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domingo, 15 de janeiro de 2023

Cuidado com os smartphones e tablets para as crianças!

 


Segundo um estudo da Associação Italiana de Pediatria (SIP), a Federação Italiana de Pediatras (FIMP) e a Associação Cultura de Pediatras (ACPI) sobre o tempo e comportamento das crianças de 0 a 15 anos que usam as novas tecnologias, apenas metade dos pais italianos estão conscientes de um verdadeiro perigo para a saúde dos seus filhos. Os pais reconhecem que na faixa de 0 a 2 anos, 72% das famílias usam redes sociais e chats durante as refeições dos filhos, enquanto 26% permitem que as crianças usem os aparelhos com total autonomia.

O estudo – que envolveu um conjunto de pediatras voluntários e cerca de 800 famílias de todo o país, com um questionário anónimo – insere-se no projeto “Delicate Connections” que visa sensibilizar os pais para a utilização de dispositivos digitais com as crianças e promover boas práticas. O estudo tem a parceria da Fundação Carolina, nascida em memória de Carolina Picchio, a primeira vítima reconhecida de cyberbullying na Itália.

O questionário revelou pouca conscientização das famílias e uma condição de solidão nas crianças: 26% dos pais permitem que os seus filhos usem os dispositivos de forma independente entre 0 e 2 anos de idade, percentual que sobe para 62% para a faixa etária dos 3 a 5, 82% na faixa etária de 6 a 10 anos e 95% entre os 11 e 15 anos.

“Já numa declaração publicada em 2018 no Italian Journal of Pediatrics, a SIP destacou os riscos documentados para a saúde psicofísica de um uso precoce, prolongado e não controlado por adultos de dispositivos eletrónicos em crianças de 0 a 8 anos. Já foram detetadas interferências negativas no sono, na visão, no sistema musculoesquelético, no aprendizado e até no desenvolvimento cognitivo”, declara a presidente da SIP, Dra. Annamaria Staiano.

Daí a recomendação de evitar smartphones e tablets antes dos dois anos, limitar a sua utilização a um máximo de uma hora por dia entre os 2 e os 5 anos e a um máximo de duas para os que têm entre os 5 e os 8 anos.

Ainda assim, de acordo com o estudo, tablets e smartphones também invadem um momento precioso e íntimo como a amamentação. “A diminuição da atenção das mães aos sinais do seu bebé devido ao uso do smartphone, especialmente no início da vida nos contextos interativos primários de amamentação e interações face a face, pode ter repercussões negativas nas trajetórias de neurodesenvolvimento do bebé”, alerta o Dr. Antonio D' Avino, presidente da FIMP. Em suma, as mães que amamentam, olhando o écran do smartphone em vez de ter contato visual com o filho, perdem preciosos momentos de interação, essenciais para promover o crescimento fisiológico, cognitivo e socioemocional da criança e para desenvolver um saudável vínculo de mãe/pai-filho.

É aterrador verificar que na Itália, uma em cada quatro famílias na faixa de 0 a 2 anos e uma em cada cinco na faixa de 3 a 5 anos conta com inteligência artificial para colocar os seus filhos a dormir com canções de ninar produzidas por assistentes de voz, enquanto 35% dos pais, com filhos entre 0 e 2 anos, delegam a tarefa de contar histórias a aparelhos, percentual que chega a 80% na faixa etária de 3 a 5 anos. Além disso, a perceção das famílias sobre os riscos do uso indevido da tecnologia digital é fraca: desconhecem quase por completo os riscos de ansiedade, depressão, sobrepeso, transtornos alimentares; vício, cyberbullying, aliciamento online e sexting. Neste último, 66% dos pais de 6 a 10 anos nem sabem o que é.

Diante das perguntas que todos os pais deveriam colocar-se: Qual é a idade abaixo da qual o uso de tecnologia não é recomendado? Ou, por quantas horas crianças e jovens podem ficar expostos aos écrans? Cerca de metade das famílias envolvidas não sabem responder. Ora, “o cérebro de um adolescente não é igual ao de um adulto, a quantidade de mielina dobra e isso leva a uma propagação mais rápida das mensagens nervosas. A exposição a fatores traumáticos e tóxicos pode, portanto, alterar o seu desenvolvimento cognitivo”, explica a Dra. Stefania Manetti, presidente da ACP. Segundo o pedagogo Ivano Zoppi, secretário-geral da Fundação Carolina, "o bem-estar psicofísico das crianças deve ser protegido on-line exatamente como off-line, desde os primeiros anos de vida e é tarefa dos pais conhecê-lo e responsabilizá-lo com o apoio de especialistas competentes, e neste caso de médicos".

O projeto-piloto permitiu elaborar a primeira versão do “Relatório de Saúde Digital”, um documento valioso com vistas a expandir a iniciativa a nível nacional na próxima primavera.

 

A Fundação Carolina disponibilizou alguns pontos de reflexão para os pais, baseado em estudos científicos:

Para os tempos de exposição dos menores, a comunidade científica recomenda: De 0 a 2 anos não utilizar dispositivos digitais para entreter ou acalmar as crianças; De 2 a 5 anos não ultrapassar uma hora de exposição por dia; De 5 a 8 anos dedicar menos de duas horas por dia; Dos 9 a 15 anos limitar o uso a três horas por dia (independentemente do dispositivo).

Quanto ao conteúdo: Dos 3 a 6 anos sem acesso à internet; Dos 6 a 9 anos videojogos e acesso digital a música e vídeos mas sem dispositivos na sala; Dos 9 a 14 anos acesso gradual e controlado à internet, combinando as regras de uso dos aparelhos. Em geral, em qualquer idade, é recomendado não usar écrans ou aparelhos durante as refeições e proibir o seu uso pelo menos uma hora antes de dormir.

A Fundação Carolina recomenda:

Observação, escuta e presença emocional dos pais são o verdadeiro controle parental;

Se observarmos que o humor dos filhos mudou e percebermos atitudes como as abaixo, pode ter origem num uso distorcido da Web:

Sintomas:

• Nervosismo, inquietação, insônia

• Cansaço e fraqueza

• Fraco poder de concentração

• Perda de interesse ou afastamento das atividades habituais

• Aumento de comportamentos de risco

• Mudança repentina nos hábitos alimentares e alterações de peso

As crianças devem ser ajudadas a viverem a sua experiência online com segurança…

Dez dicas:

1. Baixe jogos e aplicativos adequados para a idade do seu filho (lembre-se de que, antes dos 13 anos, nada de redes sociais!);

2. Leia atentamente os termos e condições indicados nas diretrizes de cada rede social;

3. Decida as configurações de privacidade junto com o seu filho;

4. Avalie quais aplicativos devem manter a geolocalização ativada;

5. Ative os sistemas de proteção contra conteúdo impróprio;

6. Explique ao seu filho como bloquear pessoas indesejadas;

7. Explique ao seu filho como denunciar conteúdo impróprio;

8. Explique ao seu filho que ele não deve fornecer informações pessoais online;

9. Explique ao seu filho que ele não deve enviar fotos suas para estranhos;

10. Lembre-se de que o controle dos pais nunca pode substituir a sua presença;

…e para construir o seu relacionamento de confiança junto com o teu filho, procure entender e educar:

1. Tenha sempre em mente que online não é virtual, mas absolutamente real;

2. Interesse-se pela vida digital do teu filho (“O que viste de interessante hoje em ….”);

3. Leve a sério e não banalize o que está a acontecer na vida/experiência online do teu filho;

4. Dê o exemplo e trate outras pessoas com respeito, mesmo online;

5. Explique que on-line é para sempre e, depois de fazer uma postagem, perdes o controle dela;

6. Lembre-se de que outros contatos online devem ser tratados com o mesmo respeito que gostariam de receber;

7. Insista na importância de conversar contigo ou outro cuidador sobre qualquer desconforto que eles sintam online;

8. Lembre-se de que desafios ou exemplos de comportamento autodestrutivo são sempre perigosos;

9. Lembre-se de que o vício do écran geralmente é o sintoma, não a causa de uma doença;

10. Mostre ao teu filho que online é um mundo infinito no qual podemos extrair informações enriquecedoras: mas devemos ter cuidado com falsificações e selecionar fontes;

Estes são apenas alguns passos iniciais que todo o pai, que ama verdadeiramente o seu filho, deveria ter!