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sábado, 3 de novembro de 2012

A solicitude da Providência Divina para com o homem

O eterno Pai, com inefável benignidade, volveu o seu olhar de clemência para esta alma, dizendo-lhe:

“Filha caríssima, quero usar de misericórdia para com o mundo e exercer a minha providência para com os homens em todas as suas aspirações. Mas o homem, ignorante, orienta para a morte o que Eu dou para vida, e assim se torna cruel para consigo mesmo; apesar disso, continuo sempre a exercer para com ele a minha Providência. Por isso quero que o saibas: tudo o que faço ao homem procede da minha infinita Providência.

Com providência o criei e, ao contemplar-Me nele, fiquei encantado com a beleza da minha criatura, porque foi do meu agrado criar o homem à minha imagem e semelhança com especial providência.

Dotei-o de memória para que recordasse os meus benefícios e tornei-o participante do meu poder de Pai eterno. Dotei-o também de inteligência, a fim de que, na sabedoria de meu Filho, conhecesse a minha vontade e compreendesse a ardente caridade paterna com que distribuo todas as minhas graças. Dotei-o ainda de vontade para amar, fazendo-o participante da clemência do Espírito Santo, para que pudesse amar o que vê e compreende com a sua inteligência.

Tudo isto é obra da minha suave Providência, tendo apenas em vista tornar o homem capaz de Me conhecer e amar na alegria inefável da minha visão eterna. Entretanto, como já te disse outras vezes, as portas do Céu fecharam-se pela desobediência de vosso primeiro Pai, Adão, e por causa desta desobediência vieram ao mundo todos os males.

Para libertar o homem da morte causada pela sua desobediência, providenciei com toda a clemência, dando-vos o meu Filho Unigénito, para remediar por meio d’Ele as vossas necessidades. Exigi-Lhe uma grande obediência para libertar a humanidade daquele veneno, que, pela desobediência do vosso primeiro pai, tinha alastrado pelo mundo. Cheio de amor pelo homem e com verdadeira obediência, Ele entregou-Se generosamente à morte ignominiosa da sacratíssima cruz; e, mediante a sua morte santíssima, deu-vos a vida, não pela eficácia da natureza humana mas pelo poder da sua divindade”.
Do diáologo de Santa Catarina de Sena, sobre a Divina Providência (Cap. 134, ed. Latina, Ingolstad 1583, ff. 215v-216) 2º Leitura do Sábado da XXX semana do Tempo Comum.