Sinto que, sem cessar, por todo o lado, a Paixão de Cristo está a acontecer de novo.
Nós estamos prontos para participar nesta paixão? Estamos prontos para partilhar os sofrimentos dos outros, não apenas onde domina a pobreza mas também por toda a parte da terra? Parece-me que a grande miséria e o sofrimento são mais difíceis de resolver no Ocidente. Ao encontrar alguém esfomeado na rua, oferecendo-lhe uma tigela de arroz ou uma fatia de pão, posso apaziguar-lhe a fome. Mas aquele que foi pisado, que não se sente desejado, amado, que vive no medo, que se sente rejeitado pela sociedade, esse experimenta uma forma de pobreza bem mais profunda e dolorosa. E é muito mais difícil encontrar remédio para ela.
As pessoas têm fome de Deus. As pessoas estão ávidas de amor. Temos consciência disso? Sabemos disso? Vemos isso? Temos nós olhos para o ver? Se muitas vezes o nosso olhar se passeia sem se fixar. Como se apenas atravessássemos o mundo. Devemos abrir os olhos e ver.
Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade - No Greater Love (Não há maior amor)