No livro a “Actividade da Santa Sé” Libreria Editrice Vaticana (pp. 1343, € 80) encontramos algumas respostas a estas perguntas e aprendemos, por exemplo, que em 2010:
A secção disciplinar da Congregação para a Doutrina da Fé abriu 643 procedimentos, dos quais 82% dizem respeito aos “delicta graviora” (em que se encaixa o abuso sexual de menores praticado por clérigos), 8% de “delitos contra a fé”, 3% de “casos de aparições” e 7% de questões de vários gêneros.
A Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos sacramentos tratou de algumas centenas de casos relativos à solicitação de dispensa papal a fim de desposar depois de um matrimônio “rato mas não consumado”. Dispensa que foi concedida em 301 casos e negada em 2.
A Congregação para a Evangelização dos Povos concedeu, através da Pontifícia Obra da Propagação da Fé (cujo fundo de solidariedade todavia foi “notavelmente” reduzido por causa da recessão econômica), mais de 85 milhões de dólares de auxílios às dioceses em território de missão. Outros 30 milhões foram ainda distribuídos através da pontifícia obra São Pedro Apóstolo. E outros 19 milhões através da Pontifícia Obra da Infância Missionária.
A Rota Romana, cuja jurisprudência serve de modelo para todos os tribunais eclesiásticos do mundo, no ano judiciário de 2010 emitiu 175 sentenças definitivas no tocante à nulidade matrimonial, a maioria das quais (93 contra 82) favorável à nulidade.
O Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, sob indicação do papa, constituiu quatro grupos de estudo em vista de uma possível revisão de algumas matérias do código de direito canônico, relacionadas a questões de direito penal, direito processual, direito matrimonial e direito patrimonial, e às relações entre o código da Igreja latina e o das Igrejas orientais.
Um comissão mista, com peritos da Comissão “Ecclesia Dei” e da Congregação para o Culto Divino, foi constituída para a “atualização” das memórias dos santos e a “possível inserção de novos prefácios” no missal romano pré-conciliar de 1962, ao qual Bento XVI deu plena cidadania em 2007.
A Elemosineria Apostólica, em resposta a quase sete mil cartas de pedido de auxílio provenientes de indivíduos e famílias, doou “com discrição” e “quotidianamente”, em nome do papa, uma soma “próxima a um milhão de euros”. Soma inteiramente coberta com as contribuições recebidas pelos pergaminhos com bênção apostólica solicitados pelos fiéis: 115.500 pergaminhos entregues diretamente pela elemosineria e 112.000 distribuídos através de quase oitenta entes conveniados.
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