Na época de laicismo, em que vivemos, a missão histórica de Portugal costuma ser considerada de um ponto de vista inteiramente agnóstico. O ciclo das navegações é apreciado, pela maior parte dos compêndios, apenas nos seus resultados econômicos e políticos. De nada ou quase nada tem valido, que historiadores de maior quilate tenham demonstrado coisa diversa. Acumulam-se as provas de que o primeiro móvel da alma lusa, na aventura das navegações, foi apostólico; que os desbravadores de oceanos que o pequenino Portugal deitou pela vastidão dos mares tinham alma de cruzados, e não de mascate: para a História corrente, manipulada e deformada segundo as conveniências da irreligião, a glória de Portugal continua privada do esplendor sacral e heroico dos ideais religiosos, e reduzida ao mérito sem "panache" das realizações materiais da vida burguesa.
Nada disto,
porém, altera a evidente realidade dos factos. A monarquia fidelíssima foi
essencialmente missionária. O Brasil deve a Portugal a ação missionária do
luso, a suprema graça de pertencer a Igreja. E não é só o Brasil. Nem é só a
África. Mais além, bem junto da zona conflagrada do Extremo Oriente, na Índia,
e mais além, no mundo asiático, é o esforço missionário português que deixou
fincadas as sentinelas avançadas da Religião, as colónias lusas de que se
irradia nas gentilidades vizinhas um proselitismo até hoje vivaz e fecundo.
Era bom que nos lembrassemos disto: O Brasil nasceu como uma realização missionária!
Plinio
Corrêa de Oliveira
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