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terça-feira, 17 de setembro de 2019

A autodeterminação do povo indígena



Na véspera do Sínodo da Amazónia, recordemos o velho plano de uma "tutela especial" para os índios da Amazónia e a denúncia feita pelo Professor Plinio Corrêa de Oliveira:

"Santo Padre, afastai o perigo com que se defronta a unidade do Brasil".

Na segunda quinzena de janeiro deste ano, 52 missionários de quatorze Prelazias e Dioceses, reunidos em Manaus, publicaram extensa Declaração sobre "a situação de calamidade em que se encontram numerosos povos indígenas da região, espoliados de suas terras e de suas culturas, especialmente pela ganância de poderosos latifundiários". O trecho entre aspas é do "Osservatore Romano" (19 de fevereiro, edição semanal em português).

O órgão oficioso do Vaticano prossegue:

"O Comunicado Mensal da CNBB, em seu número de janeiro, está publicando a íntegra da importante Declaração, bem como das Conclusões do Curso (realizado por aqueles missionários sobre problemas indígenas), das quais destacamos aqui o título "Autodeterminação": "Os grupos indígenas têm o direito à autodeterminação já consagrado em tantas cartas internacionais assinadas pelo Brasil, e seus membros têm direito de serem reconhecidos como pessoas responsáveis. Reconhecemos que o índio tem o seu direito especial, anterior ao nosso corpo jurídico. Tornamos nossa a decisão tomada pelo índio presente em nosso curso: "Lutar pela autodeterminação; mesmo que nos sujeitemos a prisões e a massacres, vamos conseguir a autodeterminação do povo indígena".

De nenhum modo sou especializado em assuntos indígenas e missionários. Não sei, portanto, se na terminologia específica da matéria, a palavra "autodeterminação" tem um sentido peculiar. Na linguagem corrente – a minha, a dos leitores do "Osservatore", como da "Folha de São Paulo"- ela indica o direito que tem uma nação de decidir sobre seus próprios destinos. É idêntico a soberania. Pode ela significar também, de modo mais restrito, autonomia de um grupo étnico, regional ou cultural face ao todo político no qual esteja encaixado. Assim se poderia falar de "autodeterminação"- obviamente limitada – dos Estados ou províncias dentro de uma federação, ou até dos municípios dentro do Estado ou da província.

A pergunta se põe desde logo; o que entendem por "autodeterminação" os missionários autores da Declaração? Pedem para os grupos indígenas autonomia? Ou chegam ao extremo de pedir para eles a soberania?

A segunda hipótese, verdadeiramente louca, parece ter impressionante consonância com o contexto. Como vimos, a Declaração alude ao "direito à autodeterminação já consagrado em tantas cartas internacionais assinadas pelo Brasil". A referência às "cartas internacionais" faz pensar mais em soberania, pois que é basicamente de soberania que elas tratam.

As palavras que seguem parecem caminhar no mesmo sentido, pois apresentam nossos tão diversificados índios como constituindo um só "povo indígena". Uma nação, dir-se-ia, disposta a reivindicar sua "autodeterminação" com o "animus" característico de um povo subjugado, que luta por sua independência. Dizem os missionários que querem para o "povo indígena" a tal "autodeterminação" ainda que se sujeitem "a prisões e a massacres". É difícil ler essas palavras sem pensar numa guerra de secessão indígena, chefiada por sacerdotes e freiras progressistas e esquerdistas.

Por mais desnorteante que tudo isto seja, o restante da Declaração dos 52 missionários conduz à mesma impressão.

Eles pleiteiam que os índios constituam, à margem do regime representativo brasileiro, todo um sistema próprio, com "assembléias indígenas tribais, regionais, nacionais e a sua participação em encontros internacionais". Ou seja, uma espécie de democracia indígena intertribal, na qual não está representado o brasileiro não indígena.

Segundo a Declaração, no interior de cada tribo indígena o poder emanará da própria tribo. Ele não será laico (como infelizmente o é no Estado brasileiro), mas religioso-fetichista. Pois que "em ordem à autodeterminação", a Declaração quer que seja reconhecida "a autoridade dos chefes indígenas, pajés e outros líderes religiosos, anciãos, dentro de suas concepções sociais e familiares".

Ou seja, cada tribo seria uma pequena unidade mais ou menos monárquica ou democrática, com aspectos pronunciadamente teocráticos.

Naturalmente, cada peça de todo este mosaico tribal evoluiria ( se é que evoluirá) inspirada apenas por suas próprias peculiaridades. E sem maior atenção à morfologia política e sócio-econômica do resto do Brasil. Tanto mais quanto, para assegurar a autodeterminação, a Declaração pede que "as missões sejam as primeiras a romper, na prática, com o regime de tutela a que sujeitaram os índios".

O mais curioso é que os missionários, rompendo o "regime de tutela", pedem "uma tutela especial". Não do poder Executivo, em relação ao qual se mostram abespinhados e agressivos, mas do Legislativo, o qual deveria ter uma "CPI do Índio" permanente, para "fiscalizar" a Presidência da República. Privilégio que nenhuma classe ou setor de brasileiros possui.

E chegamos mais uma vez à autodeterminação. Pois os índios constituiriam no Brasil um corpo privilegiado, um corpo pelo menos semi-estrangeiro, cuja situação seria melhor que a de todos os brasileiros.

A frouxidão do nexo com o Brasil se revela por inteiro nesta reivindicação: "As entidades internacionais, como a Comissão dos Direitos Humanos da ONU, sejam regularmente informadas dos crimes cometidos contra populações indígenas". O que importa dizer que a ONU funcionaria como uma imensa CPI internacional, a fiscalizar permanentemente a CPI do Legislativo brasileiro, a qual por sua vez fiscalizaria o Executivo.

A ONU... Bem se sabe o que isso significa. Bastará que, na hora da votação, as nações do mundo comunista tenham interesse nisto, para que votem reconhecendo como demonstrados os crimes mais inverossímeis. E para obter maioria na ONU, elas se lançarão às barganhas. Uma calúnia contra o Brasil poderá ser mercadejada por um Brejnev qualquer como se mercadeja um frango ou um peixe numa feira.

Quem não percebe que as reivindicações missionárias estão abrindo assim pontos de pouso em plena selva amazônica para a bota russa? – A bota? As botas? Quantas botas? Centenas? Milhares? Quantos milhares?

O Papa poderá fazer cessar tudo isto de um momento para outro. E situar a defesa dos direitos dos índios em termos que não representem a depredação do Brasil.

E, francamente, duvido de que, sem a vontade dele, algo de rápido e prático logre ser feito.

Para ele se voltam pois, aflições, preces e esperanças que são minhas, porém não só minhas.

Artigo do Professor Plinio Corrêa de Oliveira plublicado no jornal "A Folha de São Paulo" no dia 14 de outubro de 1978, intitulado “Ao Papa Ignoto”


domingo, 15 de setembro de 2019

A Coroinha de São Miguel Arcanjo


“Faça-se a Luz!” (Gen 1,3) , com estas palavras, segundo Santo Agostinho, Deus criou os Anjos, puros espíritos, Príncipes da Corte Celeste e defensores invencíveis dos interesses de Deus.

Segundo Dionísio, Areopagita, no seu livro “Da Hierarquia Celeste”, os anjos estão divididos em três hierarquias, cada uma delas composta por três coros.

A primeira hierarquia é composta pelos Querubins, Serafins e Tronos que possuem a “plenitude de sabedoria e da ciência”. Eles têm o privilégio de ver a verdade de um modo superior. Estão muito unidos a Deus, dedicando-se permanentemente a amar, adorar e glorificá-Lo num grau mais elevado do que os outros Coros.

A segunda hierarquia é composta pelas Dominações, Potestades e Virtudes que dirigem os Planos de Deus, comunicando os Seus projetos aos Anjos da terceira hierarquia, que vigiam o comportamento da Humanidade. Eles são responsáveis pelos acontecimentos no Universo.

Finalmente, a terceira hierarquia é composta pelos Principados, Arcanjos e Anjos que executam as ordens divinas. Eles estão mais próximos dos homens e conhecem profundamente a natureza de cada pessoa, insinuando, avisando ou agindo, para que possa cumprir com exatidão a vontade de Deus.

Os Anjos no Antigo e Novo Testamento

No Antigo Testamento encontramos várias passagens da ação angélica na história da Salvação. Foram eles, por exemplo, que protegeram Lot em Sodoma e Gomorra; que visitaram o Patriarca Abraão, que os recebeu com muita alegria e lhe disseram que Deus estava contente com a sua boa vontade. 

Também foi um Anjo que lutou com Jacob e lhe deu o nome de Israel, que quer dizer forte contra Deus. Também foi um deles, segundo Santo Estêvão, que falou com Moisés e entregou-lhe as tábuas da Lei, representando e agindo em nome de Deus.

Eles protegeram o Povo eleito, castigaram aqueles que os perseguiam, anunciaram a vinda de São João e a do Messias, serviram Nosso Senhor Jesus Cristo no deserto, confortaram-n’O no Horto das Oliveiras, assistiram-n’O na Cruz, guardaram o sepulcro e rejubilaram-se com a Ressurreição.

Durante toda a história da humanidade a proteção dos Anjos fez-se sentir e, no livro do “Apocalipse”, São João afirma que no fim dos tempos, surgirá São Miguel, com os seus anjos e derrotará satanás, lançando-o para sempre no inferno. 

Proteção de São Miguel Arcanjo

No século XIX, o papa Leão XIII teve uma visão que o perturbou: a Terra estava repleta de espíritos malignos, que visavam destruir a Igreja. Ao sair do êxtase, o Santo Padre dirigiu-se a seu gabinete e escreveu a seguinte prece a São Miguel Arcanjo, que foi durante muito tempo rezada no final de todas as missas:

“São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso refúgio contra as insidias e ciladas do demónio. Que Deus manifeste o seu poder sobre ele. Eis a nossa humilde súplica. E vós, Príncipe da Milícia Celeste, com o poder que Deus vos conferiu, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Assim seja.”

“Vivemos uma época de apostasia”, afirmava o Papa Leão XIII há dois séculos. Quase cem anos depois, o Papa Paulo VI afirmou: “A fumaça de Satanás entrou no Templo de Deus”. E hoje, Lúcifer e os seus sequazes lançaram-se contra o mundo e, especialmente, contra a Igreja com toda a fúria, procurando substituir a verdadeira fé, pela indiferença, pelo relativismo, pelo materialismo, pela corrupção, pela imoralidade, por cultos satânicos que colocam em risco a salvação dos filhos de Deus.

Os Papas constituíram São Miguel ,Padroeiro da Igreja Universal, e no dia 5 de junho de 2013, Francisco, ao inaugurar uma imagem de São Miguel Arcanjo nos jardins do Vaticano, consagrou o Estado do Vaticano ao Príncipe da Milícia Celeste.

Promessa para quem rezar a coroinha de São Miguel

Numa aparição em Portugal, a uma ilustre carmelita, Serva de Deus Antónia d’Astonac, em 1750, São Miguel Arcanjo pediu-lhe que fossem feitas em sua honra nove saudações, correspondentes aos nove coros dos Anjos, que consistiriam na recitação de um Pai Nosso e três Ave-Marias, em honra de cada um dos nove coros angélicos.

O Arcanjo prometeu-lhe que aqueles que lhe rendessem este culto teriam, quando comungassem, um cortejo de nove Anjos, escolhidos dentre os nove coros. Além disso, para a recitação quotidiana destas nove saudações , prometeu a sua assistência e a dos Santos Anjos durante toda a vida e, depois da morte e a libertação do Purgatório (Antónia d’Astonac, livro II, capítulo 74). Esta revelação privada e respectiva devoção a São Miguel foram aprovadas pelo Beato Papa Pio IX em 1851.

Rapidamente, a devoção foi difundida pelo mundo inteiro e ficou conhecida como Coroinha a São Miguel Arcanjo.

Apresentamos abaixo duas maneiras de se rezar a Coroinha de São Miguel: uma tradicional, e uma outra composta pelo Professor Plinio Corrêa de Oliveira.

A recitação da Coroinha de São Miguel inicia-se com a recitação do:

V. Deus, vinde em nosso auxílio! Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.
R. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Deixam-se as quatro contas que pendem isoladas para o fim. Com os dedos sobre a medalha inicia-se a primeira saudação:

Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos Serafins, fazei-nos, Senhor, dignos do fogo da perfeita Caridade.

Segue-se a recitação de um Pai-Nosso e de três Ave-Marias, seguindo as contas da coroinha ( e assim, sucessivamente)

Segunda Saudação

Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos Querubins, pedimos Senhor a graça de trilharmos a estrada da perfeição cristã.

Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Terceira Saudação

Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos Tronos, pedimos Senhor que nos deis o espírito da verdadeira humildade.

Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Quarta Saudação

Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das Dominações, pedimos ao Senhor nos conceda a graça de dominar nossos sentidos, e de nos corrigir das nossas más paixões.

Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Quinta Saudação

Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das Potestades, pedimos ao Senhor se digne de proteger nossas almas contra as ciladas e as tentações de satanás e dos demónios.

Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Sexta Saudação

Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das Virtudes, pedimos ao Senhor a graça de sermos, vencedores no perigoso combate das tentações.

Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Sétima Saudação

Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos Principados, pedimos ao Senhor que nos dê o espírito de uma verdadeira e sincera obediência a Ele.

Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Oitava Saudação

Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os Arcanjos, pedimos ao Senhor nos conceder o dom da perseverança na Fé e nas boas obras, a fim de que possamos chegar a possuir a glória do Paraíso.

Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Nona Saudação

Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os Anjos, pedimos ao Senhor que estes espíritos bem-aventurados nos guardem sempre, e principalmente na hora da nossa morte e nos conduzam à glória do Paraíso.

Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Reza-se agora em cada uma das quatro contas restantes um Pai Nosso:

Um Pai-Nosso em honra de São Miguel Arcanjo;

Um Pai-Nosso em honra de São Gabriel;

Um Pai-Nosso em honra de São Rafael;

Um Pai-Nosso em honra do nosso Anjo da Guarda.

Antífona: Glorioso São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo; vós, cuja excelência e virtudes são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, a nós que recorremos confiadamente a vós, e fazei, pela vossa incomparável proteção, que adiantemos, cada dia mais, na fidelidade em servir a Deus. Amém.

V. Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de CRISTO,
R. Para que sejamos dignos das Suas promessas.

Oração: Deus, Todo-Poderoso e Eterno, que, por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos homens, escolhestes para príncipe da Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São Miguel, tornai-nos dignos, nós Vo-lo pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que, na hora da nossa morte, nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado ser introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e Augusta Majestade, pelos merecimentos de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Coroinha de São Miguel composta pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira


Como Nossa Senhora é a Rainha dos Anjos e dos homens, o Professor Plinio Corrêa de Oliveira escravo de Nossa Senhora, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, adaptou a coroinha de São Miguel, para recitação privada, fazendo com que a súplica a Deus Nosso Senhor passasse por Maria Santíssima:

Sobre a medalha, diz-se:

V. Deus, vinde em nosso auxílio! Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.
R. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Primeira saudação aos Serafins

Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro celeste dos Serafins pedimos a Nossa Senhora que nos conceda um amor pela Igreja, ardente como o sol, estável, poderoso, irresistível, capaz de espantar todas as trevas e afugentar todos os fantasmas noturnos e infernais e de atear por toda a parte o incêndio do seu espírito.

Pai Nosso, 3 Ave-Marias.

Segunda saudação aos Querubins

Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Querubins pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça do enlevo pela Santa Igreja, do espírito d’Ela e da união com Maria.

Pai Nosso, 3 Ave-Marias.

Terceira saudação aos Tronos

Per intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Tronos, pedimos a Nossa Senhora que nos conceda o dom da sabedoria.

Pai Nosso, 3 Ave-Marias.

Quarta saudação às Dominações

Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste das Dominações, pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça de vencermos o unanimismo do mundo moderno e dominarmos o nosso vício capital.

Pai Nosso, 3 Ave-Marias.

Quinta saudação às Potestades

Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste das Potestades, pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça do ódio à Revolução satânica, igualitária e gnóstica.

Pai Nosso, 3 Ave-Marias.

Sexta saudação às Virtudes

Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste das Virtudes, pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça de termos no mais alto grau a devoção a Ela, a virtude da pureza, da humildade e da combatividade.

Pai Nosso, 3 Ave-Marias.

Sétima saudação aos Principados

Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Principados, pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça da vinda imediata dos acontecimentos previstos em Fátima e da rápida implantação do Reino de Maria.

Pai Nosso, 3 Ave-Marias.

Oitava saudação aos Arcanjos

Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Arcanjos, pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça de pertencermos ao Seu Coração Sapiencial, tão inteira e incondicionalmente quanto criaturas humanas possam pertencer.

Pai Nosso, 3 Ave-Marias.

Nona saudação aos Anjos

Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Anjos, pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça de correspondermos plenamente à nossa luz primordial.

Pai Nosso, 3 Ave-Marias.

Oração: Augusta Rainha dos Céus e Soberana dos Anjos, Vós que desde o primeiro instante de Vossa existência recebestes de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás, humildemente Vos pedimos: Enviai as legiões dos Santos Anjos a perseguirem, por Vosso poder e sob as Vossas ordens, os demónios, combatendo-os em toda a parte, reprimindo-lhes a insolência e lançando-os nas profundezas do abismo.

“Quem como Deus?”, Santos Anjos e Arcanjos, defendei-nos e guardai-nos.

Ó Mãe Divina, mandai-nos os Vossos Santos Anjos para que defendam e repilam para bem longe de nós o maldito demónio, nosso cruel inimigo. Amém!

Ave-Maria a São Miguel;

Ave-Maria a São Gabriel;

Ave-Maria a São Rafael;

Ave-Maria ao Santo Anjo da Guarda.

sábado, 7 de setembro de 2019

O Nascimento da Santíssima Virgem Maria



“Celebramos [no dia 8 de setembro] o nascimento da Bem-aventurada Virgem Mãe, de quem nasceu Aquele que é a Vida de todos.

Hoje nasceu a Virgem Maria, de quem quis nascer a Salvação de todos, a fim de dar àqueles, que nascem para morrer, o poder de renascerem para a Vida.

Hoje nasceu a nossa nova Mãe, que anulou a maldição de Eva, a nossa primeira mãe. Assim, por Ela, herdamos agora a bênção, nós que, pela nossa primeira mãe, tínhamos nascido sob o golpe da eterna maldição.

Ela é certamente uma nova Mãe, aquela que renovou em juventude os filhos envelhecidos; Aquela que curou o mal de uma velhice congénita, bem como de todas as formas de envelhecimento que lhe tinham sido acrescentadas.

Ela é certamente uma Mãe nova que, por um prodígio singular, pode conceber permanecendo virgem e que trouxe ao mundo Aquele que criou todas as coisas. Que maravilhosa novidade é esta Virgindade fecunda!

Mas bem mais maravilhosa é ainda a novidade do Fruto que Ela trouxe ao mundo. Deixemos a palavra Àquela que entrou neste mistério, à própria Maria, que nos explique como e quem Ela deu à luz: Como a flor da vinha difunde o seu perfume.

Muito tempo antes do nascimento de Maria, o Espírito, que viria habitar nela, dizia em seu nome: “Como a vinha em flôr, canta Ela, produzi um doce odor” (Sl 24, 17).

É como se Ela dissesse: Assim como a flor não se altera por ter dado o seu perfume, o mesmo acontece com a Pureza de Maria, ao ter dado à luz o Salvador” (Guerrico d'Igny, Natividade de Maria, II Sermão).

Sobre a Natividade de Nossa Senhora, o Professor Plinio Corrêa de Oliveira comentou, numa conferência do dia 8 de setembro de 1966:

Culto de hiperdulia

“O que a Santa Igreja faz é imensamente sábio, pleno de tato. Considerem, por exemplo, o seguinte: o culto de latria ou adoração, a Igreja presta somente a Deus, portanto a Nosso Senhor Jesus Cristo, que é o Verbo Encarnado. O culto de dulia, de veneração, de mediação, a Igreja presta aos santos. Mas a Nossa Senhora Ela presta um culto que nem é simplesmente o de dulia, nem é de nenhum modo o de latria, mas é o culto de hiperdulia, que é uma veneração como a nenhum outro santo se presta, sem nenhum paralelo, sem nenhum termo de comparação, de tal maneira Nossa Senhora está acima de todas as criaturas.

Excluindo a festa do Santo Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e o nascimento de São João Batista, a Natividade que a Igreja celebra em seu calendário litúrgico é a de Nossa Senhora. E, além disto, há inúmeras outras festas a Ela dedicadas, enquanto para cada santo existe – em via de regra – uma festa no calendário e mais nada. Como também, em uma outra ordem de coisas, a Igreja permite e até estimula imagens dos santos, mas não permite que haja no mesmo altar mais de uma imagem do mesmo santo. Entretanto para Nossa Senhora, Ela permite que haja tanto no altar central como nos nichos ou altares laterais das igrejas outra imagem de Nossa Senhora.

Isto tudo para dar a entender que Nossa Senhora não tem termo de comparação nenhum, e introduzir este princípio teológico em mil realidades do calendário, da liturgia, da vida de piedade, com um tato e senso de proporções, que indica bem o espírito sapiencial da Igreja Católica e o oceano de sabedoria que nEla há.

Por que a Igreja festeja especialmente o santo natal de Nossa Senhora? Porque a Mãe de Deus foi tão grande que a data em que Ela entra no mundo, marca uma nova era na história do povo eleito.

Antes e depois de Nossa Senhora

Nós podemos dizer que a história do Antigo Testamento se divide –  sob este ponto de vista – em duas partes: antes e depois de Nossa Senhora. Porque se a história do Antigo Testamento é uma longa espera do Messias, esta espera tem dois aspectos: 1) o momento exato que não tinha chegado para a vinda do Messias, a Divina Providência estava portanto permitindo que esta espera se prolongasse pelos séculos dos séculos; 2) e depois o momento abençoado em que a Providência faz nascer Aquela que conseguirá que o Messias venha: Nossa Senhora.
Então, Sua vinda ao mundo é a chegada da criatura perfeita, da criatura que encontra plena graça diante de Deus, da única criatura cujas orações têm o mérito suficiente para acabar com esta espera, e fazer que, por fim, o rogo de toda a Humanidade, o sofrimento de toda Humanidade, o padecimento de todos os justos e a fidelidade de todos aqueles que tinham sido fiéis, consiga aquilo que sem Nossa Senhora não se teria obtido.

Houve os Patriarcas, os Profetas, houve inúmeras almas fiéis do povo eleito; deverá ter havido uma ou outra alma fiel em meio à gentilidade; houve sofrimentos ao longo dos séculos de espera do Messias. Mas nada disso foi suficiente para atrair a misericórdia divina e fazer chegar o momento da Redenção. Entretanto quando Deus quis, Ele fez nascer a criatura perfeita que haveria de conseguir isto. Então a entrada desta criatura perfeita no mundo dos vivos é o começo de Sua trajectória que durante todo o tempo atraiu bênçãos, atraiu graças, produziu santificação.

Já então todas as relações dos homens com Deus se modificaram, e começou então na porta do Céu, que estava trancada, como que a filtrar luzes e deixar filtrar esperanças de que ela seria aberta pelo Salvador que deveria vir. Isto tudo se deu desde o primeiro momento do nascimento de Nossa Senhora...

A presença dEla na terra era ocasião de graças insignes porque era a criatura mais contemplativa de todos os tempos, em relação a qual nenhuma outra contemplativa nem teve, tem ou terá paralelo. Ela possuía uma irradiação pessoal e uma ação de presença tão rica em bênção que era o prenúncio da vinda de Nosso Senhor.

E então a entrada desta bênção, a entrada desta graça, desta ação direta e pessoal na história do mundo é incomparável! E por causa disso, a Natividade de Nossa Senhora é uma festa que nos deve ser caríssima, é uma festa que nos deve falar muito, pois é a festa do início da derrubada do paganismo.

Prenúncio do Reino de Maria

Nós poderíamos dizer que há alguma relação disto com a situação do mundo contemporâneo? Existe!

Na época presente há como que uma nova interferência de Nossa Senhora na história do mundo que atua nas trevas do neo-paganismo.

O fato de Nossa Senhora suscitar almas que já anseiam pelo Reino de Maria, que pedem a vinda do Reino de Maria, lutam para que o Reino de Maria venha, estas almas são – “mutatis mutandis”, ou seja, com todas as devidas adaptações e reservas – como que Nossa Senhora no Antigo Testamento. Ainda não veio o triunfo do Imaculado Coração de Maria, mas sim algo que é o prenúncio desse triunfo e que já começa a difundir as suas graças, começa a determinar também movimentos entusiásticos de adesão. Isto é algo como uma Natividade que se repete e que prepara o Reino de Maria, profetizado por Ela em Fátima.

Os senhores vêm, portanto, que esta data é da maior significação. Oremos a Ela pedindo que - pondo como fundamento a Sua Natividade - assim como Ela veio à terra e imediatamente começou a pedir o advento do Messias e que acabasse aquele estado de coisas envolto pelo pecado, que Ela nos dê um desejo ardente do Reino de Maria. Um desejo que nos arrebate por inteiro, um desejo sapiencial, refletido, ponderado, sério, profundo que não deixe em nossa alma apego a mais nada. Esta seria, então, a nossa oração hoje”. (Plinio Corrêa de Oliveira, Conferência, 8/9/1966)

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Arqueólogos afirman haber hallado Emaús, donde Jesús Resucitado se apareció a dos discípulos



Un grupo de arqueólogos israelíes y franceses han hallado los restos de Emaús, un lugar de gran trascendencia en el Nuevo Testamento, y lugar en el cual se apareció Cristo Resucitado por primera vez a sus discípulos.

Este hallazgo, según cuenta el diario Haaretz, se ha producido mientras identificaban una fortificación helenística de de 2.200 años de antigüedad y que podría haber sido construida por un general seléucida que derrotó a Judas Macabeo.
En la colina de Kiryat Yearim
Esta excavación en la que podría localizarse Emaús está situada en la colina de Kiryat Yearim, muy cerca de Jerusalén. Este lugar habría albergado durante 20 años el Arca de la Alianza antes de que el Rey David la transportase a Jerusalén, afirman los investigadores al diario israelí.
Por su parte, el arqueólogo de la Universidad de Telaviv, Israel Finkelstein, y Thomas Römer, profesor del Colegio de Francia, han sugerido que la colina de Kiriath Yearim y la ciudad adyacente de Abu Ghos deben identificarse como Emaús.
Ambos explicaron que este lugar jugó un papel importante en la historia de la lucha judía contra el imperio seléucida y que aparece en el Libro de los Macabeos, muriendo Judas Macabeo en la batalla de Elasa a manos del ejército comandado por Bacchides, que a su vez acabaría fortificando varias ciudades, entre ellas Emaús.
Pero para los cristianos Emaús tiene un significado aún más importante, pues según el relato evangélico una vez resucitado fue en el camino a Emaús en el que Jesús se apareció por primera vez a dos de sus discípulos. Al principio no le reconocieron pero cuando llegaron a este pueblo y Cristo partió el pan “se les abrieron los ojos”.
Otras dos hipótesis sobre su localización
Sin embargo, no todos los especialistas están de acuerdo en que Emáus esté situado en esta fortificación sino que hay al menos otras dos hipótesis sobre la localización de esta localidad. “Tradicionalmente, la mayoría de los estudiosos han identificado el tiempo de Emaús de Jesús con lo que más tarde se convirtió en la ciudad bizantina llamada Emaús Nicopolis, ubicada en el Valle de Ayalon, cerca del cruce moderno de Latrun”, explica Benjamin Isaac, profesor emérito de historia antigua de la Universidad de Tel Aviv a Haaretz.
Según el Evangelio de San Lucas, Emaús estaba a 60 estadios de Jerusalén, casi unos 12 de kilómetros, mientras que Emaús Nicopolis está situada a 25 kilómetros. Por ello, Thomas Römer señala que existen tradiciones antiguas que vinculan a Kiriath Yearim y Abu Ghosh con Emaús. “Al menos algunos cristianos en los pasados siglos ​​no estaban de acuerdo con Eusebio y creían que la aparición de Jesús ocurrió allí en lugar de en Emaús Nicopolis. Es por eso que los cruzados, en el siglo XII, construyeron la Iglesia de la Resurrección magníficamente pintada al fresco en Abu Ghosh”. (Fundación Tierra Santa5 septiembre, 2019)




terça-feira, 3 de setembro de 2019

Os massacres de setembro e os mártires do Convento do Carmo


No dia 4 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional Francesa pôs fim ao sistema feudal, fazendo desaparecer o Clero e a Nobreza, como corpos políticos.

No dia 24 de agosto de 1790 o ódio contra a Igreja acentuou-se e foi aprovada a criação da Constituição Civil do Clero, que visava fazer com que a Igreja Católica francesa ficasse submissa ao Governo, negasse implicitamente a autoridade do Papa e que visava reformá-la, através de mudanças radicais, como a supressão dos votos religiosos. 

No dia 26 de novembro, impõe-se a obrigação de jurar fidelidade a estas novas regras.

Deste então, inúmeros padres e religiosos foram sendo acusados de serem “refratários” à Constituição Civil do Clero e colocados nas prisões.

No dia 26 de agosto de 1972, a Assembleia Nacional decreta o estado de urgência e declara serem os padres não juramentados uma das causas que colocam em perigo a pátria. Poucos dias depois, já são cerca de 360 eclesiástico encarcerados em Paris, pois era preciso acabar rapidamente com o “fanatismo, a superstição e o obscurantismo”.

O dia do martírio

No dia 2 de setembro de 1792, Danton advertiu à população que “os sinos dariam o sinal para acabar com os inimigos da Pátria”.

E neste mesmo dia, pelas quatro da tarde, o sino da Igreja de Saint Sulpice tocou, dando o sinal para os sanguinários desordeiros. 

O Convento do Carmo, com o seu vasto claustro, foi o primeiro e o mais emblemático teatro destes massacres. Os miseráveis irromperam gritando: “Prestai juramento!” E ante as suas recusas, assassinaram alguns no jardim e outros, depois de um simulacro de julgamento, foram massacrados a golpes de fuzil e de sabre ao pé de uma pequena escada que dava acesso à capela, onde os prisioneiros se reuniram para se dar mutuamente a absolvição.


Os seus corpos foram - a maior parte - transportados para o cemitério de Vaugirard, onde grandes fossas tinham sido preparadas de antemão. Um certo número foi lançado num poço do convento dos Carmelitas. Mais tarde buscas foram feitas e encontrou-se grande quantidade de crânios e ossos trazendo a marca dos golpes recebidos, como se pode constatar na cripta da igreja do Carmo de Paris, onde foram recolhidos.

Um Jesuíta, Padre Saurin, que conseguiu escapar, relata como era bem diferente o clima vivido pelas duas partes. De um lado, reinava a serenidade, enquanto fora ouvia-se o grito da multidão, os tiros de canhões e o rufar dos tambores.

O Padre de la Pannonie, que apesar de ter ficado ferido, sobreviveu à tragédia do Carmo contou : « Não ouvi nenhum dos que foram massacrados reclamar!”.

Entre as três mil vítimas do massacre de setembro de 1792, 191 pessoas, mortas pela sua fé, foram beatificadas por Pio XI no dia 17 de outubro de 1926: três bispos, cento e vinte sete padres seculares, cinquenta e seis religiosos e cinco leigos. Dentre eles, encontrava-se também São Salomon Leclercq, irmão das Escolas Cristãs, canonizado em 2016 pelo Papa Francisco.

Ainda hoje é possível venerar as relíquias destes santos na cripta erigida no século XIX sob a igreja de Saint Joseph des Carmes, situada na Rua de Vaugirard, 74.


Na escada do martírio, lê-se numa pedra comemorativa, situada no jardim do Seminário do Instituto Católico de Paris, os seguintes dizeres: Hic ceciderunt (Aqui eles caíram [morreram]).


Martírio para evitar a protestantização e republicanização da Igreja

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, numa reunião do dia 1 de setembro de 1967 comentou o martírio dos contra-revolucionários, no Convento do Carmo:

“Temos aqui algumas centenas, duas centenas, perto de três centenas de sacerdotes que colocados entre o martírio e a apostasia preferiram o martírio. Foram fiéis à sua consciência sacerdotal, e evitaram assinar um ato que importava, praticamente, de um lado, na apostasia, ou melhor, na protestantização da Igreja francesa e, de outro lado, na proclamação da república dentro da Igreja. Na protestantização da Igreja porque o Papa ficava apenas como autoridade honorífica.

Mas segundo essa lei votada pelos revolucionários, o Papa perdia toda a força no que diz respeito à autoridade doutrinária. O livre exame passava a vigorar na Igreja francesa. Depois, era a republicanização, porque todos os cargos importantes da Igreja passavam a ser escolhidos por sufrágio universal, sem nenhuma interferência do Papa. Os bispos, depois de eleitos, simplesmente mandavam avisar ao Papa que tinham sido eleitos, e lhe prestavam uma homenagem que era um puro cumprimento. Quer dizer, a Igreja ficava completamente esfacelada. Eles não podiam aceitar isso e preferiram morrer.

Fidelidade e misericórdia

É evidentemente uma coisa muito bela vermos isso, mas no caso destes padres parece-me ver uma beleza particular. Sabemos que o clero na França estava numa situação [difícil]. Muito decénio antes da Revolução Francesa, São Luís Maria Grigninon de Montfort foi maltratado pelo episcopado e pelo clero. Ele foi objeto de um desprezo, de um pouco caso tal, que uma vez até à boca dele subiu o travo da amargura e ele, habitualmente tão conformado, tão humilde, tão alegre, teve este comentário, depois de ter ido a um convento onde o trataram ultrajantemente: “eu não supunha que fosse possível tratar desta forma um sacerdote”.

Arrebenta a tormenta e os historiadores verificam esta coisa bonita: que muitos desses sacerdotes resolveram corresponder à graça nesse extremo e que houve grandes mártires, não só entre os padres bons, mas também entre os padres ruins. Isso me lembra o Bom Ladrão e lembra tantos outros fatos da história da Igreja. Pessoas que não merecem, mas que a misericórdia divina acolhe e que eleva até o mais alto dos Céus.


Os senhores percebem com facilidade como isso é encorajador, como isso é alentador e como isso nos deve dar também esperanças quando da realização dos grandes acontecimentos previstos por Nossa Senhora em Fátima. Em vez de considerarmos tais acontecimentos com terror, devemos considerá-los como uma ocasião de grandes graças. Como o momento em que a Providência divina chama para junto de si até os seus filhos relapsos, até os filhos com que está descontente; em que Ela consegue, por maravilhas da graça, levar às honras dos altares gente que, segundo a ordem natural das coisas, sem isso nunca teria chegado a essas honras e talvez até estivesse no inferno.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

L’orgue de Clairvaux et le moine André


En 1743, un jeune homme pâle et les vêtements en désordre, vint se présenter aux portes de l'abbaye de Clairvaux. Ce ne fut pas un moindre étonnement pour les religieux qui le reçurent, quand il leur apprit qu’il venait se faire moine. Le sourire qui parut sur leurs lèvres resserra bien cruellement le cœur du jeune homme. Il n'avait pas songé que, pour être admis dans l'ordre, il fallait un nom et des richesses; que lui n’avait jamais eu de richesses et n’avait pas encore de nom : on le lui apprit.

Cependant, comme il était languissant et accablé de fatigue, on le conduisit à la salle d’asile ; là, il s’assit tout rêveur dans l'embrasure d'une fenêtre en face de la grande flèche de Saint-Bernard qu'il contempla tristement ; puis ses yeux, en se  portant autour de lui, rencontrèrent ceux d’un vieillard qui le considérait avec un
vif intérêt : c'était le prieur du monastère. Le premier mouvement du jeune homme fut de se jeter à ses pieds, en s'écriant : « Vous du moins, ne me repoussez pas, mon père !»

Il y avait dans son élan quelque chose de si entraînant, sa voix était si persuasive,  ses grands yeux humides de larmes exprimaient tant de souffrance, que le bon  moine, tout ému, le releva pour le serrer dans ses bras. Puis regardant avec attendrissement sa belle figure où se révélait une âme pure et candide : – « Que me demandez-vous, mon enfant ?» dit-il avec bonté.

« Je suis musicien »

Le jeune homme lui déclara d’une voix tremblante ce qui l'amenait à l'abbaye.

Le vieillard exprima la plus grande surprise. – « Oh ! Ne me regardez pas ainsi, se hâta d'ajouter le suppliant ; je mourrai, mon père, si vous me chassez d’ici. Je suis pauvre, mais honnête ! Je suis musicien, laissez-moi toucher les orgues du  monastère... mais par Dieu ne me refusez pas !»

Les regards de l’artiste avaient pris une expression si élevée, sa main s'était portée avec tant de noblesse sur son cœur qui battait avec violence, que le prieur fut  subjugué par un ascendant indicible. Il rêva quelques instants. « Je reviendrai ce soir, » dit-il à voix basse, et il s'éloigna.

L'orgue de l'abbaye de Clairvaux se trouve
aujourd'hui à la Cathédrale de Troyes
Le lendemain était un dimanche. Les moines étaient rangés en longue file dans l'église. Le prêtre allait monter à l'autel. Une surprise s'empara de tous les religieux, quand une ouverture, telle qu'on n'en avait point entendu jusqu'alors, s'élança de l'orgue en brillants accords, puis retomba mollement sur un mode doux et plaintif de la plus pure expression.

Tous les yeux s'étaient portés vers la voûte pour découvrir le génie nouveau qui  venait d'animer de tant de vie l’instrument dont les concerts passaient auparavant inaperçus.

Cette magnifique exécution n'était pas l'ouvrage du vieux maître de chapelle : lui se tenait debout, triste et pensif, à l'angle de l'orgue ; tandis qu'un jeune homme, brillant d’enthousiasme et de génie, quittait le clavier et venait s'agenouiller contre la rampe de la galerie, en face du chœur. Ce jeune homme, c'était le  suppliant de la veille. Dès lors, ce fut le moine André.

Quels motifs avaient déterminé le musicien à s'enfermer dans un cloître ? On ne le  sut jamais. « Comme il était arrivé, dit le sous-prieur, Gérard de Margerie, il s'en fut  dedans la grâce de notre sire. Durant dix années céans, il ne s'ouvrit à aucun,  touchant les peines de son esprit.»

Pendant ces dix années, il se tint constamment seul, livré à d'ardentes méditations.

Tous les soirs, au moment où le soleil s'enfonçait derrière la forêt de Clairvaux, une  ombre se glissait le long des cloîtres et disparaissait sous les portes de l'église : c'était le moine André qui se rendait aux orgues, son asile de prédilection et de  délices. Il parcourait lentement les galeries, la tête penchée sur sa poitrine, les  joues pâles et creuses. Sa santé succombait aux transports d'une imagination brûlante. Mais quand le soleil sur son déclin frappait les vitraux coloriés et les tuyaux brillants de l'orgue, et remplissait la voûte de lumière, au milieu de ce jour fantastique, la tête d'André apparaissait resplendissante comme d'une auréole de gloire. En ce moment, son âme ardente était dans toute la force de l'inspiration, ses yeux lançaient des éclairs de génie, et sous sa main s'éveillait comme un souffle léger et mélancolique qui traversait le silence des voûtes. Où il était beau à voir, c'était surtout à l'heure de minuit, quand les cloches prenaient joyeusement leur  volée par les airs, quand l'église se remplissait de lumières, et que dans 'enfoncement s'avançaient les longs rangs des moines en blancs surplis.

L’orgue s’éveillait

Penché en avant sur les touches, le cœur palpitant d'impatience, le regard tout en feu, André attendait le signal, et faisait jaillir tout ce qui bouillonnait d'harmonie dans son âme. L'orgue s'éveillait grand et terrible, semblable aux trompettes du jugement qui seraient venues rompre le calme du vaste édifice. Puis c'étaient des  accents douloureux qui venaient à tous les cœurs, des soupirs qui répondaient à  d'autres soupirs, ou bien une voix pure, ailée, qui semblait arriver du ciel pour attirer des âmes qui n'appartenaient déjà plus au monde.

Cette vie mystérieuse  s'usa promptement sous les atteintes du génie. André fut six mois languissant sur  un lit de douleur : on n'attendait plus que sa fin, la nuit de Noël arriva.

La musique qui s’achèvera au Ciel

Depuis six mois l'orgue était muet quand les moines entrèrent dans l’église, les derniers rayons de la lune se reflétaient sur ses longs tuyaux. Chacun y porta les  yeux, puis les rabaissa tristement. Les matines s'étaient chantées sans la belle musique qui chaque année répandait une céleste joie sur la solennité, qui  maintenant, sans elle, ressemblait à une cérémonie funéraire. Le prêtre s'avança vers l’autel, tous les yeux se levèrent vers les orgues, ô surprise ! On y aperçoit une lumière, et aussitôt les cent voix du géant font retentir la nef.

Jamais tant de richesse et d'harmonie n'avaient été déployées. C'était un concert à  la fois plus imposant que les voix des tempêtes, plus doux que les chœurs aériens  des vierges : c'était comme un des chants éternels que les séraphins venaient apporter à la terre. Le sacrifice divin avait été suspendu, tout le monastère était muet d'admiration. Tout- à-coup la magique symphonie s'arrête, une note plaintive retentit encore ..., et puis on n’entendit plus rien. Un moine courut aux orgues. La place du clavier était vide ; mais sur le parquet gisait un homme mort : c’était  André qui était venu commencer le dernier cantique ineffable qu'il devait achever au ciel. » (Le Propagateur de l'Aube 1836)