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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Jejum e purificação espiritual


Em todo o tempo, irmãos caríssimos, “a terra está cheia da misericórdia do Senhor”, e todos os fiéis encontram na própria natureza motivos de adoração a Deus, uma vez que o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm, nos falam da bondade e omnipotência d’Aquele que os criou, e a admirável beleza dos elementos postos ao nosso serviço reclamam da criatura racional uma justa acção de graças.
Mas quando se aproximam estes dias que comemoram de modo especial os mistérios da redenção humana e que precedem imediatamente as festividades pascais, devemos preparar-nos com a maior diligência por meio da purificação espiritual.
Na verdade, é próprio da festa da Páscoa fazer com que toda a Igreja se alegre pelo perdão dos pecados, não só aqueles que então renascem pelo Santo Baptismo, mas também os que pertencem desde há muito à família dos filhos adoptivos.
É sem dúvida o banho da regeneração que nos faz homens novos; mas todos têm necessidade de se renovarem quotidianamente para remediar a ferrugem inerente à nossa condição mortal, e não há ninguém que não tenha de se esforçar para progredir no caminho da perfeição; por isso, todos sem excepção devemos empenhar-nos para que, no dia da nossa redenção, ennhum de nós se encontre ainda nos seus vícios de outrora.
Portanto, irmãos caríssimos, aquilo que cada cristão deve praticar em todo o tempo, deve praticá-lo agora com maior solicitude e devoção, para que se cumpra a santa instituição apostólica do jejum quaresmal, que consiste não só na abstenção dos alimentos, mas também e sobretudo em abster-se do pecado.
A estes santos jejuns nada virá juntar-s emelhor do que a boa obra que é a esmola; sob este nome de obras de misericórdia incluem-se muitas e louváveis acções de bondade, nas quais todos os fiéis podem manifestar igualmente a sua disposição de espírito, por mais diversos que sejam os recursos de cada um.
Se verdadeiramente amamos a Deus e ao próximo, nenhum obstáculo impedirá a nossa boa vontade. Quando os Anjos cantaram:“Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”, proclamavam bem-aventurado, não só pela virtude da benevolência mas também pelo dom da paz, todo aquele que, por amor, se compadece do sofrimento alheio.
São inúmeras as obras de misericórdia, o que permite a todos os verdadeiros cristãos, tanto ricos como pobres, tomar parte na distribuição das esmolas; e embora nem todos possam ser iguais na possibilidade de dar, todos podem sê-lo na boa vontade que manifestam.
(Papa São Leão Magno, Sermão 6 da quadragesima, 1-2: PL 54, 285-287)