Visualizações de página na última semana

Mostrar mensagens com a etiqueta Quem eram os Monges-guerreiros; monges cavaleiros; Hospitalários. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Quem eram os Monges-guerreiros; monges cavaleiros; Hospitalários. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 21 de abril de 2020

Quem eram os monges guerreiros da Idade Média?


Os monges-soldados “sabiam mostrar-se ao mesmo tempo mais mansos que os cordeiros e mais terríveis que os leões, a ponto de não se saber se deviam ser chamados religiosos ou soldados, ou melhor, a quem não cabia melhor designação do que a dos dois nomes juntos, monges e cavaleiros, porque sabiam combinar a doçura de uns e o valor de outros” como afirmava São Bernardo de Claraval na obra “De Laude novae militiae ad milites templi” (Em louvor da nova milícia guardiã do Templo).  

Com as cruzadas - que tinham como principal objetivo libertar o Santo Sepulcro das mãos do Sultanato de Rum, garantindo a peregrinação dos cristãos ao lugar santíssimo onde Nosso Senhor Jesus Cristo tinha sido sepultado e ressuscitado - a vida das três principais Ordens de Cavalaria - a “Ordem de São João de Jerusalém”, ou Hospitalários,  a “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão”, ou Templários e a “Ordem dos Cavaleiros Teutónicos”, ou Teotónicos - começou a atrair milhares de intrépidos cavaleiros e piedosos católicos, que sentiam um chamamento para servir a Deus de todo o coração, com espírito religioso e militar.

Conta Joseph-François Michaud, na História das Cruzadas no, tomo II –pp. 180-181, que retirados do mundo, os monges-guerreiros não tinham outra família senão a de Jesus Cristo e uma única pátria: Jerusalém.

As alegrias, os infortúnios, os perigos, tudo era partilhado entre eles. Um só espírito dirigia todas as suas ações e todos os seus pensamentos, pois viviam com um único objetivo: libertar o Santo Sepulcro. Todos estavam reunidos numa mesma casa, que parecia habitada por um só homem. Viviam em grande austeridade. Quanto mais a disciplina era severa, mais os corações pareciam unidos. As armas eram o seu adorno. Não se encontravam ornamentos preciosos nas suas habitações, nem nas suas igrejas, porque nelas só estavam presentes lanças, escudos e estandartes tomados dos inimigos.

À aproximação do combate, diz São Bernardo, armavam-se, interiormente, com a Fé e exteriormente com o ferro. Não temiam nem o número, nem o furor dos adversários. Sentiam-se altivos quando venciam, pois sabiam que toda a vitória vem de Deus. Mas se morressem não ficavam tristes, pois confiavam na misericórdia divina.

Para os monges-guerreiros, a religião tinha santificado os perigos e as violências da guerra. Quem passasse por algum dos seus mosteiros na Palestina sentia-se numa fortaleza, onde o ruído das armas se misturava com o cântico do Ofício divino, das Missas e das orações.