O cristianismo não é uma coisa do passado, vivido como se olhássemos sempre para trás, para os tempos evangélicos, mas sempre novo, pois está marcado pela presença constante de Jesus Cristo, que está no meio de nós, e que é de hoje, ontem, amanhã e toda a eternidade. Na história da humanidade, encontramos “pegadas” de Deus. Este blogue procura, humildemente, mostrar alguma delas.
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terça-feira, 23 de julho de 2024
Ser reto e prestar atenção em si mesmo
A maior parte das pessoas tem preguiça de pensar. E por causa disso tem preguiça de prestar atenção em si mesmas.
Se a pessoa fosse verdadeiramente inocente ela gostaria de pensar. O pensamento é para a alma inocente como a respiração é para o corpo.
Por falta de inocência e por preguiça, as pessoas começam a fazer as análises incompletas de si próprias, não olham inteiramente para os seus defeitos e começam a imaginar qualidades que não tem. Porque quem não quer ver os defeitos que tem, imagina qualidades que não tem.
A partir desse momento forma uma falsa ideia da sua própria pessoa e toma um itinerário errado na vida. Não sabe bem o que lhe apetece e, o pior, é que apetece fazer o que não lhe convém
E assim, o indivíduo sonha que é para ter uma vida que não é para ele. Vive a vida que ele não sonhou, nota que dá tudo errado e fica frustrado.
Para vermos como Nossa Senhora ajuda sempre nas mudanças de vida, de um modo inimaginável, vale a pena ler as “Confissões” de Santo Agostinho. Ele chegou a um ponto em que estava sozinho, angustiado, vacilante, agnóstico, corrupto, com um filho ilegítimo. De repente ele ouve uma voz que lhe diz: “Tolle, lege; tolle, lege”, “Toma e lê; toma e lê”. Era a voz de Deus mandando ler um trecho da epístola de São Paulo aos Romanos, que resolveu o seu problema e completou a sua conversão.
A partir daquele momento ele converteu-se e tornou-se num grande Doutor da Igreja. Ele escreveu essa biografia, à qual ele deu o título de Confissões, para se confessar a si próprio, diante do mundo inteiro, pelos seus defeitos.
E a morte dele foi a mais bela morte de penitente que se possa imaginar. Ele foi elevado a Bispo - um luminar da Igreja Católica! Mas Bispo da minúscula cidadezinha de Hipona, no norte da África, uma cidade romana, de cultura e de língua, cercada pelos vândalos, que vinham da Germânia, atravessaram a França, a Espanha e desceram pela África. E cercaram várias cidades. No caminho estava Hipona. E ela ia ser tomada pelos bárbaros, pagãos. Ele moribundo, provavelmente já com a vista enfraquecida, mandou que os salmos de David, os salmos penitenciais, fossem escritos num muro, diante do seu leito, em letras bem grandes para ele poder ler. E ele até ao fim da vida lia os salmos pedindo perdão, para ele ser recebido por Deus.
Uma alma que com tanta retidão e tanta lealdade se examinou a si mesma, com tanta retidão ensinou e confiou na misericórdia de Deus e de Nossa Senhora, com certeza, as portas do Céu - é de fé! ele é um santo canonizado - abriram-se e ele entrou pelo eixo reto que conduz até Deus. Porquê? Porque ele tinha sido reto a vida inteira.
Plinio Corrêa de Oliveira
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