O Evangelho narra a história dos Reis Magos, que “vieram do Oriente”, guiados pela Estrela e foram
conduzidos à gruta de Belém, onde adoraram o Messias.
Estes ilustres personagens foram escolhidas por Deus entre os
Gentis para serem os primeiros adoradores do Salvador.
Eles não eram magos ou adivinhos, como alguns autores
afirmaram no passado, mas foram escolhidos por serem homens distinguidos pela
sua dignidade, talentos, conhecimentos das coisas divinas e humanas e,
especialmente, a astronomia. No Oriente, dava-se o título de Magos aos sábios e
doutores.
A realeza dos três magos foi proclamada desde o século IV
pelos padres da Igreja e vários escritores e é admitida pela maioria dos fiéis,
que desde tempos imemoráveis, festejam a Adoração dos Reis Magos na festa da
Epifania, conforme as palavras de Isaías, “A multidão de camelos te cobrirá, os
dromedários de Madiã e Efá; todos virão de Sabá; ouro e incenso trarão, e
publicarão os louvores do Senhor” (Is 60, 6).
Os Magos, iniciaram a sua viagem de forma separada
e reuniram-se em Jerusalém. Depois continuaram juntos até Belém. Segundo
antiga tradição, confirmada por autores eclesiásticos como São Leão e por
pinturas conservadas nas Catacumbas de Roma, desde os primeiros séculos da
Igreja, eles eram, sem contar com os seus séquitos, verdadeiramente três.
O nome dos Reis Magos, reconduzidos pela Providência às suas
terras para não se encontrarem com Herodes que queria mandar matar o Menino
Jesus, não aparece nos escritos grecos ou latinos antes do século XII, como
afirma o historiador jesuíta belga Padre Jean Bolland do século XVII. Contudo, posteriormente, foram-lhes dados
muitos nomes, sendo os mais conhecidos os de Gaspar, Baltazar e Melchior, respetivamente
da Caldeia, Pérsia e Índia, atualmente Irão e Iraque.
Ao chegarem às suas terras, os Magos contaram para os seus
povos o que tinham visto e ouvido sobre o Verbo de Deus, encarnado para a
salvação dos homens e muitos se converteram à Fé Cristã, antes mesmo da
Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Segundo uma tradição, quando São Tomé
passou por aquelas terras, muitos deles juntaram-se a ele, receberam o batismo
das suas mãos e ajudaram-no na predicação do Evangelho.
Segundo
uma outra tradição muito mais recente, os restos sagrados dos três Reis Magos
foram, primeiro, levados para Constantinopla, onde foram colocados com pompa na
Basílica de Santa Sofia, durante o reino de Constantino. Seis séculos mais
tarde, o Imperador Maurício, transportou as relíquias para a Igreja que o Santo
Bispo Eustórgio tinha mandado construir em honra deles na cidade italiana de
Milão.
No ano de 1163, o Imperador Frederico Barba-ruiva, tendo
saqueado a cidade de Milão, permitiu a Reinaldo, seu chanceler, então arcebispo
de Colónia, levar as relíquias dos santos Reis Magos para esta cidade, onde
desde então é possível venerar os Santos Reis Magos, na Catedral.
Em 1864, o relicário da Catedral de Colónia foi aberto e nele foram descobertos os
esqueletos de três homens: um jovem, um outro
de meia-idade e um idoso, o que confirmaria a representação dos mesmos num
mosaico do século VI na igreja de Santo Apolinário, o Novo, em Ravena, Itália, que
representa os três magos, com estas características.