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sábado, 16 de agosto de 2014

Saint Thomas d’Aquin et le Pape Innocent IV



     Le Pape Innocent, IV recevant devant saint Thomas d'Aquin une somme considérable d'argent, lui dit : « Vous voyez que nous ne sommes plus au temps où S. Pierre disait : “Je n'ai ni or ni argent”; à quoi le saint docteur répondit : “Cela est vrai, saint père; mais aussi, nous ne sommes plus au temps où saint Pierre disait au paralytique : ‘Au nom de Jésus, levez-vous et marchez’”. (G. P. Philomneste, Predicatoriama, pp.3-4)

Como se reconhece aquele que ama verdadeiramente Nosso Senhor Jesus Cristo?



 Santo Afonso Maria de Ligorio, ao comentar a primeira carta de São Paulo aos Coríntios (Ct.13, 1-13), aponta doze sinais visíveis na alma de quem ama  verdadeiramente a Nosso Senhor Jesus Cristo:
-- Quem ama a Jesus Cristo não tem inveja de quem, a algum título, lhe é ou possui mais. Ele admira e procura imitar aqueles que O amam ardentemente.
-- Quem ama a Jesus Cristo é manso, porque procura retratar em sua vida a mansidão que luziu na pessoa de Nosso Senhor: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.
-- Quem ama a Jesus Cristo foge da tibieza e da mediocridade, porque elas empestam e apagam a dedicação piedosa.
--  Quem ama a Jesus Cristo ama a humildade. E não nos esqueçamos de que humilde é quem não vive à procura de prestígio.
--  Na vida de quem ama a Jesus Cristo não existe ambição desmedida pelas coisas materiais. A sua ambição é o próprio Jesus Cristo.
-- O desprendimento, o desapego das coisas deste mundo é a força daquele que ama realmente a Jesus Cristo.
-- Quem ama a Jesus Cristo não é egoísta, mas é totalmente desprendido de si mesmo.
-- A irritação e a ira não cabem no coração de quem ama a Jesus Cristo.
-- Fazer única e exclusivamente o que Jesus quer que seja feito é a marca daquele que O ama de verdade.
--  Quem ama de facto a Jesus Cristo é capaz de suportar todo e qualquer sofrimento por amor a Ele.
-- Crer no que diz a pessoa é crer na própria pessoa. Então, crer em tudo que Jesus disse é amá-Lo.
-- Quem ama a Jesus Cristo, d’Ele espera tudo e nunca O deixa de amar.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

São Charbel Maklouf, um verdadeiro cedro do Líbano


Charbel Makhlouf, falecido em 1898, santo contemplativo de uma ordem religiosa do rito melquita, no Líbano, entrou muito jovem no convento, tendo vivido em isolamento e meditação completos.

Tem-se a impressão, observando-se seus olhos, de que eles são duas janelas abertas para o Céu. Olhos de um escuro profundo –– ou talvez castanho, mas muito escuro –– que refletem profundidade; e no fundo dessa profundidade há algo de sublime e celestial. Vê-se que ele olha para o Céu, o qual reflete-se em seu olhar, e que peregrinando dentro do olhar dele encontra-se o Céu. É uma verdadeira maravilha.
Seu nariz é caracteristicamente o de um árabe. A barba é de um branco venerável, nívea. Dir-se-ia que são flocos de neve que lhe pendem do rosto. Ela abre-se e deixa passar um tanto o que está em seu interior, uma certa forma de graça e de leveza, que não sei como descrever. Parece algo como um jogo de estalactites e estalagmites dentro de uma gruta.

Suas sobrancelhas lembram as asas de um condor. Mas, convém acentuar, o olhar é o mais importante do conjunto da fisionomia. Ele absorve o resto. Quando se examina esses olhos, não se pensa em outra coisa. São de uma estabilidade, uma resolução, uma seriedade, uma elevação enorme! São de um homem que, se o mundo todo cair sobre ele, não se move. E, caso seja seu dever mover-se contra o mundo inteiro, atuará com serenidade. Um homem deste tipo move o mundo! É das fisionomias que mais aprecio contemplar.

Compõe a fisionomia esse gorro preto, que considero extraordinariamente significativo. É um gorro vagamente em forma de cone, e parece feito de pele. Talvez seja confeccionado com lã, porque a batina, que é preta, parece ser do mesmo tecido. E o preto do gorro está em consonância com o escuro do fundo do olhar. Dir-se-ia que algo do olhar espalha-se por todo o gorro. Este é luminosamente escuro, e sua forma deixa entrever a altura de seu pensamento, até atingir o próprio Deus.

São Charbel Makhlouf é como um verdadeiro cedro do Líbano!

(Plinio Corrêa de Oliveira, “Santo do dia”, 21 de maio de 1973).

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ato cego de abandono e de amorosa confiança na doce Virgem Maria

     

     


    "Ó doce Virgem Maria, minha augusta soberana, minha amável Senhora, minha Mãe amorosíssima, ó doce Virgem, eu coloquei em Vós toda minha esperança e eu não serei confundido.

     "Doce Virgem Maria, eu creio tão firmemente que do alto do Céu Vós velais dia e noite sobre mim e sobre aqueles que esperam em Vós; eu estou tão intimamente convencido de que jamais pode faltar nada quando se espera tudo de Vós, que resolvi viver daqui para o futuro sem nenhuma apreensão, e me descarregar inteiramente sobre Vós em todas as minhas iniquidades.

     "Doce Virgem Maria, Vós me estabelecestes na mais inabalável confiança.

     "Ó, mil vezes obrigado por uma graça tão preciosa. Eu ficarei daqui por diante em paz sob vosso Coração tão puro.

     "Eu não pensarei mais senão em Vos amar, em Vos obedecer, enquanto Vós gerireis, Vós mesma, minha boa Mãe, os meus mais caros interesses.

     "Ó doce Virgem Maria, que entre os filhos dos homens, uns esperem sua felicidade de sua riqueza, outros a procurem em seus talentos; que outros se apoiem sobre a inocência de sua vida ou sobre o rigor de sua penitência, ou sobre o fervor de suas orações, ou sobre o grande número de suas boas obras.

     "Por mim, ó Mãe, eu esperarei só em Vós, só em Vós depois de Deus. E todo o fundamento de minha esperança será minha confiança mesmo em vossa bondade materna.

     "Doce Virgem Maria, os maus poderão me roubar a reputação e o pouco de bem que possuo. As doenças poderão me tirar as forças e a faculdade exterior de Vos servir. Eu poderei mesmo, infelizmente, minha terna Mãe, perder vossas boas graças pelo pecado.

     "Mas minha amorosa confiança em vossas maternais bondades, esta jamais eu perderei. Eu a conservarei, essa confiança inabalável até o meu último suspiro. Todos os esforços do inferno não ma roubarão.

     "Eu morrerei repetindo mil vezes vosso nome bendito e fazendo repousar sobre vosso Imaculado Coração toda a minha esperança.

     "E porque estou eu tão firmemente seguro de esperar sempre em Vós, senão é porque Vós me ensinastes, Vós mesma, ó doce Virgem, que Vós sois toda misericórdia e que não sois senão misericórdia?

     "Eu estou, portanto, seguro, ó boa e amorosa Mãe, eu estou seguro de que Vos invocarei sempre e estou seguro de que Vós me consolareis.

     "Eu Vos agradecerei sempre porque Vós sempre me aliviareis. Eu Vos servirei sempre porque Vós sempre me ajudareis.

     "Eu Vos amarei sempre porque Vós sempre me amareis. Eu obterei tudo de Vós porque vosso amor, sempre generoso, irá além de minha esperança.

     "Sim, é de Vós só, ó doce Virgem que, apesar de minhas faltas, eu espero o único bem que desejo, o meu Jesus, no tempo e na eternidade.

     "É de Vós só, porque Vós é que meu Divino Salvador escolheu para me dispensar todos os favores, para me conduzir seguramente até Ele.

     "Sim, é de Vós Mãe, que depois de ter aprendido a participar das humilhações e sofrimentos de vosso Divino Filho, me introduzireis na glória e nas delícias, para O louvar e bendizer, junto a Vós e conVosco, nos séculos dos séculos. Assim seja.

     "Eis a minha maior confiança e toda a razão da minha esperança. "Ecce mea maxima fiducia et tota ratio spei mei."

       A oração é verdadeiramente maravilhosa! Ela tem as características da oração de São Bernardo. Quer dizer, uma oração com um misto de humildade e de arrojo, de ternura e de fogo, de varonilidade, que é difícil a gente encontrar reunidas nas expressões de um só homem.

De um lado, a ternura para com Nossa Senhora chega ao último limite a que pode chegar. Sobretudo, chega ao último limite a persuasão da ternura dEla para conosco.

Mas, de outro lado, mesmo no modo de cantar a ternura dEla, nada há de efeminado, nada há de indigno de um varão. Pelo contrário, há uma espécie de audácia nessa ternura, de audácia encorajada por essa ternura, estimulada por essa ternura, que faz exatamente dessa oração uma obra prima, porque tem toda a suavidade própria à uma pomba, mas tem um voo de águia.

Vai até o Coração Imaculado de Maria diretamente. E com uma liberdade, com um desembaraço eu ousaria dizer, com uma familiaridade cheia de veneração mas de intimidade, que verdadeiramente espanta a gente.

Ele fala aqui da virtude da confiança. E ele mostra no que essa virtude consiste. E depois ele mostra as razões (que estão na base) dessa virtude. Essa virtude consiste fundamentalmente em saber que Nossa Senhora como ele diz é ternura, é toda ternura e nEla não há senão ternura.

Quer dizer, não há severidade, não há juízo, não há justiça, não existe outra coisa nEla a não ser isso. E como isso é assim e essa é a disposição dEla em relação a todos os homens, é lógico, é forçoso, é inevitável que cada homem que sabe que isso é assim, tenha nEla uma confiança sem limites.

Uma confiança no quê? Em duas gamas: em primeiro lugar, quanto à vida terrena; em segundo lugar, quanto à vida eterna.

Confiança de que Nossa Senhora vai gerir os interesses dele nessa vida. E é uma confiança que abrange portanto, de algum modo, também os interesses terrenos verdadeiramente ditos.

É verdade que ele era religioso e que não tinha, nesse sentido, interesse terreno. Ele tinha voto de pobreza, de castidade e de obediência; os interesses materiais dele estavam todos atendidos no convento. Mas é verdade também que ele fala aqui em termos gerais, não só para o religioso, mas é uma oração que qualquer fiel pode repetir e fazer sua. E aqui se entende que nós, nos nossos próprios interesses terrenos, naquilo que eles têm de legítimo,  de santificante, nós devemos confiar em Nossa Senhora.

  Pedir a Nossa Senhora que Ela tome conta disso, que Ela faça por nós aquilo que não somos capazes de fazer.

Todos nós sabemos que a Providência tem desígnios insondáveis e que pode, portanto, querer nos sujeitar, de um momento para o outro, a um sofrimento que nós não prevemos.

Nós sabemos também que a Providência quer, genericamente, daqueles a quem Ela ama, que passem por muitos sofrimentos. Nós sabemos, portanto, que nessa vida temos de sofrer.

Sem embargo disso, há interesses terrenos que por um movimento interno da graça, por um certo senso das proporções etc., nós sabemos e vemos que, muito provavelmente, a Providência não quer que se percam e não quer que se imolem. Estes interesses nós devemos entregar à Nossa Senhora.

Ela velará por eles, Ela os apoiará, Ela os protegerá, de tal maneira que nós não temos de estar com ansiedade, nós não temos de estar com “torcidas” [a palavra aqui é empregada no sentido de agitação, de frenesi], nós não temos de estar com sofreguidão e falta de distância psíquica.

Mas no pior das nossas angústias e das nossas preocupações, nós devemos nos lembrar daquilo que diz o Abbé de Saint-Laurent no “Livro da Confiança”: que quando o tormento ou a tormenta tenha chegado até o auge, é hora de preparar o incenso e todo o necessário para cantar o “Magnificat”. Porque quando o sofrimento chegou ao auge, Nossa Senhora intervirá e nos salvará. Quer dizer, essa é uma confiança inabalável.

Confiança que cresce de ponto quando não se trata de nossos interesses terrenos individuais, mas se trata das questões de apostolado.

Nossa Senhora quer nosso apostolado – Ela tem dado disso mil provas e está multiplicando essas provas continuamente. Se Ela quer nosso apostolado, Ela levará o apostolado ao sucesso.

E nós não temos que nos colocar nesse ponto de vista péssimo assim: "Eu, por mim, resolvo os assuntos comuns do apostolado com minhas forças e minha capacidade. Nossa Senhora resolva o extraordinário". Isso é péssimo.

  Nossa Senhora, como Medianeira onipotente junto a Deus, resolve tudo. Eu preciso de auxílio dEla para as coisas grandes e pequenas. Para as corriqueiras, como para as enormes.

E ainda que as coisas de apostolado possam parecer muito complicadas, muito comprometidas, eu devo confiar em que Nossa Senhora resolva; eu ponho a minha confiança nEla e não penso noutra coisa.

Isso se aplica ainda mais à nossa vida espiritual. Nossa Senhora nos chamou para a TFP, e dentro da [vocação da] TFP nos chama à santidade. Se Ela nos chama para a santidade, Ela não interromperá a obra que Ela começou e nos levará até lá se nós soubermos confiar.

Alguém dirá: “Dr. Plinio, belas palavras... Na realidade, elas são vácuas e não correspondem a nada, porque se eu pecar eu estou criando obstáculos à ação de Nossa Senhora. E se eu estou criando obstáculos à ação de Nossa Senhora, não posso supor que Ela vá me santificar. Quer dizer, o senhor está dizendo uma coisa que é muito bonita, mas que não vale nada, não tem consistência. É uma quimera”.

A resposta está aqui mesmo em São Bernardo. Ainda que a gente tenha a dor enorme de ter ofendido a Nossa Senhora, ainda que tenha a dor de ter ofendido gravemente, é preciso continuar a confiar nEla. Porque se a gente desconfiar dEla, então, está tudo perdido. A porta do Céu é Ela! E se nós, pela nossa falta de confiança, fecharmos a porta do Céu, nós mesmos nos condenamos.  

  Se, pelo contrário, nós continuarmos a confiar nEla contra toda confiança, Ela pelo menos receberá de nós essa forma de glória, que é a do pecador que confia nEla. É uma forma de glória. O pecado é um atentado à glória de Nossa Senhora.

Mas o pecador que continua a confiar nEla dá-lhe uma forma de glória que nenhum justo pode dar, e que é exatamente a glória da confiança daquele que ofendeu.

Então ter a confiança nisso, esperar contra toda esperança mesmo dentro das dificuldades e da buraqueira da nossa vida espiritual, é uma coisa que São Bernardo recomenda aqui intensamente.

E que lembra aquela palavra de São Francisco Xavier, que o pior do pecado ainda que o pecado seja um horror o pior do pecado não é tanto o pecado, mas é o fato de que a pessoa depois do pecado, perca a confiança em Deus. Aí é que vem o pior pecado.

Porque enquanto confia, o caminho ainda está aberto, tudo é possível. Mesmo para o pecado do tíbio, que é um pecado que Nosso Senhor diz: "Eu te vomitarei da minha boca."

  Ele acaba, então, falando depois da vida eterna. E ele diz essa coisa admirável: que quando chegar a hora da morte, ele confia que a confiança dele seja tal que ele morra com o coração dele recostado sobre o Imaculado Coração de Maria. É expressão, naturalmente, simbólica, mas é uma expressão que tem um valor enorme.

Lembra aquela posição de São João recostado sobre o Sagrado Coração de Jesus, na Ceia, e perguntando quem é que haveria de traí-Lo. Ouvindo, portanto, as pulsações do Sagrado Coração de Jesus.

Também aí vem uma esperança muito grande que Nossa Senhora, na hora da morte, nos ajude. Ela diminua os horrores desse transe, Ela até nos dê uma morte cheia dos sentimentos da presença dEla se isso for para maior glória dEla e para bem de nossa alma.

Em todo caso, ainda que nossa morte deva ser muito árida, ainda nesse caso, que essa aridez será para o bem de nossa alma para nós irmos para o Céu, passarmos o menor tempo possível no Purgatório, irmos o mais alto possível para o Céu, e que os sofrimentos da hora da morte nos ajudem a salvar muitas almas.

Este é o pensamento admirável contido nessa ficha de São Bernardo. Ficha tão bonita que se nós reeditarmos as Preces pro oportunitate dicendae, tenho impressão de que seria o caso de incluir esta ficha nas Preces, de tal maneira ela é carregada de sentido e admirável debaixo de todos os pontos de vista.

(Comentário do Sr. Dr. Plinio Corrêa de Oliveira sobre a oração “Ato cego de abandono e de amorosa confiança na doce Virgem Maria”, composta por São Bernardo (Acte d'aveugle abandon et d'amoureuse confiance en la douce Vierge Marie - cfr. "Livre d'Or - Manuel complet de la parfaite dévotion à la très sainte Vierge d'après S. Louis-Marie de Montfort", 6e. édition, Pères Montfortains, Louvain, 1960, pages 689-692), "Santo do Dia", 3 de janieor de 1967)

23 de Julho, Santa Brígida

    
Brígida nasceu em 1303, no castelo de Finstad, na Suécia. Descendia de uma casa real piedosa, que forneceu à Igreja vários santos e que usou da própria fortuna para construir muitos mosteiros, igrejas e hospitais. Manteve obras de caridade para os pobres e, desde a infância, Brígida teve o dom das revelações divinas, todas anotadas por ela no seu diário. Os seus escritos foram, posteriormente, traduzidos para o latim e somaram oito volumes.
     Muito jovem, casou-se com o nobre legislador chamado Ulf Gudmarsson, um cristão muito piedoso. O casal teve oito filhos, dentre os quais a filha que posteriormente foi venerada pela cristandade como santa Catarina da Suécia. Com rigor e exigência, o casal cuidava da educação religiosa e académica dos filhos. Durante um longo período, Brígida foi dama de companhia da rainha Bianca de Namur, frequentando várias cortes. Mesmo assim, não se deixou levar pelo ambiente frívola ali vividos. Pelo contrário, manteve-se fiel aos ensinamentos do Evangelho.
     Após a morte de um dos seus filhos, o casal resolveu fazer uma peregrinação ao santuário de Santiago de Compostela, em Espanha. No retorno, Ulf caiu gravemente enfermo. Brígida, em sonho, teve uma revelação de são Dionísio, que lhe disse que o marido não morreria. De facto foi curado, mas logo em seguida ingressou no mosteiro cisterciense de Alvastra, onde viveu com um dos seus filhos, e lá morreu, em 1344.
     Viúva, Brígida decidiu, ela também, retirar-se definitivamente para a vida monástica e fundar um mosteiro duplo, de homens e mulheres. Este seu velho projeto, deu origem à Ordem do Santo Salvador, uma instituição que vivia sob as Regras de São Agostinho. Ali viveu como fundadora até ao dia em que obteve a aprovação canônica, quando transferiu-se para Roma.
     Morou na Cidade Eterna por vinte e quatro anos, trabalhando pela reforma dos costumes e pela volta do papa de Avignon para Roma. Com o apoio do rei da Suécia, construiu e instaurou setenta e oito mosteiros por toda a Europa. A 23 de julho de 1373, durante uma romaria à Terra Santa, expirou.
      Desde então, a Ordem por ela fundada passou a ser dirigida por sua filha, Catarina da Suécia, alcançando grande notoriedade. Canonizada em 1391, apenas dezoito anos após a sua morte, Santa Brígida já tinha um culto muito vigoroso em todo o mundo cristão da Europa, sendo celebrada no dia de sua morte. O local onde residia em Roma foi transformado em um belíssima igreja dedicada a ela, na praça Farnese. Ela é Padroeira da Suécia e copadroeira da Europa.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

se Maximiliano Robespierre tivesse permanecido fiel à sua vocação…

Alguns anos antes da Revolução francesa, um jovem apresenta-se ao superior de um convento Capuchinho, pedindo para ser admitido como religioso, pois queria viver no recolhimento e entregar-se a Deus. O candidato tinha as qualidades necessárias para a vida religiosa, e foi aceite. 

Durante o noviciado, o fervor do jovem manteve-se. 

Contudo, sob forte pressão e insistência dos amigos e da família, o jovem abandonou a vida comunitária e inscreveu-se no curso de Direito. 

Ele tornou-se um brilhante advogado e a revolução de 1789, imortalizou-o. 

Quantas vítimas teriam sido poupadas da guilhotina, se Maximiliano Francisco Maria Isidoro de Robespierre tivesse permanecido fiel à sua vocação…

sábado, 2 de novembro de 2013

Finados: lição de profundidade, de força de alma, coragem e grandeza

O túmulo (gisante) de Luís XII e de sua esposa Ana
de Bretanha,  na igreja de Saint Denis (Paris).
Pintura de Emil Pierre Joseph de Cauwer (1867)
O dia de Finados representa para nós muito e até muitíssimo. Porque diretamente é o dia no qual rezamos por todos os fiéis e por todas as almas que morreram e que porventura estejam no Purgatório. Mas é também o dia em que a Igreja – com aquele tato que Lhe é próprio e que é qualquer coisa de absolutamente inconfundível – nos recorda a realidade da morte.
Ela como que abre um precipício debaixo de nossos pés e nos faz ver uma multidão de almas que se encontram em estado de pena, de sofrimento, de um lado. E, de outro, a miséria da morte, a destruição da morte, a aniquilação da morte, a miséria da alma quando ela não vai diretamente para o Céu.
Seria bonito ver na liturgia de Finados – eu não sei se ela sofreu alguma reforma – as frases de Jó, as lamentações que lembram o homem levado até às beiras da loucura e que depois entra pelas fauces da morte adentro, inteiramente isolado, em que os ossos se calcificaram, a carne virou pó, um imenso pranto inunda sua alma separada do corpo, e aquela miséria daquela criatura pecadora posta numa atmosfera de punição, e esperando a misericórdia de Deus e a misericórdia dos vivos. Isso faz muito bem.
De quando em quando nós devemos meditar sobre a morte, para compreendermos o que há de profundamente real naquela advertência que o sacerdote faz na Quarta-feira de Cinzas: "Lembra-te, homem, de que és pó e que pó voltarás a ser". Nós não somos outra coisa a não ser pó e voltaremos a ser pó.
E isso nos faz dar uma dimensão exata a todas as coisas dessa vida. Nós todos aqui, nessa sala, nesse momento, podemos estar movidos por desejos tão vários. Mas o que são esses desejos, quando a gente calcula o que a gente é? É uma coisa tremenda!
"Quando eu passo pelo cemitério, eu vejo ali o meu destino" 
Outro dia estive lendo uma notícia em um volumoso periódico a respeito de morte súbita, e o Dr. “X” me disse que a coisa é assim mesmo como narrava essa matéria jornalística. Eu tinha sempre a idéia de que a gente antes de morrer precisava adoecer, ao menos de morte natural, não digo com um acidente qualquer, por exemplo, um caminhão que nos colhe. E que, portanto, enquanto a gente se sente bem, teria uma relativa segurança de que não vai morrer. Mas não é verdade. Pode-se estar passando perfeitamente bem, de repente forma-se no calcanhar ou na ponta do dedo, por exemplo, um coágulo determinado por razões que não se sabe quais são, e lá vai uma embolia... que se dirige ao cérebro e determina um efeito "X", cujo fruto mais palpável é a morte. E isso pode dar-se com qualquer um de nós, a qualquer momento.
No momento em que eu estou falando aos Srs., é possível que esteja um coágulo a um centésimo de segundo do meu cérebro e que eu não acabe de pronunciar essa frase e caia morto.
Os Srs. até diriam muito erradamente, que eu estava prevendo minha morte quando eu falei, mas não é verdade. Eu estou prevendo senão a possibilidade de minha morte. E pode ser, entretanto, que eu não termine a frase.
Se eu sou algo de tão inconsistente, se um coágulo partido de meu calcanhar liquida com todos os meus desejos, todas as minha aspirações, todos os movimentos que eu tenha em relação às coisas dessa vida, se sou uma coisa tão, tão débil que, em ultima análise, eu sei que morrerei, quando eu passo pelo cemitério, eu vejo ali o meu destino que está fixado: é virar pó, ser corroído pelos vermes! É uma coisa horrorosa o modo pelo qual se dá a corrosão dos vermes. Dr. “Y”, uma ocasião, me deu umas informações a respeito de como isso se passava, descrita nas aulas de medicina legal que teve: é uma coisa tremenda. Porque primeiro o corpo começa a tomar, muito frequentemente, um estado de sebo, de manteiga ou de gelatina e depois apodrece...
Olhem-se no espelho, pensem nos seus traços definidos e pensem quando tudo aquilo tiver um caráter repugnante e gelatinoso, virando a queijo mau cheiroso; quando o nariz, quando isso, quando aquilo tudo estiver horroroso...
A meditação sobre a morte é benfazeja para criar desapegos, humilhar orgulhos e fazer compreender que podemos cair de um momento para o outro no julgamento de Deus
E vem a figura de vermes que devoram aqueles ossos... Assim como, por exemplo, na Revolução Francesa os terroristas devoraram os girondinos, que afinal, eram menos indecentes do que eles.
Os girondinos devoraram a velha monarquia francesa, já em estado de queijo, de sebo e de liquidação. Assim é a marcha inexorável das coisas...
Isso (decomposto e tragado pela morte) vou ser eu! É essa carne aqui, esses ossos cujo impacto eu estou sentindo vão ficar reduzidos a esqueleto; eu vou ficar esticado numa sepultura e não vou ser mais nada. Muita gente passará perto e dirá: "Que alívio!..." Um ou outro passará perto e dirá: "Coitado!" Algum se lembrará de rezar por mim. Eu peço que rezem bem... E isso é o desfecho de minha vida. Em certo momento estarei reduzido a ossos que causam horror a todo o mundo.
Eu pergunto: não é boa essa meditação para refrigerar muitos ardores, para criar muitos desapegos, para humilhar muito orgulho e para fazer compreender que nós podemos cair de um momento para o outro no julgamento de Deus vivo? Mas de um momento para o outro! Porque quem de nós sabe se vai chegar em casa hoje? Quem de nós sabe se daqui a uma hora não estará sendo julgado por Deus? E que não estará sendo queimado pelas chamas do Purgatório?
Ora, sem essas incertezas a vida não tem grandeza nenhuma. Nada é belo, nada na vida é atraente, a não ser com um pano mortuário no fundo. Porque é só pelo contraste que o homem conhece as coisas dessa vida. E é só pelo contraste com essa miséria fundamental é que a gente compreende como tudo quanto nós queremos aqui é pouco, e a grandeza de um outro destino que nos espera.
A “civilização” moderna tem pavor do luto 
E por isso também que os liturgicistas querem acabar com tudo quanto na liturgia representa a morte. Eu já vi um deles advogar paramentos brancos para essa ocasião dizendo: "É um dia de alegria! O sujeito vai para o Céu. Toda a família deve estar satisfeita!..."
Eu não quis dizer a ele, mas a vontade que tive foi de lhe dizer: "Seu cândido, eu conheço bem seu carnaval. O que você quer é não olhar o pano preto, porque você tem medo que o pano preto caminhe junto a você e te envolva como um sudário. Você tem medo de pensar na noite escura para onde todos nós vamos. Mas você, na realidade, está com medo, porque sua consciência está intranquila. Aqui é que está a verdade e é por isso que você não quer o preto."
Então, como a civilização moderna tem pavor do luto...
Eu conheci o tempo em que umas viúvas retardatárias – não sei no Chile ou no Uruguai como era o luto – que usavam um luto que era todo de preto, de alto a baixo, um véu preto atrás, outro véu preto na frente, naturalmente transparente, diáfano, para a viúva poder ver por onde caminhava. E quando elas iam fazer visita para agradecer os pêsames, iam com tudo aquilo e levantavam o véu para conversar. Depois, abaixavam-no. Depois ia para outra visita...
Havia também o que se chamava “luto aliviado”, ou seja o luto diminuído em função do grau de parentesco com a pessoa falecida e do tempo transcorrido de sua morte: se esposo, pai, mãe, etc. Era, então, de branco e preto. E, finalmente, ao cabo de um ano ou dois anos se suprimia completamente o luto.
A Revolução tem pavor da morte – Nós devemos encará-la com serenidade, com grandeza, inclusive no que ela tem de aflitivo e de tremendo 
Quanta gente diz: "Ah, isso é formalidade pura, eu não gosto disso!" Não é verdade. Você tem medo da morte e tem um tal pânico que tem medo até da cor preta. E tem medo de se sepultar naqueles lutos. No fundo, você tem medo de morrer. E é por causa disso que você não quer o luto.
É o pavor da morte que tem a Revolução. E é claro. Ela tem todas as razões de ter medo da morte...
Nós devemos encarar a morte com serenidade, com grandeza, inclusive no que ela tem de aflitivo, de tremendo.
Há uma miséria grandiosa na morte, onde a gente poderia dizer o seguinte: o ser inteligente, capaz de morrer, capaz de passar tão grande catástrofe, tem uma tal capacidade de grandeza que certamente uma outra vida e um outro destino o espera. E nisso então compreender bem toda a nossa grandeza.
Eu digo mais: para minha caríssima geração nova – já não digo da minha geração que já está rifada – não é só a consideração da morte que faz bem: a visão da dor também é benfazeja. Às vezes tenho vontade de fazer papel de turista, levando alguns dos Srs. para um hospital do câncer, para uma Santa Casa, para hospitais onde tem, como aqui na Santa Casa, gente que sofre de úlcera exposta assim na mão, no rosto, num membro, para nós compreendermos qual é o papel da dor na vida, o que é o papel do sofrimento na vida. E compreendermos que não se pode levar uma vidinha de boneca de louça, ignorando essas coisas e não tendo coragem de as ver de frente.
"Nem Luís XIV em todo o seu esplendor teve a majestade de Jó no seu monturo" 
Eu já tive vontade também, mas acho a coisa aventurosa, de um dia fazer comentários de alguns trechos do livro de Jó, o qual tem umas descrições as mais faustosas da dor. Eu nunca vi tanta majestade na dor e nunca vi tanta majestade fora da dor, como no livro de Jó.
Se é verdade que Nosso Senhor disse que Salomão, em toda a sua glória, não se vestiu como um lírio do campo – sentença admirável e inteiramente verdadeira! – eu acho que se pode dizer que Luís XIV em todo o seu esplendor não teve a majestade de Jó no seu monturo!
 
      
Representação de Jó
 
As lamentações de Jó são das coisas mais majestosas que tenha havido na terra. E aí a gente compreende a majestade da tragédia, a majestade da tragédia grossa, que chega aos últimos limites, a grandeza que o homem tem conservando a serenidade sapiencialmente diante dessa tragédia.
Sei que as lamentações de Jó são de um gênero de literatura muito singular e muito pouco apreciado. Mas foi inspirado pelo Espírito Santo. É um excelente Autor, eu garanto aos Srs...
Rezar pelas almas do Purgatório pelas quais ninguém inclui em suas preces 
Tudo isso a propósito do dia dos mortos. É a lição que os mortos nos dão e que a morte nos dá. É uma lição de profundidade, uma lição de força de alma, uma lição de coragem, uma lição de grandeza, que é incomparável.
Antigamente havia reportagens sobre a morte até em jornalecos ordinários, em que o cronista, quando descrevia alguém que morreu, para dizer que tinha falecido, dizia: "Por fim,  expirou e a majestade da morte revestiu os seus traços". Era uma ideia muito bonita.
Há uma majestade da morte e, sobretudo, de certos mortos que tomam uma majestade que é a própria imagem da majestade de Deus puniente, de Deus enquanto castiga, é a majestade do trovão, a majestade do relâmpago, a majestade do terremoto, é a majestade dos cataclismos; é algo que é preciso conhecer e amar. Porque quem não conhece isso, não ama isso, e não é capaz de ver Deus inteiro: na sua afabilidade sem fim, na sua meiguice sem fim e na grandeza de sua justiça também sem fim.
Todas essas são meditações úteis para se fazer a respeito do dia de finados.
Vamos rezar para os mortos numa proposta a eles, que eu faço assim: que as orações dessa noite sejam – desde que Nossa Senhora, que é detentora de todo o valor de nossas orações nisso consinta – sejam para as almas do purgatório que mais estejam abandonadas e para as quais ninguém reza; almas talvez que tenham mil anos para cumprir ainda, no fogo, etc., e ninguém reza por elas. Mas com uma condição: que elas nos obtenham a compreensão, o amor e o entusiasmo por toda as sombras com que a morte enriquece a estética do Universo e os panoramas verdadeiros da vida humana (Plinio Correa de Oliveira).
 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

I COSIDDETTI “PROGRESSISTI” VOGLIONO ABOLIRE “PADRE” E “MADRE”. TRE PASSI NEL RIDICOLO (E VERSO IL BARATRO)


 
Quasi cent’anni fa il grande Gilbert K. Chesterton prevedeva che la deriva della moderna mentalità nichilista sarebbe stata – di lì a poco – il ridicolo. Cioè la guerra contro la realtà.

Intendeva dire che ciò che fino ad allora era stata un’affermazione di buon senso e di razionalità – per esempio che tutti nasciamo da un uomo e da una donna – in futuro sarebbe diventata una tesi da bigotti, un dogmatismo da condannare e sanzionare. Sosteneva che ci dovevamo preparare alla grande battaglia in difesa del buon senso.

Chesterton infatti scriveva:

“La grande marcia della distruzione culturale proseguirà. Tutto verrà negato. Tutto diventerà un credo… Accenderemo fuochi per testimoniare che due più due fa quattro. Sguaineremo spade per dimostrare che le foglie sono verdi in estate. Non ci resterà quindi che difendere non solo le incredibili virtù e saggezze della vita umana, ma qualcosa di ancora più incredibile: questo immenso, impossibile universo che ci guarda dritto negli occhi. Combatteremo per i prodigi visibili come se fossero invisibili. Guarderemo l’erba e i cieli impossibili con uno strano coraggio. Saremo tra coloro che hanno visto eppure hanno creduto”.

 SPREZZO DEL RIDICOLO

 Viene da ricordarlo con una certa tristezza in questi giorni nei quali – seguendo la bislacca trovata del governo francese – anche in Italia sta cominciando a dilagare l’idea di sostituire, nella modulistica della burocrazia scolastica, le categorie “padre” e “madre” con la formula “genitore 1” e “genitore 2”.

Tutto questo perché – secondo l’ideologia “politically correct” – si deve “desessualizzare la genitorialità”. Cioè perché la dizione “padre” e “madre” potrebbe essere sentita come discriminatoria da qualcuno.

Resistendo allo sconcerto e al ridere vorrei provare a ragionare pacatamente con chi si fa alfiere di questo tipo di trovate. Anzitutto va sottolineato che “i fatti hanno la testa dura” e – con buona pace di certi opinionisti – tutti sulla terra siamo stati generati da un uomo e da una donna. In qualunque modo sia avvenuto il concepimento.

Quindi la realtà contraddice le opinioni e soprattutto mostra che nessuno può sentirsi “discriminato” da quella formulazione perché tutti, proprio tutti, siamo stati generati da un padre e da una madre e dunque siamo loro figli.

Ma oggi purtroppo la mentalità dominante afferma che se i fatti contraddicono le opinioni, tanto peggio per i fatti. Così, non potendo “abolire” la natura per legge, si decide di abolire le parole che “dicono” la natura delle cose (domani si potrà decretare per legge che due più due fa sette e che si deve chiamare notte il giorno e giorno la notte).

 DISCRIMINAZIONE PEGGIORE

 Torniamo al genitore 1 e al genitore 2. Il fatto è che con questa formula i “politicamente corretti” finiscono pure per creare discriminazioni peggiori.

Anzitutto discriminano la stragrande maggioranza delle persone che continuano a sentirsi padri e madri – e non genitore 1 e genitore 2 – e continuano farsi chiamare dai figli “papà” e “mamma” (finché non verrà proibito).

In secondo luogo con la nuova formulazione si discrimina il “genitore 2” che inevitabilmente diventerà secondario.

Infatti per ovviare a questo problema al Comune di Bologna pare abbiano pensato di adottare un’altra dizione: “genitore” e “altro genitore”.

Vorrei sommessamente notare che è egualmente discriminatoria verso uno dei genitori. E che entrambe poi sono formule fortemente sessiste, perché sia la “soluzione” veneziana che quella bolognese, usano il termine genitore al maschile, mentre la madre – se vogliamo usare un linguaggio non discriminatorio – è casomai “genitrice”.

Ma, a quanto pare, in questo caso la discriminazione contro le donne viene ignorata e tenuta in non cale. Alla fine della fiera è evidente che i soli termini che non discriminano nessuno sarebbero “padre” e “madre”.

Ma ormai l’ideologia dominante ha dichiarato guerra a padri e madri, alla famiglia naturale, alla realtà. E quindi dovremo subire la loro progressiva cancellazione linguistica.

Non solo. L’epurazione del linguaggio andrà avanti (per esempio la parola “matrimonio”, che rimanda evidentemente alla mater, quindi alla generazione) e si dovrà estendere alla letteratura.

 DESESSUALIZZARE TUTTO

 Si dovrà censurare quasi tutto, dall’Odissea, dove Telemaco ha la sfrontatezza di aspettare il padre anziché il genitore 1, all’Amleto dove il protagonista vive anch’esso il dramma della morte del padre.

Dalla Bibbia, dove la paternità di Abramo dà inizio all’Alleanza e dove Gesù insegna a pregare col “Padre nostro”, indicando in Maria la Madre, fino alla psicoanalisi.

Anche la psicoanalisi dovrà cadere sotto i colpi del politically correct.

Sigmund Freud nella “Prefazione alla seconda edizione” di “L’interpretazione dei sogni” scrive testualmente: “Questo libro ha infatti per me anche un altro significato soggettivo, che mi è riuscito chiaro solo dopo averlo portato a termine. Esso mi è apparso come un brano della mia autobiografia, come la mia reazione alla morte di mio padre, dunque all’avvenimento più importante, alla perdita più straziante nella vita di un uomo”.

Come ha notato Hermann Lang “se Freud è da considerare il padre della psicanalisi” da questa citazione “risulterebbe che questa psicanalisi la deve essenzialmente alla relazione con il padre”.

La psicoanalisi infatti ci spiega che il “padre” e la “madre” non sono soltanto l’ineludibile realtà umana da cui tutti siamo nati e nasciamo, coloro che hanno generato il nostro corpo biologico: essa ci svela che le loro diverse figure permeano pure la nostra psiche, fondano, in modo complementare, la nostra identità profonda e la nostra relazione con tutte le cose. Abolire il padre e la madre dunque rischia di portare all’abolizione (psicologica) dei figli.

Ricordo solo un pensiero di Freud: “Non saprei indicare un bisogno infantile di intensità pari al bisogno che i bambini hanno di essere protetti dal padre” (da “Il disagio della civiltà”, in Opere, X, Boringhieri, Torino 1978, p. 565).

Qua, come pure dove parla della madre, come si può “correggere” Freud? Non si può sostituire padre e madre con genitore 1 o genitore 2. Perché non sono intercambiabili. Padre e madre sono complementari. E ineliminabili.

Ma tutto questo sembra non importare a questo o quell’assessore o politico o ministro o opinionista. Pare che nemmeno ci si accorga dell’enormità e della delicatezza di ciò che si va a spazzar via. Cosa volete che sia la cancellazione di una civiltà millenaria e della stessa natura umana. Basta una delibera del sindaco.

 Antonio Socci (Da “Libero”, 19 settembre 2013)