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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O burro apaixonado



Este fato é verídico e aconteceu na Marzugueira, no concelho de Alvaiázere, distrito de Leiria, em Portugal. Infelizmente, a pessoa que o contou, cujos parentes paternos residiram na referida localidade, não recordava o ano preciso, mas apenas que se deu na década de 30 do século XX.
Uma rapariga desejava muito casar-se com um rapaz, mas este não lhe manifestava reciprocidade. Em vista disso, a jovem procurou uma feiticeira, a qual lhe ensinou como fazer uns pães ou bolos enfeitiçados, em cujos ingredientes entravam matérias tão afins com o demónio quanto saliva de sapo, entre outras.
A sua irmã mais nova, entretanto, menina ainda inocente, percebendo o que estava a ser preparado, foi a correr à casa do rapaz e avisou-lhe de que não aceitasse nada que viesse da sua casa.
A pretendente enviou, então, os doces enfeitiçados para o jovem, o qual, prudentemente, levou a sério os conselhos da criança e não provou nenhum. Deu-os todos para o burro de propriedade da família, animal de uso muito comum naquela época.
No dia seguinte o asno desapareceu. Procuraram-no por toda parte até que o encontraram... na porta da casa da aprendiz de feiticeira.
Dali não saía mais para nada e ali ficou vários dias, parece que até morrer de fome. O povo da região vinha em quantidade para ver o “burro apaixonado”, para enorme confusão da moça, que acabou mudando-se do lugarejo e nunca mais apareceu.

Moral da história: No teatro da vida, convém que cada um atente bem para o papel que desempenhará. Pois dele dependerá o desfecho da pessoa na eternidade.