Encontramos na vida de São Francisco de Assis um facto que atesta, como o exemplo toca muito mais os corações do que as palavras.
Certa vez, São Francisco chamou Frei Leão e disse-lhe:
— Meu irmão, vamos pregar!
Depois de longos passeios pelas ruelas pitorescas de Assis, voltaram ao convento.
"Pai", disse o jovem monge ao santo, "não íamos pregar?"
"Meu filho", respondeu São Francisco, "durante este passeio, pregamos".
"Como, meu pai?" disse o jovem monge atônito.
"Pela nossa pobreza e modéstia", acrescentou o santo.
São Francisco quis assim fazer com que este religioso, ainda noviço, entendesse que o exemplo muitas vezes equivale a uma longa e boa pregação.
Outro exemplo que ilustra a força do exemplo, remonta à época das missões do Japão.
Um religioso da Companhia de Jesus pregava numa praça pública. Uma grande multidão ouvia-o com atenção, interesse e até avidez, quando um dos assistentes se aproximou do orador e cuspiu-lhe na face.
O santo religioso, sem se comover, enxugou o rosto e continuou o sermão.
Os ouvintes, tomados de admiração, comentaram entre si:
"Uma religião que dá forças suficientes para aceitar sem se queixar de tamanha ignomínia, só pode ser divina!..."
E um grande número de pagãos converteu-se mais pelo gesto do que pelas palavras.
E nós! Qual o exemplo que damos quando saímos à rua, vamos ao trabalho, passeamos ou quando estamos em família, entre amigos ou até com desconhecidos?
A nossa maneira de vestir, as nossas conversas, os nossos gestos são coerentes com o que professamos e acreditamos? Ou acabamos por dar mal exemplo e sermos como o Frei Tomás do provérbio popular, que predica e pede para as pessoas fazerem aquilo que ele diz e não o que faz?”