Séneca, o mais famoso dos moralistas da antiquidade, definia, no seu Tratado da Clemência, a compaixão como um vício do coração (misericordia animi vitium est). Também Cícero no seu discurso “Pro Murena” dizia que só um estúpido, insensato ou maldoso poderia entregar o seu coração à compaixão. Concluindo, o mesmo filósofo afirma: O sábio é sem compaixão (Sapiens non miseretur).
Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo contrário, personificou a compaixão de Deus e a misericórdia, que é a acção que segue todo o sentimento de compaixão.
Muitas vezes o Evangelho nos mostra Jesus compadecido com a multidão, porque era como ovelhas sem pastor (Mc. 6, 30-43), ou ainda quando moveu-se de íntima compaixão pela viúva de Naim que acompanhava ao cemetério o seu único filho (Lc 7, 11-17), aquele em quem tinha posto todas as suas esperanças de vida.
A compaixão segundo Jesus, é uma escuta, mas também uma implicação, uma preocupação verdadeira com os outros, o cumprimento do primeiro mandamento da Lei de Deus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc. 12, 31).
Exatamente o contrário da posição pagã!
O cristianismo não é uma coisa do passado, vivido como se olhássemos sempre para trás, para os tempos evangélicos, mas sempre novo, pois está marcado pela presença constante de Jesus Cristo, que está no meio de nós, e que é de hoje, ontem, amanhã e toda a eternidade. Na história da humanidade, encontramos “pegadas” de Deus. Este blogue procura, humildemente, mostrar alguma delas.
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sábado, 28 de janeiro de 2012
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