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quarta-feira, 17 de julho de 2024

Um Papa que apostatou, converteu-se e morreu mártir




No ano de 308, foi eleito para a Cátedra de Pedro, o Papa São Marcelo, que encontrou a Igreja numa situação desastrosa. Os locais de reunião e alguns cemitérios foram confiscados e as atividades ordinárias foram interrompidas. Além disso, ocorriam alguns desentendimentos internos causados pelo grande número de pessoas que tinham renunciado a fé durante o período de perseguição e que pretendiam ser readmitidos à Eucaristia, sem que tivessem feito um ato de arrependimento.

Uma vez eleito, Papa Marcelo assumiu de imediato o compromisso de reorganizar a Igreja. Forte defensor das antigas tradições, endureceu a sua posição e exigiu penitência para todos os relapsos, que queriam ser readmitidos. A sua posição gerou divisões e o imperador Magêncio, responsabilizou o Papa pelas desordens e expulsou-o de Roma. Algum tempo depois, foi preso e levado ao Circo Máximo para sacrificar aos ídolos. Se não o fizesse, seria entregue às feras.

O Papa ficou com medo e jogou incenso, sinal de veneração, diante de um ídolo. Portanto, ele também se tornava um relapso, renunciava através do seu gesto a Nosso Senhor Jesus Cristo e pode recuperar imediatamente a sua liberdade.

Envergonhado, o Papa Marcelo fugiu para a região dos Balcãs e ficou alguns dias por lá. A Igreja estava acéfala – sem cabeça e perseguida – apenas aparentemente, pois ele continuava a ser Papa.

Imaginemos a noite escura pela qual passaram os católicos perseguidos, com lutas internas, com a apostasia do Papa, vivendo nas catacumbas... Parecia que a Igreja estava acabada.

Mas, a Igreja é imortal! Pouco tempo depois, o Papa Marcelo regressou, foi admitido no trono de São Pedro e foi novamente levado ao Circo Máximo. Quando chegou a sua vez, recusou-se veementemente a adorar os ídolos, e as feras o devoraram.

A Igreja venera-o com o título de São Marcelo.

São Marcelo, mártir, rogai por nós!

(Cfr. Plino Corrêa de Oliveira, 20 de outubro de 1988, reunião em Madrid)