Este
fato é verídico e aconteceu na Marzugueira, no concelho de Alvaiázere, distrito
de Leiria, em Portugal. Infelizmente, a pessoa que o contou, cujos parentes
paternos residiram na referida localidade, não recordava o ano preciso, mas
apenas que se deu na década de 30 do século XX.
Uma rapariga
desejava muito casar-se com um rapaz, mas este não lhe manifestava
reciprocidade. Em vista disso, a jovem procurou uma feiticeira, a qual lhe
ensinou como fazer uns pães ou bolos enfeitiçados, em cujos ingredientes
entravam matérias tão afins com o demónio quanto saliva de sapo, entre outras.
A sua
irmã mais nova, entretanto, menina ainda inocente, percebendo o que estava a ser
preparado, foi a correr à casa do rapaz e avisou-lhe de que não aceitasse nada
que viesse da sua casa.
A
pretendente enviou, então, os doces enfeitiçados para o jovem, o qual,
prudentemente, levou a sério os conselhos da criança e não provou nenhum.
Deu-os todos para o burro de propriedade da família, animal de uso muito comum
naquela época.
No dia
seguinte o asno desapareceu. Procuraram-no por toda parte até que o
encontraram... na porta da casa da aprendiz de feiticeira.
Dali não
saía mais para nada e ali ficou vários dias, parece que até morrer de fome. O
povo da região vinha em quantidade para ver o “burro apaixonado”, para enorme
confusão da moça, que acabou mudando-se do lugarejo e nunca mais apareceu.
Moral da
história: No teatro da vida, convém que cada um atente bem para o papel que
desempenhará. Pois dele dependerá o desfecho da pessoa na eternidade.