Nestes nossos tristes dias, em que os media, muitos cidadãos
não praticantes do mundo inteiro e até membros do próprio clero denigram milhares de dedicados sacerdotes que
procuram viver santamente e conduzir o povo de Deus rumo à felicidade eterna, ensinando-lhes o Evangelho, vale a pena recordar o que o “Decreto Presbyterorum Ordinis, sobre o Ministério
e a vida dos sacerdotes” afirma sobre a união com Cristo, que os ministros de
Deus devem ter:
“Pelo sacramento da Ordem, os presbíteros são configurados
com Cristo Sacerdote, como ministros da cabeça, para a construção e edificação
do seu corpo, que é a Igreja, enquanto cooperadores da Ordem episcopal. Já pela
consagração do Batismo receberam com os restantes fiéis, o sinal e o dom de tão
insigne vocação e graça para que, mesmo na fraqueza humana, possam e devam
alcançar a perfeição, segundo a palavra do Senhor: «Sede, pois, perfeitos, como
o vosso Pai celeste é perfeito» (Mt. 5, 48). Estão, porém, obrigados por
especial razão a buscar essa mesma perfeição visto que, consagrados de modo
particular a Deus pela receção da Ordem, se tornaram instrumentos vivos do
sacerdócio eterno de Cristo, para poderem continuar pelos tempos fora a sua
obra admirável, que restaurou com suprema eficácia a família de todos os
homens. Fazendo todo o sacerdote, a seu modo, as vezes da própria pessoa de
Cristo, de igual forma é enriquecido de graça especial para que, servindo todo
o Povo de Deus e a porção que lhe foi confiada, possa alcançar de maneira
conveniente a perfeição d'Aquele de quem faz as vezes, e cure a fraqueza humana
da carne a santidade d'Aquele que por nós se fez pontífice «santo, inocente,
impoluto, separado dos pecadores» (Heb 7,26).
“Cristo, que o Pai santificou ou consagrou e enviou ao mundo,
«entre a Si mesmo por nós, para nos remir de toda a iniquidade e adquirir um
povo que Lhe fosse aceitável, zeloso do bem» (Tit 2,14), e assim, pela sua
Paixão, entrou na glória. De igual modo os presbíteros, consagrados pela unção
do Espírito Santo e enviados por Cristo, mortificam em si mesmos as obras da
carne e dedicam-se totalmente ao serviço dos homens, e assim, pela santidade de
que foram enriquecidos em Cristo, podem caminhar até ao estado de varão
perfeito.
“Deste modo, exercendo o ministério do Espírito e da justiça,
se forem dóceis ao Espírito de Cristo que os vivifica e guia, são robustecidos
na vida espiritual. Pelos ritos sagrados de cada dia e por todo o seu
ministério exercido em união com o Bispo e os outros sacerdotes, eles mesmos se
dispõem à perfeição da própria vida. Por sua vez, a santidade dos presbíteros
muito concorre para o desempenho frutuoso do seu ministério; ainda que a graça
de Deus possa realizar a obra da salvação por ministros indignos, todavia, por
lei ordinária, prefere Deus manifestar as suas maravilhas por meio daquelas
que, dóceis ao impulso e direção do Espírito Santo, pela sua íntima união com
Cristo e santidade de vida, podem dizer com o Apóstolo: «se vivo, já não sou
eu, é Cristo que vive em mim, (Gal 2,20).
“Por isso, este sagrado Concílio, para atingir os seus fins
pastorais de renovação interna da Igreja, difusão do Evangelho em todo o mundo
e diálogo com os homens do nosso tempo, exorta veementemente todos os
sacerdotes a que, empregando todos os meios recomendados pela Igreja, se
esforcem por atingir cada vez maior santidade, pela qual se tornem instrumentos
mais aptos para o serviço de todo o Povo de Deus”.
(Presbyterorum ordinis (vatican.va))