, longe ou perto, o amor de Deus, se devemos incendiar as nações, se a nossa vocação é espalhar este fogo divino em todo o mundo, se assim é, e repito, se assim é, irmãos, quanto devo eu mesmo arder deste fogo divino!

Como daremos aos outros a caridade se ela não existe entre nós? Observemos se existe, não em geral, mas em cada um, se existe no devido grau, porque se não está acesa em nós, se não nos amamos uns aos outros como Jesus Cristo nos amou e se não praticamos ações semelhantes às suas, como poderemos esperar difundir um tal amor em toda a terra? Não é possível dar aquilo que não se tem.

O exato dever da caridade consiste em fazer a cada um aquilo que, com razão, queremos que nos seja feito a nós. Faço verdadeiramente ao meu próximo aquilo que desejo dele?

Observemos o Filho de Deus. Não existe ninguém para além de nosso Senhor que tenha sido de tal modo raptado do amor pelas criaturas, ao ponto de deixar o trono de seu Pai, para vir assumir um corpo sujeito a enfermidades.

E porquê? Para estabelecer entre nós, mediante a sua palavra e o seu exemplo, a caridade do próximo. É este o amor que o crucificou e que cumpriu a admirável obra da nossa redenção.

Se tivéssemos um pouco deste amor, permaneceríamos de braços cruzados? Oh! não, a caridade não pode permanecer ociosa, esta impele-nos a procurar a salvação e o alívio dos outros.

São Vicente de Paulo

O que é a doutrina católica?



É um conjunto de verdades. Se nesse conjunto, uma só verdade fosse adulterada, a doutrina católica já não seria ela mesma.

Assim, tentar acomodá-la, adaptá-la, ajeitá-la, é trabalhar para que Ela perca sua identidade consigo mesma: em outros termos, é tentar matá-la.

E achar que o apostolado não é possível sem essa adaptação é achar que a Igreja só pode vencer morrendo!

Plinio Corrêa de Oliveira

O grave tumor que converteu pai e filha: “Ajoelhei-me no passeio em frente à igreja e rezei”


Igreja de Nossa Senhora do Sagrado Coração, Sydney
Igreja de Nossa Senhora do Sagrado Coração, Sydney


Conversão ao catolicismo

Deus age das formas mais inesperadas e é capaz de estar presente de forma grandiosa mesmo nas situações humanamente mais complicadas. É precisamente nesta “fraqueza” e “fragilidade” que o amor de Deus penetra mais profundamente no coração das pessoas.

Prova disso, foi o sucedido com Stephen Lacey e a sua família, que se converteu ao catolicismo e foi batizado sendo marido e pai, precisamente pela forma como conheceu Deus durante o gravíssimo cancro de que a sua filha Daisy sofreu. Um homem que não só não acreditava, como não tinha uma boa opinião sobre a Igreja, viu-se ajoelhado e a chorar à porta de uma igreja católica na Austrália. Deus consolou-o, ouviu-o e para além de realizar o milagre da cura física, realizou outro de grande significado: a sua conversão sincera e depois a do resto da sua família.

Aconteceu quando, após meses de fortes dores de cabeça na filha, os médicos descobriram finalmente um enorme tumor na cabeça da menina. Fizeram-nos logo ir ao hospital infantil porque era urgente fazer uma cirurgia que, além disso, representava um grande risco para a Daisy. No entanto, não havia outras opções. Poucas horas antes da operação e enquanto a filha dormia, Stephen saiu do hospital tentando assimilar e dar sentido ao que de repente estava a viver.

“Estava a regressar pela Rua Avoca (em Sydney) em direção ao hospital quando vi uma grande igreja neogótica: Nossa Senhora do Sagrado Coração. Fui educado numa família da Igreja de Inglaterra, mas nunca fui batizado. O meu trisavô foi um ministro metodista que veio da Inglaterra na década de 1850 e estabeleceu-se em Hay, em Riverina. A minha avó e os meus pais eram do tempo em que os católicos eram vistos com desconfiança e chamados de “Tykes”. “O meu avô, o único católico da família, não foi aceite como membro dos Maçons de Gosford”, diz Stephen.

Apesar desta formação – recorda este pai – nessa noite não se importou com a história da sua família. “Não me importava o tipo de igreja, só precisava de rezar a Deus pela minha menina”, afirmou.

“Nunca esquecerá aquele momento” explica ao Catholic Weekly, o semanário da Arquidiocese de Sydney: “Como a igreja estava fechada, ajoelhei-me no passeio e rezei como nunca o tinha feito. Não tentei regatear. Não fiz promessas ridículas que não pudesse cumprir. Simplesmente orei em nome de Jesus para que Daisy sobrevivesse à operação.”

No dia seguinte à cirurgia, receberam uma chamada. Era o médico. A operação tinha corrido na perfeição. Ele e a sua mulher não paravam de chorar. Mas ainda tinham muitas provas e obstáculos a ultrapassar. O grande tamanho do tumor (um astrocitoma pilocítico), a sua posição no cerebelo e a própria operação fizeram com que Daisy tivesse de passar vários dias na unidade de cuidados intensivos. Além disso, sofria de síndrome da fossa posterior, um conjunto de sintomas que incluíam mutismo, irritabilidade e instabilidade (ataxia).

“É o pior caso que já vi”, disse o neurologista. A Daisy já não conseguia andar ou falar. Ela nem se conseguia mexer.

Depois de sobreviver à UCI, Daisy passou seis longos meses na unidade de neurologia. “A minha mulher e eu revezávamo-nos na enfermaria com a Daisy, dormindo num colchão no chão ao lado dela que eu ‘tomei emprestado’ de uma cama do corredor e para o qual as enfermeiras fizeram vista grossa”, conta.

Desta forma, Stephen acrescenta que “todas as manhãs, a Daisy tinha de suportar uma série de terapias e depois eu deixava-a descansar enquanto subia até Nossa Senhora do Sagrado Coração para rezar por ela. “Ali conheci o maravilhoso Padre Peter Hearn e tivemos muitas conversas enriquecedoras”.

A sua oração foi novamente atendida. Daisy recebeu o dom da voz. Por esta altura, ela já estava suficiente bem para que ele a levasse de carro até à igreja, onde rezava ao seu lado.

Quando finalmente conseguiram regressar a casa, Stephen começou a frequentar a igreja mais próxima, a St. Brandam’s, onde o padre John Milligan aceitou batizá-lo. Um ano depois, foi batizada e confirmada pelo próprio Arcebispo Anthony Fisher OP.

A Daisy tem agora 11 anos. As suas ecografias anuais estão bem e a sua ataxia é quase impercetível. “É o ser humano mais resiliente que já conheci. Eu e ela assistimos à missa várias vezes por semana”, diz o pai, orgulhoso.

“No ano passado, ambos organizámos uma festa para o artista Michael Galovic criar um ícone para a nossa igreja. Mostra São Brandam a lutar num oceano tempestuoso. À medida que as ondas sobem à sua volta, ele estende a mão a Jesus para o salvar. É algo que a Daisy e eu conhecemos muito bem”, conclui.

Catholic Weekly e Religion en Libertad, 29 de setembro de 2024

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Conselho de São Bernardo sobre os maus pensamentos


Rejeite o mau pensamento assim que ele se apresentar à sua mente. Se o rejeitar, ele deixá-lo-á, ou se não o abandonar, não o contaminará, enquanto tiver horror dele.

O pensamento que não é rejeitado causa prazer, esse prazer dá origem ao consentimento; o consentimento produz ação; da ação surge o hábito; do hábito segue-se uma espécie de necessidade, que conduz finalmente à impenitência e ao desespero. E assim como a víbora é morta pelas crias que carrega no seu ventre, assim recebemos a morte através dos nossos maus pensamentos, quando os alimentamos no nosso coração.

São Bernardo de Claraval

Conseil de Saint Bernard sur les mauvaises pensées

Rejetez la mauvaise pensée dès qu’elle commence, et dès qu’elle se présente à votre esprit. Si vous la rejetez, elle vous quittera, ou si elle ne vous quitte pas, elle ne vous souillera point, tandis que vous l'aurez en horreur.

La pensée qui n'est pas rejeté, cause le plaisir, ce plaisir fait naître le contentement ; le consentement produit l'action ; de l’action vient l’habitude ; de l'habitude suit une espèce de nécessité, qui entraîne enfin l’âme dans l’impénitence et le désespoir. Et comme la vipère est tuée par les petits qu'elle porte dans son sein, aussi nous recevons la mort par nos mauvaises pensées, quand nous les nourrissons dans nos cœurs.

Saint Bernard de Clairvaux