Durante
muitos anos, o dia da Mãe foi celebrado em Portugal a 8 de dezembro. Contudo,
porque Maio é o mês dedicado a Maria Santíssima, Mãe de Jesus Cristo e nossa
Mãe, a festa passou a ser comemorada no primeiro domingo do mês de Maio.
Todos
nós facilmente nos recordamos da solicitude, generosidade e bondade da nossa
mãe. Contudo, a melhor descrição de uma mãe foi escrita por Dom Ramón
Ángel Jara, bispo de La Serena, no Chile, distinto e renomado orador, chamado
de “Cisne da eloquência sagrada”, ou o “Crisóstomo chilena”, que assim a descreve:
Retrato de
uma mãe
“Existe
uma mulher que tem algo de Deus, pela imensidade do seu amor, e muito de anjo,
pela incansável solicitude dos seus cuidados.
Existe
uma mulher, que sendo jovem, tem a ponderação de uma anciã, e na velhice,
trabalha com o vigor da juventude.
Uma
mulher que, se é ignorante, descobre os segredos da vida com mais acerto do que
um sábio, e se é instruída, acomoda-se à simplicidade das crianças.
Uma
mulher que, sendo pobre, se satisfaz com a felicidade dos que ama e, sendo
rica, daria com gosto o seu tesouro para não sofrer no seu coração a ferida da
ingratidão.
Uma
mulher que, sendo vigorosa, se estremece com o choro de uma criança e, sendo
débil, reveste-se por vezes com a bravura de um leão.
Uma
mulher que, enquanto vive, não sabemos estimar, porque ao seu lado todas as
dores ficam esquecidas, mas depois de mortas, daríamos tudo o que somos, ou
tudo o que possuímos, para poder olhá-la de novo, ainda que por um só instante,
para receber dela um único abraço, para escutar só uma palavra saída dos seus
lábios.
Desta
mulher, não me exijais o nome se não queirais que humedeça com lágrimas o vosso
álbum, porque já a vi passar no caminho.
Quando
os vossos filhos crescerem, lede-lhes esta página e eles, cobrindo de beijos a
vossa fronte, dir-vos-ão que um humilde viajante, como paga da suntuosa
hospedagem recebida, deixou aqui para vós e para eles este esboço do retrato da
sua mãe.”