“Faça-se a Luz!” (Gen 1,3) , com estas palavras, segundo
Santo Agostinho, Deus criou os Anjos, puros espíritos, Príncipes da Corte
Celeste e defensores invencíveis dos interesses de Deus.
Segundo Dionísio, Areopagita, no seu livro “Da Hierarquia
Celeste”, os anjos estão divididos em três hierarquias, cada uma delas composta
por três coros.
A primeira hierarquia é composta pelos Querubins, Serafins e
Tronos que possuem a “plenitude de sabedoria e da ciência”. Eles têm o
privilégio de ver a verdade de um modo superior. Estão muito unidos a Deus,
dedicando-se permanentemente a amar, adorar e glorificá-Lo num grau mais
elevado do que os outros Coros.
A segunda hierarquia é composta pelas Dominações, Potestades
e Virtudes que dirigem os Planos de Deus, comunicando os Seus projetos aos
Anjos da terceira hierarquia, que vigiam o comportamento da Humanidade. Eles
são responsáveis pelos acontecimentos no Universo.
Finalmente, a terceira hierarquia é composta pelos
Principados, Arcanjos e Anjos que executam as ordens divinas. Eles estão mais
próximos dos homens e conhecem profundamente a natureza de cada pessoa, insinuando,
avisando ou agindo, para que possa cumprir com exatidão a vontade de Deus.
Os Anjos no Antigo e Novo Testamento
No Antigo Testamento encontramos várias passagens da ação
angélica na história da Salvação. Foram eles, por exemplo, que protegeram Lot
em Sodoma e Gomorra; que visitaram o Patriarca Abraão, que os recebeu com muita
alegria e lhe disseram que Deus estava contente com a sua boa vontade.
Também foi
um Anjo que lutou com Jacob e lhe deu o nome de Israel, que quer dizer forte
contra Deus. Também foi um deles, segundo Santo Estêvão, que falou com Moisés e
entregou-lhe as tábuas da Lei, representando e agindo em nome de Deus.
Eles protegeram o Povo eleito, castigaram aqueles que os
perseguiam, anunciaram a vinda de São João e a do Messias, serviram Nosso
Senhor Jesus Cristo no deserto, confortaram-n’O no Horto das Oliveiras,
assistiram-n’O na Cruz, guardaram o sepulcro e rejubilaram-se com a
Ressurreição.
Durante toda a história da humanidade a proteção dos Anjos fez-se sentir e, no livro do “Apocalipse”, São João afirma que no fim dos
tempos, surgirá São Miguel, com os seus anjos e derrotará satanás, lançando-o
para sempre no inferno.
Proteção de São Miguel Arcanjo
No século XIX, o papa Leão XIII teve uma visão que o
perturbou: a Terra estava repleta de espíritos malignos, que visavam destruir a
Igreja. Ao sair do êxtase, o Santo Padre dirigiu-se a seu gabinete e escreveu a
seguinte prece a São Miguel Arcanjo, que foi durante muito tempo rezada no
final de todas as missas:
“São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso
refúgio contra as insidias e ciladas do demónio. Que Deus manifeste o seu poder
sobre ele. Eis a nossa humilde súplica. E vós, Príncipe da Milícia Celeste, com
o poder que Deus vos conferiu, precipitai no inferno a satanás e aos outros
espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Assim seja.”
“Vivemos uma época de apostasia”, afirmava o Papa Leão XIII
há dois séculos. Quase cem anos depois, o Papa Paulo VI afirmou: “A fumaça de
Satanás entrou no Templo de Deus”. E hoje, Lúcifer e os seus sequazes lançaram-se
contra o mundo e, especialmente, contra a Igreja com toda a fúria, procurando
substituir a verdadeira fé, pela indiferença, pelo relativismo, pelo
materialismo, pela corrupção, pela imoralidade, por cultos satânicos que colocam em risco a
salvação dos filhos de Deus.
Os Papas constituíram São Miguel ,Padroeiro da Igreja Universal,
e no dia 5 de junho de 2013, Francisco, ao inaugurar uma imagem de São Miguel
Arcanjo nos jardins do Vaticano, consagrou o Estado do Vaticano ao Príncipe da
Milícia Celeste.
Promessa para quem rezar a coroinha de São Miguel
Numa aparição em Portugal, a uma ilustre carmelita, Serva de
Deus Antónia d’Astonac, em 1750, São Miguel Arcanjo pediu-lhe que fossem feitas
em sua honra nove saudações, correspondentes aos nove coros dos Anjos, que
consistiriam na recitação de um Pai Nosso e três Ave-Marias, em honra de cada
um dos nove coros angélicos.
O Arcanjo prometeu-lhe que aqueles que lhe rendessem este culto teriam,
quando comungassem, um cortejo de nove Anjos, escolhidos dentre os nove coros.
Além disso, para a recitação quotidiana destas nove saudações , prometeu a sua
assistência e a dos Santos Anjos durante toda a vida e, depois da morte e a
libertação do Purgatório (Antónia d’Astonac, livro II, capítulo 74). Esta
revelação privada e respectiva devoção a São Miguel foram aprovadas pelo Beato Papa Pio IX em 1851.
Rapidamente, a devoção foi difundida pelo mundo inteiro e ficou conhecida como Coroinha a São Miguel Arcanjo.
Apresentamos abaixo duas maneiras de se rezar a Coroinha de
São Miguel: uma tradicional, e uma outra composta pelo Professor Plinio Corrêa
de Oliveira.
A recitação da Coroinha de São Miguel inicia-se com a
recitação do:
V. Deus, vinde em nosso auxílio! Senhor, socorrei-nos e
salvai-nos.
R. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Deixam-se as quatro contas que pendem isoladas para o fim. Com
os dedos sobre a medalha inicia-se a primeira saudação:
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos
Serafins, fazei-nos, Senhor, dignos do fogo da perfeita Caridade.
Segue-se a recitação de um Pai-Nosso e de três Ave-Marias,
seguindo as contas da coroinha ( e assim, sucessivamente)
Segunda Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos
Querubins, pedimos Senhor a graça de trilharmos a estrada da perfeição cristã.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.
Terceira Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos Tronos,
pedimos Senhor que nos deis o espírito da verdadeira humildade.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.
Quarta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das
Dominações, pedimos ao Senhor nos conceda a graça de dominar nossos sentidos, e
de nos corrigir das nossas más paixões.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.
Quinta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das
Potestades, pedimos ao Senhor se digne de proteger nossas almas contra as
ciladas e as tentações de satanás e dos demónios.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.
Sexta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das
Virtudes, pedimos ao Senhor a graça de sermos, vencedores no perigoso combate
das tentações.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.
Sétima Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos Principados,
pedimos ao Senhor que nos dê o espírito de uma verdadeira e sincera obediência
a Ele.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.
Oitava Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os
Arcanjos, pedimos ao Senhor nos conceder o dom da perseverança na Fé e nas boas
obras, a fim de que possamos chegar a possuir a glória do Paraíso.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.
Nona Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os
Anjos, pedimos ao Senhor que estes espíritos bem-aventurados nos guardem
sempre, e principalmente na hora da nossa morte e nos conduzam à glória do
Paraíso.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.
Reza-se agora em cada uma das quatro contas restantes um Pai
Nosso:
Um Pai-Nosso em honra de São Miguel Arcanjo;
Um Pai-Nosso em honra de São Gabriel;
Um Pai-Nosso em honra de São Rafael;
Um Pai-Nosso em honra do nosso Anjo da Guarda.
Antífona: Glorioso São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos
celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da
casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo; vós, cuja excelência e
virtudes são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, a nós que
recorremos confiadamente a vós, e fazei, pela vossa incomparável proteção, que
adiantemos, cada dia mais, na fidelidade em servir a Deus. Amém.
V. Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da
Igreja de CRISTO,
R. Para que sejamos dignos das Suas promessas.
Oração: Deus, Todo-Poderoso e Eterno, que, por um prodígio de
bondade e misericórdia para a salvação dos homens, escolhestes para príncipe da
Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São Miguel, tornai-nos dignos, nós Vo-lo
pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que, na
hora da nossa morte, nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado
ser introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e Augusta Majestade,
pelos merecimentos de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.
Coroinha de São
Miguel composta pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
Como Nossa Senhora é a Rainha dos Anjos e dos homens, o
Professor Plinio Corrêa de Oliveira escravo de Nossa Senhora, segundo o método
de São Luís Maria Grignion de Montfort, adaptou a coroinha de São Miguel, para
recitação privada, fazendo com que a súplica a Deus Nosso Senhor passasse por
Maria Santíssima:
Sobre a medalha, diz-se:
V. Deus, vinde em nosso auxílio! Senhor, socorrei-nos e
salvai-nos.
R. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Primeira saudação aos Serafins
Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro celeste dos
Serafins pedimos a Nossa Senhora que nos conceda um amor pela Igreja, ardente como o
sol, estável, poderoso, irresistível, capaz de espantar todas as trevas e
afugentar todos os fantasmas noturnos e infernais e de atear por toda a parte o
incêndio do seu espírito.
Pai Nosso, 3 Ave-Marias.
Segunda saudação aos Querubins
Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos
Querubins pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça do enlevo pela Santa
Igreja, do espírito d’Ela e da união com Maria.
Pai Nosso, 3 Ave-Marias.
Terceira saudação aos Tronos
Per intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos
Tronos, pedimos a Nossa Senhora que nos conceda o dom da sabedoria.
Pai Nosso, 3 Ave-Marias.
Quarta saudação às Dominações
Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste das
Dominações, pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça de vencermos o
unanimismo do mundo moderno e dominarmos o nosso vício capital.
Pai Nosso, 3 Ave-Marias.
Quinta saudação às Potestades
Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste das Potestades,
pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça do ódio à Revolução satânica,
igualitária e gnóstica.
Pai Nosso, 3 Ave-Marias.
Sexta saudação às Virtudes
Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste das Virtudes,
pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça de termos no mais alto grau a
devoção a Ela, a virtude da pureza, da humildade e da combatividade.
Pai Nosso, 3 Ave-Marias.
Sétima saudação aos Principados
Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Principados,
pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça da vinda imediata dos
acontecimentos previstos em Fátima e da rápida implantação do Reino de Maria.
Pai Nosso, 3 Ave-Marias.
Oitava saudação aos Arcanjos
Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Arcanjos,
pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça de pertencermos ao Seu Coração
Sapiencial, tão inteira e incondicionalmente quanto criaturas humanas possam
pertencer.
Pai Nosso, 3 Ave-Marias.
Nona saudação aos Anjos
Por intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos
Anjos, pedimos a Nossa Senhora que nos conceda a graça de correspondermos
plenamente à nossa luz primordial.
Pai Nosso, 3 Ave-Marias.
Oração: Augusta Rainha dos Céus e Soberana dos Anjos, Vós
que desde o primeiro instante de Vossa existência recebestes de Deus o poder e
a missão de esmagar a cabeça de Satanás, humildemente Vos pedimos: Enviai as
legiões dos Santos Anjos a perseguirem, por Vosso poder e sob as Vossas ordens,
os demónios, combatendo-os em toda a parte, reprimindo-lhes a insolência e
lançando-os nas profundezas do abismo.
“Quem como Deus?”, Santos Anjos e Arcanjos, defendei-nos e
guardai-nos.
Ó Mãe Divina, mandai-nos os Vossos Santos Anjos para que
defendam e repilam para bem longe de nós o maldito demónio, nosso cruel
inimigo. Amém!
Ave-Maria a São Miguel;
Ave-Maria a São Gabriel;
Ave-Maria a São Rafael;
Ave-Maria ao Santo Anjo da Guarda.